Punição divina escrita por Aislyn


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Demorei mas voltei lol

Acharam que eu tinha desistido, hein? Espero que os leitores não tenham desistido de mim... eu fico intercalando entre as histórias, esperando ver qual tem um retorno legal, nisso acabo atrasando a atualização de algumas.

Mas, a história está concluída. Sem final por aqui ela não fica!

Sem mais delongas, boa leitura!



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Por falar no seu cinto, sabe o que ele representa? Assim como essa túnica branca?

 

Akaashi sabia bem o que cada peça significava, assim como tinha noção do que iria acontecer consigo. Não teria uma morte rápida e indolor. Previu isso no momento que o perigo começou a rondá-lo e coisas estranhas começaram a acontecer no vilarejo. Desde o instante em que seus olhos cruzaram com os do anjo na igreja.

 

Não sabia bem o que aquela criatura era, se um demônio ou algo tão assustador quanto, mas o que viu durante aquelas poucas semanas o fez acreditar na existência de tudo e desconfiar da integridade de todos.

 

Talvez todas as suas suposições sobre Kuroo estivessem erradas e ele não fosse de todo mau, mas não ia confiar, porque certamente ele não era de todo bom. Assim como uma vozinha no fundo de sua mente dizia que não devia confiar em Bokuto também. Ele apareceu do nada, trouxe o caos, pediu sua ajuda e seu perdão e depois sumiu, sem explicações ou despedidas.

 

— Acha que ficar divagando vai fazer parar? Ou que vai doer menos? – Keiji sentiu um arrepio percorrer sua coluna quando o homem sussurrou em seu ouvido, aquele cheiro repugnante embrulhando seu estômago – Não se distraia… quero você ciente de tudo que acontecer aqui.

 

Baixando o olhar para seu corpo, o padre notou que sua túnica havia sido desabotoada até a cintura. Botões não faltavam para ser abertos, mas notar que metade estava fora do caminho era desesperador.

 

— Não quer conversar comigo, é isso? – o ruivo pareceu chateado por ter sido ignorado, puxando-lhe pelo queixo para ser encarado, mas Akaashi se contentou em fechar os olhos, rezando e desejando para que fosse um sonho.

 

Se tivesse dormido sob a árvore, aquilo podia ser um pesadelo. Ou talvez estivesse na igreja ainda, naquela noite de ventania, e ninguém entraria em seu quarto quando acordasse com o barulho, não teria uma pena ao lado de seu travesseiro. Ninguém teria dormido ao seu lado.

 

Foi arrancado de suas lembranças ao sentir seu agressor envolver seu pescoço com a mão, as suas ainda sendo firmemente presas acima da cabeça, impedindo-o de se defender.

 

Alguém? Qualquer um…

 

— Você devia brincar um pouco comigo. Se me distrair com algo interessante, posso te deixar viver por mais algumas horas.

 

Horas? Keiji quase riu pela oferta, questionando a própria sanidade. Conseguiria o efeito contrário se continuasse ignorando? Se fingisse não se importar? Impossível negar a realidade quando ela o tocava de forma tão imunda.

 

— Vamos tentar de novo? O que seu cinto representa?

 

— Castidade! – a resposta veio num grito por trás de Tendou, juntamente com um golpe em sua direção.

 

* * *

 

Oikawa entrou pela terceira vez no caminho do anjo, impedindo Kuroo de sair de perto da clareira, empurrando-o de volta para o centro cada vez que ele tentava correr.

 

— Onde pensa que vai com tanta pressa?

 

— Não tenho mais nada a tratar com você. – Kuroo tentou mais uma vez, sendo novamente impedido – Saia do caminho!

 

— Sabe que seu tempo acabou, não é? Essa é sua escolha? Acha mesmo que vão te perdoar tão facilmente? – Oikawa colocou em voz alta todas as dúvidas do anjo, recebendo uma careta em resposta – Salvar o padre agora não vai mudar nada.

 

— Você não sabe…

 

— Ora, vamos… ainda lhe resta esperança? Acha que terá o mesmo tratamento que Bokuto?

 

Não, ele não teria. Bokuto aprontou algumas e ele não só ajudou como atiçou para que tudo fosse mais divertido para si. No fim das contas, ainda tentou convencê-lo a ajudar em sua vingança contra os humanos. Bokuto negou, é claro. Tentou convencê-lo a parar, esquecer e seguir em frente, mas Kuroo havia colocado um pé além do limite aceitável e agora caminhava entre os dois lados. Os caminhos estavam se distanciando e Kuroo precisava escolher por onde seguir. Cada lado fez sua oferta e suas exigências. Nenhuma das duas o agradava de todo. A terceira opção era reencarnar; voltar a ser um humano, esquecer tudo e recomeçar. Aquela era a pior de todas as opções, pois sabia que os dois lados fariam de tudo para tornar sua futura vida um mar de provações. A última opção… ainda tinha mais uma?

 

Ahh, estava tão fodido!

 

Merecia o castigo, não negava. Mas saber que merecia não queria dizer que ia aceitar aquele destino sem contestar. Sem lutar até o último instante.

 

Bokuto conseguiu o perdão e saiu do castigo, pedindo antes de partir para que cuidasse do padre. Disse que ia tentar facilitar sua situação, mas ele não havia voltado ainda, não havia dado notícias, então não podia esperar sentado. Não sabia o que ia obter protegendo o padre, mas tentou por um tempo antes de pensar em desistir e fazer o contrário. Ia entregar Akaashi para os demônios como uma oferenda para suas boas-vindas, visando algumas mordomias em troca. Agora, Kuroo já não tinha mais certeza do que queria fazer.

 

— Sabe que ele te abandonou, não é? Seu amigo anjo. – Oikawa tentou provocá-lo mais uma vez, sempre caminhando à sua volta, impedindo-o de se afastar muito, dessa vez conseguindo uma resposta satisfatória.

 

— Eu também sou um anjo!

 

— Por hora… Quanto tempo acha que vai levar até perder as asas?

 

Tempo, tempo, tempo. Por que todos ficavam jogando em sua cara seu tempo restante? Sabia que estava no limite! Mas o que precisava fazer a seguir? O que era certo e errado? Por que a sua escolha não era a certa?

 

Primeiro precisava sair dali. Precisava de espaço para pensar. E buscar aquele padre imã de problemas também. O que faria com ele seria decidido depois.

 

Com esses pensamentos em foco lançou-se sobre Oikawa, espada e maça se chocando com força.

 

— Saia do caminho! – Kuroo não ia repetir a ordem. Era em vão tentar insistir. Teria que tirá-lo com as próprias mãos.

 

As armas se chocaram novamente, rápidas demais para um humano acompanhar com os olhos e estrondosas o suficiente para espantar os pássaros nas árvores. Kuroo estava com pressa e Oikawa brincava, rindo esnobe e desviando de alguns golpes, mas sendo atingido por outros. Nenhum queria dar o braço a torcer e qualquer deslize seria comemorado pelo oponente. Oikawa queria atrasá-lo enquanto Kuroo só queria uma brecha, o suficiente para se afastar, mesmo que fosse seguido depois.

 

Quando se afastaram após uma sequência intensa de golpes, Oikawa precisou se apoiar com a maça, vários cortes abertos pelos braços, tronco e rosto, por onde escorria um líquido fétido e gosmento, mas o anjo não estava em situação favorável, a lateral do corpo tendo sido atingida até esmagar. Se fosse humano, era bem possível que seus órgãos tivessem sido perfurados pelas costelas destroçadas.

 

Bastou um instante de distração para Kuroo conseguir arremessar o demônio longe, seguindo na direção de onde sentia a presença do padre. Era um rastro fraco e que cheirava a sangue conforme se aproximava, mas queria se prender a uma confiança quase sádica, torcendo para que Tendou decidisse se divertir e, com isso, mantivesse Akaashi vivo um pouco mais.


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Notas finais do capítulo

Akaashi vai parar de sofrer algum dia? Quem sabe...
A autora é sádica e gosta de fazer o personagem sofrer? Alguém ainda duvida disso? Huhuhu
Em breve teremos mais! Não deixem de comentar o que acharam!



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