Um bocejo escapou dos lábios de Bella Swan quando encarou o relógio próximo à cama, três horas e vinte e sete minutos da manhã, quem diabos estava tocando a campainha naquele horário. Reunindo forças levantou da cama, suas pernas emboladas na coberta a fez cair no chão.

Enxergou mil estrelas no instante em que sentiu a dor em seu cotovelo, gemendo deitou de barriga para cima enquanto massageava o local. Rezou para não ficar com marca roxa no local, já que sua pele era pálida qualquer machucado ficava a marca.

Irritada. Chutou as cobertas com a intenção de retirá-las de sua perna, não se importando em deixa-la no chão. Encarou o teto escuro de seu quarto, que maravilhoso início de manhã que estava tendo?

— Definitivamente não a como melhorar – disse para si mesma, no segundo em que escutou as batidas intensas que vinham da porta.

— JÁ VAI – gritou, levantou-se do chão praguejando mentalmente essa bendita pessoa que havia lhe acordado, no melhor momento de seu sono.

Caminhou pelo corredor escuro, de repente a porta se abriu e fazendo a garota se retraiu com a claridade repentina da luz.

— Bella, você tem alguma explicação para me dar sobre quem está fazendo essa barulheira toda lá fora? – Renée Dwyer ajustou o robe de seda em torno de si.

Não entendia como sua mãe conseguia acordar exuberante e com toda essa disposição com apenas três horas de sono. Bella com seis horas de sono acordava irritada, com olheiras ao redor dos olhos e querendo enforcar alguém somente por ter acordado.

— Não sei quem é mãe – respondeu dando os ombros.

— Vá atender esta porta, seja quem for o despache, não me interessa se são seus amiguinhos embriagados precisando de conselho, está me ouvindo? – Renée disse autoritária.

— Mesmo que eles venham dizer que o fim do mundo está próximo – brincou a garota.

Renée limitou-se a revirar os olhos.

— Filha, daqui algumas horas eu tenho uma reunião importantíssima da qual depende do meu futuro na empresa, se eu for demitida mudaremos de casa, meu salario será menor, você ficará sem suas compras no shopping ou das viagens para a praia com os amigos durante as ferias, provavelmente vai me culpar por ser uma fracassada, estarei estressada e te enviarei para morar com seu pai no interior cuja cidade é a menor do estado onde somente a musgo, nebrina e chove o ano inteiro – disse Renée com um sorriso angelical no rosto, seus olhos expressavam a mais pura verdade.

Bella piscou engolindo a seco, em outra ocasião faria uma piada sobre o assunto, mas percebendo que a mãe estava falando sério optou nas mais sábias das decisões, o silêncio.

Renée estalou os dedos chamando a atenção da filha - Isabella, o que está esperando vá atender a porta, antes que os vizinhos chamem a polícia.

Dito isso Renée deu as costas para a filha e fechou a porta do quarto.

A menina suspirou tomando coragem para descer as escadas, atravessou a sala de estar calmamente, assim que destrancou a porta, seu rosto empalideceu, o coração acelerou. Ela deveria estar sonhando, Edward Cullen não era maluco o suficiente para ter coragem de aparecer às três e meia da manhã em sua porta.

— O que você está fazendo aqui? – perguntou a menina gaguejando, sentindo o estômago revirar.

O garoto apoiou na porta como se precisasse dela para ficar em pé, seus olhos eram tristes e desesperados, com olheiras eram profundas de noites não dormidas, ele estava péssimo.

— Volta para mim – disse Edward enrolando a língua.

Bella franziu o nariz, ao sentir o forte cheiro de whisky. Balançou a cabeça lamentando, o que Edward estava fazendo com a sua vida? Certa vez ouviu os colegas de futebol americano contando que ele fora substituído durante os treinos por ter perdido peso, e mal se alimentava durante as refeições, não somente isso, mas também faltou à escola quatro vezes, no dia que foi arranjou briga com Jacob Black, quase foi expulso por causa disso.

— Edward são três e meia da manhã eu preciso descansar, vamos fazer o seguinte tal conversarmos quando você estiver sóbrio – disse a garota de repente exausta de toda essa situação. Se ela pudesse voltar no tempo jamais teria namorado alguém como Edward Cullen, ah! Se arrependimento matasse.

— Não me deixe – implorou o garoto choramingando.

— Tchau Edward - Bella não queria ser deselegante, mas era necessário, deslizou um passo para trás na intenção de fechar a porta, no entanto Edward foi mais rápido, impedindo-a.

Bella se assustou.

— Vai embora, por favor, antes que eu decida chamar polícia e dizer que você está incomodando o condômino – ameaçou a garota, determinada a cumprir o que havia dito.

— Volte para mim, sei que errei, mas a minha vida não é a mesma sem você, sei que me ama assim como te amo – disse o menino insistente.

Bella suspirou pesadamente encarando o ex-namorado. A palavra desespero veio em sua mente, entretanto a menina jamais iria voltar atrás, reatar este namoro seria um atraso de vida, para ser sincera consigo mesma, todo aquele amor que um dia sentiu pelo garoto aos poucos sumiu.

— Por favor, não desista de nós, eu prometo mudar – falou Edward.

A garota fechou os olhos, provavelmente quando ele acordar não se lembrará de nenhuma palavra que ela esta prestes a dizer.

— Não pode estar falando sério Edward, posso um dia te perdoar, mas neste momento não estou suportando olhar para você, destruiu sua amizade com Kai Parker, me magoou, eu te pergunto está satisfeito com o que fizestes? – Bella fez uma pausa, não esperando que o rapaz respondesse, - Nem ao menos saber o que significa o amor, para dizer que me ama se soubesse não teria me traído com a minha melhor amiga, vou repetir o que disse para você da ultima vez, acabou siga em frente, é o que estou fazendo.

Lágrimas inundaram o rosto da menina que nem ao menos fez questão de enxuga-las. Edward abriu a boca para dizer algo, porém nenhuma palavra saiu.

Renée pigarreou chamou atenção deles. – Vejo que não despachou o visitante indesejado?

— Mãe eu sinto muito, Edward está bêbado mãe e não consegui fazer com que ele vá embora – respondeu Bella.

— Céus! Era só o que me faltava – disse Renée pressionando a mão contra sua têmpora, tentando entender tudo isso.

Para ser sincera não gostava nenhum pouco do rapaz, apenas o aturava porque a filha o amava, ficou imensamente agradecida quando terminaram o namoro. Por Renée, a filha estaria em um colégio interno longe de toda essa confusão, no entanto a amava demais para deixá-la ir, apesar de todas as discussões, ambas eram unidas.

A mulher fechou os olhos e reabriu, tomando a mais sensata das decisões, caminhou até Edward o fazendo entrar em sua casa, descuidadamente o jogou no sofá. Segundos depois colocou a mão na cintura e ergueu uma sobrancelha para a filha.

— O que está esperando Bella, procure nos bolsos dele o celular o numero de alguém que possa vir busca-lo. Não quero que este menino durma nesta casa – disse Renée.

Sem delongas, a menina se aproximou de Edward e tateou nos bolsos da calça a procura do celular, assim que encontrou discou o numero do irmão mais velho. No terceiro toque Emmett Cullen atendeu.

— Oi! Emmett é a Bella quem está falando, desculpa o incômodo, mas é necessário que você venha buscar o Edward em minha casa... – A menina tomou o fôlego, e então começou a narrar o ocorrido. Alguns minutos depois, ela desligou o telefone olhou para a mãe. – Está feito, Emmett vira busca-lo em quinze minutos.

Renée assentiu em concordância. O silencio reinou na sala de estar, quando Bella tomou a iniciativa de começar a falar. - Mãe, eu sinto muito por essa situação, eu realmente não...

Renée a cortou com um gesto. – Não precisa se desculpar talvez eu mereça estar passando por tudo isso, fiz o m esmo com os meus pais quando tinha a sua idade, acredito que eles tenham me passado essa maldição.

Bella fez uma careta.

— Não seja dramática Isabella, - disse Renée colocando uma mecha do cabelo atrás do ombro – Agora que perdi meu sono, fique a vontade para ir se deitar, posso ficar aqui na sala aguardando o irmão desse rapaz chegar, alias quero ter uma conversa com ele.

Bella estreitou os olhos curiosamente para saber o que a mãe iria falar. Mas ao mesmo tempo não queria ficar na sala, para quando Emmett chegar e Edward acordar.

— Então tá, eu vejo a senhora em algumas horas – se despediu da mãe.

Subiu as escadas correndo até seu quarto, deitou na cama encarando o teto escuro, apenas lhe resto o silêncio. Ouviu o carro de Emmett estacionar frente a sua casa minutos depois, a menina limitou-se em levantar novamente. Seja o que for que Renée queira conversa com o Cullen mais velho, Bella perguntaria em outra ocasião a título de curiosidade.

Sua mente vagou em milhões de pensamentos, quanto mais pensava mais necessitava manter-se longe de Edward. Era isso que pretendia fazer agora em diante.