The Four Halstead: Season 3 escrita por Bruna Rogers


Capítulo 14
Final Feliz?




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[Jay Halstead]

Eu vou ser pai.

Esse pensamento fica girando em minha cabeça enquanto olho para Erin dormindo, o cabelo castanho claro espalhado pelo travesseiro da maca, as máquinas apitavam e mostravam que tudo estava bem. Um curativo no pescoço, faz meu sangue esquentar e esfriar ao mesmo tempo, a raiva e o pavor por tê-la visto sendo baleada, ainda sentia o desespero em ver o sangue esvaído do corpo dela, e sua dificuldade para respirar.

Nem ao menos sei direito como cheguei no hospital, lembro me vagamente da voz de Cassy na minha mente, mas ela fala tanto que poderia só um eco do passado. Sei que não cai quando o médico disse que ela está grávida porque Will e Cassy estavam lá para impedir, assim como sempre estavam nos momentos em que mais precisei de apoio.

Sentado diante de Erin, acaricio seu cabelo enquanto seguro sua mão, Hank Voight está encarando a nós com a típica expressão de irritação, mas em seu olhos dá para ver que há uma mistura de felicidade e alívio. Não dizemos nada enquanto estamos ali, os dois perdidos em seus próprios pensamentos, porém eu tenho um pouco de receio da reação dele, claramente Voight a via e tratava como filha, e nunca esteve lá muito feliz com o nosso relacionamento.

Deixo meus pensamentos de lado por um momento quando a porta do quarto se abre, reconheço o cabelo vermelho do meu irmão entrando no quarto, ele olha pelo cômodo por um minuto antes de limpar a garganta e falar:

— Sargento — Will encarou Voight que o olhou de volta — a Montenegro e Hills precisam falar com o senhor.

~~~~

— Está me dizendo que depois de tudo — Voight rosnou encarando os dois agentes e membros de sua equipe atrás deles — o desgraçado ainda é uma ameaça.

— Sim — Montenegro disse cruzando os braços, não se deixava intimidar-se por uma carranca de mal humor, mas entendia perfeitamente porque o sargento está irritado.

Todos estão meio frustrados com a nova descoberta, ainda que a preocupação seja mais forte. Eles descobriram entre os pertences de Anderwood uma lista com itens, como uma lista de compras, todas as coisas nela poderiam ser usadas para fazer uma bomba, que ele já pode ter construído e implantado em qualquer lugar da cidade, eles nem ao menos tinham uma pista de um lugar.

Voight abaixou os olhos para a pasta em sua mão, as informações sobre o garoto encontrado dias atrás, Daniel Rogers o menino que Anderwood foi pago para tirar dos braços do pai e entregar a mãe. As informações sobre o que o menino passou nas mãos de seu algoz fazia o estômago de Voight se revirar só de pensar.

Ele encarou Cassy e no fundo de seus olhos azuis, o sargento viu o desejo refletido de que Anderwood ainda estivesse vivo para que ambos o fizessem sofrer por seu terríveis atos.

"Ele morreu muito rápido" — os dois concordavam plenamente com isso, mesmo que nunca fossem manifestar esse pensamento com ninguém.

— Ainda há o James Gordon, ele ainda está desaparecido — Burgess lembrou aos dois, interrompendo a conversa silenciosa deles.

Cassy tirou as mechas escuras de seu rosto, estava exausta e queria acabar logo com tudo isso para poder enfim se demitir e ter uma vida tranquila de uma vez por todas. Mas não deixaria seu cansaço e frustração desviar sua atenção, se assim o fizesse poderia ter muito sangue em suas mãos.

— Temos que achar um modo de...

— Tem certeza? — a voz de Antônio interrompeu a fala de Cassy.

Todos se viraram para o policial prestando atenção no que ele falava pelo telefone, ele encarava o chefe com a testa franzida, o cabelo escuro bagunçado por ter passado a mão várias vezes por ele.

— James Gordon está na escola onde estuda.

Cassy piscou em choque com a notícia com diabos isso teria acontecido exatamente.

— Ele estava trancado em uma sala vazia a dois dias.

— Por que ninguém percebeu isso?

— A área onde ele estava está isolada a um mês para uma reforma.  — Hills respondeu a Ruzek.

— Hills — Cassy fechou os olhos enquanto falava, orando para que sua memória estivesse levemente confusa — qual o nome da escola dele mesmo?

— Children of Peace Catholic School — o agente respondeu encarando a parceira com desconfiança.

— E estamos em horário de aula.

— A área onde ele estava é fechada para os alunos, estão todos restringindo o acesso ao local sem interromper as aulas — Dawson explicou, enquanto ela sibilava um palavrão.

— Qual o problema? — Mouse parou de frente para ela.

— Bruno — ela murmurou, tomou uma respiração funda antes de abrir os olhos e encarar o pai de seu filho e o chefe dele — meu sobrinho tem o mesmo problema que Gordon, eles estudam no mesmo lugar.

— Ele está lá agora?

— Provavelmente — ela passou a mão pela nuca, sinal de que estava entrando em pânico.

Mouse sabia que aquilo estava escalando para algo terrível muito ruim muito rápido. Enquanto tocava os ombros da amiga de infância ouviu Voight gritar suas ordens de irem pro local, evacuar a escola e chamar o esquadrão antibomba.

— Vai ficar tudo bem — Cassy encarou Mouse, impressionada com a confiança dele. E mesmo que fosse da boca para fora ainda era bom ouvir aquilo.

~~~

Ao estacionar o carro na frente do colégio particular a preocupação que os detetives tinham se misturou com a fúria por de alguma maneira a informação sobre um provável problema e a localização de James Gordon vazou para a mídia que enviou dezenas de repórteres além das equipes, e os pais dos alunos que correram para a escola para saber sobre seus filhos e levá-los para a segurança de suas casas. Mas o que todos pensam ser o melhor a se fazer resulta em uma confusão descomunal, que pode acabar numa tragédia imensurável.

O esquadrão antibomba só apareceu para causar mais o caos entre todos ali, eles começaram a fazer uma varredura no colégio enquanto os membros da Unidade de Inteligência ajudam a organizar a entrega das crianças para os pais.

Depois de três longas horas o prédio foi completamente liberado e todas as crianças já estavam a salvo e em suas casas ou pelo menos longe do prédio escolar.

— Parece me que Anderwood não plantou nada antes de morrer.

— Mas por que deixar o garoto aqui? — Hills perguntou enxugando o suor da testa — Não faz sentido.

— Ele é maluco — Ruzek respondeu.

— Não tanto — Cassy disse — ele encobriu seu rastros bem demais para ter trazido o garoto para cá sem qualquer motivo.

— E o garoto?

— Ele foi levado para o hospital inconsciente, desidratado  e está a dias sem comer aparentemente.

~*~*~

— Viemos ver James Gordon — Voight disse ao entrar no hospital.

A enfermeira Maggie apenas encarou o sargento surpresa por ele não ficar sabendo o que aconteceu com menino levado ao hospital no começo da manhã.

—Eu não sei como você não foi informado — Maggie suspirou cansada — mas o garotinho faleceu há algumas horas.

— Bem e agora? — Ruzek questionou.

— Reunião com os chefes do FBI — Cassy responde mostrando a tela do celular onde a mensagem de seu chefe brilha na tela.

~~~

Erin abriu os olhos devagar, seu corpo doí em todos os lugares, a luz sobre sua cabeça é tão forte que parece que iria cegar ela. Ao longe ela ouve a voz de Jay  falando com Will.

— Tem certeza?

— É claro que tenho, eu amo ela e quero me casar com ela — Jay respondeu.

— Tá não precisa treinar seus votos matrimoniais comigo por favor — Will pediu se distanciando do irmão — pega logo o anel.

Will colocou a caixinha de veludo vermelho com o anel de casamento que pertencia a mãe dos dois e que iria pertencer a esposa do irmão que se casasse primeiro, e Jay seria essa pessoa. Ele abriu a caixinha e olhou para a pequena aliança de ouro encrustada em pedras vermelhas, e então voltou para a cara do ruivo que estava mirando algo atrás dele.

— Acho que não vai ter surpresas — Will falou passando por Jay.

Depois de dois segundos de confusão o moreno se virou para a cama e viu a namorada acordada  e olhando para ele.

— Como se sente? — Will perguntou verificando os sinais vitais dela e seus reflexos.

— Morfina por favor — ela pediu encarando o namorado que ainda segurava a caixa.

Will administrou uma pequena dose de morfina e deixou os dois conversarem a sós.

— Como você está? — Jay perguntou enfiando o que tinha na mão no bolso da calça e se sentou na cama ao lado dela.

— Um pouco de dor mas acho que vou ficar bem — Jay se aproximou para beija-la e diante do silêncio dele ela continuou — eu ouvi a conversa.

— Eu imaginei — ele sorriu envergonhado, tinha planejado nas últimas semanas o pedido, mas em todos os seus planos não tinha um leito hospitalar, ainda assim ele pegou a aliança novamente mostrando-a a Erin — não foi como eu planejei fazer isso, mas eu te amo e quero me casar com você — ele observou Erin olhar para a aliança e então para ele novamente — então você quer se casar comigo?

Erin só conseguiu rir, mesmo que isso fizesse seu corpo doer, ela acabou de ser pedida em casamento coisa que ela nem imaginava que aconteceria mesmo com os dois vivendo oficialmente juntos a pouco mais de dois meses. 

— Sim — ela balançou a cabeça enquanto ria — eu quero.

Sua risada foi interrompida pelos lábios de Jay que tomaram os dela em um beijo possessivo e longo, que só foi interrompido pela falta de ar e as dores que ela sentia pelo corpo. Jay tomou a mão da agora noiva e colocou o anel em seu dedo,  e beijou os dedos dela. Os dois se encaravam sorridentes.

~~~

— Quer dizer que acabou? — Ruzek perguntou sentado em sua mesa, encarando Voight.

— Sim, com a morte Anderwood o caso foi encerrado — Voight repetiu o que acabara de dizer — Lewis e Norton serão acusados por facilitação de entrada de um criminoso ao país mais cumplicidade na morte dos garotos, o resto é com o FBI.

— Isso é bom final?

— Não — Voight respondeu seguindo para a sua sala — nem ao menos um final aceitável.


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