Anos se passaram e aquelas crianças cresceram, chegando em seu último ano de Hogwarts. Alicia Gusman fez amigos com quem dividiu sua infância, adolescência, experiências, momentos de alegria, tristeza e descobertas.

" – Gusman, anda, vamos nos atrasar para a aula de adivinhação.” Uma voz masculina chamou a atenção de Alicia que ainda se encontrava na cama.

Mário Ayala era o seu nome, ele era um menino extrovertido e tinha um coração enorme, dono de uma beleza invejável, era moreno e esbelto. Logo após ser selecionado para a sonserina, Mário e Alicia se tornaram inseparáveis.

" – Mário, sai daqui e vai acordar o Jorge, eu já estou descendo para o salão principal, me encontre lá.” A menina disse bufando e expulsando o amigo do dormitório feminino. Fazendo o garoto ir de encontro com Jorge Cavalieri. 

Jorge Cavalieri era o típico mauricinho que veio de uma família de sangue puro e que estava acostumado à ter tudo em suas mãos. Apesar de seu gênio forte o menino conseguia interagir com os amigos e mesmo querendo ser durão, Jorge era o mais sentimental de todos, sendo também um sonserino nato.

Alicia levantou de sua cama, fez a sua higiene e pôs seu uniforme. Como o dia estava frio, a menina colocou um cachecol bem grosso e verde em seu pescoço.

Ela desceu a escadaria do salão comunal da sonserina e foi de encontro ao salão principal onde era servido o café da manhã e as demais refeições. 

Ao entrar no salão a menina rolou os olhos pelo local e viu um pequeno grupo de alunos reunidos na mesa da corvinal, dessa vez, então caminhou até lá.

" – Bom dia.” A menina resmungou atraindo os olhares de três meninas. Marcelina que sorria radiante, Carmem que lhe deu um aceno com a cabeça mas manteve a sua atenção nos livros e Margarida que comia um grande e suculento pedaço de torta de abóbora.

Carmem Carrilho foi selecionada para a corvinal e fazia jus a sua casa, uma menina doce e extremamente certinha. Das bruxa de sua idade, Carmem sem dúvidas é a mais inteligente.

Já Margarida Garcia é o oposto, foi selecionada para a lufa - lufa. A menina parece que vive no mundo da lua e só vem para a Terra quando ouve falar em comida, principalmente em torta de abóbora, que é o seu doce preferido. Dona de um coração enorme, sempre consegue ver o lado bom das pessoas.

" – Marce, onde estão os meninos? Eu disse ao Mário para me encontrar aqui no salão principal. " Alicia perguntou e notou o desespero da baixinha ao seu lado, que começou a tentar arrumar o seu uniforme vermelho da Grifinória e passar as mãos freneticamente pelos cabelos.

Marcelina sempre foi bobamente apaixonada por Mário Ayala e mesmo tendo uma amizade com o menino ela não consegue esconder de ninguém o quanto gosta dele.

" – Eles estão no campo de quadribol.” murmurou Carmem sem tirar a atenção de seus livros. " – Acho que vão matar aula".

Alicia se levantou num pulo e puxou Marcelina pela mão, que puxou Margarida, que agarrou o seu prato de torta de abóbora e lançou um olhar feio para Carmem, deixando claro que era para a menina largar os livros e segui -las.

Então saiu as quatro meninas correndo pelos corredores do castelo indo de encontro ao campo de quadribol. Quadribol era uma espécie de futebol, mas bruxo, muito mais complexo e com vassouras.

Os meninos estavam tentando se esconder sem sucesso atrás do vestiário do campo quando perceberam as quatro meninas correndo até eles. Uma cena engraçada de se ver.

" – Então quer dizer que vocês vão matar aula e nem avisam? Belos amigos.” Disse Alicia se sentando no chão ao lado de Jorge.

" – Da última vez fomos pegos por culpa de vocês". Daniel que estava escrevendo algo em um pergaminho. Resmungou, encarando as meninas.

Daniel era da corvinal e também a versão masculina de Carmem, sempre muito centrado e estudioso. Um garoto moreno, bem alto e todo engomadinho.

" – Na verdade, fomos pegos por causa da Margarida, que resolveu sair para procurar comida". Carmem respondeu ao menino, arrumando o seu óculos. Ato que sempre fazia quando estava sem jeito ou envergonhada.

" – Nossa, me desculpem, da próxima vez eu morro de fome, seus insensíveis." Margarida respondeu dramática e foi de encontro à Alicia e Jorge. Apoiando sua cabeça no ombro do menino que gargalhava com o exagero da garota.

" – Ei garotos... Ah não.” Paulo Guerra parou a sua fala quando percebeu a presença de sua irmã juntamente com as suas amigas ali.

Paulo escondeu um objeto que carregava em suas mãos atrás de suas costas, tentando disfarçar e isso só aumentou ainda mais a curiosidade de todos os outros.

"– O que você tem aí atrás, Guerra?” Mário perguntou arqueando a sobrancelha.

" – Bom, eu estava andando pelas redondezas quando me deparei com uma garrafa de bebida alcoólica trouxa, achei que pudéssemos jogar algum jogo ou desafio e bebê-la mas esquece." O garoto sentou ao lado de sua irmã. Decepcionado pois com as meninas ali não daria para fazer o que ele tinha em mente.

" – Nós poderíamos participar." Alicia respondeu como quem não queria nada e logo Marcelina concordou após perceberem que o motivo deles não jogarem eram elas.

" – Não mesmo.” Disse Carmem e Paulo ao mesmo tempo. Indignados.

" – Não quero ter que cuidar de quatro meninas bêbadas às 9 horas da manhã." Paulo falou como se fosse óbvio.

" – Não quero ficar bêbada as 9 horas da manhã.” Carmem rebateu indignada olhando para as meninas.

" – Vocês são dois frescos, eu estou com elas, vamos gente, vai ser legal." Disse Margarida animada.

" – Em Guerra? Vamos? Vai ser legal." Alicia provocou Paulo com um sorriso tímido no canto dos lábios e o menino brigou com si mesmo quando viu que não iria conseguir negar.