Indagações e Suposições escrita por Jackehina


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá, meu povo *-*
Saudades de vocês ♥
Venho aqui, novamente, trazer uma One de aniversário. Essa aqui é pra Aninha! Espero que possa perdoar minha demora e que goste da história.
Agradecimento: Quero agradecer do fundo do meu coração a minha beta SBFernanda, que sempre ta arrumando tempo pra revisar minhas histórias e a Isis, que me deu o conselho e me fez escrever a parte do Naruto (sim, só ia ter a parte da Hinata rs)
Enfim,
Boa leitura!



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Indagações e Suposições.

Hinata.

Capítulo único.

 Meados do século XIX

O vento oscilava as cortinas do quarto, fazendo a brisa muito desejava adentrar. Aquele dia estava mais quente que o normal, fazendo-a optar apenas por um vestido de tecido fino, sem espartilho. Expirou profundamente o ar para seus pulmões, para em seguida o soltar, vagarosamente. Deitada de barriga pra cima, ela mirava o teto de seu quarto, enquanto apertava fortemente a carta que seu pai havia recebido há três dias. Levantou-se da cama, tocando seus pés descalços no chão cálido. Céus, até o chão estava quente. Caminhou até sua escrivaninha, pegando a pena, molhando-a em seguida na tinta e escrevendo sobre o papel branco.

“Quero que o senhor vá para o quinto dos infernos” Rabiscou assim que escreveu, sabia que uma moça que se prezava não escreveria aqueles tipos de palavras, mas estava com tanta raiva que se sentia no direito.

“Como ousa escrever uma carta a meu pai, dizendo que está vindo me buscar, quando sequer mandou-me em todos esses anos uma carta questionando como estou?” Rabiscou novamente suas palavras, amassando em seguida o papel e jogando no lixo.

Afastou a cadeira de modo rude, estava tão irritada nos últimos dias e o calor infernal que fazia junto a suas regras que havia descido só piorava as coisas. Bufou. Parecia que o mundo havia decidido desabar em sua cabeça.

Sem se importar de estar descalça, Hinata saiu de seu quarto, passando pela sala de estar onde seu pai estava lendo um jornal, sem se preocupar em cumprimenta-lo, passou também pela cozinha, onde duas cozinheiras e sua governanta estavam prosando animadamente. Quando seus pés tocaram na grama que continha no fundo de sua casa, ela soltou sua respiração. Estava prendendo-a sem notar.

— Hinata? — A voz de Kurenai, sua governanta, ecoou atrás de si, fazendo-a fechar os olhos para conter as lágrimas.

— Deixe-me em paz! — vociferou, erguendo a saia de seu vestido e correndo dali. Precisava sair de perto daquela casa, tudo estava lhe sufocando. Tudo estava a irritando e sua vontade de praguejar contra o mundo só aumentava.

Só parou de correr quando encontrou seu balanço — amarrado em sua árvore favorita quando criança —, perto do riacho que adorava tomar banho e longe o suficiente para que ninguém a visse derramar lágrimas. Sentou-se no balanço.

Sabia que aos olhos dos outros estaria sendo dramática demais. Conseguia imaginar perfeitamente seu irmão apenas emitindo um som cansativo e revirando os olhos. Tenten, sua cunhada, talvez se forçasse a entender, mas só talvez. Kurenai, sua governanta lhe diria: mas senhorita Hinata, você não é única mulher que está prometida a um homem que nunca viu em sua vida. Deixe de besteira. Ele é um homem de boa família. Porém ser um homem de boa família não significava ter caráter. A senhorita Tayuya casou-se com um homem de uma boa família, e ouviu dizer que ela apanha dele. Arrepiou-se. Deus, não deixe que ele seja assim, sussurrou sua prece. Tentou apaziguar aquilo de sua mente, pois estava começando a lhe dar náusea.

Havia tantas questões que gostaria de saber sobre ele antes de tê-lo como marido. Mas Naruto, sequer lhe mandou uma carta durante todos esses anos que não se viram. Nenhuma sequer! Seus dedos se apertaram nas cordas de seu balanço, tamanha raiva que sentia. Um homem que nunca mostrou interesse em sua futura mulher, um bom homem não deve ser.

Ou talvez, ele fosse um bom homem e nunca lhe mostrou interesse porque tem outra amada. Sentiu como se uma faca atravessasse seu coração. Ouviu que isso era bem comum, a senhora Chiyo mesmo um dia contou-lhe que seu marido nunca a amou de verdade, pois seu coração pertencia à outra. Deus, também não deixe que ele tenha outra, não suportaria ser a corna da história.

Entre ser uma mulher que apanha e uma corna, ela preferia ser uma corna. Céus! Isso era tão injusto e repugnante. Apostava que um homem nunca pensaria nisso, nunca chegaria a cogitar umas escolhas dessas. O mundo era injusto com todos, porém, com mulheres era mais. E Deus sabia disso!

Seu dedão do pé desenhou um coração na terra que continha abaixo do balanço. A imagem de sua amiga Ino veio à mente; a imagem dela e de seu marido, Sabaku no Gaara. Ino parecia bem feliz… não, na verdade, ela estava feliz. Eles se amavam. E Ino só o conheceu uma semana antes do casamento. Então, por um acaso, ela e Naruto poderiam fazer parte daquela pequena porcentagem de casais que se casaram sem se conhecerem direito e se amaram a partir de um certo momento? Era ser sonhadora demais? Não precisava ele nem a amar, só queria não fazer parte da maior porcentagem de um casamento arranjado, onde a mulher casada é humilhada, explorada, traída e agredida.  

E por que diachos ela estava pensando naquilo? Hinata sabia o porquê. Naruto não mostrou interesse durante anos, só havia lhe deixado questões e suposições. Quem era Naruto? O que ele gostava? Era um bom homem? Será que ele gostava de café? Porque ela adorava café. Também adorava nadar, ler e jogar cartas.

Seus olhos se elevaram para o céu, em meio às folhas verdes e amarelas, o raio solar lhe aquecia a face.

— Que ele goste pelo menos de café — disse em um humor ácido.

— Hina? — Ela virou a cabeça em direção ao chamado e encarou Tenten.

O olhar de sua cunhada era de ansiedade e curiosidade. E Hinata entendeu aquele olhar.

Ela levantou-se do balanço e envolveu seu braço no de sua cunhada e caminharam de volta para casa.

Hinata estava descalça, com os dedos dos pés cheios de terra, com sua franja grudada em sua testa devido ao suor, mas nada daquilo importava, pois quando ela encarou aqueles fios dourados e aqueles olhos azuis parado no meio de sua sala, seu único pensamento foi: Quem era Naruto? E a resposta viria logo.

   

 

 

 Naruto

O dia estava quente, muito diferente do que estava acostumado na velha Londres. A paisagem passava através de sua quadriculada janela, não era uma vista muito animadora. Era praticamente mato, colina e mato. Às vezes passavam por uma fazenda ou outra, onde via os gados andando tranquilamente e sentia-se aquecido pela tranquilidade que era emitida. Muito diferente da vida corrida que levava na capital.

Seu pai que estava ao seu lado, lia um dos vários documentos que havia trazido, não se prendendo a paisagem e muito menos ao balançar da carruagem, que ao seu ponto de vista era irritante e desconcertante. Talvez estivesse irritado e um pouco sufocado por conta do que o esperava na pacata vila da folha, especificamente na fazenda dos Hyuuga. Desabotoou dois botões de seu colete para ver se o mal-estar passava.

— Está tudo bem? — questionou Minato, desviando sua atenção do papel e direcionando-a para seu filho.

Naruto, que fitava a paisagem, passou a olhar seu pai.

— Estou bem — respondeu pragmático, não dando brecha para uma possível discussão sobre seu casamento.

E o silêncio instalou-se novamente na cabine. 

Sua mãe veio à mente, e lembrou-se o quanto que ela havia insistido para ir junto com eles e desculpar-se pessoalmente com o velho conhecido da família, Hiashi Hyuuga, e com sua filha, pela demora que eles tiveram em entrar em contato para acertar as coisas em relação ao casamento entre seus filhos, mas Minato negara, dizendo que isso era responsabilidade dele e de Naruto.

Por um momento Naruto discordou, ele não achava que tinha demorado. Afinal, a senhorita Hinata iria fazer vinte e um anos ainda naquele ano. Então ele dera tempo de ela viver uma vida antes de se prender ao matrimônio. Até ousou dizer isso em voz alta, o que acarretou em uma das piores discussões que sua família já teve. Karin, sua irmã, havia dito com total desgosto que “viver a vida” como ele havia colocado não se encaixava para mulheres. Afinal, o que uma mulher solteira poderia fazer? Ir a clubes que não era. E, com certeza, naquele período as amigas dela já deveriam estar casadas, enquanto ela não. Ele até rebateu dizendo que não tinha culpa se mulheres não tinham os mesmos privilégios que os homens. Porque sabia que Karin havia usado aquilo para jogar novamente a culpa nele por não ter os mesmos privilégios que ele.

A Namikaze mais nova também fizera questão de lembrar que Naruto nunca havia escrito uma carta para moça. Chamando-o de egoísta, por nunca ter se interessado em saber sobre sua futura noiva, por nunca ter a tranquilizada em relação a seu respeito. Pois, com certeza, a tal Hinata deveria estar preocupada com que lhe esperava. Podendo imaginar mil coisas horríveis a respeito dele. Fora ali que Karin Namikaze usou o momento para desabafar sobre o quanto seu irmão havia sido mimado e privilegiado por seus pais, enquanto em relação a ela só havia cobranças. Jogando tudo na cara da família, que esperava que ela arrumasse um bom marido, mas sequer conseguiam criar um filho que pudesse ser um bom marido para alguém.

E a discussão se estendeu por horas, fazendo Kushina chorar horrores por sua filha, que usou o momento que não lhe convinha apenas porque estava cansada demais da pressão que estava vindo de seus pais e da sociedade em relação a ela.

O que era para ser uma discussão sobre o noivado de Naruto, acabou se tornando algo maior. Todavia, fora necessário. Finalmente, ele pôde entender o lado de sua irmã e também entender o quanto foi egoísta por nunca ter se importado com sua prometida.

Será que a senhorita Hinata imaginava que ele podia ser um homem ruim? Será que ela estava empolgada com sua chegada? Como ela deveria ser? Bonita? Feia? Não era hipócrita, sabia que beleza era algo relativo, mas se dissesse que não se importava com sua beleza estaria mentindo. Que a beleza dela pelo menos o agrade, torceu mentalmente.

Indagações e suposições começaram a possui-lo. O que ela fazia no tempo livre? Será que ela gostará da capital, tendo crescido no interior? Duvidava, sabia que as pessoas do interior dificilmente se acostumavam com a capital, e até se sentiu mal por tirá-la dali.

A carruagem parou e o cocheiro desceu, abrindo a porteira para assim continuarem seu caminho. Enquanto adentravam a propriedade, o coração de Naruto fora se acelerando. Sequer conseguia pensar direito, apenas estava se permitindo sentir os turbilhões de sensação que se apoderava de si.

Ao descer do veículo, ele deparou-se com dois homens e uma moça que os esperavam acima da escada do casarão. Será que aquela moça seria sua noiva? Entretanto, logo após os cumprimentos, descobriu que a tal senhorita era mulher do primogênito de Hiashi Hyuuga. Após adentrarem e conversarem por alguns instantes, o patriarca da família Hyuuga finalmente pediu para sua nora ir atrás de Hinata.

— Aconteceu algo com sua filha?—– indagou, vendo a preocupação na voz do mais velho.

Hiashi suspirou.

— Não irei negar Sr. Naruto, minha filha anda temerosa em relação ao senhor e não a culpo. Afinal, nunca entrou em contato com ela durante todo esse tempo — respondeu com certa repreensão o velho Hyuuga.

Naruto sentiu a face arder.

— Entendo. E-eu peço desculpa pela minha atitude irresponsável.

O Hyuuga assentiu.

Naruto levantou-se para se servir demais café, quando escutou passos adentrando a sala de estar, virou-se deparando com uma moça parada na porta. Ela se encontrava em um vestido de tecido leve, descalça e com o cabelo grudado devido ao suor, suas mãos estavam frente a seu corpo como proteção. E apesar de todo aquele estado horrível e pose séria, Naruto sorriu, curioso em saber mais sobre sua futura mulher.

Havia um longo caminho que ambos percorreriam. E só o tempo diria se ali o amor poderia brotar.


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Notas finais do capítulo

Então, pode ser que futuramente eu poste uma continuação. Um capítulo deles se conhecendo, mas isso vai depende da minha inspiração.
Espero que você goste, Aninha. *-*
Desde já agradeço a todos que vão ler. ♥



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