Meu Disfarce escrita por PerfectBeOdd


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

A música usada nesse capítulo se chama Meu Disfarce do projeto novo da Sandy onde ela canta com o pai dela. Se alguém quiser ouvir enquanto lê, está aqui o link: https://www.youtube.com/watch?v=_opSauZdnYo



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Você vê esse meu jeito 

De pessoa liberada 

Mas não sabe que por dentro 

Não é isso, eu não sou nada 

Eu sempre estou a observando de longe porque é a única coisa que Rose me permite fazer.  Diz que não suporta quando estou por perto porquê de algum jeito eu sempre fico na tentação de lhe dizer babaquices, de acordo com as suas palavras. A conheço desde o meu primeiro ano e atualmente no sétimo as coisas entre nós não mudaram muito.  

Estou encostado em um dos muros do castelo enquanto a observo molhar os pés no lago, certamente estou me segurando para não ir conversar com ela. Afrouxo a gravata e me permito sentar sem tirar por um instante meus olhos dela.  

Cara, você está me ouvindo? Albus resmunga do meu lado e isso faz com que eu me assuste e me recorde que estava sendo acompanhado. De novo olhando pra ela? Quando você vai desistir?  

Estou tentando desde o primeiro momento em que ela me rejeitou. Retruco e acabo arrancando uma gargalhada do meu amigo. Senhoras e senhores, esse é Albus Potter, a sensibilidade em carne e osso.  

Quero saber se você vai ao baile! Albus se colocou na minha frente para que eu enfim desviasse minha atenção da ruiva. Eu vou! 

Você conseguiu arranjar uma acompanhante? Porque até onde eu sabia você não iria. E antes de mais nada, convidar sua irmã não vale! Albus ficou com as orelhas vermelhas, creio que esse era seu lado Weasley.  

Não é a Lily, seu idiota. E sim, eu consegui chamar alguém para ir.  

Então eu vou só para poder ver quem será seu belíssimo par. O Potter levantou a sobrancelha desconfiado.  

Você não vai chamar ninguém? Tem uma dúzia de garotas que com certeza estão esperando você oferecer o convite. Neguei com a cabeça e voltei a olhar na direção de Rose no momento em que a grifinória estava colocando seus sapatos e voltando para o castelo.  

Com quem eu quero ir não consegue nem ficar perto de mim.  

Tenho ares de serpente 

Mas em caso de amor 

Sou pequeno, sou carente 

Sou tão frágil, sonhador 

 

 Albus realmente havia me surpreendido ao aparecer com uma sextanista da corvinal no baile. Ela tinha cabelos escuros e a pele bronzeada, não conseguia me recordar seu nome no momento. Em todo o caso, o sorriso que o Potter atribuía a mim era de vitória porque eu não teria oportunidade para zoar a situação.  

Determinado a ignorar a expressão de triunfo de Albus Potter, eu acabei me retirando do Salão Principal e indo passear pelos jardins, afinal não é como se eu tivesse uma companhia para poder conversar. Me sento em um dos bancos e me limito apenas a olhar pra frente, por um momento comecei a ficar consciente que aqui é o lugar onde os casais vêm para ficar a sós.  

Muito bem! Continue assim, foi maravilhoso o show. Escuto uma gritaria por perto e me levanto para ver o que poderia ser. O baile ainda estava no começo, então considerei que os jardins estariam um pouco mais vazios. Você não me encosta!  

Ao me aproximar percebo que a voz exaltada é a de Rose e então acelero meus passos apenas para vê-la tentando puxar a varinha enquanto seu namorado a segura fortemente pelos braços, para completar a cena há uma menina com os olhos arregalados próxima da parede que não a reconheço.  

E o momento passa incrivelmente rápido, sei que num instante estou atordoado vendo a cena e no instante seguinte é meu punho fechado que enterro na cara do infeliz fazendo com que ele solte Rose imediatamente.  

Por Merlin Scorpius, que susto! Rose me encara com os olhos azuis bem abertos, mas não parece estar zangada com o meu intrometimento.  

Eu...Eu... Então, eu... Tento montar alguma frase para me justificar. Você quer sair daqui?  

Por favor. Rose guarda a varinha e se limita a olhar com nojo para o então agora não tão namorado dela. A indico o caminho por onde eu vim sem me atrever tocar nela. Nós andamos em silêncio pelos jardins voltando para o Salão Principal. Sua mão precisa de gelo.  

Será? Murmuro olhando para os nós dos meus dedos que estão vermelhos e um pouco doloridos. 

Espere aqui, por favor. Rose me indicou um lugar longe dos olhares curiosos de todos e se retirou. Passados alguns minutos ela retornou com uma bolsa de gelo e se sentou ao meu lado. Percebi pelo olhar que lançou para a minha mão que estava em dúvida se deveria me tocar, mas esse momento passou pois a ruiva pegou a minha mão machucada e passou a colocar o gelo. É um jeito um pouco trouxa de lidar com essa situação.  

Agi por impulso. Então... Seu namorado e aquela menina. 

Não é meu namorado, nunca foi. Estou de frente para Rose podendo capturar todas as suas mínimas expressões. Sua testa está franzida enquanto parece está bastante concentrada na tarefa de colocar gelo na minha mão. Nós tínhamos um lance, talvez.  

Rose Weasley tinha um lance. Falar a sentença em voz alta era realmente engraçado. O que Ronald Weasley acha do seu lance? 

Ninguém tem que achar nada, Malfoy. Rose me responde seca, porém ao final da frase me lança um sorriso de canto. Foi mínimo, mas foi mais do que o suficiente para que meu peito se enchesse de calor. Onde sua pele toca a minha sinto arrepios e me repreendo por ser tão facilmente mexido por ela.  

Então, ele resolveu me mostrar que queria um lance com outra de uma forma não muito sutil. O momento que você nos encontrou eu estava tentando amaldiçoá-lo. Enquanto Rose fala apenas observo o quão bonita ela está essa noite. Seus cabelos estão soltos caindo em cachos bronzes pelas suas costas, ela havia passado um batom claro que deixava sua boca convidativa e tornava um pouco difícil não olhar pra ela. O vestido que usava era justo até a cintura e então se tornava esvoaçante, era de um tom rosa claro onde havia uns brilhos mínimos e discretos.  

Estaria linda o amaldiçoando. Percebo a frase alguns instantes mais tarde quando Rose já não mais estava concentrada na minha mão e sim olhando para mim. Ela arqueia uma das sobrancelhas vermelhas e pela primeira vez na vida eu me permito corar de vergonha. Digo... Assim, é que... 

Obrigada, Malfoy.  

Eu me pinto e me disfarço 

Companheiro do perigo 

Eu me solto em sua festa 

Mas, sozinho, eu não consigo 

O Salão Principal estava enfeitado com diversos cristais para todos os lados, o teto estava com o céu escuro e estrelado. Há muitos casais dançando na pista de dança enquanto uma banda que não reconheço toca no palco. Vejo que até os professores estão aproveitando o momento para se divertir e dançar enquanto num canto afastado e pouco iluminado do Salão Principal se encontra eu e Rose, sentados lado a lado sem dizer nada.  

Minha mão não mais está dolorida, na verdade, está um pouco dormente depois de uns bons minutos no gelo.  

Você quer dançar? Penso por um instante que meus pensamentos estão me pregando uma peça, mas ao olhar para o lado vejo que realmente é Rose quem está me convidando para dançar.  

Você dança muito bem? Indago. 

Maravilhosamente bem. Rose me retruca, sorrindo. Ela estava sorrindo para mim. Realmente estava sorrindo para mim.  

Então prepare-se para se humilhada. Estendo minha mão em sua direção pensando que ela recusaria imediatamente, porém Rose a segura delicadamente e eu a guio até o centro da pista de dança.  

Rose se posiciona na minha frente e percebo que a música havia acabado no momento em que paramos na pista de dança. Percebo que todos estão olhando para nós, porém eu só consigo olhar para ela e seus incríveis olhos azuis.  

A banda deu início a outra música e estranho a melodia exatamente porque a conheço e porque sei que é uma música de um artista trouxa. 

Slow hands. Rose e eu comentamos na mesma hora, e isso me surpreende. Ela apenas dá de ombros e passa a mexer o corpo de acordo com a batida da música. Não é uma melodia muito agitada, mas é gostosa de se sentir. Nós apenas nos rodeamos e nos aproximamos aos poucos.  

I just wanna take my time. Canto essa parte como se estivesse segurando um microfone e aponto para Rose que segura minha mão com as suas duas para complementar a música.  

We could do this, baby, all night, yeah. Nós rimos da nossa performasse e a continuamos como se nosso público imaginário estivesse adorando. Aos poucos a música finaliza e no lugar dela entra uma mais calma e romântica. Quem diria né.  

Que tocaria uma música romântica? Nós ficamos olhando um para o outro, um pouco sem graças pois todos os casais a nossa volta passaram a dançar coladinhos e nós apenas parecíamos que estávamos deslocados.  

Você quer dançar? Perguntamos na mesma hora e gargalhamos. Nunca achei que Rose estaria se dando tão bem comigo, se me contassem isso no meu primeiro ano eu diria que era completamente mentira.  

A ruiva estendeu a mão e eu a peguei, a puxando para perto. Coloquei a mão livre na sua cintura enquanto a mão livre dela repousava sobre meu ombro. Não falamos muito durante a dança, apenas nos movíamos de acordo com a melodia e às vezes nossos olhares se encontravam. 

Digo coisas que eu não faço 

Faço coisas que eu não digo 

Quero ser o seu amado 

Não somente o seu amigo 

Ta bom, ta bom, minha vez. É verdade que você se vestiu de elfo doméstico e fez pelo menos um prato? Nós finalmente cansamos de dançar e acabamos resolvendo que o melhor a se fazer era juntar várias comidas e ficar sentados em frente ao lago como se estivéssemos fazendo um piquenique.  

Como essas histórias tomam essas proporções? Comento chocado sobre como algo como uma aposta que perdi para o Albus tendo que arrumar a cama dele por uma semana se tornou algo assim. 

Isso nunca aconteceu? Rose me pergunta fingindo espanto.  

Confesso que eu ficaria um charme como um elfo doméstico, mas não. Provavelmente seu primo espalhou essa notícia. Faço cara de sério já visualizando como exatamente Albus Potter espalhou essa notícia. Vai ter volta.  

É verdade que você vai ao cinema trouxa antigo em Londres? Aquilo me pega desprevenido e olho para a ruiva, surpreso.  

Como sabe disso? Indago. Nunca havia contado para ninguém sobre isso, na verdade, era um hobby meu assistir as produções cinematográficas trouxas, mas nunca na vida havia falado sequer sobre isso.  

Eu o vi uma vez em uma das sessões. Rose apenas deu de ombros como se não fosse nada de mais. O que mesmo você estava vendo? O Rei do Show! Preciso escrever para o Profeta Diário imediatamente para informar que Scorpius Malfoy assiste musicais! 

Nunca julgue um musical, e o Rei do Show é muito bom, ta? Ajeito minha postura prontíssimo para defender Hugh Jackman e o Zac Efron.  

Você viu La La Land também? Rose está com uma das sobrancelhas arqueadas de forma inquisitória e eu por um momento desvio olhar tentando não me entregar. Você viu!  

Damien Chazelle fez um excelente trabalho, viu. Merecia até mais Oscar. A Weasley começa a gargalhar imediatamente conforme eu vou ficando mais sem graça e vermelho.  

Chicago?  

Nunca antes foi tão bem contado como se dá cabo de alguém.  

Into the Woods? 

Foi bem fraco, não gostei tanto quanto poderia ter gostado. Passo a mão nos cabelos refletindo sobre como realmente foi difícil seguir vendo esse filme.  

Across the Universe?! Vejo que Rose está começando a ficar realmente surpresa.  

As músicas de Beatles sendo realmente homenageadas.  

Caramba Scorpius, acabaram todas as minhas opções aqui. Rose joga algumas uvas em mim. Falei todos que eu me recordo e nem os vi.  

Se quiser, posso fazer uma lista para você. Não que eu tenha visto muitos. A respondo recebendo em troca uma expressão que claramente dizia com ironia: “Não, claro que não”.  

Você não é como eu pensava que seria. Rose comentou depois de uma longa pausa. Seus olhos pareciam que queriam me capturar, me observava como se a qualquer momento eu fosse tirar uma máscara e mostrar que sou o próprio Merlin.   

Você não me deu muitas oportunidades, é verdade. Mas eu também pisei nas que você me deu. A respondo e em troca a vejo concordar.  

Lembro quando me derrubou da vassoura no jogo do quinto ano. Final da Taça das Casas, Sonserina contra Grifinória.  

Não respondo por mim jogando quadribol. Levanto minhas mãos em rendição e ela me joga uma fruta, rindo.  

Foi me pedido que não me aproximasse de você no primeiro ano, mas depois disso creio que era um preconceito meu misturado com birra mesmo. Estou a olhando com atenção enquanto vejo que tenta se redimir comigo. Meu desejo, no momento, é me aproximar, voltar a segurar suas mãos como fiz quando dançamos anteriormente, mas me sinto incapaz de fazer isso. Penso que se pisar qualquer coisa que seja em falso posso perder esse momento único que consegui.  

Cada vez 

Que eu sinto um beijo seu na minha face 

Eu luto pra manter o meu disfarce 

E não deixar tão claro que eu te quero 

 Scorpius, creio que é hora de nós irmos. Rose sussurrou para mim. Nós estamos deitados no chão dos jardins em frente ao lago com as comidas que restaram a nossa volta. Me pergunto que horas são mas sei que deveria ser bem tarde pois já faz um tempo que não escuto vozes e música, se fosse para tentar adivinhar diria que são três da manhã.  

Será que vão brigar com a gente se formos pegos? Sussurro de volta. 

Aposto que deve ter várias pessoas andando pelo castelo ainda. A ruiva me responde se pondo de pé e ajeitando o vestido. Resolvo que é hora de me levantar também e a imito, batendo a roupa para tirar a grama. Nós recolhemos tudo o que trouxemos e começamos a andar de volta para o castelo.  

Ao contrário da teoria de Rose, nós acabamos não esbarrando com ninguém no caminho até o quadro da Mulher Gorda onde eu sei que fica a Sala Comunal da Grifinória. Nós não falamos nada, apenas caminhamos em silêncio e eu passo a apreciar esse momento, um momento roubado.  

Chegamos.  

É, parece que sim. Rose me responde olhando para o quadro que está nos encarando com cara feia por termos a acordado.  

Melhor eu ir, sei que não quer falar a senha na minha frente. Brinco com ela e Rose me presenteia com um pequeno sorriso. Bom, então tchau.  

Scorpius. Rose me chama quando já estou um pouco afastado do quadro e me viro para saber o motivo. Ela se aproxima de mim correndo e me dá um beijo na bochecha antes de se afastar e acenar pra mim dizendo tchau. Boa noite.  

É... Sim. Isso, é... Boa noite. Comento atordoado chegando para trás e acabo tropeçando nas escadas e derrubando as coisas que estava segurando. Me ajeito da melhor forma e volto a olhar pra ruiva que retribui meu olhar com um ar preocupado. Boa noite, Rose Weasley. A respondo com mais firmeza e ajeito meu smoking com o resto da dignidade que me resta.  

Meu caminho para as masmorras até chegar ao dormitório, tomar banho e deitar é tudo feito com um sorriso estampado no rosto, e tento me repreender que tudo isso seja pelo fato que Rose me deu um beijo, que por sinal foi bem inocente. Quando me deito na minha cama apenas suspiro me lembrando da noite maravilhosa que tive ao lado da ruiva, e tudo por um acaso de Merlin, quem diria.   

Você parece um idiota. —Escuto a voz de Albus e olho para a cama do lado finalmente reparando que o Potter está acordado ainda.  

Não consigo disfarçar. Retruco.  

Não acredito que você está tão na dela assim, ela só falou com você hoje. Normalmente Albus não falaria nada se houvessem os outros meninos no quarto, mas percebo que há somente nós dois.  

Não estou tão na dela assim. É que ela tem... Sei lá, uma pele legal. Albus caí na gargalhada na mesma hora e me joga o travesseiro que cai diretamente no meu rosto.  

Você é inacreditável, Malfoy. O Potter pega o travesseiro de volta quando o jogo e vira de lado para dormir dando o assunto como encerrado.  

Percebo que o melhor a se fazer é realmente virar para o lado e dormir, então resolvo fazer o mesmo só pegando no sono horas depois onde estou envolvido por raios vermelhos e mar azul.  

(...) 

Queria poder dizer que todos os dias depois do baile foram o suficiente para que Rose e eu pudéssemos ter nos aproximado melhor, mas não foi o que aconteceu. Apesar de não termos voltado ao que éramos, nós não estávamos tão próximos quanto eu gostaria, não conseguia roubar momentos a sós com ela.  

Sempre que nos encontrávamos estávamos acompanhados por nossos amigos ou estávamos longe apenas acenando um para o outro, particularmente aquilo me irritava mas eu não conseguia criar uma situação em que estivéssemos a sós.  

E então os dias já se transformaram em semanas que deram lugar aos meses, e quando dei por mim já estávamos em dezembro voltando para a casa para as festas de final de ano. Eu ficaria lá na minha mansão enquanto ela ficaria na Toca com todos os Potter e Weasley, que mundo injusto.  

Mas então Merlin é muito bom, ou então Albus Potter é muito bom, pois no dia seguinte em que eu estava em casa ele e Harry Potter apareceram na nossa porta. Para deixar bem claro, meu pai não gostava ou desgostava dos Potter e dos Weasley, na verdade, preferia apenas manter distância, mas ele recebia o Albus muito bem na nossa casa quando estávamos de férias. Enfim, o importante é que fui chamado para passar natal na Toca junto com os meus pais e o mais chocante foi que eles aceitaram, levando em consideração que meus avós não estariam conosco esse ano já que estariam viajando.  

Então, quando deu 20h em ponto nós aparatamos nos terrenos da Toca para passar o Natal mais incomum de todos. Se alguém estava surpreso em nos ver, não aparentou. Minha mãe logo se enturmou com Hermione e Gina Weasley, o que pareceu ser um choque para o meu pai que observava tudo boquiaberto. Por um momento fiquei em dúvida se poderia largar meu pai sozinho e ir ficar perto dos mais jovens, mas logo essa situação foi resolvida quando ele foi chamado para se sentar na mesa com Harry Potter e Rony Weasley, não era o melhor clima, mas pareciam se aturar.  

Vai ser um Natal memorável. Albus comentou assim que me aproximei dele e dos seus primos. Rose e Lily ainda não estavam entre eles, mas considerei que estavam se arrumando até o próximo comentário do meu amigo. -Rose subiu correndo assim que você chegou. 

Ah é? Por que? Tentei não parecer muito interessado ou até mesmo desanimado com a notícia. Então quer dizer que a melhora no nosso convívio não havia melhorado tanto assim?  

Alguma coisa sobre precisar terminar algo. Albus apenas deu de ombros e voltou a falar sobre quadribol com Fred II e James que estavam mais próximos. Me deixei embalar pelo assunto tentando deixar no fundo da mente o fato de Rose ter sumido, aparentemente.  Perto de dez e meia fomos chamados para jantar, porém eu me demorei mais um pouco na sala esperando que Rose descesse as escadas.  

Achei que não desceria mais. Comentei assim que a vi. Rose tomou um susto e se virou para me ver. Estávamos afastados por um sofá além de uns bons três passos que eu havia dado para trás para que pudesse deixá-la confortável.  

Eu... Eu... Eu estava treinando astronomia. A ruiva me respondeu o que acabou arrancando risos de mim. Percebi que ela estava com as orelhas vermelhas e achei que o melhor a se fazer era controlar o riso.  

Bem, creio que é hora de comer. —Indiquei com a cabeça a porta que estava aberta para o quintal onde todos já se encontravam pegando a comida. Rose acenou concordando e eu resolvi que era melhor eu ir na frente, já que parecia que ela queria manter distância. Você está linda. Elogiei antes de me retirar, sem esperar qualquer resposta.  

Fui para o lado de Albus colocar meu prato e sentindo que eu definitivamente havia corado.  

O que houve? Meu amigo me perguntou.  

Eu a elogiei. 

Se sabe que vai ficar assim pra que faz isso? Albus resmungou enquanto eu tentava esconder o meu rosto da melhor forma possível. Eu não iria elogiá-la, mas vê-la tão casual com sua calça jeans e blusa de botão, com os cabelos caindo sobre os ombros me faziam querer dizer até mais.  

Eu nunca te vi assim com as meninas que você já esteve, Scorpius. Albus comentou quando nos sentamos afastados de todos.  

Creio que gostar de alguém antes de todos tenha uma ação diferente, não sei.  

Não acho que seja esse o caso, mas com ela você sempre parece que nunca sabe o que fazer, quando claramente já fez de tudo um pouco. Estou mexendo na minha comida sem realmente ter um interesse por ela, apenas para me ocupar. As palavras de Albus chegam até mim, mas faço um esforço para não lhe dá razão.  

Depois que nós conversamos aquele dia, eu realmente não sei o que fazer. Me levanto de repente assustando Albus que não estava esperando por isso. Parecia que tinha algo, sabe?  

Sei? Respiro fundo frustrado porque sei que Albus não estava naquele momento então ele não poderia saber. Definitivamente quando voltasse as aulas, eu iria mudar essa situação, não que eu soubesse que situação era essa. Eu estou namorando.  

O que?! Quando isso? Pergunto chocado pensando por um momento que eu estava focado demais em mim.  

É mentira. Eu estava falando outra coisa antes, mas você estava divagando. Empurro Albus de sua cadeira e me afasto, decidindo ir no banheiro me recompor.  

Cada vez 

Se torna mais difícil o meu teatro 

Não dá mais pra fugir do seu contato 

Estou apaixonado por você 

Scorpius. Estou saindo do banheiro quando ouço Rose me chamando. Você tem como vir aqui rapidinho?  

Claro. Concordo a seguindo até o quarto por onde ela havia saído. O que houve?  

Queria te mostrar uma coisa. Rose está mexendo em várias bolsas pelo quarto até que se volta para mim com um embrulho. Seu presente.  

Você me comprou um presente? Caramba, eu... Eu não comprei nada. Que indelicado da minha parte. Puta merda. Escuto Rose rindo enquanto eu passo a mão pelos meus cabelos de forma nervosa. 

Calma, eu achei num sebo e me lembrei de você. Rose me estende o embrulho e eu o pego sentindo minhas mãos suando. Abro o embrulho e me deparo com vários dvds de vários musicais antigos que eu nunca tinha visto.  

Sério isso? Comento sorrindo e passando dvd por dvd para poder analisar.  

Você sabe o que é, né? Ela me pergunta com aquele olhar de sabichona. 

Claro que sei, só não tenho o aparelho pra isso. A respondo em troca. Mas posso perguntar para o Jeremy se ele me deixa vê.  

Jeremy?  

O dono do cinema velho que você me viu entrando. Estou encantado com os dvd em minhas mãos e olho para Rose para poder agradecê-la, me deparando com um olhar até que um pouco carinhoso pra mim. Muito obrigado, Rose.  

Estava esperando um momento a sós para te entregar. Você já reparou que estamos sempre cercados?  

Não é? Eu penso a mesma coisa. Eles se multiplicam e estão por toda parte. Comento apontando para a porta para indicar todos os Weasley e Potter mais novos. Vou precisar roubar mais momento assim para poder te conhecer e retribuir o seu presente.  

Você quer me conhecer melhor? Rose se aproxima um pouco de mim, me encarando com seus olhos incrivelmente azuis e sorrindo de canto.  

Assim... Sabe, é... Você parece ser incrível e tudo mais. Então, ... Você sabe, o mais lógico é querer te conhecer melhor.  Rose abre um sorriso maior e percebo que não somente estou tão na dela como estou realmente gostando dela.   

Scorpius, cuidado. Rose me puxa para perto dela e passa a sussurrar. Estou olhando para os lados preocupado e pronto para puxar a varinha.  

O que houve? Sussurro de volta e finalmente olho para a sua direção, reparando o quão perto nós estamos um do outro a ponto de poder ver nitidamente suas sardas.  

Um visco. Você sabe o que acontece quando duas pessoas estão sob o visco? Estou hipnotizado pelos seus olhos e imersos neles enquanto a escuto falar.  

Elas se beijam. Sussurro e em troca Rose me beija. Esse definitivamente é o momento em que afirmo que não somente gosto de Rose Weasley, como também sou apaixonado por ela. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!



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