Alguém me salve destas bestas!! escrita por Lili Rosen


Capítulo 1
Desastres e Poções


Notas iniciais do capítulo

Supostamente isto ia ser um oneshot, mas começou a ficar muito longo, pelo que optei por dividi-lo em partes mais curtas e assim poder manter o suspense.
É o meu primeiro Dramione, espero que gostem.



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Capítulo 1: Desastres e Poções

 

A aula de poções transcorria tranquilamente, se por tranquilo se assumisse o facto de a sala ainda não ter explodido… então, sem dúvida alguma a aula estava a correr extremamente bem. O que pensando bem, era um grande avanço em comparação com a da semana anterior, e iria continuar assim desde que Neville conseguisse evitar que as suas mãos tremessem ao colocar as gotas de essência de mandrágora dentro do caldeirão.

 

O Mestre de Poções levantou-se do seu assento e começou a caminhar entre as fileiras de mesas de trabalho para poder vigiar os alunos e impedir futuros desastres. À medida que se aproximava ao local onde o tímido leão elaborava a sua poção, as mãos do menino iam tremendo cada vez mais e mais.

 

“Uma, duas e três… pronto… perfeito… quatro… pára, pára… cinco… imbecil… seis, sete… vais explodir o caldeirão, idiota… oito, nove… merda… dez…”, gritou Severus na sua mente, invocando rapidamente um escudo, no entanto não foi o suficientemente rápido para cobrir todos os estudantes, apenas uma grande maioria.

 

A explosão de vapores rosados, líquidos multicolores e cheiro nauseabundo tomou conta de cada canto da sala. Três estudantes viram-se cobertos pela substância viscosa de odor vomitativo. O professor invocou um frasco e armazenou uma amostra da poção falhada e de seguida lançou um feitiço que esvaziou o caldeirão. Não queria que na sua ausência alguém tivesse a brilhante ideia de tentar “brincar” com os efeitos da poção, como já acontecera em situações anteriores e com resultados que beiravam a catástrofe. Guardou o frasco no bolso.

 

― Devido à inaptidão do estudante Longbottom ao realizar uma poção tão simples, irei acompanhá-los à enfermaria. ― Apontando para o trio de pobres desgraçados que se contorciam devido à comichão que a poção lhes começava a causar. ― Jovem Malfoy, fica a cargo da turma na minha ausência e tem autoridade de retirar pontos, caso ache necessário.

 

Draco sorriu tal qual o gato Cheshire do livro “Alice no País das Maravilhas” e aceitou, o encargo que o seu Chefe de Casa lhe encomendara, feliz da vida.

 

― Não posso crer que vamos ter que passar uma hora a aturar as palermices do furão ― reclamou Ron com uma expressão de pura indignação.

 

― Shh! ― Hermione mandou calar o amigo. ― Não nos podemos dar ao luxo de lhe dar mais lenha para queimar. Se nos mantivermos quietinhos até Snape voltar, não há forma de que ele possa tirar pontos a Gryffindor.

 

― A sério, Mione? Esse é o problema?! ― Ron cruzou os braços amuado.

 

O tempo parecia correr lentamente, minutos pareciam horas. Draco estava aborrecido pela falta de reação dos colegas. Queria usar o poder que o seu padrinho lhe cedera, mas se os leões não faziam nada, ele não teria razões para usurpar nem um único ponto à casa rival e isso seria um autêntico desperdício.

 

O loiro aproximou-se aos seus amigos e murmurou algo que Harry não alcançou a escutar. O Escolhido estava convencido de que o Slytherin não ficaria quieto e que em breve sairia com um plano para lhe atazanar o juízo. Vamos lá! Sabem que é verdade, não é como se Harry sofresse de um complexo de perseguição...!

 

Blaise assentiu às palavras do Príncipe de Gelo e levantou-se para logo se dirigir à mesa do Trio de Ouro. Um insulto aqui, uma piada acolá e voilá… Ron entrou em fúria, parecendo brilhar de raiva como se de uma Árvore de Natal se tratasse e levantou-se do assento de varinha em punho. Os feitiços começaram a voar pela sala e Draco começou a baixar pontos da casa dos gatinhos violentos com a mesma facilidade com que roubaria um doce a uma criança.

 

― Dez pontos de Gryffindor!

 

― Ron, pára! ― Hermione puxava a manga da túnica do ruivo, mas este ignorava-a e continuava a devolver os ataques do garoto de pele escura.

 

― Vinte pontos de Gryffindor! ― exclamou Draco com um sorriso de vitória. “Sim, continua, pobretão… assim posso acabar com todos os pontos da tua casa”, pensou o loiro.

 

Um feitiço passou demasiado perto de Draco e este moveu-se para o lado direito, desviando-se com êxito, mas perdendo uns quantos fios de cabelo por culpa de Ron.

 

― Cinquenta pontos! Acaso queres matar alguém, doninha? ― gritou o jovem de olhos prateados completamente fora de si.

 

― Pára, Ron, por favor… Já perdemos oitenta pontos, se continuar assim… Slytherin vai ultrapassar-nos ― gritou Hermione, esperando que a sua voz alcançasse a ser escutada sobre os ruídos do choque dos feitiços dos dois duelistas.

 

Os restantes estudantes ao verem que o último choque de luzes havia alcançado o teto, tomaram abrigo debaixo das mesas. Mas, ao contrário do que esperavam, os feitiços combinados não tinham quebrado o teto e em vez disso haviam sido refletidos por um feitiço escudo que sabe-se lá quem invocou. Os feitiços atingiram o interior do caldeirão que repousava inocentemente atrás da serpente albina, fazendo o conteúdo saltar bem alto e cair com força bem em cima de Draco, encharcando-o dos pés à cabeça.

 

Uma luz envolveu o adolescente que gritou de agonia. A aura dissipou-se revelando um pequeno menino loiro de aparentes cinco anos, cujas roupas, grandes demais para o seu pequeno e delicado corpito, caíram no solo, ficando coberto unicamente pela camisa que teimava em escorregar e deixar o ombro esquerdo da criança descoberto.

 

― Waah!! Que fofo! ― exclamaram as meninas, abandonando os seus esconderijos e aproximando-se à criança.

 

― Fofo? Eu não sou fofo, sou um Malfoy! ― exclamou a criança com o peito inflado pelo orgulho.

 

― Claro que és o Malfoy, seu filho da…

 

Plash!! O som ensurdecedor da chapada que a única mulher do Trio de Ouro infligiu ao adolescente de olhos tão azuis como o céu sem nuvens, deixou o menino pasmo de surpresa.

 

― Como podes sequer pensar em dizer tal coisa a uma criança inocente? ― perguntou Hermione abraçando o menino fortemente contra o seu peito avantajado.

 

“Acaso a sangue-ruim pensa que agora tenho a mentalidade de um fedelho?”, pensou o loirinho com a cara espalmada no meio dos seios da leoa. “Ainda que… isso pode vir a calhar...”, Draco aproveitando a infantilidade da sua condição começou a soltar umas lágrimas. “Ora! Pensei que ia demorar mais tempo… o choro veio facilmente. Será por culpa deste corpo?”

 

― Viste, sua abécula ao quadrado! Assustaste-o! ― gritou Hermione ao sentir a blusa húmida pelo silencioso pranto do menor, que tremia fortemente entre os seus braços e agarrava com força o tecido do blazer.

 

A Gryffindor afastou o pequeno do seu peito e enfeitiçou as roupas do mesmo para que se ajustassem à sua nova estrutura.

 

“Hmm… Ora , ora! Quem diria que Granger seria uma mulher tão ousada… Lingerie vermelha não é para todas! A Pansy fica horrorosa de vermelho… e de verde… e de preto…  e de branco… Em suma, Pansy não fica bem de lingerie. Deveria simplesmente vestir um saco de batatas e estava feito”, Draco escondeu o sorriso traquina, baixando a cabeça e fingindo secar as lágrimas.

 

Draco dava graças ao facto de que o seu novo corpo não possuía a mesma concentração de hormonas que o da sua versão adolescente, pois caso contrário estaria agora mesmo muito ocupado a tentar explicar a todos os presentes porque uma criança de cinco anos estava a sofrer uma ereção. Nunca nem nos seus sonhos mais loucos teria imaginado que a imagem mental de Hermione Granger em lingerie vermelha deitada na sua cama de finos lençóis de seda negra poderia ser tão sexy. Se ficava tão emocionado só com imaginar, como seria realmente ver isso?

 

A jovem de cabelos castanhos e ondulados pegou no menino ao colo e saiu da sala para se dirigir apressadamente à enfermaria. Pelo caminho a serpente continuava perdida nos seus pensamentos.

 

“Pára, Draco, pára! És um Malfoy… mas o que é que eu estou para aqui a pensar?! É Granger, o dicionário com patas, a namorada do pobretão, melhor amiga daquela cabeça rachada!? Como posso sequer pensar que ela é sexy? Seria como dizer que McGonagall é uma sex idol… trauma… fiquei traumatizado… acho que o meu cérebro acabou de sofrer um curto-circuito.”

 

Hermione parou e perguntou preocupada se estava tudo bem, ao ver a criança levar as mãos à cabeça e abaná-la de um lado para o outro.

 

“Merda! O que é que eu faço agora?”

 

― Draco tem dói dói! ― O loirinho queria um buraco para se esconder até que a Morte resolvesse ter piedade dele e o levasse para o plano espiritual.

 

“A sério? Dói dói? Não conseguias pensar em nada melhor, cabeça idiota?”, Draco gritava e puxava os próprios cabelos interiormente.

 

― Coitadinho, espera só um pouquinho que a enfermeira já te atende ― disse Hermione, retomando os seus passos e quase correndo a distância que os separava da enfermaria.

 

“Colou!? Uau! Sou ainda melhor ator do que pensava… mas claro que sou. Sou um Malfoy!”

 

oOo

 

Madame Pomfrey corria atarefadamente de um lado para o outro na enfermaria do castelo. Parecia que todos em Hogwarts tinham resolvido tirar o dia para importuná-la, por este andar ficaria sem camas antes de que soasse a campainha a anunciar o intervalo de almoço.

 

― Madame Pomfrey, como estão esse bando de cabeças ocas? ― perguntou Severus sem tato algum, espreitando para uma cama por de cima do ombro da mulher, que se encontrava debruçada sobre um dos seus pacientes.

 

― Agora estão estáveis, os efeitos deverão desaparecer totalmente em coisa de dois, três dias no máximo ― respondeu a mulher ignorando deliberadamente o palavreado do homem. Por norma teria defendido os estudantes, mas estava demasiado exausta para poder oferecer qualquer tipo de argumento por mais simples que este fosse. Só queria que o dia acabasse para poder por fim tomar o seu merecido descanso e ter uma boa noite de sono.

 

Pensando que aqueles eram os últimos pacientes dessa manhã, a enfermeira trancou o armário de poções e escapuliu-se para o seu escritório, onde tomaria uma pequena sesta, mas como nada corria como ela queria… pela porta da enfermaria entrou um peculiar par.

 

― Madame Pomfrey, Professor Snape, houve um pequeno acidente ― disse a leoa tentando não perder a voz ao ser confrontada com dois pares de olhos que refletiam emoções distintas mas igualmente perturbadoras.

 

A enfermeira aparentemente estava zangada com ela, ainda que ela não fizesse ideia alguma do motivo. Verdade seja dita, a mulher ainda nem processara de todo o que via. As suas emoções estavam em modo automático e ao ver o seu sono interrompido e adiado, uma vez mais, a mulher deixou transparecer no seu rosto o desejo de matar todo aquele que se atravesse a entrar pela porta da enfermaria, pelo menos assim assegurar-se-ia de ter um bom descanso… em Azkaban, mas descanso no fim de contas.

 

Já o Mestre de Poções, parecia horrorizado. Nunca em todo o tempo que estudara no castelo, Hermione havia visto uma expressão semelhante no rosto do professor. Se não o conhecesse melhor… pensaria que o homem estava à beira de sofrer um ataque de coração.

 

― Draco?! ― Severus caminha entre cambaleios e pára à frente do pequeno de cabelos platinados, que escondia o rosto entres os seios de Hermione. ― Draco?! És tu, Draco?

 

O menino vira o rosto ao escutar a voz e olha para o adulto.

 

― Pad’inho Sevi? ― A jovem de cabelos ondulados afoga um risito com dificuldade ao escutar a alcunha carinhosa.

 

Poom!! O Mestre de Poções caiu desacordado para trás.

 

Afortunadamente, havia uma cama mesmo ao pé dele, ainda que esta já estivesse ocupada, mas não é como se o paciente se fosse importar, sendo que estava sob o efeito de uma poção de sono, certo!?


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