Mitos Galáticos - Gaidens Secretos escrita por Anderson Luiz


Capítulo 21
Capítulo 21 - A Batalha do Cabo Tênaro


Notas iniciais do capítulo

Poucos anos antes de começar a Guerra Santa contra Hades do Século 18, coisas estranhas estavam acontecendo no Cabo Tênaro, antiga entrada para o submundo, o Grande Mestre fica preocupado que isso tenha haver com os espectros e enviam um grupo de cavaleiros para verificar a situação.



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[Grécia, Santuário de Atena, 1717]

{Poucos anos antes do início da Guerra Santa}

 

— Eu, Kei de Unicórnio estou me apresentando Grande Mestre.

— Eu, Gen de Pavão também estou aqui.

— E não se esqueçam de mim, Yen de Camaleão.

Grande Mestre: Eu os convoquei pois tenho uma importante missão para vocês três. Há poucos dias aconteceu uma batalha naval entre a Armada Cristã e os Otomanos, e os relatos que chegaram desse confronto são estranhos. Entre mortos, feridos e desaparecidos os números chegam a mais de 700 vítimas.

Kei: Mais de 700 vítimas!? Esses números são altíssimos, eles são reais Grande Mestre?

Gen: Eu também penso assim, o senhor não acha que houve um exagero nesses relatos? Será que não foi proposital?

Grande Mestre: Inicialmente também cogitei essa opção, mas temo que talvez esse não seja o caso e por isso que enviarei vocês três.

Yen: Entendi, então vossa excelência quer que expulsemos as frotas remanescentes?

Grande Mestre: Não será necessário. A Armada Cristã obteve a vitória e com isso os Otomanos se retiraram da batalha. Porém o que realmente me chamou a atenção é que essa batalha aconteceu bem próximo do Cabo Tênaro...

— Cabo Tênaro? Esse nome me soa familiar. – Falou Kei pensativa, tentando lembrar de onde já tinha ouvido esse nome.

Grande Mestre: Provavelmente todos vocês já ouviram sobre alguma vez na vida, pois o Cabo Tênaro é o local onde segundo as lendas encontrava-se a entrada para o mundo dos mortos…

— Então as lendas são mesmo reais!? – Perguntou Gen incrédulo.

Grande Mestre: Sim, de fato a entrada para o mundo dos mortos ficava lá… Porém, segundo os registros do Santuário o próprio Hades teria fechado a passagem durante a primeira Guerra Santa contra Atena para que os cavaleiros não invadissem o submundo.

Kei: Eu não entendo Grande Mestre… se a batalha entre as armadas já terminou e a passagem para o mundo dos mortos está fechada, porque o senhor está tão preocupado?

Grande Mestre: Porque em breve deverá ocorrer uma nova Guerra Santa contra Hades e tudo o que está acontecendo talvez não seja apenas coincidência. Não podemos deixar esse acontecimento de lado, precisamos checar.

— G-guerra Santa? - Falou Yen surpreso enquanto olhava preocupado para o seus companheiros.

E-então o senhor acha que o exército de Hades já começou a se mover…? - Gen também não conseguiu disfarçar a sua preocupação.

Grande Mestre: Talvez... a leitura das estrelas apenas me revelou que a guerra santa estaria próxima de acontecer, entretanto nem mesmo a Deusa Atena deu indícios de seu retorno… por isso penso que ainda seria muito cedo. Porém, se as minhas suspeitas forem confirmadas... é possível que eles estejam usando o Cabo Tênaro como rota para trafegar entre o submundo e a superfície uma vez mais e nesse caso é imprescindível que selemos essa passagem…

— Dessa forma podemos atrasar o início da Guerra Santa e a invasão do exército de Hades… Esse é o seu plano Grande Mestre? - Perguntou a amazona de bronze com a voz trêmula,  assim como os outros ela não conseguia disfarçar o impacto que sofreu com a informação do provável início da guerra santa.

Grande Mestre: Exatamente, com essa manobra teríamos vantagem e ganharíamos tempo para estruturar o santuário contra Hades e aguardar a chegada Atena.

Gen: Acho que já entendemos toda a situa...

— Espera... - Interrompeu Yen - Grande Mestre tem algo que eu ainda não consegui entender... Porque Hades estaria atacando esses navios?

— Isso também é uma das coisa que me incomoda... é muito difícil imaginar qual a utilidade que existiria no Deus dos Mortos se envolver nessa batalha... entretanto, acredito que o mais provável é que os tripulantes tenham descoberto acidentalmente a presença dos espectros...  - Falou o Grande Mestre.

— Pobres coitados… - Sussurrou Yen.

Kei: Agora que já estamos a parte de toda a situação, quando devemos partir?

Grande Mestre: Ainda hoje pela manhã e você Kei assumirá a liderança desta missão.

Kei: E-eu? O senhor tem certeza disso? Gen é um cavaleiro de prata, ele não deveria nos liderar?

Grande Mestre: Gen você tem alguma objeção?

Gen: Não Grande Mestre. Eu confio no seu julgament

Grande Mestre: E enquanto a você Yen?

Yen: Eu também não tenho nenhuma objeção Grande Mestre. Eu seguiria a Kei para qualquer lugar.

— Urgh… vocês dois vão me pagar… - Kei falou baixinho enquanto olhava furiosa para os seus companheiros e eles percebem que ela estava resmungando alguma coisa e retribuem com singelos sorrisos.

— Então já está decidido, você irá liderar essa missão. Eu sei que vocês devem estar preocupados e assustados por causa da importância dessa missão, mas foi por isso mesmo que escolhi vocês três, dentre os pouquíssimos cavaleiros que se graduaram vocês três são aqueles que mais se destacaram e que melhor trabalham em grupo, por isso estou confiando em vocês. E Kei, lembre-se que a patente não é tudo, ela não deve ser mais importante do que as habilidades de um cavaleiro ou amazona, então se dê um pouco de crédito. – Falou o Grande Mestre.

— Sim senhor! Faremos o nosso melhor vossa santidade! – Disse Kei olhando para os companheiros e eles fizeram sinal com a cabeça concordando com a amazona.

Grande Mestre: Muito bem! A prioridade é averiguar se há envolvimento de Hades e do seu exército nessas mortes, caso confirmem evitem confrontos e retornem imediatamente para o santuário, ouviram!?

— Sim senhor!! - Disseram os três em coro.

— Agora se aproxime minha jovem – O Grande Mestre enfia a mão dentro do seu manto e retira três envelopes. A amazona de bronze se aproxima, os pega e retorna para junto dos outros dois cavaleiros. – Alguma embarcações ainda permanecem na área mesmo com o fim do conflito e estas cartas solicitam a cooperação total das armadas para que o santuário possa investigar o que aconteceu durante a batalha. Agora vão!



[Cabo Tênaro, Grécia]

 

Kei: Vamos nos dividir, vocês dois vão até os navios e tentem descobrir algo com os tripulantes.

Yen: Mas como você acha que vamos chegar lá? Nadando?

Gen: Óbvio que não, seria muito suspeito se chegássemos assim... Precisamos chegar de um jeito mais agradável.

— Bem, de qualquer forma eles vão suspeitar que seja uma armadilha principalmente os Otomanos, então para evitar conflitos desnecessários apenas mostrem-lhes isso. – Kei entrega para cada um uma carta lacrada com o selo do Santuário.

Yen: O que é isso mesmo?

Gen: Você devia prestar mais atenção nas coisas. Essas são cartas do Santuário informando que iremos investigar o que está acontecendo e que pede cooperação total.

Kei: Exatamente, entretanto isso não quer dizer que eles serão amigáveis, porém só usem a força em último caso, não queremos causar um incidente político, então eu acredito que o Gen deveria ir até os Otomanos, por ele ser mais articulado, digamos assim.

— O que você quer dizer com isso? – Perguntou Yen um pouco frustrado.

Gen: Apenas ignore ele. E você o que fará?

Kei: Vou investigar as redondezas para tentar encontrar alguma informação. Aqui também existem muitos templos, então vou conversar com os frequentadores e as pessoas que moram próximas daqui para tentar conseguir algumas informações. Devemos nos encontrar neste mesmo ponto em três horas.

Os três se separam, Kei segue em direção aos templos e Gen e Yen vão em direção dos navios remanescentes.

Enquanto Yen e Gen avançavam, o cavaleiro de Camaleão tem uma ideia – E se a gente tentar alugar um barco?

Gen: Humm, eu também pensei nisso... mas eu não trouxe nenhuma Dracma, e você?

Yen: Tsc... também não... e-espera, e se usássemos o selo do santuário para conseguir um barco?

Gen: Duas boas ideias seguidas? É melhor não forçar muito o cérebro... heheh

— Ou podíamos tentar vender umas penas das sua armadura... e assim conseguiríamos alguns trocados... ahaha – Yen aproxima a sua mão sorrateiramente da urna de Pavão… Mas Gen segura a mão de Yen e a aperta com força – Nem tente...

— Tá bom, tá bom... – Falou Yen enquanto balançava a mão na tentativa de aliviar a dor.

Gen: Agora vamos ao porto tentar conseguir um barco.

O dois cavaleiros mudam de direção e vão até a pequena área portuária do Cabo Tênaro e ao mostrarem as urnas que carregavam e o selo do santuário que constava nas cartas que o Grande Mestre havia lhes entregado, eles foram identificados como cavaleiros e conseguem alugar dois botes. Yen foi em direção aos navios remanescentes da Armada Cristã e Gen para os navios da Armada Otomana assim como Kei os sugeriu.

A muito contragosto, os dois cavaleiros conseguiram subir a bordo dos respectivos navios para investigar o que estava acontecendo. E as informações que eles obtiveram foram as mesmas em ambas as armadas. Eles descobriram que durante a guerra os corpos dos tripulantes estavam sumindo dia após dia. Os Otomanos acusavam a Armada Cristã de saquear e sumir com os corpos e a Armada Cristã acusava os Otomanos da mesma coisa.

Eles também descobriram que houveram ataques noturnos e que vários tripulantes sumiram e os que eram encontrados estavam mortos com uma aparência bizarra e com partes do corpo faltando e que o mal tempo que os prendeu ali não parecia ser algo natural, sempre começava do nada e sempre ao entardecer.

Já Kei descobriu que muitos ladrões, saqueadores, mercenários e piratas usavam a área montanhosa do Cabo Tênaro para se esconder ou para serem recrutados. Ela também descobriu que existia uma lenda sobre uma antiga caverna e que todos diziam que era amaldiçoada, muitos também contaram que os piratas escondiam seus tesouros lá e que todos aqueles que se aventuravam nela na tentativa de encontrar os tesouros morriam ou enlouqueciam.

Depois que se passaram as três horas, os três se encontraram no local marcado e compartilharam todas as informações que eles conseguiram levantar.

Gen: Infelizmente parece que o número de mortos é real, porém duvido que eles vão incluir todas essas informações nos relatórios da batalha… ninguém acreditaria.

Kei: Toda a situação fica cada vez mais estranha... e até o momento não encontramos nenhuma evidência do envolvimento de Hades ou do seu exército.

— Acho que pode ficar um pouco mais estranho... – Falou Yen olhando para Gen.

Kei: O que você quer dizer com isso?

Gen: Tem mais um detalhe que descobrimos. Durante os ataques noturnos todos os tripulantes disseram que ouviam sons horripilantes, sons que eles nunca tinham ouvido antes na vida ou no mar e sempre antes do mal tempo começar uma sombra negra voa pelos céus.

Kei: Também ouvir sobre isso... que pessoas estavam sendo atacadas de noite e que antes dos ataques muitos afirmavam ouvir uns sons estranhos e que os ataques começavam sempre ao entardecer.

Yen: O que diabos está acontecendo aqui?

Kei: Eu ainda não faço ideia, nada parece fazer sentido pra mim.

Gen: Bem, acredito que deveríamos esperar até o entardecer para continuarmos investigando não é? Mas ainda faltam algumas horas, o que faremos até lá?

Kei: Vamos investigar a caverna que mencionei, no momento é a melhor pista que temos.

Yen: Mas ela não é amaldiçoada? O que diabos você espera encontrar lá?

Kei: Talvez algumas respostas para o que está acontecendo. Já que os relatos de ataques começaram bem antes da batalha naval entre as armadas.

Gen: Pelo o que você nos contou, imagino que essa caverna deva ser a antiga entrada para o mundo dos mortos.

Kei: Minha intuição diz que sim, quando passei perto da caverna senti um terrível mal estar, uma melancolia me envolveu e parecia devorar a minha alma.

— Mais que diabos... – Yen sai andando, deixando Kei e Gen para trás. – O que vocês estão dois esperando? Vamos logo!

— Ele está bastante nervoso… - Sussurrou Gen olhando para Kei.

— Sim, sempre que ele fica nervoso fica xingando. Mas eu entendo ele perfeitamente, eu também estou nervosa e preocupada. - Respondeu Kei.

— Todos estamos, porém não vamos deixá-lo assumir a dianteira, vamos indo também. - Finalizou Yen.

Ao chegaram próximo da entrada da caverna Gen e Yen sentiram uma melancolia assustadora invadir suas almas, assim como que Kei havia mencionado e quanto mais próximo da caverna mais forte ficava esse sentimento.

Yen: Que sentimento ruim… até parece que tá me devorando… Vocês querem realmente entrar nessa porcaria de caverna?

Gen: Não temos escolha… precisamos confirmar de uma vez se Hades está envolvido ou não.

Kei: Antes de entramos acho prudente vestirmos nossas armaduras, para caso haja necessidade de lutarmos...

Os três colocam as suas urnas no chão, enfileiradas uma ao lado da outra e as abrem em sequência. Ao vestirem as suas armaduras percebem que aquele sentimento melancólico diminuiu drasticamente.

— Agora sim, me sinto muito melhor! Nossas armaduras estão nos protegendo - Disse Yen um pouco mais animado.

Kei: Muito bem! Agora vamos entrar, entretanto fiquem em alerta total, não devemos baixar a guarda.

Pouco depois que os três adentraram na caverna sentiram um cheiro podre impregnando no ar, nas paredes, no chão, em todo lugar. Ao atingirem poucos mais de 300 metros, eles começaram a encontrar alguns baús trancados, outros vazios e alguns completamente destruídos. Assim como Kei ficou sabendo, os piratas realmente escondiam seus tesouros ali porque ninguém teria coragem de entrar na caverna, pessoas normais deveriam ser mais afetadas por esta caverna.

Yen: Tá ficando cada vez mais escuro ou a minha visão ta ficando turva?

Gen: Acredito que as duas coisas, assim vamos ficar na desvantagem caso sejamos atacados.

Kei: Eu sei… mas se usarmos o cosmo vamos chamar atenção, vamos continuar assim até onde pudermos.

Quanto mais eles avançavam mais forte o cheiro podre ficava e começaram a ter dificuldade para respirar por causa daquele ar, a temperatura corporal deles também começou a cair rapidamente, e os seus corpos pareciam pesar o dobro do normal.

Ao atingirem mais  de 600 metros caverna a dentro eles começaram a encontrar vários corpos, Gen e Yen identificaram alguns deles como sendo tripulantes das armadas já que eles estavam vestidos da mesma forma. E Kei cogitou que os outros corpos fossem das pessoas que frequentavam os templos ou mesmo dos piratas que usavam a caverna.

De repente o trio começou a ver vultos e ouvir sussurros incompreensíveis que vinham de toda as direções.

— Por favor, me digam que vocês estão vendo e ouvindo as mesma coisas que eu? - Falou Yen meio assustado.

Gen: Sim… não estamos sozinhos… mas mesmo assim não consigo sentir a presença de ninguém… serão espectros?

Kei: Não sei, mas fiquem atentos, não baixem a guarda e preparem-se para uma batalha…

Os vultos começaram a aumentar cada vez mais, os sussurros também, mas eles não conseguiam identificar nenhuma presença. O trio não vendo escolha começa a elevar o cosmo para iluminar completamente a área onde eles estavam, os vultos sumiram porém as vozes continuaram. 

Kei: Agora que nossa posição foi revelada devemos continuar com muito mais cautela.

— Sim! - Responderam Yen e Gen.

Pouco metros depois eles começam a ouvir barulhos estranhos vindo do fundo da caverna e uma estranha mas poderosa ventania os acertou, os três tentaram bloquear as rajadas de ar, mas elas começaram a empurrá-los para trás.

— Algo está emergindo do fundo caverna… protejam-se! - Alertou Kei.

— Eu não consigo ver nada. - Falou Gen.

— Inferno, esse vento está começando a queimar meu corpo… Gen você não pode dá um jeito nele?! - Gritou Yen.

Gen tomou a frente do grupo e lançou a sua técnica - Tornado Arco-Íris!— Gen elevou o cosmo e estendeu as duas mãos abertas para frente e começou a girá-las em sentido horário, de cada mão saiu um turbilhão colorido formado de ventos e cosmo, as rajadas que o cavaleiro criava com as mãos eram altamente cortantes. 

— Urgh… Continue assim... está funcionando. - Gritou Kei.

A técnica de Gen conseguiu dissipar completamente a ventania em poucos minutos. - Eu atingi alguma coisa… - Disse Gen quando conseguiu eliminar a ventania.

— O que diabos tinha nesse vento, eu não estou me sentindo bem… - Falou Yen meio cambaleante.

— Eu também, fiquei esgotado e meu corpo está ficando ainda mais pesado. - Disse Gen caindo de joelhos no chão.

— Nós fomos atacados e esses são os efeitos do ataque… Mas quem nos atacou? - Disse que Kei tentando se manter de pé.

Os barulhos aumentaram, mas agora eles conseguiam ouvir melhor, eram sons passos em alta velocidade, algo estava indo de encontro com eles. De repente, dois olhos vermelhos surgem no meio da escuridão e uma rajada de fogo é lançada na direção dos cavaleiros.

Kei toma a frente de Gen para protegê-lo já que ele tinha sofrido mais danos, ela eleva cosmo e tenta bloquear a rajada incandescente com as duas mãos estendidas.

— Kei! - Gritou Yen.

A amazona de Unicórnio conseguiu bloquear as chamas, mas por causa do ataque anterior e dos efeitos da caverna ela estava ficando rapidamente esgotada. - Yen meus braços estão começando a queimar não vou aguentar por mais tempo…

— Já entendi! Captura Esmagadora!— Yen explode o cosmo e estala o seu chicote no chão, o mesmo começa a crescer e aumentar de tamanho cada vez mais rápido, então ele lança o chicote contra o seu adversário que o envolve completamente, o imobiliza e de acordo com a vontade do cavaleiro o chicote pode estrangular a sua vítima. - Vamos saia das sombras seu desgraçado!

Yen tenta usar o chicote para estrangular quem foi capturado por ele para cessar a rajada de fogo, mas é em vão, então ele decide usar toda a sua força para puxar das sombras quem estava atacando ele e os seus amigos. Mesmo usando toda a sua força ele não consegue puxar para fora da escuridão o que quer que seja que o seu chicote tenha capturado.

— Mais que inferno… desse jeito a Kei… - Gritou o cavaleiro de bronze.

— Vamos se concentre! Vamos puxar juntos de uma só vez! - Disse Gen se levantando e o ajudando a puxar.

Eles conseguem puxar, mas a rajada de fogo explode antes de cessar e Kei cruza os braços na tentativa de se proteger e acaba sendo lançada para trás passando ao lado do cavaleiro de Pavão e de Camelão e ela cai deixando marcas no chão por causa da força da explosão das chamas.

— Q-que tipo de monstro horrendo é esse? - Disse Gen ofegante e forçando a sua visão para tentar identificar o que era aquela criatura.

— Um maldito dragão!? Mas… mas… porque ele tem a cabeça de uma ave?

— Falou Yen surpreso e indeciso já que a imagem da criatura estava turva por causa dos efeitos colaterais da caverna.

Os dois cavaleiros não tiveram muito tempo para analisar a criatura, pois ela preparava outro ataque abrindo o seu bico negro que estava sujo de sangue. - Não, não vou deixar! Gen solte o chicote! - O prateado solta o chicote e o cavaleiro de Camaleão o move jogando uma ondulação em direção da criatura prendendo o seu bico. - Nada de usar as suas chamas seu desgraçado! Vou terminar isso de uma vez! Chicote de Camaleão estrangule essa coisa!

Obedecendo a ordem do seu cavaleiro o chicote começa a estrangular o corpo da criatura e ela começa a emitir um som horrendo, uma mistura de rugido com grasno, mas que foi abafado pelo chicote que estava enrolado em seu bico.

Gen: Parece que isso só não vai ser suficiente!

Yen: Não importa! Vá checar se a Kei ainda está viva!

Gen: Péssima ideia… eu não vou virar as costas pra um inimigo desconhecido… eu disse pra você não forçar o seu cérebro não foi?

— Vocês dois não ousem parar agora, acabem com isso de uma vez! - Gritou a amazona de Unicórnio tentando se levantar. Ela tenta usar seus braços para se apoiar no chão, mas no último ataque da criatura as chamas destruíram por completo as proteções dos seus braços e eles estavam completamente queimados e ao forçá-los começaram a sangrar, ela grita de dor  cai no chão novamente. 

— Droga! Você ouviu, não ouviu Yen!? Tornado Arco-Íris! — Gen lança sua técnica contra a criatura, mas dessa vez depois de disparar os ataques ele uniu os dois em um só para aumentar o seu poder. - Yen se prepare, a minha técnica deve cortar também o seu chicote.

— Sim! Estou pronto! - Gritou Yen.

O ataque começou a causar vários cortes na criatura e os seus olhos começaram a brilhar ainda mais forte e o Tornado Arco-Íris começou a perder força rapidamente.

— Gen! O que houve? - Perguntou Yen preocupado.

— E-eu não estou conseguindo me mover, meu corpo está ficando paralisado. - Disse o cavaleiro de prata com dificuldade.

O Tornado Arco-Íris perdeu completamente a força. Aproveitando a situação a criatura usou seu enorme rabo para cortar o chicote, em seguida abriu as suas gigantescas asas negras rompendo o resto do chicote que a segurava. Ao se libertar ela investe contra Gen que ainda estava paralisado.

— Os olhos! Acerte os olhos! - Gritou Kei que finalmente estava de pé!

Yen salta para o alto e prepara um ataque. Ele desce aculumando cosmo em seu pé e desfere um poderoso chute atingindo um dos olhos da criatura que ruge de dor. Mas antes do cavaleiro de bronze conseguir pousar a criatura acerta-o com o seu poderoso rabo e o joga contra a parede o afundando nela.

Vendaval Assassino!— Gritou Gen que já conseguia se mover. Ele elevou o cosmo e atrás dele apareceram várias penas coloridas simbolizando a cauda de um pavão, com um movimento de mãos ele imita um bater de asas e lança várias rajadas de vento cortante em forma de lâminas semi-circulares.

A criatura começa a ser empurrada para trás, ela tenta se proteger usando suas asas como escudo e isso funciona inicialmente, mas o ataque do prateado começa a retalhar as asas da criatura.

O monstro então tenta rebater a técnica den Gen com a sua ventania, os dois ataques colidem e parecem empatar. Mas aos poucos a ventania do monstro começa a sobrepujar o Vendaval do cavaleiro de Pavão.

— Gen, continue assim eu vou atacá-lo! - Disse o cavaleiro de Camaleão saindo de dentro da parede, cuspindo bastante sangue. Sua armadura estava toda quebrada e se mover os pedaços da armadura caiam no chão. Ele cheio de escoriações e machucados pelo corpo e ele coloca a mão na lateral do peito e faz uma expressão de como sentisse muita dor, provavelmente algumas costelas foram quebradas. 

— Não! Você não vai conseguir se aproximar sem sofrer danos com a pressão dos golpes, pense em outro jeito. - Falou Gen.

— Não se você cessar o ataque no momento certo. - Disse Yen saltando de dentro da parede e correndo em direção do monstro.

— Ele ta certo Gen você está sendo pressionado e nós não vamos aguentar por mais tempo, estou contando com você! - Disse Kei que passou correndo ao lado cavaleiro de Pavão.

Gen: Droga! Vocês dois estão loucos?!

— Agora! - Gritou a amazona de Unicórnio.

O prateado cessou o ataque e cruzou os braços para receber todo o impacto da disputa dos golpes e foi jogado com força para trás. Yen estala o chicote no chão e ele se regenera, em seguida grita - Chicote Sangrento! O cavaleiro eleva o seu cosmo e inicia uma saraivada de ataques com o seu chicote, as chicotadas começam a rasgar o chão, o teto e todo o corpo da criatura, ela tenta usar a sua ventania, mas o chicote consegue cortar o vento e continuar ferindo-a.

Aproveitando o ponto cego da criatura, que teve seu olho ferido por Yen, Kei salta em direção a ela, Yen cessa o seu ataque e acaba sendo lançado para trás pelos vestígios da ventania lançada pela criatura, mas ele consegue firmar o seus pés no chão e é arrastado por alguns metros. A amazona de bronze então lança a sua técnica. - Galope do Unicórnio!— Elevando o seu cosmo Kei lança uma poderosa sequência de chutes contra o peitoral da criatura o afundando até atingir o coração da criatura, mas antes de tombar derrotada ela lança seu último ataque, uma potente bicada que acerta o peito da amazona perfurando a armadura e a lançando com força contra o chão, o impacto foi tão forte que causou uma pequena cratera.

Yen corre para acudir a amiga, mas ao chegar a amazona já estava morta. Ele queria gritar, mas não tinha forças. Gen chega logo depois e se ajoelha ao lado do corpo da sua amiga e começa a chorar. Os dois cavaleiros ficam em silêncio por alguns minutos e no silêncio mórbido da caverna naquele instante eles finalmente conseguem entender o que os sussurros diziam: Fujam daqui! Vão embora! Salvem-se! E coisas do tipo.

Gen ainda com as lágrimas escorrendo pelo rosto pega o corpo ensanguentado da companheira se levanta e a passos lentos vai em direção a saída da caverna, mas depois de alguns passos ele fraqueja e quase cai de joelhos, porém Yen o segura e o ajuda, os dois cavaleiros seguem lentamente para a saída.

 

[Santuário de Atena, Salão do Grande Mestre]

{Dias depois}

 

— Eu já sei que Hades não estava envolvido, por isso eu havia dito que só quando vocês dois estivessem totalmente recuperados conversaríamos sobre o que aconteceu. - Falou o Grande Mestre

— Nós sabemos Grande Mestre, mas hoje foi o enterro da Kei e nós não aguentávamos mais ficar esperando… - Disse Gen que ainda estava abatido tanto por causa da luta, quanto pela morte de Kei.

— Por isso viemos dar nossos relatórios sobre a missão. - Falou Yen que estava tão abatido quanto Gen.

— Tudo bem, eu posso entender como vocês estão se sentido. Então por favor me contem tudo o que aconteceu. - Disse o Grande Mestre. 

Os dois cavaleiros começaram a relatar tudo o que aconteceu nos mínimos detalhes.

O Grande Mestre então se levanta do trono e vai em direção a uma pequena entrada lateral do salão. - Esperem aqui.

Depois de poucos minutos o Grande Mestre volta trazendo um grande livro nas mãos, ele senta novamente em seu trono e começa a folhear o livro. - É isso, como eu pensei. As descrições que vocês me deram batem perfeitamente com um Basilisco. 

O Grande Mestre começou a descrever o que estava no livro. - Ele possui uma cabeça de galo, chifres, uma pena dourada no centro da cabeça como se fosse uma coroa, patas de galinha, uma cauda de serpente e suas penas parecem escamas. Ele detém chamas poderosas, como também um mortal veneno que pode ser liberado pela boca ou pela suas asas,  e um olhar petrificante, ou como vocês me contaram, o olhar dele na verdade paralisa. Então provavelmente quando as pessoas viam as vítimas paralisadas pensavam que elas tinham virado pedra.

— Um Basilisco? Nós realmente enfrentamos uma criatura mitológica? - Falou Yen surpreso.

— Sim, e eu estou tão surpreso quanto você, o Basilisco é uma criatura muito poderosa e mortal, segundo as lendas poucos conseguiriam enfrentar um e sair vivo, quem dirá matá-lo.

— Então foi isso o que enfrentamos… Mas Grande Mestre eu não entendo, o que uma criatura como essa estava fazendo naquela região? - Perguntou Yen.

— Segundo este bestiário o Basilisco é considerado como um dos símbolos da cobiça e da morte. Ele deve ter sido atraído pelo cheiro de morte que existe na caverna, e quando a batalha entre as armadas teve início ele achou uma fonte ilimitada de alimento. - Explicou o Grande Mestre fechando o Bestiário.

— Aquela maldita caverna… - Falou Yen frustrado cerrando o punho.

— Acredito que a caverna também estava sugando a força vital do Basilisco assim como sugava as suas e deve ter sido por isso que ele estava caçando tanto. - Ponderou o Grande Mestre.

— Então ele não estava com seu poder total!? - Perguntou Gen frustrado.

— Provavelmente não, mas vocês também estavam sofrendo com os efeitos da caverna, então de forma alguma  isso diminui o mérito dos três. Infelizmente esta missão custou a vida de uma companheira… porém vocês podem honra a memória dela ao continuarem vivendo e lutando bravamente assim como ela o fez. - Disse o Grande Mestre.

Os dois cavaleiros trocam olhares em silêncio. Gen respira fundo e fala: Nós reafirmamos nosso juramento de proteger as pessoas em nome de Atena…

— Muito bem, eu não tinha dúvidas disso. Nós precisaremos de cavaleiros como vocês para proteger a humanidade na futura Guerra Santa contra Hades.

Yen: E agora o que o senhor vai fazer em relação a esta caverna?

— Seguirei com a ideia original e irei pessoalmente selá-la para que ninguém mais possa usá-la, seja humano, criatura ou espectro. - Respondeu o Grande Mestre.

— Nós poderíamos acompanhá-lo nessa missão? - Perguntou o Yen abaixando a cabeça.

Grande Mestre: É claro que sim, serão bem vindos para me acompanhar. Devemos partir em alguns dias, então por hora vão descansar e se recuperar.

— Sim senhor! - Responderam os dois cavaleiros.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Ufa! Mais um capítulo e o maior até agora. Espero que vocês gostem, esse deu trabalho, na verdade ele era pra ter sido o 16, porém foi muito difícil de escrever. Espero que gostem.

Falando em escrever nesses últimos meses por causa da Pandemia eu comecei a escrever e publicar muito mais capítulos do que jamais planejaria, foram 10 em 3/4 meses e fiquei muito feliz com isso, porém agora vou diminuir um pouco ritmo e me dedicar a outra fanfic que acabei de lançar: Evil Crusher Maya: https://fanfiction.com.br/historia/793604/Evil_Crusher_Maya/

Outro fato interessante é que a batalha naval descrita na estória aconteceu de verdade, ela de fato aconteceu em 19 de Julho de 1717 e foi próxima ao Cabo Tênaro e até hoje os mais de 700 mortos chamam atenção pela ferocidade da batalha. E pra completar hoje é aniversário do Espectro Sylphid de Basilisco, A Estrela Celeste da Perspicácia.

Vocês acreditam que tudo isso foi coincidência? Esse é o meu super poder, haeaheha

Perfil atualizado dos personagens: https://docs.google.com/document/d/1SEFOltqlp1-YSOPikfUSN-g53LmlVHtXb6jqIl917aI/

O Basilisco descrito na fanfic (vale lembrar que esse também é o mesmo conceito que o Kurumada usou) : https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/5d/Basilisk.gif

Agradeço aos leitores que aqui chegaram e até o próximo capítulo ^^



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