Entre a Sombra e a Alma escrita por darling violetta


Capítulo 1
Entre a sombra e a alma...


Notas iniciais do capítulo

É isso...



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Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
amo-te como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma. 

            Mesmo o amor de sua vida perdendo a alma, Buffy ainda o amava. Mesmo que um demônio sanguinário ficasse em seu lugar, aterrorizando a tudo e a todos, Buffy ainda o amava. Mesmo Angelus matando um de seus amigos, ela ainda o amava. Nada do que ele fizesse mudaria este fato. Buffy amava Angel com cada pequeno pedaço de sua alma, independente do que ele fizesse.

            Havia algo em Angel, até mesmo Angelus, que a atraía para ele. Angel a atraía graças a energia calma que queimava dentro dele. Sua tristeza e sua escuridão a atraíam como um inseto é atraído para a luz. Por isso, entregou-se de corpo e alma a ele, e sabia que ele retribuiu tudo que ela sentia, mesmo que tenha virado um monstro.

            E então havia Angelus. Ele era um vampiro sanguinário, cruel, sem uma alma. No entanto, Buffy também se sentia atraída para ele. Sua escuridão a chamava, e era quase irresistível. Era como o mar, tragando seus navios. Grande, forte, hipnótico.

Talvez por isso, ela o tenha deixado vivo tanto tempo. Mas então, Angelus cruzou a linha, atrevendo-se a ir contra seus amigos. Buffy não se atreveria a perder mais ninguém. E ela era a caça-vampiros, deveria agir, mesmo indo contra o amor de sua vida.

Estava decidida. Buffy era um soldado, e sabia disso. O dever ia além dos sentimentos. Ela marcharia sobre os inimigos até o fim. E, de algum modo, ela sabia que seria. Ou ela ou Angelus não voltaria, disto tinha certeza. Vestiu-se de preto, em luto, armou-se e saiu para enfrentar seu destino. Alguém não sobreviveria àquela noite.


Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta a luz daquelas flores, 
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o denso aroma que ascendeu da terra.

            Ângelus ainda ouvia a alma nos cantos mais obscuros de sua mente. Mesmo tentando ignorar, sabia que eles estariam sempre ligados. Assim como Angel ouvia o demônio, Angelus ouvia a alma. O que mais o enfurecia era ser contaminado pelos sentimentos da alma, principalmente o amor. A alma nutria um sentimento genuíno por Buffy, a caça vampiros, e há muito Angelus fora contaminado.

            Ângelus sentia atração por Buffy, assim como Angel, e por isso a odiava. Por isso, a obsessão que tinha por ela. Seu desejo em torturar, em vê-la sofrer, era para mascarar seus verdadeiros sentimentos. Se Angelus não odiasse Buffy, ele a amaria. E amor era impossível para ele.

Te amo sem saber como, nem quando, nem onde, 
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira, 

            Nenhum deles soube como aquilo começou. Buffy saiu em caçada com a intenção de terminar aquela história, e Angelus apenas queria esquecer a caçadora. Mas então os sentimentos escondidos por tanto tempo vieram à tona de maneira peculiar. Buffy livrou uma garota das garras de Angelus e eles começaram a lutar.

            Ângelus derrubou Buffy e a prendeu debaixo dele. Buffy sentia as presas próximas de seu pescoço, sabendo que seria o fim. Contudo, no lugar da dor da mordida, ela presenciou o rosto do vampiro voltar ao normal. Sentiu também o beijo duro.

            ─Eu odeio você! ─Ele rosnou e voltou a beijá-la.

            Quando se deu conta do que fazia, Angelus soltou-a e se afastou. Buffy ficou lá, processando tudo.     Ainda com a mente nublada, ela deixou seus pensamentos mais obscuros virem à tona. Ainda não entendia direito o que acontecia, apenas sabia que precisava estar com ele. Ela não suportava mais enfrentar Angelus, e nem a falta que Angel lhe fazia. Que ao menos ficasse ao lado de seu amado, mesmo que apenas parte dela.

            ─Eu quero ser como você. Me faça ser como você... ─Buffy pediu, pegando-o de surpresa. Ângelus piscou diante de suas palavras diretas, levando algum tempo para processar o que ela disse. Buffy queria ser um vampiro? Para ficar ao lado dele?

            Ele esperou muito por aquilo, embora as circunstâncias fossem diferentes do que imaginou. Angelus lhe deu um beijo duro e agarrou seu braço. Puxou-a para fora do cemitério, e levando Buffy para a mansão.

Jogou Buffy na cama, logo subindo sobre ela. As roupas saíram com rapidez. Apesar de seus atos beirarem à brutalidade, sentia-se excitada e atraída. A escuridão dela o saudava.       Buffy gemeu quando o sentiu dentro dela. Entre movimentos rápidos, seus gemidos ecoavam pela casa, para qualquer um ouvir que se tornavam um só. Esperaram tanto tempo por aquilo que não conseguiam mais se conter.

            Buffy alcançou o auge sentindo uma estranha dor em seu pescoço. Ela gritou, contudo seu grito foi abafado pela fraqueza que dominou seu corpo. Já Angelus chegou ao clímax ao mesmo tempo em que sentia a vida dela se esvair. Ainda dentro dela, compartilhou seu sangue com ela. Estava feito. Buffy agora era igual a ele.

senão assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.

 

Ela estava desorientada quando despertou. Mas também sentia-se livre, sem dilemas morais, sem deveres, apenas ela. O vazio no peito ainda incomodava, como se algo ali faltasse. E Buffy sabia o que faltava.

Ângelus aguardava seu retorno com ansiedade. Ele sorriu, orgulhoso de si por ter transformado a caçadora em uma vampira. Seu melhor trabalho, sem dúvida. Ele imaginava que a essa altura outra caçadora já havia sido chamada, e os amigos de Buffy sentiriam sua falta. Então naquela noite mesmo planejava fugir com ela.

Assistiram juntos a mansão pegar fogo, queimando tudo que estivesse lá dentro. E que os amigos de Buffy pensassem que a mansão se foi junto com eles dois. Ângelus tomou Buffy em um longo beijo, e a guiou em seguida para longe. Juntos, seriam livres e imortais em outras terras. Que Sunnydale ficasse no passado. Livre e ao lado de sua companheira, era o mais próximo da felicidade que ele jamais sonharia em alcançar.


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Notas finais do capítulo

Gratidão!!!



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