GirlFriend escrita por belith


Capítulo 5
5ª sentença: Conto de fadas.


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, queridxs leitorxs :) tudo bem com vocês?
Venho, enfim, finalizar um trabalho!
Agradeço todos que acompanharam essa história que, mesmo estando sendo (re)publicada, sofreu alterações na escrita para preencher lacunas em seu enredo. Embora muitos que acompanhavam não devem estar sabendo que ela retornou, é uma honra poder dividir com quem está acompanhando.

Agradeço a todos que favoritaram, comentaram (principalmente) e INCLUSIVE aos leitorxs fantasmas! Muito obrigada por lerem meu trabalho! Espero que, em algum momento da leitura, tenham se sentido felizes por estar o acompanhando.
É isso! Boa leitura :)



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#ND,

— Boa noite, Natsu. —Lisanna.

— Boa noite. —Embora tenha sido eu quem lhe chamou, agora que estamos aqui, não sei o que deveria dizer. Aliás, não sei como deveria, pois, o que preciso está na ponta da língua.

— Como foi hoje? —Questiona-me assim que me sento ao seu lado e não posso deixar de encará-la meio perdido, como foi? O quê? — Na casa da Lucy... vocês não foram visita-la hoje?

— Oh!? Sim! Sim, fomos! Foi divertido! —Sorri ao lembrar da pequena Layla. — Você iria adorar, eu acho.

— Como é a filha dela?

— Linda.

— Entendo. Você sempre gostou muito de crianças, não é?

— Sim...

— Você não precisa fazer rodeios, Natsu. Você quer... terminar, não é? — Sorriu simples. — Não precisa encarar essa situação como se fosse o fim do mundo, tudo bem? Na verdade, eu também estava pensando nisso. —Suspirou cansada, acredito que seja a primeira vez que a vejo fazer isso enquanto conversa comigo. — Acho que já não faz mais sentido estar ao lado de quem não se ama.

— Lisanna, não é como se eu não tivesse sentido nada por você.

— Eu sei disso e te agradeço sinceramente, mas... como posso dizer? Ela é tudo o que você sempre procurou, Natsu. —Meus olhos não puderam evitar fita-la assustado com sua afirmação. — Seja sincero consigo mesmo. Uma mulher que precisa da sua proteção, carinho... alguém que foi machucado e precisa adquirir confiança novamente... a Lucy é... a mulher ideal para você. Obvio, não estou dizendo que seja fraca, nada disso, eu meio que conheço a história dela e sei que fui rude quando a ofendi, irei me desculpar apropriadamente um dia.

— Um dia?

— Sim, não hoje, nem amanhã, mas um dia.

— Entendo.

— Você quer ficar com ela, não é? —Acaba sendo frustrante, essa habilidade de poder ver através de mim, mesmo assim, sou grato por tudo que vivemos, Lisanna.

— Sim.

— Então não tem nada de errado, Natsu! Por favor, não demonstre pena, afinal, você também não é o último homem da face da Terra, sabia?

— Oe! Não precisa fazer pouco caso agora que estamos terminando, entendeu? —Rimos, no fim, eu sempre gostei do lado brincalhão de Lisanna.

— Fique tranquilo. Eu realmente te amei. Mesmo que doa um pouco, reconheço que, diversas vezes, não fui a namorada que você precisava.

— Precisava?

— Numa explicação simples seria algo como: eu sou a mulher que faz o que você quer e Lucy, a que faz... o que você precisa. Entende? — Sorriu derrotada. — Eu não quero que pense que estou machucada, porque não estou, acredite. Além disso, eu já tinha desistido. Estivemos um bom tempo juntos e você nunca demonstrou o mínimo interesse possível de ir além e, desde que ela chegou... estava claro seu interesse.

— Uau.

— Tudo resolvido. Simples, né?

— Ah, talvez seja exatamente isso que odeio em você. — Disse com pesar, logo me levantando. — A maneira simples de resolver tudo. Tão lógico, frio, racional. Sei que é o que adultos fazem e que se eu fosse assim, talvez, seria um homem mais seguro, só que... sabe, Lisanna, às vezes... nós precisamos deixar nossas emoções comandarem tudo. Mesmo que isso signifique perder, completamente, o controle.

— Natsu...

— Anda, me dá um abraço. — Puxei-a para meus braços. — Você não precisa deixar que outros vejam.

Depois disso, Lisanna chorou como uma criança, repetindo várias vezes que eu não a merecia e que era errado a descartar dessa maneira, fazendo que ela mesma explicasse os motivos do nosso término e, sinceramente, concordo. Repeti várias e várias vezes que ela estava certa e que estava tudo bem me odiar, estava mesmo bem, eu merecia. Passamos muito tempo juntos, desde a infância? Não necessariamente como namorados, mas uma amizade duradoura, cumplice e, depois de todo esse tempo, deixa-la dessa maneira. Jamais irei esquecer o que vivemos, nossa história.

Quando suas lágrimas sessaram, assim como o sentimento ruim que guardava no peito, Lisanna disse que eu deveria procurar Lucy o mais rápido possível e dizer o que sentia, depois disso, foi embora sem olhar para trás. No final, eu não era bom o suficiente para você, Lisanna.

.

— Será que você ainda está acordada, Lucy?

 

#LH,

22h00min  — apartamento da Lucy

Quando nos separamos, fiquei paralisada, estava em choque. Ele havia acabado de me beijar?

— Desculpe, Lucy, mas não posso mais ignorar. — Seu rosto parecia tão brilhante, não sei explicar, o sorriso tão sincero e aliviado. O que significa isso? – Eu sei que talvez você não acredite, mas preciso te dizer que — Encarou-me corado — eu tô completa e perdidamente apaixonado por você, Lucy. Mesmo você dizendo mil e uma coisas sobre mim e Lisanna, está tudo bem. Ela me dispensou e disse que o cargo de namorada não lhe cabe. Por isso, Lucy, quero que saiba que eu quero você e vou fazer o impossível ser possível para tê-la ao meu lado. Eu só preciso saber se você me dá uma chance.

— D-Desculpe, você... você disse... apaixonado? Você? Por mim? — Senti meus olhos lacrimejarem. Essa certamente é uma brincadeira sem a menor graça. — Não ferra comigo. Apaixonado? Por uma mãe solteira? Uma mulher que foi estuprada e deserdada pelo pai? Não... ferra comigo, Natsu! — Caí de joelhos. Não é que eu duvide de suas palavras, mas se apaixonar por uma mulher como eu? Isso é impossível, Natsu.

— Lucy, escuta. — O mesmo se ajoelhou e segurou meu rosto com ambas as mãos — eu te amo desde a primeira vez que nos encontramos. Desde a primeira vez que ouvi sua voz, você... sempre é o que meus olhos estão procurando, sabe? Depois que te vi sorrir, Lucy, eu tive a certeza de que: quero proteger seu sorriso. Quero proteger a sua felicidade, quero estar ao seu lado e te fazer feliz, te completar como mulher. Mesmo se você disser não, acredite, eu me recusarei a desistir porque tamanha é minha paixão por você. Então, por favor, me dê uma chance. Eu quero ser o homem que vai te fazer feliz.

Não é como se não quisesse. A verdade é que faz tempo que eu havia percebido o poder das suas palavras sobre mim. Sua fidelidade. Seu sorriso. Seu calor. Sua preocupação, tudo isso é tão incrível que me assustava e por isso tentava me manter longe, sabendo que, uma vez que me agarre a tudo o que você oferece, estaria fadada a perde-lo, afinal, não é sempre assim? Tudo me foi tirado. Então...

— Natsu... — O abracei com todas as forças que tinha.

— Eu te amo, Lucy. — Sussurrou baixo.

Naquela noite eu só consegui lembrar do quão quente era seu abraço. Ficamos ali por um tempo que pareceu pouco diante de todo o choro contido que precisava liberar. Mas foi incrível, pois quando tudo acabou... em seu rosto um sorriso quente e acolhedor me acalmou e fez perceber que também era uma menina, uma mulher, uma colegial, mãe. Uma pessoa que como outra qualquer também pode amar e ser amada como mulher.

**

Seis meses depois

**

Era mais uma tarde no café da Mira, eu e Natsu estamos namorando há um tempo e, diferente do que pensei, não foi tão estranho. Claro, eu não entendo nada sobre romances, mas ... por ele... por nós, estava disposta a aprender. Soube que Lisanna conseguiu uma bolsa e foi estudar no Canadá, era seu sonho. Fiquei feliz. Ela me mandou um e-mail e desejou felicidades. Não gosto que coisas importantes sejam ditas via internet, mas compreendo que seria difícil para ela, depois de tudo que me falou, desejar felicidades pessoalmente.

16h52min

— Lucy! — Ouvi a voz do rosado, seguido da buzina do carro. Desde que estamos juntos, Natsu vem me pegar no serviço e vamos juntos buscar Layla. Quase o retrato de uma família perfeita, não é? Layla se mostrou muito positiva em relação ao nosso namoro e apegou-se rapidamente ao mesmo, tanto que, sempre pede para falar com Natsu antes de dormir e nos finais de semana damos um jeito de sair para brincar na praça ou até mesmo no shopping. É divertido! Na verdade, eu nunca pensei que fosse achar algo divertido.

— Está tudo bem, Lucy. Você pode ir. — Sorriu Mira-san — Mande um abraço para Layla-chan.

— Obrigada, Mira-san. Mando sim. Até mais! — Saí correndo, peguei minha bolsa e joguei o uniforme dentro. Natsu estava me esperando.

— Bom trabalho, Lucy. — Sorriu abrindo a porta do carro para mim e beijando meu rosto.

— Obrigada. — Disse um pouco sem graça. Mesmo tendo passado um tempo, ainda não consegui me acostumar com isso.

— Como foi? Cansada? — Questionou ligando o carro e dando partida.

— Não, o trabalho não cansa assim. Acho que eu deveria te perguntar se está cansado, não? Suas mãos estão bem machucadas, Natsu.

— Nah, estava montando um motor hoje, foi incrível. Esse tipo de coisa acontece, não estou cansado. – Sorriu – Queria saber se rola nosso cinema ao ar livre hoje? Fique tranquila, Layla pode ir conosco. E então?

— Hoje?

— Sim, hoje à noite. Prometo que estaremos em casa antes das 22h00min.

— Bobo! Hoje é sexta-feira, não trabalhos amanhã, está tudo bem. Você se arruma lá em casa?

— Se não for incômodo. — Sorriu de lado. Não demorou muito e chegamos à creche de Layla. Fomos juntos até o portão e assim que a pequena nos viu, correu em nossa direção, abaixamos e a mesma nos abraçou pelo pescoço, ficando no meio.

— Mamãe, papai, Layla estava com saudade! — A mesma disse sorrindo. Ela disse...

— Papai? — Questionei.

— Sim. Papai. Não? — A pequena me encarou perdida, eu até entendo que Natsu é ... meu namorado e que Layla gosta muito dele, mas...

— Oh! Parece que eu tenho permissão para pedir sua mamãe em casamento, não é mesmo? —Natsu sorria tranquilamente.

— Hai! — A pequena concordou sorrindo e se jogando nos braços do rosado.

— Layla, você não deveria... como posso dizer... — Sei que pode parecer errado de minha parte reclamar, compreendo o quão bom Natsu é para mim e minha filha, agradeço pelos sorrisos que lhe proporciona todos os dias, seu carinho para conosco, mas não quero que minhas responsabilidades e problemas sejam jogados em suas costas. O pai da minha filha é um homem sem escrúpulos, um criminoso, um monstro! Diversas vezes já pensei sobre, mas ainda não sei o que fazer, não sei como lidar com isso, eu...

— Lucy, está tudo bem. — Disse sério segurando minha mão. Essa paz que só você me trás... obrigada, Natsu.

Fomos para casa e nos arrumamos para o cinema. Layla estava animada, ao que parece, era um filme infantil. O cinema em questão é ao ar livre, cinema de estacionamento, tem alguns pela cidade, parece que nossos amigos também irão, isso só deixa tudo mais divertido.

18h40min ― cinema

— Nat-san, Nat-san! — Layla parecia animada.

— O que houve? — Questionou Natsu a colocando em meu colo.

— Eu vi a Juvia-san bem ali. — Apontou para o lado e, de fato, estavam todos no carro de Gajeel.

— Pessoal, vocês vieram mesmo! — Sorriu o rosado. Bem, eu não compreendo bem, é só um filme, nada demais, eles não precisavam vir... claro, hoje é nosso aniversário de namoro, são seis meses juntos... mesmo assim...

Conversamos um pouco e enfim, o filme estava para começar.

— Oh! Caramba! Eu me esqueci de comprar a pipoca! — Natsu pareceu assustado com seu próprio esquecimento.

— Não pre— fui interrompida por Layla.

— Pipoca! Pipoca! Pipoca! — Cantarolava.

— Layla!

— Mas eu gosto de pipoca, mamãe. — Choramingou.

— Está tudo bem, eu também gosto. — Em pouco o rosado já não estava perto, as luzes já estavam apagadas e os trailers de outros filmes rodavam antes do filme em questão.  No entanto, quando acabou a vinheta:

Hoje, antes do filme, teremos algo especial.

Esse texto estranho apareceu na tela. Todos que estavam no cinema começaram a cochichar e comigo não seria diferente, o que significava isso? Já passou em dez minutos o horário do filme.

Um rapaz nos pediu para passar aqui um texto para uma pessoa.

 

Simplesmente: estranho demais. Layla começou a me encarar sem entender. Apenas fiz que não com a cabeça, dizendo não compreender também do que se tratava. Afinal, eu realmente não sabia.

E esse texto diz:

Eu sei que nós não nos conhecemos há tanto tempo e sei que sou um cara bastante intrometido. Que diversas vezes você deve ter me achado só um moleque curioso brincando de ser adulto.

A verdade é que, de fato, eu era no começo. Mas, conforme passamos esses seis meses juntos, percebi que... meu amor por você não tem limites. Foi quando cheguei a uma conclusão. Decidi que deveria, enfim, agir como homem! É por isso que quero saber:

 

Lucy, você aceita se casar comigo?

— Natsu? — Questionei sozinha encarando aquela frase no telão do cinema. Então, em segundos um canhão de luz estava em cima de mim.

— Lucy! — A voz quente e travessa de Natsu atraiu meus olhos, ele estava do lado de fora do carro, ajoelhado, com uma caixa azul em mãos. — Você aceita se casar comigo? — Eu não sabia o que fazer, de repente, foi como se tudo que conseguisse ouvir fossem as batidas do meu coração e nada mais, ele estava tão bonito, tão radiante, eu sou... mesmo... merecedora de tamanha honra? Levantei e saí do carro com as poucas forças que me restavam nas pernas.

— Você... você tem... certeza disso?

— Talvez seja a única em toda vida! — Sorriu abrindo a mesma e revelando um anel de ouro branco, lindo! Ele o colocou em meu anelar direito e eu repeti o gesto com ele, Layla veio nos abraçar e depois disso assistimos o filme. Foi uma noite incrível, todos nossos amigos estavam presentes, pois iríamos jantar juntos. Acredito que tenha sido a melhor noite da minha vida, depois da noite em que dei à luz. Jamais me esqueceria disso.

23h28mim ― apartamento da Lucy.

— Bom, vocês estão entregues, Layla quase dormindo, acho que eu já posso ir embora. — Sorriu o mesmo.

— Nee, papai... – Assim que Layla o chamou, seus olhos voltaram em sua direção, a pequena já tinha tomado banho e estava de pijama. — Você e a mamãe não deviam dormir juntos? O papai e mamãe se amam! Layla quer os dois juntos para sempre. Mamãe, o papai tem que dormir aqui! — Choramingou com olhos lacrimejantes. Natsu me encarou um pouco em pânico.

— L-Layla, querida... — Tentei dizer, mas não tinha como.

— Não! Mamãe, você não ama o papai? Layla não quer que o papai vá embora!

— Eu vou ficar. — Por fim, disse. Seu olhar dizia “desculpe, Lucy”. – Vamos,  papai vai te colocar para dormir enquanto a mamãe toma banho, tudo bem?

— Hai... — Chorosa, acabou aceitando o colo do rosado. Ambos entraram para o quarto da mesma e assim como Natsu disse, fui tomar meu banho, mas não antes de arrumar minha cama e deixar uma camiseta para ele, como passa um tempo vindo aqui, tem várias roupas dele na casa. Após o banho, Natsu me esperava na sala, parecia preocupado.

— Ela dormiu? — Questionei me aproximando.

— Sim.

— Obrigada pelo trabalho duro. — Sorri sentando ao seu lado.

— Desculpe por acabar cedendo, mas pensei que ela fosse chorar e ficar triste, acabei em pânico, desculpe, Lucy. — Apoiando em seus joelhos, Natsu escondeu seu rosto entre as mãos.

— Está tudo bem. Quero dizer, — corei — nós... noivamos, não é?

— S-Sim... mas não quero que pense que eu, sei lá, eu... ah...desculpe...

— Se você ficar se desculpando vou acabar me sentindo mal, Natsu.

— Oh! Tudo bem.

— Separei sua roupa, está no banheiro. — Sorri levantando.

Saí da sala e fui me deitar. É um pouco... estranho? Digo, nós... dormirmos na mesma cama, mesmo minha cama sendo de casal, acho que nunca pensei que dividiria com outra pessoa a não ser minha filha. Estou um pouco nervosa. É tudo tão perfeito que acaba sendo inacreditável. Um homem que aceita minha filha, meu passado, meus defeitos, minhas crises, alguém que me acolheu e deu carinho, alguém que ama minha filha e me ama, que cuida de nós, que nos considera sua família, sem falar que: meu sogro é amável, se apaixonou por Layla e lhe trata com tanto amor. Eu acho que nunca imaginei isso...

— Lucy, está acordada? — Ouvi sua voz.

— Natsu? — Acho que acabei cochilando sem perceber.

— Desculpe, te acordei?

— Não, está tudo bem.

— Lucy, não encontro o futom para dormir. Devo ir para sala? — Questionou perdido.

— Quê? Natsu. – Corei – Nós... nós podemos dormir juntos, não?

— Quê?

— Não me venha com “quê?”, seu idiota! — Deitei e me cobri. Logo o mesmo também se deitou.

— Desculpa, é... só que eu não sabia se poderia mesmo dormir na mesma cama que você.

— Está tudo bem. B-Boa noite.

~10 minutos depois

Por alguma razão não consigo dormir, meu coração está batendo muito rápido.

— Lucy...

Hum?

— Está tudo bem... se eu te abraçar? — Perguntou rouco ao pé do ouvido, estranhamente, senti todo meu corpo em choque. O que... é isso? A voz dele sempre foi assim?

— S-Sim. — Corei. Assim que senti seus braços envolverem meu corpo foi como se estivesse sendo envolta por chamas, Natsu é quente. Sentir seu peitoral em minhas costas, suas coxas entre as minhas, seus braços em minha cintura... tão quente, acolhedor. Deslizei minha mão esquerda por cima da sua que segurava minha cintura... essa é a sensação de estar com a pessoa que se ama? Meu coração está batendo tão rápido que eu... sinto como se fosse explodir, chega a ser sufocante. Natsu pareceu me cheirar e isso foi... bom? — Ah... — acabei deixando um som estranho escapar quando o mesmo beijou meu pescoço. Antes que pudesse me questionar, senti... algo... na minha bunda. — N-Natsu... o que... o que... é...?

— Eu fiquei excitado, me perdoa. — O aperto em minha cintura aumentou e o mesmo parecia estar se escondendo. — Está tudo bem, logo vai abaixar. Só... me deixe ficar assim, por favor.

— ... Você... não acha que... isso pode ser doloroso? — Embora nunca tenha tido outra experiência após o ocorrido em minha adolescência, sempre li a respeito, acredito que nenhuma mulher deva se privar de saber sobre, muito pelo contrário, devemos estar a par de tudo e sempre nos prevenir, assim sendo, uma ereção à noite é bem normal nessa idade, somos jovens e... ele esperar isso se resolver sozinho é uma besteira, sei que não vai, não nessa circunstância.

— Lucy, eu... sinto muito, mas... é que... eu... eu realmente não sei o que fazer. Você é sexy e atraente e o seu corpo... o seu corpo parece... tão... perigoso. Macio. Eu... quero muito fazer amor com você, mas também quero respeitar seu tempo, é por isso que nesse momento me odeio muito, mas ... sabe? Eu sempre desejei dormir ao seu lado, te segurando em meus braços. Mesmo você duvidando, já que estou duro, é verdade, Lucy! Eu sempre desejei dormir abraçado com você. Mas... você... soltou um gemido... tão... — ofegou entre sua fala e senti sua ereção pulsar entre minhas pernas.

— Natsu...

— Eu te amo, Lucy. — Sussurrou baixo — Te amo muito! É errado querer fazer amor com você? Por favor, me diga. — A expressão preocupada, seu corpo tremendo e sua ereção pulsando, mas... mais que isso, perceber essa preocupação, ele... não deve existir.

— Não, não é errado. — Acariciei seu rosto, voltando meu corpo em sua direção. — Mas, seria pedir muito que você tivesse cuidado? — Corei.

— Seria uma honra, Lucy.

Com cuidado e calma, seus lábios tomaram os meus num beijo casto e apaixonado, talvez tenha sido nosso melhor beijo. Enquanto sua mão esquerda apertava minha cintura de levei a minha ao seu ombro onde acabei arranhando, minhas unhas estão um pouco grandes. Nosso beijo foi lento, mas não demorou para que ficasse quente e mais necessitado, Natsu abriu minha boca com o polegar e sua língua adentrou a mesma com cuidado, me ensinando os movimentos, não sabia mais o que estava acontecendo, era como se minha mente estivesse sendo envolta de uma fumaça, como se tudo que pudesse me concentrar fossem as sensações que esse beijo me causava. Afastamo-nos por falta de ar, seus olhos estavam banhados em luxúria e seu rosto havia adquirido um leve rubor, posso sentir a temperatura de seu corpo mais alta, é... viciante. Seu cheiro, toque, voz. Tudo. Sinto como se fosse ser consumida por ele a qualquer momento. Essa expressão séria o deixa... excitante, como se fogo corresse em todo meu corpo. Sua boca trilhou um caminho perigoso por meu pescoço descendo à clavícula e logo busto, é um pouco embaraçoso, mas seu toque me faz estremecer, mesmo querendo que pare, é como se fosse impossível. Seios, barriga, virilha, coxas... minha intimidade. Natsu tomou tudo para si e marcou —com posse— cada pedaço do meu corpo, pode parecer um pouco vulgar, mas fiz o mesmo, evidenciando que, ao menos essa noite, ele foi meu. Ambos desejamos ser completamente um do outro. Meus gemidos foram abafados pelos lábios receptivos de Natsu em beijos cumplices para que Layla não acordasse. Não foi sexo, sim amor. A dor inicial nem se comparou ao prazer que esse homem me proporcionou. Nessa noite descobri o prazer que a pessoa amada pode lhe proporcionar, limpando qualquer mágoa referente àquela noite. Obrigada, Natsu Dragneel.

*

Três meses depois

*

#JL,

— Lucy-san, está tudo bem, você está linda! —Sorri para noiva que não parava de tremer. — Perceba, se começar a suar, sua maquiagem irá borrar e terei todo o trabalho novamente.

— Desculpe, Juvia! Mas eu, Kamisama, não sei o que fazer.

— Nesse momento você precisa se acalmar e não se esquecer de segurar o vestido para não cair, tudo bem? — Sorri lhe ajudando a descer do carro.

Sempre fui uma mulher romântica e nunca duvidei que, para toda mulher existe um final feliz, por mais trágico que o conto possa ser, no final, certamente, algo daria certo Eu e Natsu nos desdobramos em mil e, enfim, conseguimos aquilo que queríamos: devolver à Lucy, tudo que lhe foi tirado. Quando vi seus olhos encherem-se de água diante do senhor que lhe esperava do lado de fora do carro, quando vi as maçãs do rosto adquirirem aquele adorável e emocionante rubor, tive a certeza de que não errei em minha escolha.

— P-Papai? — Questionou ao encarar Jude Heartfilia de pé, esperando-a, trajando um terno grafite com gravata preta. Ambos estavam prestes a chorar, mas não poderiam, não agora.

— Querida, por favor, não chore. — O mais velho segurou suas mãos e as beijou com cuidado. — Você me permitiria acompanha-la até o altar? — Questionou com olhos lacrimejantes. No começo pensei que ela poderia recusar e agora retribuir tudo que seu progenitor lhe fez, no entanto, é verdade que Lucy-san é uma pessoa amável. Tinha certeza de que ela não decepcionaria.

— Claro, papai. — Sorriu feio a criança que Lucy não pôde ser.

A noiva não poderia estar mais linda, a Igrejinha não poderia estar melhor decorada, assim como, Natsu não conseguiria, em hipótese alguma, sorrir mais intensa e brilhantemente, era como uma outra criança. A celebração do casamento foi simples e importante. Todos nós —amigos do colégio— estávamos presentes e prestigiamos nossos amigos. Eu sei que é até duvidoso vindo de minha pessoa, mas sinto como se ambos fossem feitos um para o outro. Uma menina que se forçou à tornar-se mulher. Uma princesa que da noite para o dia virou plebeia. A filha órfã que se torna mãe. Uma vida de luxo deixada para trás, a herdeira deserdada, tudo isso... o estupro. A violência contra essa menina mulher. Uma história tão sofrida, cheia de altos e baixos e mesmo após tudo isso, mesmo quando tudo estava caindo, essa mulher, como uma fada, voou. Lucy, essa é você! Uma verdadeira fada que por onde passa deixa um rastro de luz!

— Somente princesas de verdade têm um final feliz. — Sorri adentrando à Igreja para presenciar um final que, certamente, contaria com um...

— Natsu Dragneel, você aceita Lucy Heartfilia como sua esposa?

— Sim. — Sorriu o rosado.

— E você, Lucy Heartfilia, aceita Natsu Dragneel como seu esposo?

— Sim. — Respondeu entre lágrimas.

— Pelos poderes confiados a mim, eu vos declaro, marido e mulher. Natsu Dragneel, pode beijar sua noiva. — A benção foi, aos dois, concedida e a cerimônia terminou com um beijo para lá de romântico.

— E viveram felizes para sempre. — Sussurrei atirando os grãos de arroz sobre o casal que caminhava, segurando Layla no colo.

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10 anos depois

— Layla, e então, minha filha?

— Parabéns, papai! O senhor vai ser pai outra vez! — Sorriu a pequena se jogando nos braços do pai e logo atrás, Lucy apareceu com olhos cheios de lágrimas.

— Obrigado, Lucy. Por me deixar ser pai novamente. Obrigado, Lucy. — Chorou o rosado abraçando as duas mulheres de sua vida.

E viveram felizes (para sempre) até que a morte os separe.


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Notas finais do capítulo

Mais um ciclo que se encerra ;-; obrigada, de coração!
Aqueles que tiverem interesse em comentar, estarei ansiosa para responder os comentários! Mas, é óbvio, que muitos só vão ler e não dizer nada, porque comentar é trabalhoso. Eu compreendo mesmo assim!
Agradeço da mesma forma.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx OBRIGADA xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx



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