A G.H. Advocacy era um grande prédio do centro de Londres com cerca de 20 andares, onde apenas os melhores advogados trabalham. No vigésimo andar atuam os advogados do mais alto escalam. O sonho de qualquer defensor é ter seu escritório no vigésimo andar da G.H, sonho esse que Hermione Granger vivia e ralava para continuar vivendo.
— Não acredito que você ainda está aqui Hermione! – Uma longa cabeleira ruiva entrou como um furacão.
— Oi Gina – Hermione comprimento sem tirar os olhos da tela de seu computador.
— Mi, amanhã é dia dos namorados. Você deveria estar com o Rony e não trabalhando.
— Ronald e eu terminamos quarta passada – a morena falou encarando a mulher senta à sua frente.
— Você está solteira há uma semana não me contou nada! Por que fez isso?
— Por que esqueci ué, não é algo tão importante...
— Por que terminaram? – Gina indagou curiosa.
— Esqueci o aniversário de namoro e depois o dele – Hermione fez uma careta ao lembrar o drama que Rony fez, tão infantil, tão a cara dele...
— Como terminaram?
— Ele me mandou uma mensagem pelo Whatsapp, acho que ele planejava fazer isso durante o um jantar que teríamos na quarta, mas não pude ir por causa de um caso.
— Não acredito que o cretino do meu irmão fez isso com você Mione – Gina foi até Hermione e passou um braço envolta de seus ombros. – Sinto muito.
— Não sinta, pois eu não sinto. Uma hora ia acabar mesmo – Hermione deu de ombros, seu mundo não girava em torno de seu ex-namorado como o de sua amiga girava em volta de Harry.
— Tem certeza? Se quiser podemos ir para minha casa nos entupir de sorvete e chocolate assistindo a um filme qualquer do Nicholas Spark.
— Pra depois ter que me matar na academia? Nem pensar!
— Ok você quem sabe.
— Não se preocupe, estou muito focada no caso Wenders – Hermione voltou seu olhar para a tela do computador.
— Todo mundo está. Fiquei sabendo que o Malfoy vem se dedicando muito para conquistar esse caso – Gina disse olhando para suas unhas meticulosamente feitas por mãos extremamente profissionais.
Hermione sabia que era muito boa, umas das melhores, não era atoa que tinha um belo escritório com vista para o centro de Londres no último andar da G.H., por isso saber que outra pessoas competiam pelo mesmo caso que ela não a preocupava, no entanto se tem uma pessoa que pode ser uma pedra no meio de seu glorioso caminho, essa pessoa era Draco Malfoy. Ela sabia que o loiro era tão bom quanto ela, não que fosse admitir um dia para alguém, nem sobre tortura, mas também não podia se enganar, dizendo que ele era ruim. Os dois viviam competindo, mas não de uma forma saudável como se espera, mais parecia uma guerra fria, com troca de farpas, indiretas e comentários maldosos, na tentativa de um sempre superar o outro.
— Não me preocupo com Malfoy, esse caso já é meu – Hermione falou com uma falsa segurança.
— Claro que você não se preocupa. Você é Hermione Granger a advogada mais talentosa de sua era. – Gina disse com orgulho. – Mas ainda assim não fique aqui muito tempo, já são oito e meia. – A ruiva falou da porta.
— Ok mãe! – A castanha brincou.
As horas para Hermione passaram que nem trem bala. Quando percebeu já eram dez e meia, seus olhos estavam menores e seu estômago roncava.
— Ok já deu por hoje – falou desligando o computador.
A mulher trancava seu escritório enquanto equilibrava a bolsa num braço, o blazer no outro e soltava o cabelo. Tudo seria um grande silêncio se não fosse pelos toc, toc dos saltos de seu Louboutin preto. Esperar o elevador subir foi um grande teste de paciência, Hermione batia o pé ritmicamente desejando mais do que tudo chegar logo em seu Audi branco e ir para o seu ap. A porta do elevador estava quase fechando quando ela ouviu uma voz:
— Segura a porta, por favor – Hermione segurou sem olhar para o dono da voz, se encontrava concentrada em achar a chave do carro. – Obrigado.
— Não foi na... Ah é você! Se soubesse tinha deixado a porta fechar – Hermione reclamou desgostosa encarando Draco Malfoy, o loiro, Hermione observou, tinha os cabelos bagunçados e as mangas da camisa social nos cotovelos, o que davam a ele um ar sensual e atraente, mas Hermione reprimiu a última parte do pensamento balançando a cabeça e encarando as portas já fechadas.
— Se eu soubesse que era você aqui dentro em nem tinha entrado, vai ser um desprazer descer vinte andares com a sua jabá ao meu lado – Draco retrucou, mas Hermione em gesto infantil colocou os dedos indicadores no ouvido e começou a falar:
— La, la, la, la, não estou te ouvindo...
— Você está sendo infantil. – Draco disse emburrado, Hermione deu de ombros e continuou a cantar. – É assim? Então tá – Draco mostrou a língua para ela.
O elevador estava na metade do décimo quinto andar quando deu um forte solavanco os dois caírem, Granger no colo de Draco com uma perna de cada lado do quadril dele. Suas bocas estavam próximas, o que fez a jovem pensar em como seria o beijo dele, mas isso Hermione constatou assustada que era por causa do sono.
— Sai de cima de mim Granger! – Draco falou indignado.
— Grosso! Não viu que eu cai? – Hermione se levantou arrumando a saia lápis.
— Elevador com defeito, o problema será corrigido dentro de algumas horas. – Uma voz feminina meio robótica saiu pelas caixas de som embutidas nas paredes do elevador.
— Como é que é? – Hermione se virou para a tela quadrada e começou a bater o dedo nela com raiva. – Eu não vou ficar aqui dentro com essa loira aguada.
— Ah, por favor, Granger ficar presa dentro de um elevador comigo é seu sonho, confesse - loiro falou convencido já de pé.
— Só se for seu sonho, por que pra mim seria pesadelo. – Hermione falou sem parar de bater seus dedos na tela.
— Você devia parar de se enganar, mas tudo bem eu nunca ia querer nada com você mesmo. – Draco deu de ombros, sentando no chão e recostando-se na parede espelhada do elevador.
— Por que não ficaria comigo, porque não sou tão fácil como as mulheres que você leva pra sua cama ou para mesa de seu escritório, ou porque você sabe que eu sei que você não passa de um completo cretino! – Granger gritou completamente irritada chegando mais perto dele.
— Não. – Draco se levantou, estava pronto pra briga. – É porque você é tão chata e metida a sabe-tudo, que só mesmo um otário como o Ronald Weasley pra te aturar.
— VOCÊ É UM COMPLETO IDIOTA! – Granger gritou vermelho segurando o choro, um choro que vinha reprimindo a uma semana.
— O que? Não me diga que o Wesley terminou com você? Nem ele te aguentou? – Draco debochou e Hermione perdeu a cabeça partindo pra cima dele.
— Você é um idiota, filho da mãe, desgramado... – Hermione continuou a xingá-lo enquanto socava e estapeava o peito de Draco, ao mesmo tempo que grossas lágrimas saiam de seus olhos e soluços escapavam por sua boca.
Ver Hermione chorar foi um grande choque para Draco, ele não esperava que a morena fosse capaz de tal feito. Não que fosse aceitar um dia, mas o loiro achava Hermione forte e imbatível demais para chorar por algo ou alguém, ainda mais quando esse alguém fosse uma cabeça de cenoura tão retardado como seu aparente ex-namorado, mas parece que Draco percebeu que a jovem mulher a sua frente tinha coração, quando envolveu a fina cintura dela com seus braços a apertando num abraço quente e acolhedor, que ele nunca imaginou dar em alguém.
— Você está melhor? – Draco perguntou depois de alguns minutos, quando viu o choro da morena diminuir.
— Sim, obrigada. – Hermione falou afastando o rosto um pouco do peito de Draco. Algumas lágrimas ainda escorriam, essa Draco limpava com a ponta do indicador.
Ambos se encararam, olho no olho, algo que nunca fizeram desde que se conheceram no fundamental II, ensino médio, faculdade e trabalho. Draco sabia que Hermione era uma mulher muitíssimo bonita e com curvas que atraiam olhares, não era cego, mais o ódio multo atrapalhava a sua consciência, por tanto só naquele momento, com Granger nos braços sem sua armadura e sem ela a dela, foi capaz de ver Hermione por completo, conseguiu enxergar a mulher forte, inteligente, independente e maravilhosa que aquela morena era capaz de ser. Então conseguiu perceber algo que tinha acontecido no oitavo ano, quando Granger lhe deu um belo soco no nariz, ela foi a única a enfrentá-lo sem medo ou receio, como igual, no mesmo nível. Draco descobriu que era apaixonado pela mulher a sua frente desde seus 13 anos e que tanto ódio era na verdade um amor reprimido orgulho. Hermione também percebeu algo mudar, como se uma linha invisível ligasse o pensamento dos dois, ela se lembrou do soco que lhe deu a mais de dez anos atrás e reconheceu o que vinha reprimindo a muito tempo. A castanha deu uma gargalhada gostosa e envolveu com os braços o pescoço do loiro.
— Maldito ego. – Disse ela dando um beijo em Draco que respondeu com ímpeto.
De uma forma lenta, um foi descobrindo cada mínimo canto da boca um do outro, sem pressa, sem medo. As mãos foram descendo sem receio, conhecendo todas as partes desejando cada toque.

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Draco estava sentado no do elevador com Hermione em seu colo cada perna de um lado deu seu corpo, ele ajeitava seu terno nos ombros nus da morena.
— Esse elevador tem câmera, não tem? – Hermione questionou com as faces levemente ruborizas e o cabelo bagunçado.
— O segurança teve algo interessante para ver na madrugada. – O loiro respondeu com um sorriso malicioso, fazendo Granger esconder seu rosto na curva do pescoço dele para ocultar a risada. – Olhe só, é uma da manhã. Dia dos namorados. - Draco falou depois de aperta a lateral do seu celular que estava jogado em um canto perto do seu corpo.
— Hum. – Comentou a mulher sonolenta. Draco riu e falou baixinho antes de dar um beijo na testa da mulher já adormecida.
— Feliz dia dos namorados Granger.

Fim