— Me explica isso direito. – Kenedy estava confuso.

— Eu estava amarrando meu cavalo e um militar me atacou. Ele sabia meu nome. Se não me engano, conheço ele de algum lugar.

— O representante da Tropa Militar... – O garoto encaixou as peças. – Mikaela, me desculpa. Ele estava na formatura e me perguntou de você, eu estranhei, então não respondi, mas ele deve ter perguntado pra mais alguém.

— Então foi isso. Tudo bem, Kenedy. Agora precisamos ser rápidos. – A mulher trancou a sacada. – Estranhei que estivessem sumindo alguns arquivos... devem ter sido alguns militares corruptos que roubaram. Mas agora me responde: Por que ainda está com o uniforme de cadete?

— Eu... quero ser duplo também.

Mikaela ficou um pouco surpresa. O garoto continuou:

— Você me inspirou a isso. Mas não consegui o consentimento de nenhum representante lá.

— Eles não entendem muito bem. É melhor falar direto com Pixis e Erwin. Podemos fazer isso no caminho. – A mulher foi até seu quarto e voltou, jogando uma jaqueta para Kenedy. – Aqui... Veste essa. Foi minha primeira, então não veio no tamanho certo. Vai servir em você.

Kenedy pegou a jaqueta e viu nela os símbolos das duas tropas. Ficou feliz.

— Considere um presente. – A mulher sorriu para ele. – Parabéns pela formatura. Agora precisamos ir.

Kenedy pegou uma bolsa e saiu com Mikaela, eles conversavam no caminho até os cavalos, em passos rápidos.

— Ele falou algo a respeito do garoto titã. Acredito que queiram sequestra-lo por algum motivo. O que significa que a Tropa de Exploração está conta o governo. – O garoto apenas ouvia a mulher falar e a acompanhava. – Vou avisar Erwin sobre isso e assim já conversamos com ele sobre você.

Quando chegaram no local dos cavalos, o militar não estava mais lá. Era madrugada e lua ajudava os postes a iluminar as ruas. Kenedy arrumou seu cavalo e os dois saíram. Erwin estava longe, então chegariam ao nascer do sol.

— Aquele policial vai falar sobre mim e sabe que você está comigo. O que significa que estaremos sendo procurados assim que os jornais saírem de manhã.

— Que reviravolta foi essa?

— É provável que queiram dissolver a Exploração daqui uns dias, então Erwin vai ser preso. Supondo o que conheço dele, ele não vai rejeitar. Já deve estar planejando algo.

— Entendi. Então o que vamos fazer?

Era por volta das 06 horas quando chegaram. Os jornais sairiam às 07. Amarraram seus cavalos na praça e foram até a casa de Erwin.

O capitão abriu a porta. Estava com os cabelos um pouco bagunçados. Provavelmente, tinha levantado a poucos minutos.

— Cabo Sulyn?

— Senhor. – Mikaela fez sentido, oferecendo o coração. Kenedy a acompanhou na ação. – Tenho uma informação importante.

— Entrem.

Os dois entraram e se sentaram.

— Pode falar.

— Eren está em treinamento com Hanji e Levi, certo? – O homem consentiu com a cabeça. – Ontem de noite fui atacada por um militar que sabia que eu sou aliada nas tropas. No meio da luta ele me disse que estão atrás do Eren.

Erwin ficou surpreso. Escreveu um aviso para ser enviado para a equipe. Um soldado iria á enviar em algum horário combinado.

— Eles serão avisados. Sabe o que está acontecendo, não é, Mikaela? Sabe o que está por vir.

— Sim, senhor. Vou dar o meu melhor para ajuda-los.

— Isso é bom. – Erwin fez uma pausa na conversa. – Mais alguma coisa?

— Esse é meu estagiário, Kenedy Oliver. – Mikaela se referiu ao garoto.

— Senhor. – Kenedy disse, como um cumprimento.

O capitão assentiu com a cabeça para o garoto.

— Sua formatura foi ontem, mas ele não conseguiu ingressar em nenhuma tropa, com o desejo de ser duplo, como eu. Assim, decidi que seria melhor conversarmos com você sobre isso, pra que aceite ele na tropa, com aliação nas Estacionárias.

— Já conversou com Pixis sobre isso? Sabe que ele é rigoroso.

— Não senhor. Mas suponho que já esteja considerando a situação, pois converso muito sobre o garoto com ele.

— Certo, eu aceito. Como você é cabo, ele estará sob seus cuidados.

— Isso quer dizer que consegui? – Kenedy estava um tanto animado, mas seu sorriso foi cortado pela seriedade de Erwin.

— Não me desaponte, garoto.

— Ah... Sim, senhor!

— Kenedy. – Mikaela falou. – Me espere na porta. Ainda tenho coisas pra resolver.

O garoto esperou a mulher do lado de fora, e depois de alguns minutos ela saiu.

Em uma pousada próxima à casa de Erwin:

— Vamos ter que ficar aqui por um tempo. Tem muita coisa acontecendo, então vamos cobrir Erwin, caso algo aconteça, mas isso sem sermos percebidos e nem interferir no trabalho da polícia. Estão atrás de Eren e História: o garoto que se transforma e a garota que tem sangue real. Não sabemos o que querem, mas precisamos ajudar de alguma forma. Ele me disse que a Exploração foi congelada pelo governo central.

— O que?? E vamos continuar agindo? – Kenedy estava surpreso.

Mikaela espiou pela janela e viu Erwin sair acompanhado pela polícia.

— Ele acabou de ser solicitado.

— Estamos contra o governo?

Mikaela foi até o garoto. Sua forma de agir estava mais cautelosa que nos dias normais. Kenedy percebia que ela estava séria.

— Você quis entrar, não foi? É assim que o jogo está agora. Se quiser desistir pode ir pra padaria dos seus pais.

— Não, eu... Eu estou com você. Não, vou desistir.

— Que bom.

Alguns dias se passaram e Mikaela e Kenedy ficaram de olho no lugar em que Erwin estava, supondo que a polícia poderia tentar sequestra-lo ou assassina-lo. Conforme as informações sobre o que estava acontecendo chegavam para o capitão, eles formavam um plano.

— Vamos para as Estacionárias agora. Erwin foi preso.

— Ok.

Na casa de Pixis:

— Antes de qualquer coisa, preciso saber se aceita o Kenedy na tropa como aliado.

— Mikaela, você entende porque te aceitei, não é? Eu não quero um esquadrão de aliados. Você foi uma exceção. Tanto, que não me envolvo nos seus casos.

— Pixis, ele é meu estagiário. Vou cuidar e ensinar ele. Você sabe que sou responsável.

Kenedy apenas observava a conversa. Pixis parecia estressado, estava com uma garrafa de alguma bebida alcoólica na mão.

— Ele não tem nem 20 anos. O que sabe sobre experiência, pra ser um aliado? Um erro dele pode congelar a tropa.

— Ele vai estar comigo! Você não estava considerando a situação? – Mikaela aumentou o tom de voz.

— Não perca a compostura comigo, só porque já fui seu mentor, soldado.

A mulher olhou para a garrafa na mão do homem, e estava prestes a com brutalidade, mas a Kenedy a segurou pelo braço e a olhou nos olhos. Mikaela parou e Kenedy tomou a frente.

— Com todo respeito, Pix- Interrompeu. – Senhor. - Sei que Mikaela tem capacidade suficiente pra me ensinar. – O garoto estava bravo. - Também não sou ingênuo o suficiente pra não aprender, ainda mais com uma pessoa com a personalidade dela. Ela não me permite sair da linha e já sabe como lidar comigo.

Pixis apenas olhava o garoto e bebia. Mikaela estava perceptivelmente incomodada. Kenedy continuou:

— Sei que posso me tornar um bom soldado com ela, então, peço pra que me aceite na tropa e me permita ser aliado.

— Bom. Só estava esperando você ter alguma iniciativa.

— O que? – A mulher ficou surpresa.

— Você está aceito. – Pixis falou para o garoto.