Coração que Cura escrita por Carolina Muniz


Capítulo 2
1


Notas iniciais do capítulo

Hey ♥



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× Capítulo 1 ×

Um acidente fatal no mesmo horário de uma parada cardíaca: o coração poderia salvar a vida de Ana, a única questão era se a família deixaria que a salvassem.

×

— Foi um cara bêbado do outro lado da rua. Às 17h da tarde e o cara já estava bêbado dirigindo a porra de um Cadillac branco - vociferou ele com raiva.

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— Mais uma parada e meu coração vai se quebrar de vez - disse ela com pesar. - Eu não quero que meu coração se parta.

×

Ana odiava quando acordava na sala amarela, aqueles malditos eletrodos colados em seu peito e aquela sonda no nariz. O pior é que ela nem se lembrava de como fora parar lá.

Ela entendia. Tinha 19 anos, tinha que entender. Mas na verdade, ela sempre entendeu. Ela tinha plena consciência de que seu coração tinha nascido estragado.

Ele era, bem, era uma bomba relógio.

Uma bomba que atingiria todos ao seu redor, e ela não podia fazer nada a não ser esperar... Esperar alguém que lhe doasse o próprio coração - que não fosse uma bomba também - para que ela pudesse substituir o seu.

Resumindo: ela esperava que alguém muito saudável morresse. E para isso tinha que ser um acidente de carro, de moto, cair da escada, da bicicleta, suicídio, engasgado com uma linguiça, caindo no banheiro - não deixando que o vidro do boxer perfure seu coração, então muito cuidado se você for morrer assim, ela precisa do seu coração impecável, okay? - ou até mesmo ser assassinado pela ex namorada - ou ex namorado - obcecada e maluca - uma facada, preferência, no estômago, bem longe do coração.

Veja bem, não era estranho uma garota de dezenove anos ficar pensando tanto na morte de alguém - alguém que ela não fazia ideia de quem era. É que ela esperava por aquilo apenas. A sua vida inteira ela foi ensinada a esperar por aquilo. Então, não, não era estranho, não era mórbido e nem depressivo que Ana imaginasse um monte de mortes alternativas para pessoas saudáveis.

A sua vida inteira ela foi ensinada a esperar... A esperar pela morte. De alguém ou sua.

Ela preferia de outra pessoa, claro.

E não, não era egoísmo.

× ×


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Notas finais do capítulo

xoxo



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