Casos & Acasos escrita por Arkos


Capítulo 1
Capítulo 1 - Tudo por Konoha


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde!
Como dito anteriormente, essa é uma fic de presente de aniversário para Arê-chan, eu desejo toda felicidades do mundo para essa mulher que eu mal conheço, mas considero pacas. E que saiba que mesmo não sendo próximas, meus "parabéns e tudo de bom" são sinceros, assim como minha torcida de coisas boas.
Para todo mundo que for ler essa fic, desejo uma boa leitura!



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Konoha Advogados era o tipo de lugar que nunca parava, apesar do prédio fechar as seis. Isso ocorria porque muitos casos não podiam esperar, por isso muitos empregados, principalmente os advogados, levavam o trabalho para casa ou passavam do expediente estudando casos ou vendo o melhor jeito de defende-los.  

Itachi, por exemplo, já havia perdido a conta de quantas vezes havia ficado até tarde no escritório ou, até mesmo, dormido lá. Porém, ele não cobrava e nem queria que os funcionários fizessem o mesmo, pois, por mais que gostasse que as pessoas doassem seus corações e maiores esforços para Konoha, ainda era um chefe que se importava com seus empregados e queria que eles tivessem uma vida, queria que, diferente dele, eles não precisassem fazer sacrifícios para Konoha prosperar. Assim como Itachi queria que eles fizessem seu melhor, queria que todos tivessem o melhor emprego possível. 

Naquele dia, Itachi havia liberado todos cedo para aproveitar o feriado que seria emendado a um fim de semana, porém, ainda sim ficara ali até tarde. Eram nove da noite, quando havia resolvido a maioria dos assuntos mais importantes e separado para quem seriam os novos casos, faltando apenas a papelada em sua frente, que era uma ação contra Konoha Advogados. 

O moreno passou a mão no cabelo um pouco preocupado, esse caso havia sido aberto há um mês junto de uma investigação contra a sua empresa, sendo tudo isso um segredo que poucos ali sabiam. Na verdade, só a grande cúpula da empresa tinha conhecimento da investigação policial que estava ocorrendo contra eles, decidindo assim como prosseguir com aquilo.  

Itachi respirou fundo, o grande problema era que as pessoas da cúpula pareciam estar contra ele naquele processo, principalmente Danzou, um advogado que era sócio desde a época do seu pai e tinha influencia na cúpula sénior e por isso só podia observar sua  transparência ir embora, afinal tinham que manter isso em segredo dos funcionários, apesar de discordar que isso fosse o melhor, e até de seu irmão. Tentou conversar até com seu pai, porém esse concordava com Danzou e dizia para “confiar e fazer o melhor para Konoha”.  

— O melhor para Konoha. 

Itachi sentia que havia algo errado ali, com o tempo e a investigação percebera que Danzou parecia querer esconder algo, porém não sabia o que era e nem sabia o que fazer quanto aquilo. Ele sentia medo de olhar mais afundo e perceber que havia algo ali, afinal achava que não tinha nada a esconder e não queria descobrir que havia muito a omitir para salvar Konoha. 

O rapaz olhou para o relógio, tendo passado quase 20 minutos perdido em pensamentos, resolveu que precisaria espairecer e depois decidiria como passaria por aquilo, se seguiria apenas as ordens que acabava recebendo por ser voto perdido ou ser tomaria as decisões que achava correto.  

Itachi resolveu andar pelo prédio vazio para se acalmar, precisava de uma mente tranquila para pensar em como montaria a defesa de Konoha. Ele descia os andares pela escada e em um certo andar percebeu que uma sala estava com a luz ligada e ao se aproximar percebeu que era a sala de Hinata. Ele observou a porta aberta e que a advogada estava sentada em frente ao computador, parecendo muito concentrada para percebe-lo, tanto que acabou por se encostar no batente da porta e ficou a observa-la. Por mais que não quisesse admitir, o seu amor, admiração e desejo pela empregada aumentaram mesmo mantendo uma distância e um relacionamento profissional com a moça, pois não conseguia ignorar a existência dela e de seus feitos no ramo de direito. 

Alguns minutos se passaram até Hinata se sentir observada e olhar para trás, levando um susto ao perceber o chefe ali parado, algo que fez Itachi acabar sorrindo. A mulher colocou a mão no coração e abaixou a cabeça por um momento, respirando fundo, parecendo um tanto frágil naquele momento e o fazendo se culpar por ter a assustado. 

— Eu achei que estava sozinha no prédio com os seguranças e fantasmas. – ela comentou. 

— Eu digo o mesmo, achei que todos tinham ido passar o feriado com a família. 

— Isso deveria incluir o senhor. 

— Konoha nunca para pra mim – respondeu ainda parado - Pode me chamar de Itachi fora do horário de trabalho. 

Ele queria ser próximo a Hinata, queria que ela o chamasse pelo nome e ao mesmo tempo ainda batalhava contra si mesmo, assim como quando descobrira sua paixão pela morena. Porém, ela lhe chamar pelo nome em alguns momentos não a deixava mais próxima e nem era como se fosse afetar a relação dos dois no trabalho. 

— Para mim também nunca para – ela respondeu com um sorriso – Eu amo trabalhar e minha família está muito longe para visitas. 

A advogada já parecia ter se recuperado do susto, já parecia a mulher com espirito forte e decidida de todas as manhãs. Parecia aquela que havia o parado no elevador para falar de injustiças contra si, aquela que sempre discutia sobre os casos e dificilmente abaixava a cabeça. 

— Bem, você pode pedir folga quando quiser vê-los – disse Itachi sendo sincero – Não quero que se sacrifique por esse trabalho. 

— Então por que você se sacrifica? – ela disse lhe encarando. 

— Por que Konoha é minha vida. 

Hinata pode observar os olhos escuros do rapaz brilharem naquele momento, ela sempre podia ver esse brilho quando o chefe falava da empresa e por isso sabia que aquela advocacia era a paixão dele. Ela admirava aquilo nele, além do fato de nunca o ter visto tratar alguém com arrogância, mesmo sendo o chefe. 

— Enfim, eu devo me desculpar por ter te assustado – comentou Itachi com um sorriso sem graça – Você quer jantar algo? 

Por mais que estivesse com um sorriso doce no rosto, Itachi se sentia como um adolescente nervoso com a resposta da pessoa que gosta e com a cabeça prestes a explodir, pois essa lhe mandava um monte de mensagens contraditórias, como se culpar por não ter tido coragem de chamar direito ela para sair e por estar usando seu tempo sem ser com a empresa e  ao mesmo tempo se parabenizar pela desculpa que achou para aquilo. Um lado seu estava animado, o outro achava errado. 

— Que horas tem? – ela disse olhando para um relógio – Nossa, já são nove e meia? Eu aceito, mas eu pago o meu. 

— Você está fazendo hora extra, a empresa paga o seu – ele respondeu. 

Hinata olhou um tanto desconfiada, porém aceitou a proposta e nesse momento o rapaz percebeu que só tinha pensado até a resposta dela, não fazia ideia de que tipo de comida ela gostava e nem para qual lugar eles iam. 

— Eu estava pensando, que tal comermos por aqui mesmo? – ela perguntou 

— Pedir comida? – Itachi queria sair para jantar com ela, porém não conseguia dizer isso alto - Pode ser, qual sua preferida? 

Ele se sentia idiota, pois sabia que aquele era uma das poucas oportunidades que teria para ter um momento com a advogada e para jantar com ela, apesar de não significar nada além de uma refeição. Ele também estava um tanto ansioso, desejava saber o máximo de informação sobre ela, conhecendo assim suas preferências e gostos e assim se sentindo mais próximo a ela mesmo não sendo. 

— Eu amo sopa de feijão vermelho e rolos de canela, porém não precisamos pedir isso. 

— Oh não se preocupe com isso, só que não sei onde pedir isso. 

— Tem um restaurante de comida caseira que faz uma ótima sopa de feijão e rolos de canela, nós podíamos pedir de lá.  

Ele era acostumado a comer em restaurantes chiques desde que era novo, pois seus pais sempre gostaram de ostentar um estilo de vida tudo e por isso Itachi poderia dizer que não conhecia nada de comida caseira, ou pelo menos o suficiente para lembrar. 

— Vou ligar para lá. 

Itachi mexeu a cabeça positivamente, observando Hinata tomar a iniciativa como fazia muitas vezes. Ele adorava o fato dela ser proativa, porém, as vezes imaginava como seria a ver hesitando, corando e ficando com vergonha, como Hinata seria caso ficasse apaixonada por alguém, ou melhor, como ela seria se acabasse se apaixonando por ele. 

— Ninguém atende, acho que não estão mais fazendo encomendar. 

— Bem, já está meio tarde meio. – Itachi respirou fundo – Eu queria provar essa comida caseira, que tal um dia me levar lá?  

Itachi se perguntava o que estava fazendo, afinal rapidamente estava passando a linha segura de relação profissional que havia formado e ia se aproximando da garota como se não fosse nada demais. Ele estava entrando em um caminho perigoso para si mesmo e seu coração, porém agora que já havia feito não queria voltar atrás. 

“Talvez, apenas talvez eu encontre algo que faça eu me desapaixonar por ela” pensou rapidamente até que a viu sorrindo para aquela ideia e mexendo a cabeça positivamente, o fazendo completar seu pensamento com: “Ou talvez eu me apaixone ainda mais”.  

— Seria uma honra. – ela disse – Apesar de ser um lugar simples, a comida é ótima. 

“A honra é toda minha” e “Não importa o lugar, será bom por ser com você” foram frases que ficaram entaladas na garganta de Itachi naquele momento, mas mesmo querendo dizer tudo isso a ela sabia que seria complicado, seria demonstrar tudo que escondeu por muito tempo. Ele queria mudar as coisas, porém não o faria. 

— Não se preocupe, acho que devemos nos preocupar no que comer agora. 

— Que tal pizza? – ela respondeu sorrindo – Sei que não é uma refeição, principalmente para você que deve sempre jantar em lugares chiques e é minha segunda sugestão simples... 

— Eu adoro pizza – disse se aproximando e tocando o ombro dela, enquanto mantinha um sorriso doce no rosto – Eu vivo jantando pizza quando como muito tarde, além disso o importante é a comida ser boa, não importa qual ou onde seja. 

— Verdade, me desculpe, então vamos de pizza?  

— Claro, pizza deveria ser uma unanimidade entre todas as pessoas. 

Apenas naquele momento Itachi percebeu que estava tocando o ombro de Hinata por muito tempo, afinal já havia consolado ou algo parecido. Ele deu um último sorriso soltando o ombro da moça, afinal já sentia que estava abusando dela e talvez isso fosse verdade se ficasse mais um tempo com aquilo. Devagar se afastou até a cadeira da frente da dela, onde os clientes costumavam senta. 

— Posso? - ela mexeu a cabeça positivamente e ele sentou – Eu ligo para pizzaria, tem algum sabor em mente? 

— 4 queijos – ela respondeu sorrindo – Amo queijo. 

— Okay, vou pedir meio 4 queijos e meio calabresa – ele respondeu – Uma grande? 

— Acho que sim. 

Itachi ligou para sua pizzaria preferida, pedindo uma pizza grande dos sabores previamente decididos e fez o pedido rapidamente. Hinata não pode deixar de prestar atenção nele naquele momento, observando o homem sério de terno pedindo pizza com um sorriso, para si ele estava falando igual quando se dirigia a um cliente, a um sócio e a qualquer pessoa e por isso se perguntou se ele sempre agia no modo “profissional gentil”, por um momento ela se perguntou se ele era realmente assim. Ela quase o perguntou quem era o verdadeiro Itachi, porém ao começar a falar o viu levantar a mão para ela esperar enquanto ele fazia uma ligação e a abaixou assim que terminou essa. 

— Me desculpe – disse voltando a atenção para Hinata – Eu estava falando com o segurança para me avisar quando a pizza chegar. 

— Tudo bem, tudo bem – ela disse sorrindo 

— Então, você ia falar algo? 

— Na verdade não era nada demais. 

— Ah tudo bem – ele estava curioso e não demonstrou – Pode me falar se quiser. 

Hinata parou por um momento, a pergunta era tão pessoal e tão boba que achou melhor não a fazer, além disso não tinha intimidade nenhuma para questionar o jeito dele ou até mesmo para querer conhecer o verdadeiro Itachi. Eles eram apenas empregada e patrão passando um tempo juntos por acaso e por isso resolveu inventar algo. 

— Eu só estava me perguntava se havia algum caso que lhe estava o prendendo aqui. 

Itachi não demonstrou em como ela acertou no ponto, porém não poderia comentar sobre o caso contra a advocacia e nem queria lhe preocupar, por isso apenas sorriu para ela e mexeu a cabeça negativamente. Mesmo que não quisesse mentir seria melhor não envolver mais pessoas. 

— Na verdade são vários casos, afinal eu tenho que comandar isso aqui – disse de forma gentil - Então acabo perdendo a noção de tempo ao analisar as coisas e gerenciar tudo. 

— Oh parece bem complicado. 

— Sempre fica tudo bem no final – respondeu rapidamente – E você? 

— Eu estou em um caso de um ex-funcionária que diz ter sido demitido por justa causa daqui. 

— Que caso é esse? 

Itachi realmente não recordava de ter designado um trabalho assim para Hinata assim como não lembrava de nenhum ex-funcionário os processando, afinal ele tentava fazer sempre tudo ocorrer de forma mais correta que beneficia ambas as partes. Ele olhou para uma papelada que Hinata pegou, vendo a foto de uma mulher de cabelo azuis. 

— Essa é Konan, o seu processo apareceu em minha mesa hoje e assim eu fiquei de defender a empresa, além de negociar um acordo – disse calmamente – Ou pelo menos estava escrito no papel “Tente a acabar com isso da melhor maneira” e achei que era até ordem sua. 

Itachi pegou a papelada e começou a ler, os seus pensamentos, que antes eram de Hinata e daquela oportunidade única, passaram a ser daquelas informações novas. Ele lembrava vagamente de Konan, a única certeza era o fato dela ser advogada, algo confirmado nos papeis. O caso que Hinata estava era um processo de Konan contra a advocacia por uma demissão por justa causa que era injusta, aparentemente a ex-funcionária acusava a empresa de desonesta e injusta. Ele percebeu lendo algumas partes daquela papelada não eram apenas sobre o caso, além disso o papel com o recado “tente a acabar com isso da melhor maneira” não era dele, mas ele sabia de quem era a letra. 

— Hm... Você já está a par de todo esse caso? 

— Na verdade não, ele apareceu para mim um pouco antes do fim do expediente e acabei ficando o lendo por aqui mesmo. 

Os pensamentos que antes eram de Hinata naquele momento eram apenas sobre Konoha, sobre as acusações que vinham recebendo e a investigação que vinha ocorrendo. Itachi tinha noção que estava tudo relacionado, tanto as acusações de Konan quanto a investigação da polícia sobre sua advocacia, todos aqueles casos ameaçam sua Konoha e ele era quem precisava cuidar daquilo. 

— Me desculpe, Hinata, acho que isso aqui não era para você. 

Itachi achava que alguém realmente havia se enganado de dar aquilo a ela e mesmo assim não queria tira-la do caso, porém se ficasse ia se envolver em assuntos que não devia. Ele pode ver nos olhos dela e no contorcer da sua boca que aquilo não a deixava feliz, porém seguiria em frente com o intuito de salvar sua empresa, começando por esses casos contra ela. 

— Oh tudo bem, acho que ficou com mais trabalho no final. 

— Tudo bem, eu não me importo em ficar aqui mesmo. 

Antes que alguém pudesse falar mais alguma coisa o celular de Itachi tocou, ele esperou para ver se alguma coisa ia ser dita e como não ocorreu acabou atendendo o telefone. A pizza havia chego, então pediu para o segurança levar até eles e até ofereceu uma fatia para o mesmo, que recusou e foi embora. 

— Eu acho que vou embora assim que acabar a pizza também, afinal não quero ficar roubando seu tempo e nem tenho mais nada para fazer. 

Os dois comeram em um silêncio estranho, todas as conversas que ele imaginou ficaram apenas em sua cabeça, pois achava que não tinha direito mais de falar nada. Itachi naquele momento sabia que estava mais uma vez sacrificando seus desejos por aquele local, estava deixando de lado seus sentimentos pela sua amada Konoha Advogados. Olhando ela agradecer e se despedir notou que isso sempre aconteceria se não tomasse uma atitude diferente. 


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Notas finais do capítulo

É isso, espero que tenham gostado!
Ia ser uma one, mas acabou que a ideia que eu tive era pra long e assim vai ser. Sobre atualização, não deve ser regular, mas pretendo atualizar antes do próximo aniversário da Arê ahsuahsuas
Até mais!



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