Miríade escrita por Melry Oliver


Capítulo 5
5. Supermercado, diversão e guerra?




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‘‘Michael Christopher Campion era um cantor australiano que decolou no mundo da música ainda na infância, seu último álbum vendeu milhões de copias pelo mundo o tornando o astro do momento, de fama internacional sua vida fora dos holofotes assim como a carreira era uma gama de alvo dos meios de comunicação.’’.

Como eu sabia disso?

Bem, as revistas eram informativas.

Pela visão periférica, eu notei o movimento de um garoto quase albino descer as escadas mais rápido do que o normal.

— Hora de ir às compras. – Sorriu de orelha a orelha.

Eu sabia o porquê de Ethan estar tão empolgado, às vezes eu tinha por tarefa fazer as compras dos mantimentos da casa e na maioria das vezes, na verdade muitas das vezes meu irmão não perdia a oportunidade de me acompanhar.

O movimento no supermercado estava fraco os corredores calmos e sem aglomerações o que eu agradeci aos céus por tal realidade.

— Qual é Destinee, vamos logo para a sessão de guloseimas. – falou impaciente, enquanto eu conferia a lista de compras.

— Não.  Primeiro os alimentos. – Decretei.

Ele revirou os olhos.

Depois de circularmos pelos corredores atrás dos itens da lista, o carrinho estava cheio de alimentos nutritivos, frutas, legumes e verduras, os enlatados eram contados a dedo, minha mãe possuía conceitos fixos quando se tratava deles.

Finalmente nós fomos para a sessão de guloseimas, cheia de prateleiras delicinhas com produtos industrializados. – Olhei para os salgadinhos. Ethan se encarregou de pegar algumas batatas ruffles, cheetos, doritos e jogou os pacotes no carrinho.

Ao fitar os meus queridinhos pringles. – Procurei o meu sabor preferido, os encontrei facilmente perto dos cereais açucarados, com a intenção de recrutá-los eu conduzir o braço em sua direção, ao sentir minha mão se chocar em uma superfície macia e pálida, de maneira distinta eu a encolhi – inconscientemente levantei o olhar para a figura física que não fora detectada em sua aproximação repentina. – Seus olhos miravam-me de maneira inquisitiva com um sorriso brincando nos cantos, era mais uma frequentadora da minha escola, no entanto antes que eu pudesse falar um oi, a garota se afastou.

Dei de ombros e continuei o que eu estava fazendo e capturei mais algumas guloseimas finais, o carrinho já estava lotado.

— Quer empurrar o carrinho Ethan? Ele olhou para as compras, jogou o cabelo para o lado e respondeu.

— Não. Obrigado.

Suspirei ajeitando a bolsa no ombro e seguir até o caixa, em minha passagem, digitei uma mensagem de texto à minha mãe.

Tive um deslumbre de um movimento notório de um jovem na direção oposta à que eu estava, ele escondia o rosto propositalmente com o boné, o pescoço alvo se destacava na camisa  preta de mangas em sua caminhada até a saída.

Eu empurrava o carrinho com as compras devidamente prontas para locomoção, Sarah me ajudou a colocá-las no carro para depois assumir o volante, logo nós estávamos fora dos limites do supermercado, Ethan se mantinha distraído com o grande pacote de doritos na mão.

Quando entramos na rua de localização da minha casa vi um Hyundai Tucson vermelho estacionado ao meio fio, a porta do motorista estava aberta revelando um par de pernas femininas, Ian estava apoiado na porta o que comprovava o meu pequeno atraso. – Minha mãe parou o carro atrás do Hyundai. – Segurei na maçaneta.

— São seus amigos? Perguntou-me ao desafivelar o cinto.

Ian endireitou a postura e Aprille se colocou de pé, Ethan observava tudo quieto como se não estivesse presente.

— Sim são eles. – Saímos do carro, e caminhamos para perto.

— Desculpe-me o atraso. – Levei as mãos aos bolsos de trás do jeans.

— Ainda estamos em tempo. – Informou Ian olhando para a minha mãe.

Fiz as devidas apresentações, Ethan abraçou a cintura de Sarah fazendo todos notar a sua presença, ele tentava chamar sua atenção. – Fiz um gesto. — E esse é o meu irmão Ethan.

Ian fez um típico toque com ele, e no é que ele  sabia?

— Mamãe, vamos. – Pediu educadamente, provavelmente com a intenção de vasculhar as compras.

— Só um minuto filho. – Disse pacientemente. – Ela levantou a cabeça e fitou o casal juvenil. — Foi um prazer conhecê-los – sorriu cordial.

— Igualmente. – Disseram quase ao mesmo tempo, era impressão minha ou o Ian estava constrangido?

Quando Aprille teve a certeza que Sarah não podia mais ouvir ela disse.

— Sua mãe não parece ter uma filha adolescente.

— Eu sei.

— Ela é casada?

— Ian! Aprille manifestou irritação.

— O quê? Só pra saber minha lindinha. – Aprille pareceu não se convencer. – Ele a abraçou pelos ombros e beijou-lhe a face.

— Eu só tenho olhos para você amor.

Ela revirou os olhos diante da expressão sacana de Ian. – Reprimi um sorriso.

— Vamos?

Ian ocupou o lugar do motorista, Aprille no carona, e eu aproveitei para abaixar o vidro da janela.

— Destinee, nós vamos fazer uma pequena mudança de percurso. – Sorriu culpada. — Por uma boa razão, a minha prima irá com a gente.

— Tudo bem.

Dirigimo-nos para o lado oeste da cidade até chegarmos a um conjunto de apartamentos com tijolos laranjas, uma figura feminina estava na frente do prédio, a garota de cabelos castanhos se inclinou na janela de Aprille e sorriu educadamente.

— Vai uma carona boneca? Brincou Aprille.

— Minha mãe me ensinou a não falar com estranhos. – Respondeu ao entrar no carro e se sentar ao meu lado.

Aprille riu.

A garota se virou. — Sou Violet. – Disse informal.

— Destinee. – Retribuir no mesmo tom.

— Ok agora que todo mundo que ocupa este veículo já se conhece, vamos nessa!

O tempo gasto para chegar a nossa próxima parada foi preenchido com conversas paralelas, Violet não era uma pessoa tímida, então manter um diálogo não foi difícil. – Ela me disse ser uma apreciadora de boliche e até levava jeito para o desporto. – Sorri de sua aparente modéstia.

O boliche escolhido estava localizado no campus de entretenimento de ponta da cidade, a passos rítmicos nós andávamos pelo amplo espaço.

— O pessoal está na lanchonete perto das pistas. – Esclareceu Ian.

Tudo o que eu sabia sobre boliche era vago a última vez que o pratiquei foi em um dos meus passeios com o meu pai e Ethan.

Enfim chegamos em um corredor que nos levaria a entrada do salão.

Muitos adolescentes estavam espalhados no lugar esportivo, eu avistei dois rostos conhecidos, o  de Lewis Jones e Kayden Sins, também estava com eles um garoto de cabelos espetados em várias direções e uma garota loira de olhos espumados de cor escura.

— Miss Irlanda. – Verbalizou Lewis estalando os dedos.

Violet e eu fomos apresentadas ao novo par, Sean Braxton e Rachel O’ Donnall um casal de namorados.

— Vocês já começaram a diversão? Perguntou Ian.

— Na verdade não. – Informou Kayden.

Lewis e Sean explodirão em gargalhadas como se estivessem lembrando algo engraçado. Uma expressão de desapontamento atravessou a face de Kayden que fingiu um dar de ombros.

Ian, Aprille, Violet e eu os fitávamos em evidente confusão.

— O que aconteceu? Aprille perguntou.

Os meninos continuaram a rir deixando a pergunta no ar. – Rachel que estava bebericando o seu refrigerante, se pronunciou.

— Eles estão rindo porque eu ganhei no boliche do Kayden. – Elucidou-se com desinteresse jogando os cabelos para o lado.

— Foi apenas uma jogada de sorte ok. – Retrucou Kayden.

Ian revelava um semblante pensativo.

— Até agora eu não entendi a graça.

— Eu ganhei as rodadas por strikes.

— É o que você diz, além do mais foi só um dia de sorte. – Manifestou-se novamente com uma expressão de pesar.

Foi o que bastou para acender o riso descontrolado dos meninos dessa vez acompanhados por Ian.

— Chega de rirem as minhas custas bando de hienas.

Seu manifesto não foi de muita utilidade, o riso apenas cessou depois de algum tempo de lembretes e refrigerantes.

— Quer alguma coisa carinho? Perguntou Ian a Aprille.

— Pessoal à gente veio para comer? Ou jogar boliche? – Intrometeu-se Lewis.

— É essa a atitude que eu quero. – Comentou Kayden se pondo de pé. – Acrescentou. — Podem ter a certeza que a colher de chá acabou. – Declarou.

— Vamos nessa!

— Só se for agora!

Caminhávamos até a pista de boliche.

— Como somos oito nos dividimos em duas equipes de quatro. – Sugeriu Violet.

— Mulheres contra homens?

— De iniciou sim. – Verbalizou Ian tirando os tênis.

Livrei-me dos meus sapatos calçando o tênis igualmente apropriado para o esporte, ambas de solas diferentes uma permanecendo inteiramente em couro para ter um deslizar fácil, enquanto a outra sola com apenas a ponta de couro e o restante em borracha para tracionar o pé no início do movimento.

Devidamente calçados  nós seguíamos para perto das pistas.

Ian e Aprille iriam iniciar a partida em pistas rivais, Aprille foi à primeira ela caminhou até o suporte onde ficam as bolas analisando o material feito da house Ball que a agradasse.

Com a bola escolhida ela seguiu até a faixa de marcação, introduziu os dedos no orifício da bola, inclinou o corpo e deslizou para frente rés a linha de falta, ela lançou a bola que correu em direção aos pinos derrubando todos.

— Temos um Strike! E logo de primeira. – Enunciou Aprille.

— Você mandou bem meu Amor. – Comentou Ian se posicionando perto da faixa de lançamento.

Com os movimentos semelhantes ao de Aprille, Ian derrubou alguns pinos na primeira tentativa, na segunda chance derrubou todos. Aprille lhe mostrou um sorriso meigo e compreensivo.

A próxima fora Rachel em uma postura de concentração ajustou o corpo em sintonia e elegância seus movimentos calculados fizeram um Strike assim como Aprille.

O Jogo que estava aparentemente sem indícios de competições, começou a ter os vestígios de emulação simultânea de duas ou mais pessoas ao mesmo tempo com inclinação à confusão humorística, e cedo demais o jogo terminou antes que pudéssemos concluí-lo até o final, mesmo que injustamente a partida tenha sido dada como empate.

Com a mesma velocidade que a nuvem repentina de rivalidade sugira ela evaporou regressamos ao estado anterior  e terminamos ao ponto inicial, a lanchonete.

A maior parte do pessoal resolveu se deliciar com algo gelado, eu pedi um hambúrguer de frango e um suco de laranja, Kayden uma porção de batatas fritas, e Violet os famosos tacos.

— Eu já vim aqui algumas vezes com alguns amigos, sabe é um bom lugar para passar o tempo e se divertir. – Arqueou uma sobrancelha.

— Deixe a garota comer o lanche dela em paz, Kayden.

O ignorando-a por completo ele continuou.

— Você boneca curti...

Ele se interrompeu dando uma mordida nas batatas fritas, removeu a maior parte, com as que sobraram na mão ele as balançou no ar.

— Garotos mais novos. – Terminou remexendo as sobrancelhas de forma engraçada ao mesmo tempo em que apontava as batatas em minha direção.

Eu ri.

— Que bom que eu divirto você.

Uma consistência cremosa o atingiu na face, Kayden ficou com semblante atônico, ele virou o rosto e encarou descaradamente Lewis que mantinha uma expressão suspeita.

Kayden estreitou os olhos de maneira acusatória.

— Cara, você jogou Milk-shake em mim? Indagou incrédulo.

— Eu? Perguntou ofendido. — É claro que não!

Kayden abaixou o olhar como se quisesse dar o assunto por encerrado, numa distração ele se apossou do soverte de Ian, a neve caiu nos cabelos de Lewis e foi deslizando para a testa. – ele não parecia estar surpreso ao remover a cremosidade.

— Você ficou louco?

— Foi você quem começou. – Retrucou.

— Eu disse que não. Fui. Eu.

— Sim foi você!

Mais um arremesso voou em sua direção caindo agora em seus cabelos.

— Eu não acredito que você fez de novo! Levou a colher a fonte jogando outra vez em Kayden que revidou o ataque.

Eu assistia a cena em espanto, minha cabeça virava de um lado pro outro. – Tirem-me dessa cena de filme! Olhei para Kayden de testa franzida e olhar vago depois para Lewis com descontentamento e raiva?

— Deem logo um fim nisso. – Exigiu Aprille.

Recebendo inesperadamente um arremesso no braço, ela encarou o seu lançador de maneira estática. – Arqueou uma sobrancelha ao fitar Kayden.

— Desculpe Aprille. – Suas bochechas rosaram.

Com um revirar de olhos ela disse.

— Que infantilidade.

Kayden ficou envergonhado abaixando aguarda.

Uma minoria de neve caiu em seu nariz. – Ele a olhou chocado, Aprille apenas riu descarada.

— Não achou que seria tão fácil, não é?

Eu estava de boca aberta por sua atitude calculada.

— Mas que droga!

Ian recebeu um acerto, sua cara foi de pasmo a hilário ele logo tratou de revidar o ataque, arremessos voavam para todos os lados. A desordem, confusão, desalinho... Estava armado.

Vi que não tinha volta quando todos levaram as colheres incluindo os que não tinham a “munição” como no caso de Violet que “emprestava” do colega ao lado.

Ainda em uma “zona de perigo” e completamente inclinada a dá no pé, olhei para onde Rachel deveria estar...

Onde estava ela afinal? Sua cadeira vazia anunciava a sua saída sem ter sido detectada.

— Destinee...

Aprille riu e eu tive a certeza do que se passava em sua mente. – Em um movimento esperado ela me acertou, a temperatura gélida infiltrou-se sob o tecido e atingiu-me na pele.

Suspirei descontente.

Enquanto a demanda de gelados ocorria um homem de meia idade se dirigiu até onde nós estávamos, à pele do seu rosto e pescoço estava vermelha, e raiva contida habitava em seu olhar assim como também incredulidade, provavelmente em ver adolescentes bem crescidos agindo como arruaceiros em um estabelecimento comercial.


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