Imortal escrita por Eire


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Disclaimer: Inuyasha e Cia não me pertencem, só escrevo isso pra me divertir. E a música também não é minha, foi gravada por Sandy&Júnior, mas eu não sei quem foi o responsável pela versão dela em português. A idéia de escrever essa fic surgiu no ano passado, antes da fic “O melhor presente de aniversário”. Eu estava tomando banho, e eu tenho o costume de tomar banho ouvindo música. Ao ouvir essa música me deu um estalo e eu lembro que passei parte da madrugada tentando escrever no meu caderno. Só que eu não terminei. Eu tinha mais ou menos uma idéia de como a fic ia terminar, mas quando fui passar para o papel, as idéias sumiram. Então eu parei até ter inspiração de novo, e ela veio aos poucos, e muito do que eu havia previsto acabou saindo diferente. De início eu não ia colocar o Seshoumaru, mas ele acabou tendo um papel importante, e eu sinceramente acho que ele não está bom nessa fic. O final também saiu completamente diferente do que eu planejei. “O melhor presente de aniversário” acabou saindo primeiro porque eu queria, como direi, “exorcizar” aquela idéia de mim. Hoje eu finalmente acabei essa song-fic e espero sinceramente que ela esteja digna de um comentário. Nem que seja pra xingar. Sobre a música, eu não posso fazer nada se ainda gosto de Sandy & Júnior, mesmo depois de conhecer outros estilos. Esta é a minha música preferida deles, apesar de a letra ter ficado diferente da versão original do Bee Gees, que por sinal eu também adoro



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Imortal

É bem assim que estou

É tudo que restou

Eu tive que escolher

Entre eu e te perder

Que pena tudo acabou!

Kagome olhou com olhos marejados para o hokora onde fica o Poço-come-ossos. Há quanto tempo ela não o atravessava mais? Há quanto tempo ele não o atravessava mais? Soltou um suspiro e olhou para a Árvore Sagrada, quantas lembranças ela lhe trazia a mente, lembranças tristes, mas também lembranças boas e maravilhosas. Aquilo era tudo o que tinha restado daquela época, daquele tempo em que ela costumava viajar 500 anos no passado pra procurar fragmentos de uma jóia na companhia do monge tarado: Miroku, da determinada exterminadora de youkais: Sango, do filhote de kitsune mais fofo que ela já tinha visto: Shippou e da gatinha youkai tão determinada quanto sua dona: Kirara; e é claro do hanyou violento, egoísta, irritadiço e indeciso, mas que ela amava, Inuyasha.

Kagome: É apenas isso que restou de toda aquela história, o hokora, a árvore sagrada e...- soltou um suspiro.

Kagome aproximou-se da árvore, ela sempre se sentia mais perto de Inuyasha quando estava ali, mas agora ela o sentia em todos os lugares, apesar de ele não estar mais perto dela. Tocou no tronco da árvore e sentiu as lágrimas escorrerem no seu rosto, pensou: “Que pena tudo acabou!”

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Deitado em um dos galhos da mesma árvore, Inuyasha, separado por 500 anos de distância, estava pensando em Kagome. Apesar de ser orgulhoso e de não demonstrar seus sentimentos nunca, Inuyasha estava sofrendo e também se lembrava de tudo o que tinha vivido desde que havia sido libertado do lacre em que Kikyou lhe havia colocado. Ele havia mudado tanto, tinha feito amigos, agora se preocupava com os outros, seu coração estava mais humano, e a grande responsável por isso era, sem sombra de dúvida, Kagome. Ele tinha agora certeza, era ela quem ele amava, seu coração havia ficado dividido por muito tempo, mas não estava mais. Ele amou a Kikyou, sim. Aquela Kikyou de 50 anos atrás, mas pela Kikyou que ressuscitou ele descobriu que apenas sentia pena e culpa, ele achava que ele devia protege-la, pois não havia feito isso antes. Mas amá-la, ele não amava mais. Depois de Naraku ser derrotado a sacerdotisa preferiu voltar ao mundo dos mortos, desistiu de juntar almas. Ela até queria levar ele com ela, mas desistiu, ela sabia que ele amava Kagome e foi embora. “Descansou em paz finalmente” pensou. Mas e quanto a ele? Ele sabia que não teria mais paz, pois não conseguia deixar de pensar em Kagome. E, ela estava tão longe!

Inuyasha: Baka! A culpa é sua, foi você que mandou ela embora. Eu escolhi ficar aqui e acabei te perdendo minha Kagome...

Quando tudo acabou Inuyasha ficou com a Jóia que havia sido purificada. Vovó Kaede explicou à eles que Kagome deveria levar a Jóia para a era dela, pois não havia Youkais lá. Kagome, por sua vez achou melhor entregar a jóia para Inuyasha, já que ele a queria tanto no começo. Ele ainda se lembrava da conversa dos dois.

FLASBACK

Kagome: Inuyasha, você vai saber o que fazer com ela. Você a queria tanto.

Inuyasha: Eu não vou ficar com ela, você ouviu a velhota Kaede, você deve proteger a jóia no seu mundo.

Kagome: Mas você a queria tanto. Se você não a usá-la, eu vou ter que me tornar a sacerdotisa protetora da jóia, como a Kikyou foi e aí... não vamos poder ficar juntos. Se a jóia ficar nesse vilarejo, vai ser muito perigoso e...

Inuyasha: A jóia não vai ficar nesse vilarejo, porque você não vai ficar aqui para protegê-la. É perigoso demais pra você. Eu vou ficar com a Jóia.

Kagome: Ah... Inuyasha, você vai ficar com ela e... O que vai acontecer com a gente? Você vai usar a jóia pra...

Inuyasha: Eu vou reviver... a Kikyou.

Kagome: Inu...Yasha...

Inuyasha: Me desculpe Kagome, mas, eu ainda... amo a ... Kikyou... e vai... ser melhor assim... Eu vou ficar com a mulher que pertence ao meu tempo. É melhor você voltar pra sua era, você não daria certo aqui.

Kagome: Não posso acreditar no que você está me dizendo. Eu... ficaria aqui com você. Não me importaria.

Inuyasha: Kagome entenda, nós somos de mundos diferentes e, além disso eu sou um hanyou. Não daria certo.

Kagome: Isso não é problema pra mim. Eu... não... posso...acreditar que deixou aquilo tudo acontecer e agora... Você está mentindo pra mim. Não quer me colocar em perigo e por isso quer que eu vá embora. Pois eu quero que você diga olhando nos meus olhos que não me quer e eu vou embora, pra nunca mais voltar.

Inuyasha a olhou bem no fundo dos olhos e disse:

Inuyasha: Eu amo a Kikyou. Me... desculpe Kagome...

Kagome começou a chorar, entregou a jóia pra Inuyasha e saiu correndo. Nada mais a prendia ali. Nada mais...

Inuyasha pensou em ir atrás dela, mas não foi. Se manteve firme onde estava. Era preciso deixá-la ir. Ele não podia obrigá-la a ficar com ele na sua era, não podia obrigá-la a deixar a família dela, não podia fazê-la passar por perigos e por descriminações só por ser a mulher de um hanyou. Iria doer no coração, mas ele tinha feito a escolha certa. Escolheu perdê-la.

FIM DO FLASBACK

Inuyasha: E ainda por cima eu menti pra ela, disse que amava a Kikyou. Se você soubesse Kagome, que na realidade eu amo você. É uma pena, mas tudo acabou.

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Eu cresci agora, sou mulher.

Tenho que encarar com muita fé

Seria o bastante.

Eu vou seguir o meu caminho e te esquecer

Pensar um pouco em mim, tentar viver.

Seria o bastante.

Kagome ainda estava ali, diante da Árvore Sagrada, estava pensando em como a sua vida havia mudado desde a primeira vez em que tinha visto Inuyasha, ela era uma menina, uma menina mimada que não se importava com as histórias do avô. Agora ela não só se importava com as histórias de youkais, como já tinha enfrentado vários e, inclusive se tornado amiga de alguns. Foram tantas as vezes em que correu perigo, que teve medo... Mas ele estava do lado dela... Na maioria das vezes... Ás vezes ele não estava lá como quando a deixou pra procurar pistas da Kikyou depois de ela ter sido morta pelo Naraku no Monte Hakurei. A Kikyou sempre estava entre os dois e era com ela que ele tinha escolhido ficar. Kagome se sentiu traída, não fazia alguns dias ele tinha jurado amor à ela e, depois disse-lhe que amava a Kikyou. Por que? Kagome chorou daquela vez, chorou muito, não deixou que ele visse todas as suas lágrimas, sabia que ele não gostava de vê-la chorando, mas também não queria demonstrar fraqueza diante dele. Ela nem ao menos se despediu de seus amigos, apenas foi em direção ao poço. Ela esperava que ele corresse atrás dela, mas foi uma esperança em vão. Ao chegar em casa ela se abraçou à mãe e chorou, como menina, mas também como uma mulher. A mulher que tinha chegado à “Era do País em Guerra” como uma menininha, que amadureceu, descobriu o amor e se tornou uma mulher, aquela mulher que estava ali diante da Árvore Sagrada...pensando:

Kagome: “É... agora as coisas vão ser bem difíceis de enfrentar, eu não sou mais aquela criança, não posso fugir, eu me tornei uma mulher, e como tal eu tenho que encarar as coisas com muita fé, como disse a mamãe. Eu sei que eu posso Inuyasha, mesmo estando sozinha, mas eu...eu...queria que você pudesse estar aqui... Isso já seria o bastante pra mim...Só que você não está e...eu tenho que aceitar isso...eu devo seguir meu caminho e esquecer você...pensar na minha vida, no meu futuro...viver... Isso seria o bastante.”

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Inuyasha desceu da árvore, olhou para ela, ele já tinha tomado a sua decisão e não voltaria atrás, não lhe importava o que os outros haviam lhe dito, ele não iria atrás da Kagome, ela com certeza iria esquecê-lo e ele também ia procurar fazer isso. Saiu pulando em direção ao poço, chegou perto dele, olhou lá dentro e disse para o fundo:

Inuyasha: Escuta aqui Kagome, eu...vou embora desse lugar. Vou seguir meu caminho e te esquecer. Preciso cuidar da minha vida e...não faço isso desde que eu conheci a Kikyou à 50 anos atrás, eu vou pensar um pouco em mim...tentar viver."Isso já seria o bastante: viver. Porque eu não sei como eu vou viver sem você, minha Kagome.”

O que é imortal

Não morre no final

E se distante é assim.

Seshoumaru: Inuyasha... O que você está fazendo aí? Ela não pode te escutar.

Inuyasha: Seshoumaru! O que você quer aqui? “Como eu não senti o cheiro dele?”

Seshoumaru: Está surpreso meu irmão. Pela sua cara posso ver que não havia sentido a presença de seu irmão aqui. Seu faro não parece está bom o bastante.

Inuyasha: Ora seu... - Inuyasha ameaçou sacar a Tessaiga, mas Seshoumaru foi mais rápido e segurou o braço do irmão.

Seshoumaru: Ora, Inuyasha, não fica feliz em ver seu irmão mais velho?

Inuyasha se separou com um salto dele e pensou: “Como ele não usou as garras venenosas dele contra mim?”

Inuyasha: O que você quer nestas terras, Seshoumaru? Ainda não me disse.

Seshoumaru: Acalme-se. Se está preocupado com aqueles humanos com quem vive. Não fiz nada contra eles, inclusive a Rin está na casa daquele monge e da exterminadora, ela quis ficar lá para ajudar a moça que está grávida e não parava de vomitar. Achei melhor, preciso ter uma conversa séria com você.

Inuyasha: O quê? Uma conversa comigo.

Seshoumaru: Sim. Há alguns dias eu sonhei com nosso pai. Eu sei que pode parecer estranho, mas, parecia muito real. Ele me disse muitas coisas, me...pediu para procurá-lo, pois você estava precisando de ajuda. No vilarejo me disseram que eu iria lhe encontrar nesta floresta. Foi só seguir seu cheiro. Acho que nosso pai estava certo em pedir ajuda por você. Olhe o estado em que se encontra, pelo cheiro há dias que não toma banho, fica falando sozinho com um poço e nem ao menos consegue perceber seu irmão se aproximando. Perdeu a noção do tempo Inuyasha? Hoje é o primeiro dia do mês, não está vendo?

Inuyasha: Hã!? O quê?

Inuyasha se olhou e viu que tinha se tornado humano, olhou para o céu, já era noite e ele nem tinha percebido, por isso não tinha farejado Seshoumaru. Como ele tinha deixado isso acontecer? Se tornou humano na frente do Seshoumaru. E agora? E...O que ele estava querendo lhe dizer com essa história de que tinha vindo lhe ajudar?

Inuyasha: Seshoumaru, você quer mesmo que eu acredite que você veio me ajudar? Pois fique sabendo que eu não preciso de ajuda, não preciso da ajuda de ninguém...muito menos de você! Imagine só... o terrível e poderoso Lorde das Terras do Oeste querendo ajudar seu meio-irmão caçula... Conta outra.

Seshoumaru aproximou-se de Inuyasha e o segurou pelo colar da Kotodama.

Seshoumaru: Escute aqui Inuyasha. Não acha que se quisesse matá-lo ou fazer algo assim eu já não teria feito, tenho a oportunidade perfeita, você não poderia nem tentar se defender.

Disse isso e o soltou. Inuyasha, ainda não dava o braço a torcer.

Inuyasha: Você é orgulhoso demais pra me enfrentar sem que eu tenha como me defender.

Seshoumaru perdeu a paciência e olhou para Inuyasha com uma cara de poucos amigos.

Seshoumaru: “Será que você não percebeu ainda que eu estou mudado?” Eu percebi o que nosso pai tentou nos mostrar por tanto tempo! Não pense que é fácil estar lhe dizendo estas coisas. Inuyasha...Eu desisti...de tentar matá-lo. Nós temos o mesmo sangue. Somos irmãos. Quero resolver as coisas com você. Relutei em vir aqui, mas depois que nosso pai me apareceu em sonho e disse que você precisava de ajuda..Resolvi vir aqui. Seus amigos me contaram o que aconteceu. Disseram-me que você havia mandado aquela humana de volta ao mundo dela e que está sofrendo com isso. Você é realmente um idiota!

Inuyasha ficou sem palavras, não conseguia acreditar que o irmão estava ali na sua frente tentando se acertar com ele e ainda por cima dizendo que queria ajudá-lo. O que ele poderia fazer para ajudá-lo? Sua mente ainda estava processando isso quando ouviu Seshoumaru chamá-lo de idiota.

Inuyasha: como assim um idiota? Você diz que quer acertar as coisas comigo, quer me ajudar e me chama de idiota. Não admito ser chamado de idiota por ninguém. “Só a Kagome pode me chamar de idiota”.

Seshoumaru: Meu irmão, você é um idiota sim. Só um idiota ama uma mulher e depois a manda embora dizendo que ama outra. Só um idiota deixa ir embora a mulher da sua vida. E você, meu irmão, deixou isso acontecer. Não adianta ficar deitado naquela árvore ou falar com esse poço, isso não vai trazê-la de volta, só vai fazer você ficar pior. Ainda mais que esse lugar o lembra dela.

Inuyasha: Eu sei que tudo aqui me lembra ela, por isso, eu vou embora desse vilarejo, vou pra um outro lugar, bem longe daqui. Só assim vou esquecer ela.

Seshoumaru: Inuyasha, você acha que estando distante vai conseguir mesmo esquecê-la? Você já está há anos de distância dela e conseguiu esquecê-la? Meu irmão, quando se tem um amor assim como o seu a distância não é capaz de acabar com ele. Nem as diferenças. Veja pelo nosso pai. Hum! Ele nunca deixou de amar sua mãe, mesmo estando longe dela. Ele falava num tal de amor imortal. Nunca acreditei nele, na verdade eu nunca acreditei em amor nenhum até que...

Inuyasha: Até que o quê?

Seshoumaru: Não interessa, estávamos falando de você. Não interessa falar de mim.

Inuyasha: Você vem aqui me passar lições de moral, mas e quanto a você. O que é que você sabe sobre amor?

Seshoumaru: Sei o suficiente pra te dizer que não se deve deixar o orgulho tomar conta do coração a ponto de se desistir da mulher que se ama, muitas vezes podemos perdê-la para sempre...

Inuyasha percebeu que Seshoumaru parecia ter tristeza nas palavras que dizia. Ele nunca pensou que ouviria o irmão dizer aquilo.

Inuyasha: Quem você perdeu para sempre?

Seshoumaru: Alguém que eu não pude salvar nem ao menos com a Tenseiga e que eu só percebi que amava, quando ela morreu. E, mesmo depois da morte dela eu não deixei de amá-la. Eu sinto que esse amor será imortal, pois ele não morreu no final das contas.

Inuyasha: Eu não sabia que você sentia algo assim. Eu posso entendê-lo. Eu também perdi a Kagome pra sempre.

Seshoumaru: Não, você não a perdeu pra sempre porque ela não morreu. Você ainda tem chances de voltar a tê-la junto de você, basta você querer.

Inuyasha: Não, a essa altura ela já deve ter encontrado alguém mais adequado a ela. Já faz quase seis meses, ela já deve ter me esquecido e eu também vou esquecê-la.

Seshoumaru: Eu já te disse que você não vai conseguir esquecê-la. E aposto que ela ainda não te esqueceu. Um amor como o de vocês não morre assim tão fácil. Você ainda a ama, não é mesmo?

Inuyasha: Eu...nunca deixei de amá-la.

Seshoumaru: Então, o que está esperando pra ir atrás dela?

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“Isso não vai ter fim,

Nem que eu quiser você sai de mim

Eu já tentei, mas te esquecer assim

Não dá.”

Kagome: “É, tentar viver. Isso já seria o bastante porque eu sinto que esse amor nunca vai chegar ao fim, que mesmo se eu quisesse, Inuyasha, eu não conseguiria te arrancar de mim. Você e eu estamos ligados, unidos pra sempre. Você deixou uma parte de você dentro de mim e nem ao menos sabe disso”.

Kagome tocou seu ventre com uma das mãos, as lágrimas começaram a rolar mais intensamente pela sua face.

Kagome: Ele nem ao menos sabe de você, meu filho. Eu devia sentir raiva do seu pai, mas não consigo, eu já tentei esquecê-lo, mas assim não dá.

Mãe da Kagome: Kagome...- a mãe de kagome se aproximou da filha e tocou em seu ombro, sentia-se penalizada com o sofrimento dela, seria capaz de fazer de tudo para vê-la sorrir de novo. Por isso estava mandando Kagome para a casa de uns parentes que moravam longe de Tóquio, no interior. Seria melhor pra ela ter o filho lá e pelo menos estaria longe das lembranças de Inuyasha. Com o tempo, talvez a criança fosse ser capaz de devolver a ela a alegria de viver que ela sempre teve.

Kagome: Sim mamãe, eu...já estou pronta, eu já me despedi dele.

Kagome respondeu antes que a mãe perguntasse e virou-se para ela com um olhar determinado. Estava decidido. Ela ia tratar de seguir sua vida, cuidaria do filho dos dois com um amor redobrado, para compensar a falta do pai, iria terminar seus estudos, se formar, amar novamente?... Não. Ela sabia que seria impossível amar outro homem que não fosse o hanyou. Ela sempre iria amá-lo. Sempre o teria dentro do seu coração e nos seus sonhos. Talvez esse era o mundo que estava reservado para os dois. Só encontraria Inuyasha de novo nos seus sonhos e o perderia novamente ao acordar.

Mãe: Bem, se está pronta então vamos, o táxi já está lá embaixo esperando. Você já se despediu de suas amigas, de seu avô, do Buyô e o Souta vai conosco.

Kagome olhava para tudo em volta, como se esperasse que de repente, do nada, o hanyou surgisse de algum lugar, talvez do hokora, bravo por ela não ter avisado que ia voltar, ou ainda para buscá-la para ir procurar Naraku e a jóia. Mas ele não ia voltar. E era melhor não estender esse momento por mais tempo.

Mãe: Kagome, não precisa ficar com essa carinha de tristeza, você vai ficar fora apenas por algum tempo, vai voltar pra cá, não vai?

Kagome: É...talvez, mas não sei se para morar.

A mãe de Kagome pegou na mão da filha para ajudá-la a descer a escadaria do templo, ficava aliviada em pensar que para onde Kagome estava indo não havia escadas. Ela morria de medo que a filha caísse ali, ainda mais no estado que estava. Ultimamente tinha dobrado a vigilância sobre a filha e para evitar que fizesse alguma loucura mandara que o avô de Kagome fechasse a entrada do hokora onde ficava o poço e também lacrasse o poço propriamente dito.

Mãe: Nós vamos decidir isto depois que o bebê nascer.

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“Quem escolheu fui eu.

E tenho que aceitar

Mas não foi erro meu

Você no meu lugar faria exatamente igual.”

Seshoumaru: Então o que está esperando pra ir atrás dela?

Seshoumaru olhava para Inuyasha como se o inquirisse. Como ele poderia ser tão idiota? Também pudera, era um ser fraco, com força de youkai, mas com o coração de um humano.

Inuyasha: Eu não vou atrás dela. Não posso fazer isso.

Seshoumaru: Como você consegue ser tão idiota Inuyasha? Você a ama, não ama?

Inuyasha afirmou com a cabeça.

Seshoumaru: Então, por que essa resistência?

Inuyasha: Porque não sou a pessoa certa pra ela, não tenho nada a oferecer, à não ser este sentimento que tenho aqui – Inuyasha pôs a mão no peito, do lado esquerdo - Eu a mandei embora, eu escolhi ficar longe dela e preciso aceitar isso, ela nunca mais vai ser minha. Pense bem, Seshoumaru, acho que qualquer um no meu lugar, até mesmo você, iria fazer igual. Ela correria riscos aqui, ela mesma me disse uma vez que na era dela não há tantos perigos como aqui. Como eu poderia trazê-la para essa era que no futuro é conhecida como “Era do País Em Guerra”? Como eu poderia privá-la da mãe, do avô e do irmão? Eu não tenho o direito de fazer isso com ela. Imagine como as pessoas iriam tratá-la por estar junto de mim. Eu já estou acostumado com todo esse preconceito, mas ela não está. Eu jurei a mim mesmo que não iria deixar ela passar pelo mesmo que a minha mãe passou. Ela teve que cuidar de mim sozinha, sem meu pai, sem a família dela, sem amigos, sem ninguém que ficasse do lado dela. Ela só passou por humilhações.

O olhar de Inuyasha para Seshoumaru era acusatório, estava dizendo aquilo que cortava seu coração. Não conseguia entender porque tinha se aberto com ele. Mas também conseguiu jogar na cara dele que sentia raiva dele por tudo o que a sua mãe havia passado. Se Seshoumaru a tivesse ajudado...

Seshoumaru: Não estou aqui para resolver esses problemas com você. Entenda, posso até ter desistido de matar você, hanyou, mas você ainda não deixou de pertencer à uma estirpe inferior à minha. Você precisa entender uma coisa, sua mãe sabia dos riscos quando se envolveu com nosso pai. Por isso não me culpe por nada. Além do mais ela não tinha o nosso pai do lado dela, mas Kagome vai ter você.

Seshoumaru resolveu mudar de assunto, não queria ter que discutir com seu irmão coisas sobre o passado dos dois. O que ele queria era que o hanyou fosse atrás de Kagome para assim poder ficar livre da missão que seu pai havia lhe incumbido.

Seshoumaru: Me diga, Inuyasha, você perguntou a Kagome se ela concordava com essas suas angústias, se ela realmente preferia ficar longe de você? É ela quem te quem decidir as coisas por ela.

Inuyasha já estava pronto para bater de frente com Seshoumaru, mesmo estando na forma humana, quando ouviu Seshoumaru dizer: “... você perguntou a Kagome se ela concordava...” Nunca tinha pensado nisso. Tinha tanto medo de feri-la, mas na verdade estava sendo egoísta, tinha a afastado porque tinha medo. Nunca perguntou se era aquilo mesmo que ela queria. Só estava pensando nele, nos seus medos, nas suas angústias. Mas, e ela? Nunca pensou no quanto havia feito ela sofrer. Abandonou-a dias depois de ela ter se confessado e se entregado à ele, dias depois de tê-la feito sua. E ainda por cima foi capaz de mentir, de mandá-la embora.

Seshoumaru percebeu que tinha tocado em algo importante.

Seshoumaru: E então...- esperava uma resposta do irmão.

Inuyasha: Na verdade eu nunca perguntei. Eu menti pra ela. Não disse nada sobre o real motivo de eu mandá-la embora. Eu devo tê-la feito sofrer tanto.

Seshoumaru: Talvez ainda haja tempo para remediar as coisas.

Inuyasha: Não, não há mais. Ela nunca mais vai voltar. O poço deve estar lacrado do outro lado e também desse lado a Kaede e o Miroku lacraram. Nunca vou poder pedir desculpas a ela. – Inuyasha murmurava isso mais para si do que para Seshoumaru.

Seshoumaru: Você ficou com a jóia, não é mesmo? Com ela você não pode atravessar o poço?

Inuyasha: Eu não sei, talvez. Mas...ele está lacrado, não adiantaria de nada.

Seshoumaru: Não custa tentar. Ela está aí com você?

Inuyasha: Hei, não vai roubá-la de mim. Eu a protejo agora. Morreria, mas não deixaria que a levasse.

Seshoumaru: Não preciso dela, nem da Tessaiga. Vou deixá-la com você. Acho que nunca vou poder tocá-la mesmo. Agora – ele engoliu em seco, as palavras pareciam relutar em sair, nunca pensou que um dia seria capaz de dizer uma coisa dessas para o irmão – me...perdoe...pelo que fiz no passado e pelo que vou fazer agora.

Inuyasha não conseguia entender. Seu irmão, Seshoumaru, que sempre estava disposto a lhe matar estava lhe pedindo perdão? Não teve muito tempo para raciocinar, Seshoumaru vinha tentando lhe atacar e ele só teve tempo de desviar, não estava com os reflexos muito bons, nem ao menos se deu conta de que estava na beira do poço. “Estou encurralado” pensou, Seshoumaru empurrou Inuyasha, fazendo o cair no fundo do poço.

Seshoumaru: Eu espero que minha teoria esteja certa Inuyasha. Adeus meu irmão, você foi um adversário admirável. Vou dizer aos outros que mandou lembranças.

“O que é imortal não morre no fina,l

e se distante é assim

Eu cresci agora sou mulher

Tenho que encarar com muita fé

Seria o bastante

Eu vou seguir o meu caminho e te esquecer

Pensar um pouco em mim

Tentar viver

Seria o bastante.”

Enquanto caia pelo poço Inuyasha praguejava contra o irmão:

Inuyasha: “O que aquele idiota pretende fazer? Me matar. Hei, espere um pouco, que luz é aquela? Não, não pode ser. É a mesma luz que aparecia quando atravessávamos o tempo. Será que o lacre se rompeu? Será que vou conseguir atravessar? Não. Acho que não. Eu vou é dar de cara com o chão”.

Inuyasha fechou os olhos esperando pelo impacto no fundo do poço, mas ele não veio, na verdade ele percebeu nitidamente um brilho sair da jóia que ele carregava no bolso e sentiu a mesma sensação que sentia quando atravessava as eras. Quando se deu conta, estava sentado no fundo do poço e ele não conseguia perceber se realmente estava no futuro, ou se ainda estava na sua era.

Inuyasha: Onde será que eu estou? Hei, Seshoumaru, você vai ver só uma coisa quando eu conseguir sair daqui. – Inuyasha gritou olhando pra cima e percebeu que não conseguia ver o céu através da abertura no topo. Tá certo que estavam numa noite sem lua, mas daria pra ver alguma coisa.

Inuyasha: “Se não dá pra ver o céu é porque eu estou na era da Kagome, onde tem um hokora construído em volta do poço. Então... isso significa mesmo que eu consegui atravessar o tempo. Era isso que você queria, não é Seshoumaru? Você sabia que com a minha burrice eu nunca iria atravessar o poço por conta própria, por isso me empurrou aqui dentro. Nunca pensei que um dia poderia agradecer você por alguma coisa, mas...obrigado, meu irmão! Agora, acho que é melhor eu subir, mas, e se ela já tiver me esquecido? E se ela tiver encontrado consolo nos braços de outro? Você não pode culpá-la, Inuyasha, você a abandonou daquela forma. Ela tem todo direito de tentar ser feliz com outro. É, acho que é melhor eu voltar, não vou atrapalhá-la. Mas...não custa tentar. Eu preciso me explicar, preciso pedir desculpas pra ela, nem que seja pra ouvi-la me mandando sentar. Ah! Como sinto saudades de ouvir a voz dela...”

Nesse momento Inuyasha escutou bem ao longe uma voz gritar. Sua audição não estava muito boa nessa noite, porque era um humano completo, mas seu coração não se enganava. Era a voz dela, a voz da sua doce Kagome.

Kagome: Souta vai buscar minha bolsa que eu esqueci. Anda logo porque já estamos atrasados.

Souta: Eu já to indo mana.

Inuyasha: “É ela. É a minha Kagome. Eu consegui. Eu vou voltar a vê-la”. Preciso sair daqui.

Inuyasha subiu até o topo do poço e sentiu uma batida na cabeça, foi aí que se deu conta de que tinham tampado a saída do poço. Imediatamente ele começou a bater nas tábuas para sair de lá.

Inuyasha: Droga de corpo humano. Maldição!

Como o avô de Kagome não havia pregado as tábuas com força, pois confiava mais nos seus lacres de papel, a madeira logo se partiu e Inuyasha conseguiu sair de dentro do poço um pouco arranhado. Sem nem ao menos se importar, Inuyasha correu para a porta e percebeu que estava trancada.

Inuyasha: Maldição! Tudo isso é pra eu não voltar pra você, Kagome?

Começou a bater na porta desesperado e a gritar.

Inuyasha: Hei! Alguém! Abra essa droga de porta, ou eu vou por tudo abaixo.

Souta, que estava passando por perto quando ouviu um barulho dentro do hokora voltou pra dentro de casa para chamar o avô dizendo que tinha um fantasma lá dentro. Os dois vieram em silêncio e encostaram os ouvidos na porta para escutarem o barulho, foi quando ouviram as batidas e os gritos de Inuyasha.

Avô: Essa voz parece a voz do...

Souta: Moço-cachorro, o namorado da Kagome. Acho que ele resolveu voltar pra ela.

Avô: Depois de tanto tempo. Pelo menos acho que ele pode impedir que a minha neta vá embora pra longe. Fique calmo rapaz, vamos tirar você daí. Souta vá buscar a chave deste cadeado, está no molho de chaves do depósito.

Souta: Ta.

Lá dentro Inuyasha sossegou um pouco, se bem que seu coração batia acelerado, tão acelerado como estava na noite quando a teve entre os seus braços. Ouviu a voz do avô dela de novo e pensou que, se ele soubesse do que tinha acontecido entre os dois ele iria querer mantê-lo preso ali pra sempre.

Avô: Inuyasha me responda uma pergunta. Por que agora, depois de seis meses é que resolveu aparecer?

Inuyasha: Senhor Higurashi, eu...pensei que seria melhor pra mim e pra Kagome se nós estivéssemos longe um do outro, mas, na verdade eu não consegui ficar longe dela e eu...queria pedir desculpas à ela pelo sofrimento que eu causei.

Avô: Como pode saber que ela está sofrendo?

Inuyasha: Eu sei que ela me ama.

Souta chegou com a chave e a entregou ao avô, ele fez menção de sair para ir atrás da irmã, mas o avô lhe conteve.

Avô: Ainda não Souta – e virando-se para a porta – E você, Inuyasha. Você ama minha neta?

Inuyasha: Eu...a amo mais do que a minha própria vida. Eu queria poder tê-la do meu lado pra todo o sempre.

Avô: Isso é um pedido de casamento?

Inuyasha: O quê?

O avô de Kagome destrancou a porta e deixou que Inuyasha saísse.

Avô: Porque se for um pedido de casamento, saiba que eu lhes dou a minha aprovação.

Ao olhar para Inuyasha, tanto o avô de Kagome quanto Souta levaram um susto, ao invés do hanyou de cabelos prateados, olhos dourados e orelhinhas de cachorro eles viram um rapaz com os cabelos negros, olhos também escuros. Souta foi o primeiro a dar um grito e o avô de Kagome logo o seguiu.

Avô: Esse não é o Inuyasha. Socorro, ladrão.

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Na escadaria, Kagome estava sentada enquanto esperava o irmão trazer a bolsa que ela havia pedido. A mãe já havia pedido várias vezes para ela terminar de descer as escadarias até o táxi que os esperava lá embaixo, mas Kagome insistia que queria esperar ali, do lado de fora do carro. A mãe não disse nada, mas percebeu que a filha estava relutando em ir embora, em deixar aquele lugar.

Mãe: Minha filha, vamos terminar de descer as escadas, assim nós ganhamos tempo. Sabe que não pode andar muito depressa por causa do estado em que está.

Kagome: Não mamãe, prefiro esperar aqui. E, falando assim, a senhora dá a entender que eu estou uma baleia de gorda, e não é verdade. Eu não estou gorda.

Mãe: Não quis dizer isso querida.

Kagome: O Souta ta demorando, né? Acho que ele fo...

De repente Kagome sentiu uma presença, uma sensação que ela não sentia há muito tempo, ela podia dizer que há uns eis meses.

Kagome: “Não pode ser, é...a presença da Jóia de Quatro Almas. Mas eu deixei ela com o Inuyasha para ele reviver a Kikyou. Será que ele não fez isso e ... está voltando pra mim?”

Kagome levantou de supetão e fez menção de seguir para o templo.

Mãe: Onde pensa que vai mocinha? Deixa que eu mesma vou atrás do seu irmão.

Antes que Kagome pudesse dizer alguma coisa pra mãe elas ouviram os gritos vindos do hokora.

Avô: Socorro, ladrão.

Mãe: Ai, meu Deus. O que será que está havendo? Eu preciso ir até lá. Kagome fique quietinha aqui.

A mãe de Kagome saiu correndo deixando Kagome sozinha com seus pensamentos.

Kagome: “O quê? Ladrão? Mas e a presença da jóia que eu senti. Será que é algum youkai. Então, estamos todos em perigo. Mas...” – ela levantou os olhos para o céu e viu que era uma noite sem lua, o primeiro dia do mês, pelo calendário lunar – “...hoje é lua nova! É o dia em que o Inuyasha perde os poderes de youkai se tornando um homem comum. Será que ele está bem? Espera aí, ninguém aqui em casa já o viu na forma humana, se ele aparecesse ninguém o reconheceria. Então...é ele.”

Kagome se levantou e saiu andando o mais depressa que o seu corpo permitia, em direção ao hokora. Estacou há alguns metros da porta ao ver a mãe e o avô tentando segurar um jovem e o Souta olhando pra ele, como se fosse um detetive. Ela mal podia acreditar no que estava vendo.

Inuyasha: Hei, eu já disse a vocês que eu sou o Inuyasha, quando o dia amanhecer eu vou voltar ao normal. Será que podem me soltar e me dizer onde a Kagome está?

Kagome: Inuyasha... Você voltou pra mim? – lágrimas escorreram dos olhos de Kagome.

A mãe e o avô de Kagome soltaram Inuyasha porque perceberam que se ela o tinha reconhecido é porque realmente se tratava dele.

Inuyasha correu até Kagome e a abraçou. Um abraço que a muito ambos esperavam. Kagome retribuiu o abraçando mais apertado ainda.

A mãe de Kagome disse ao avô de Kagome e a Souta:

Mãe: Vamos deixar os dois conversarem. Eles têm muito que dizer um ao outro. Vamos lá embaixo buscar as malas da Kagome e dispensar o táxi.

Souta: Por quê mamãe? A Kagome não vai viajar mais?

Mãe: Não, ela não vai.

Avô: Acha que os dois vão se acertar?

Mãe: Pelo bem dos três eu espero que sim.

E os três saíram de lá deixando apenas Inuyasha e Kagome sozinhos, abraçados diante da entrada do hokora onde ficava o poço, que foi o responsável por fazer os dois se conhecerem. Depois de um tempo abraçados, Inuyasha a soltou um pouco e disse olhando nos olhos dela.

Inuyasha: Kagome-chan me perdoe por ter te mandado embora. Eu sei que eu mereço que você me odeie por isso, me troque por outro, mas eu não agüentava mais de tanta saudade, eu precisava contar a verdade a você.

Kagome: Que verdade?

Inuyasha: Que eu não usei a jóia pra reviver a Kikyou.

Kagome: Isso eu já percebi.

Inuyasha: Eu a amei, muito, mas no passado.A única mulher que preenche os meus pensamentos agora é você Kagome. É você que eu amo. Nunca deixei de amar.

Lágrimas ainda insistiam em rolar pela face de Kagome e Inuyasha pôs-se a enxugá-las com as pontas dos dedos.

Inuyasha: Não chore, não gosto de vê-la assim.

Kagome: Então não brinque mais comigo. Se me ama mesmo por que me mandou embora? Por quê mentiu pra mim?

Inuyasha: Porque eu tinha medo de não ser a pessoa certa pra você. Eu não tenho, nem nunca tive nada pra te oferecer à não ser a minha espada pra te proteger e o meu amor. Eu não podia exigir de você sacrifícios por minha causa. Não podia obrigá-la a ficar na minha era, não podia forçá-la a abandonar sua família e...não queria que fosse apontada como a mulher do hanyou. Minha mãe sofreu tanto por ter amado um youkai. Não queria colocá-la em risco naquele mundo onde a qualquer momento um youkai ou um humano pode surgir das sombras e te fazer mal, não queria...

Kagome: Pare Inuyasha! Por que você não conversou comigo sobre isso? Você nem ao menos perguntou minha opinião? Tomou a decisão sozinho por nós dois.

Inuyasha: É, eu sei. Seshoumaru me disse praticamente a mesma coisa.

Kagome: O quê? Seshoumaru!?

Inuyasha: É, mas eu te explico isso depois, agora eu preciso saber se você me perdoa. Eu percebi o quanto eu fui idiota. E não me importa mais se vamos viver aqui ou na minha era, se eu vou continuar como um hanyou ou como humano, só me importa é estar perto de você. Se você não tiver encontrado outra pessoa, você ainda me quer?

Kagome: Sabe... Por pouco você não me pega aqui. Tinha um táxi me esperando pra me levar pro aeroporto. Eu ia pra casa da minha tia Kyone. É muito longe daqui. Eu não sabia nem se eu ia voltar.

Inuyasha: Por que você ia embora?

Kagome: Pra me afastar daqui, das lembranças, pra tentar te esquecer, mas eu sei que não ia conseguir. Nós temos algo muito importante que nos une. Portanto eu nunca iria conseguir te esquecer.

Inuyasha: Eu sei.

Kagome: Estamos mais unidos do que imagina. – ela sorriu – Você não percebeu nada de diferente em mim?

Na verdade era difícil porque ele não tinha tido tempo de examiná-la direito, ela estava vestida com um sobretudo. Estava uma noite fria, já que estavam no fim do outono. Portanto apesar de já estar com uma barriguinha aparecendo, quem quer que olhasse para Kagome demoraria a perceber que ela estava grávida. Ao abraçá-la Inuyasha sentiu algo estranho, mas a vontade de falar com ela, de explicar tudo à ela fizeram com que ele esquecesse daquele pequeno detalhe.

Inuyasha: “É. Ela está diferente sim, mas eu não sei o que é”.Não sei, não consigo perceber.

Kagome desabotoou o sobretudo e, como o vestido que vestia por baixo era meio elástico e grudado ao corpo, Inuyasha percebeu.

Inuyasha: Kagome, você está...

Kagome: Grávida. Me desculpe se não te contei, mas é que eu só fui ficar sabendo um mês depois de ter voltado do passado e não tinha mais como atravessar o poço e, também acho que eu não queria te contar porque eu pensava que você estava com a Kikyou.

Inuyasha; Ah!Sou eu que tenho que te pedir desculpas. Te deixar sozinha esperando um filho meu. Justo eu que não queria que você passasse pelo mesmo que a minha mãe tinha passado: criar um filho, sozinha. Me desculpe minha Kagome. Me desculpe...

Inuyasha abraçou Kagome novamente e a beijou nos lábios, um beijo do qual ambos sentiram tanta falta. Depois ele acariciou a barriga de Kagome e lhe deu outro beijo.

Inuyasha: Eu não sei ainda o que vou fazer com essa jóia, mas eu tenho certeza de que quero ficar com você e te ajudar com o nosso filho. Nunca mais vou te deixar, eu prometo. Você aceita ser minha esposa?

Kagome olhou nos olhos de Inuyasha.

Kagome: Está me pedindo em casamento só por causa do bebê?

Inuyasha: Claro que não. Eu estou te pedindo em casamento porque eu te amo e quero sempre estar do seu lado. Eu não sei viver sem você.

Kagome: Eu deveria te dar o maior castigo pelo que fez comigo, mas eu também não saberia viver sem você. Eu te amo e a resposta é sim.

Inuyasha selou a promessa dos dois com um beijo. Ambos sabiam que o amor dos dois nunca morreria, porque é imortal, capaz de vencer barreiras, distâncias, o tempo.

Isso não vai ter fim (não, não)

Nem que eu quiser você sai de mim (uhu)

Eu já tentei, mas te esquecer assim...

Não dá ah, ah, ah!

O que é imortal.

E se distante é assim

Isso é...

Imortal.


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