Amor e Vingança-Reneslec escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 33
Cassie.




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P.O.V. Cassie.

Meu nome é Cassandra Volturi Rice. Eu sou mais uma bruxa do que qualquer outra coisa.

Odeio meu nome. O meu carro quebrou no meio do caminho para um lugar bastante remoto, então tive que caminhar e quando eu finalmente cheguei tava a maior confusão lá dentro.

O povo tudo brigando, rolando no chão, se xingando.

—Ei! Parem!

Não funcionou. Então, eu soltei um daqueles assovios que se faz colocando os dois dedos na boca e eles pararam imediatamente.

—Caramba meu, mas o que diabos é isso? Isso é uma escola ou um zoológico?

P.O.V. Sebastian.

Eu não acredito. Eu a vi ser rasgada por aquele monstro, ela morreu por mim. Para esconder os meus segredos, mas lá estava ela. Viva e chutando.

O cabelo estava obviamente mais curto, assim como as roupas, porém eu a reconheceria em qualquer lugar.

O vampiro, Dorian tentou compeli-la e aparentemente funcionou.

—Agora você vai voltar pra casa e...

—Mas, não vou mesmo! A sua compulsão não funcionou, sou uma bruxa.

Disse rindo.

—Então, porque fingir que funcionou?

—Porque é sempre engraçado ver a cara do povo.

—Você está bem? Parece que rolou na terra.

—O meu carro enguiçou. Tentei chamar o guincho, mas o meu telefone também parou de funcionar. Aquilo foi com certeza, magia.

Disse se sentando num dos degraus da escada.

—Alguém te atacou?

—Tipo isso. Acho que estava tentando me trazer pra cá ou me impedir de chegar. Sei lá.

P.O.V. Hope.

Com o feitiço que a Josie lançou todos lembraram de quem eu era, me reuni com a minha tia Freya, mas o Landon tá magoado e Raf também. Descobri que o Raf tem sentimentos românticos por mim e o Landon se sente traído por eu não ter contado quem eu era pra ele. E a Lizzie finalmente descobriu que o Sebastian existia de verdade e que o M.G. meio que estragou isso pra ela, mas não intencionalmente. Agora parece que todo mundo tá pistola com todo mundo.

—Onde está o seu carro?

—Muito longe. Belo lugar.

—Obrigado.

Agradeceu o Diretor Vardemus.

—Veio se matricular?

—É. É meio que o ponto. Minha mãe insistiu.

—Onde está o seu carro, senhorita?

—Não sei! Muito, muito longe. O motor morreu e começou a soltar fumaça, pegou fogo. Achei que ia explodir, então eu sai do carro. Foi eu sair e o fogo apagou.

—Sabe quem foi?

—Não. Mas, vou descobrir.

—Qual é o seu nome, senhorita?

—Cassie Rice.

—Cassie?

—Cassandra. Cassandra Volturi Rice.

—Oh, então é parente de Alec e Jane?

—Sou. Eles são meus bisavós, eu acho. Sei lá, chega numa hora que a gente perde a conta.

O Diretor mandou alguém para ir com ela buscar as malas. E o Dorian conseguiu trazer o carro dela.

—Vou deixar você se instalar.

—Obrigado, Dorian.

—O prazer foi meu.

P.O.V. Cassie.

Caramba! Meu apartamento todo consegue caber só nesse cômodo tipo, duas vezes. Eu tenho um bom relacionamento com os meus pais, mas com os amigos deles? Os amigos dos amigos deles? Não.

Coloquei as malas no chão, comecei a abrir e a colocar as coisas nas gavetas. Tirei meu casaco e minhas botas quando um cara aparece.

—Olá.

—Oi. Acho que você não deveria estar aqui.

—Eu não estaria se não fosse por você.

—Isso deveria ser uma cantada? 

—Como ainda está viva, Cassandra?

—Ahm, sou uma bruxa não Deus. Tenta perguntar pra Jesus.

P.O.V. Sebastian.

Ela parecia não se lembrar.

—Não se lembra de mim?

—Deveria? Olha, por favor eu estou suja, suada, cansada, amarrotada. Foi um dia ruim. E esta é a ala feminina, á menos que você seja gay, você não deveria estar aqui.

—Eu não sou gay.

Ela tinha uma folha enroscada nos belos fios dourados de seus cabelos. Me aproximei dela e delicadamente puxei a folha.

—Obrigado.

—O prazer foi meu. Adeus Cassandra, boa noite.

—Tchau, boa noite.

P.O.V. Cassie.

Eu não gosto do meu nome. Mas, quando ele falou... soou tão... lindo. Não sou dessas garotas que fica babando por qualquer cara, que se apaixona pelo primeiro que aparece no caminho, mas eu tenho certeza que desta vez eu babei.

Depois que ele saiu eu me xinguei mentalmente por agir daquele jeito tão... tolo.

—Idiota.

Peguei uma muda de roupa, e entrei embaixo do chuveiro. Me esfreguei bastante para tirar bem a sujeira, a terra, o suor. Tudo o que estava praticamente impregnado. Depois de me lavar, sai do chuveiro, me sequei e tive que secar o meu cabelo no secador. Dei uma ajeitada. Vesti o pijama, já que tava tarde e me deitei.

Dormi rápido e acordei mais rápido ainda. Acordei como sempre suada, assustada e com o coração acelerado.

 

Tive que tomar outro banho e sabia que não ia conseguir mais dormir. Então, eu fui até a cozinha ver se tinha como fazer chá. E tinha.

Enquanto fervia a água, o senhor Misterioso apareceu.

—Olá de novo.

—Jesus! Menino, você me assustou!

—Menino. Eu tenho 420 anos e você me chama de menino.

—Sério? Quatrocentos e vinte? Tá bem pra sua idade, ein?

—Agradeço.

Nós rimos.

—Eu to fazendo chá. Tá afim?

—Claro, uma xícara de chá seria bom.

—Estou oferecendo chá para um britânico. Que eu saiba britânicos tem mania de chá.

—Mania de chá.

P.O.V. Sebastian.

Ela então começou a cantar. Uma música tola.

—Um bom desaniversário pra mim, um bom desaniversário pra ti... vamos cumprimentar-nos com uma xícara de chá...

—O que é um desaniversário?

—Nunca leu Alice no País das Maravilhas?

—Não. Eu temo que não.

—Bem, todo dia que não é seu aniversário, é o seu desaniversário. E essa música toca na minha cabeça toda vez que eu faço chá e eu acabo cantando.

Disse colocando a xícara verde á minha frente.

—Mas, que lógica há nisso?

—Nenhuma. É literatura non-sense. E você não sabia o que era um desaniversário.... que tolo.

Eu ri.

—Sou um tolo então?

—Se você disse que é.

—Eu não disse que era.

—Mas, acabou de dizer.

Chegou num ponto da discussão em que eu simplesmente parei de discutir porque ela rebatia todo e qualquer argumento com algo ilógico e ainda assim plausível.

—Eu desisto.

—Lewis Carroll era mesmo um gênio.

—O que faz de pé? Em plena madrugada?

—Eu sofro de terror noturno. É um milagre que eu não acordei berrando e acordei todo mundo num raio de vinte quilômetros. E você?

—Não consegui dormir.

—Porque?

—Talvez porque estive dormindo por cento e quarenta e dois anos.

—Isso é horrível. As pessoas são uma merda.

—As pessoas são uma merda.

—Então, brilha brilha morceguinho, brilha bem devagarinho, desce desce vem pousar, cá no bule do meu chá.

Nós brindamos com o chá.

—Não sei como descordar.

—Não descorde.

—Morceguinho.

Disse rindo.

—Porque morceguinho?

—Nunca leu o Drácula, de Bram Stoker?

—Temo que não.

—Já leu algum livro?

—Já. Muitos.

—Nenhum que prestasse aparentemente.

—Aparentemente. Sobre o que era o seu pesadelo?

—Um monstro assassino me comendo viva.

Um monstro assassino. Coincidência. Ou não.

—Como era esse monstro?

—Era um monstro, feio com uma máscara esquisita como daqueles médicos da peste negra.

Médicos da peste negra.

—Você é hilária, sabia?

—Não sei porque, mas todo mundo me fala isso. Eu não me acho engraçada, me considero uma pessoa muito chata. Eu durmo cedo, como vegetais, sou uma nerd total e sou tão certinha que ás vezes eu me odeio.

—Não se odeie.

—E você por acaso tem um nome?

—Sebastian.

—Gostei. Nome de gente chique.

—Nome de gente chique, agora eu já ouvi tudo. Mas, se está acordada agora, acho que isso a tornaria tudo, mas chata.

—Você acha? Eu vou dormir sempre na mesma hora, por isso acordo de madrugada sempre na mesma hora. Quatro e quarenta e cinco da manhã. Em ponto.

—Impressionante.

—Parece que você é mesmo um peixe fora d'água.

E ela fez café da manhã para a escola inteira.

—Você é uma ótima cozinheira.

—Valeu.

—Como é o seu nome?

—Milton.

—Eu perguntei pra ele.

—Eita! Toma! A mulherada toda baba por você, mas ela não.

—Basicamente. Como é o seu nome?

—Meu nome é Milton Grisley, mas por favor, me chame de M.G.

—Meu nome é Cassandra Volturi, mas por favor, me chame de Cassie.

—Volturi? Você é uma vampira purpurina?

—Meu lado vampiro é um gene recessivo. E eu recentemente descobri que sou parte Faye.

—Faye? O que é Faye?

—Fada.

—Você é uma fada?

—Sou. Metade fada.

—Tem uma varinha?

—Você tem um caixão?

—Ai! Essa doeu, Milton.

Estávamos todos entretidos quando um apito começa a tocar e há aquela fumaça.

—Misericórdia! Aduatur!

As labaredas subiram a uma altura inimaginável. Até Cassandra as apagar.

—Caramba! 

—Ops.

—Elizabeth.

—Lizzie!

—Você fez aquilo? Porque?

—Porque sim.

—Tá bem, mas vou dizer isso e vou dizer só uma vez. Se afasta do meu fogão ou eu vou dar uma frigideirada na sua cara.

—O seu fogão? O fogão é propriedade da escola.

—Tem razão, mas estou cozinhando nele, fiz comida para um batalhão e tudo de graça, então... o fogão é meu!

—Como você pode ser uma fada?

—Meu pai é um Jumper e Jumpers tem o gene de fada. E uma vez á cada sei lá quanto tempo, nasce uma fada de verdade no meio de toda aquela gente humana, saltadora. E essa pessoa fui eu.

—Incrível. E o que você pode fazer?

—Coisas.

—Coisas? Tem asas ou chifres?

—Não. E porque uma fada teria chifres?

—A Malévola tem.

—A Malévola é um personagem fictício. Fadas podem se adaptar a qualquer padrão de beleza de qualquer dimensão. E... não sentimos dor de parto. Na verdade, uma fada amiga minha disse que é meio que um super orgasmo quando a criança sai.

—Caramba!

—Você já teve um filho?

—Não. Eu sou virgem. Então, á menos que eu seja tipo uma virgem Maria dois ponto zero, eu duvido.

Depois de aulas terrivelmente enfadonhas o grupo se reuniu para confraternizar.

—Cara, ás vezes eu queria que a escola sumisse.

—Oh, não.

—Oh, não o que? Porque essa expressão?

Cassandra começou a se contorcer.

—O que foi?

—Isso foi um desejo não foi, Lizzie? Foi. Eu sei que foi. Eu to sentindo.

—Um desejo?

Cassandra se contorcia como se tentasse conter algo.

—Ah, eu odeio ser parte fada!

Então, ela estalou os dedos e... a Escola Salvatore sumiu.

—Caramba!

—Oh, não! Não que coisa horrível! Maldito imperativo biológico!

—Imperativo biológico?

—Você não entende! Fadas realizam desejos! Sempre que alguém deseja alguma coisa com muita intensidade perto de mim, por mais que eu tente impedir, deter, conter... não funciona! O comichão toma conta do meu corpo e quando eu vejo... puf!

—Comichão?

—É um jeito de descrever. Do mesmo jeito que você tem a ânsia por beber o sangue dos outros te corroendo, eu tenho o meu comichão. É a mesma coisa. Mas, o meu anseio por realizar desejos intensos verbalizados de outras pessoas passa depois que eu realizo.

—Você fala muito difícil, sabia?

—É porque eu leio muito. Agora, alguém por favor, deseje que a Escola reapareça e com essas palavras por gentileza.

—Eu quero um dia sem aula.

—Que merda.


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