Gêmeas que Atormentam - o Retorno escrita por Janus, Lexas


Capítulo 1
Capítulo 1




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     Era mais um dia de Sol. Tranqüilo, sossegado, e com sua cota de crianças atrasadas para chegar na aula.
     Incluindo ai a sua filha.
     - RITA!!!! VAI SE ATRASAR!
     - Estou indo! - gritava ela descendo as escadas em disparada e calçando os patins ao mesmo tempo. Como ela não tropeçava, era algo que só os seus milhares de anjos da guarda deviam poder explicar.
     Ela beija sua mãe e sai correndo pela porta, sem nem fechá-la. Toma impulso no quintal mesmo e salta o portão, correndo com os patins em seguida.
     Como tinha imaginado, mais um dia normal...
     Rita patinava rapidamente pela calçada seguindo para a escola. Desde que pegou prática em patinar, saia quase sempre em cima da hora, e, graças aos patins, chegava a tempo para a sua aula. A não ser, claro, quando algo ocorria inesperadamente.
     Mas não hoje. O Sol brilhava em seu anuncio do dia, poucas pessoas estavam nas ruas, os flutuadores moviam-se mansamente pelo céu, levando sua carga de pessoas para seus destinos, e um brilho potente iluminava tudo bem a sua frente, a cerca de cinco, não, dois metros.
     Brilho? Na sua frente?!
     Ela mal percebeu quando o brilho cresceu e assumiu a forma de cinco pessoas, e mal percebeu quem eram. Não pelo brilho, mas pelo fato de ter dado uma trombada neles, espalhando todos, incluindo ela própria, pela calçada.
     - Ai Maya! Pensei que você era uma senshi do tempo plenamente capacitada!
     - Ora, não reclama Haru-chan - reclamava uma moça com uma roupa de sailor de saia preta e com um cetro - só sou a sailor Plutão faz dois meses. E foram vocês que me convenceram a irmos até a antiga Grécia para o nosso trabalho de grupo.
     - Sim - disse um rapaz de cabelos negros - mas não precisava nos levar bem no meio da guerra de Tróia, não é? Nossa! - ele levou as mãos ao pescoço - quase me degolaram...
     - Pois é - disse um rapaz loiro que se levantava e ajudava uma das moças de cabelos castanhos e espetados a se levantar - mas até que foi divertido. Pelo menos estamos aqui de volta, em nosso lar, doce, lar.
     Ele ergue os braços, como se quisesse abraçar a cidade. Estava feliz por ter voltado. Não que não apreciasse a companhia de Haru-chan, mas depois de ficar alguns dias longe de seu tempo, a saudade batia forte.
     - Estão todos inteiros? - perguntou a outra moça, idêntica a primeira que reclamou da sailor Plutão.
     - Eu não.. - respondeu uma voz meio dolorida.
     Os cinco se entreolharam e procuraram a origem da voz. Um pouco afastada estava o corpo estirado de Rita, com o olhar claramente confuso.
     Mas quem ficou mais confuso foram os cinco que tinham acabado de surgir. Aquela era... era...
     - MAYA! - rugiu uma das gêmeas a segurando pelo laço da roupa - o que houve enquanto estávamos fora? Nós causamos algum desvio temporal? A Minako-sama está jovem!
     - Minako-sama nada - disse o rapaz de cabelos negros - essa daí é a Rita!
     - Tem certeza Roger?
     - Tenho, Mako-chan. Não é Josh?
     - Sem dúvida é a Rita-chan - respondeu o loiro - mas ela... ela está quase da nossa idade. Espera... Maya, em que ano estamos?
     - Deixa eu ver.... - ela olhou para cima e fechou os olhos, se concentrando - oh-oh!
     - Não gostei deste oh-oh....
     - Estamos uns quarenta anos antes do nosso tempo...
     - Então vamos direto para casa antes de fazermos arte por aqui - clamou o loiro - lembra daquele filme que vimos sobre viagem no tempo?
     - Não é tão fácil assim. Tem outra sailor Plutão nesta era - ela estava ficando nervosa e vermelha - e... o poder dela é maior que o meu.
     - O que quer dizer?
     - Que, como ocorreu lá em Tróia, vamos ter que esperar algum tempo para eu poder abrir uma passagem e irmos para casa....
     - Ai! - continuou a chorar a loira caída no chão.
     - Me desculpe, por favor - o loiro a ergue, ajudando-a - acabamos caindo encima de voce. Tudo bem?
     Ela arregala os olhos para o loiro mais lindo que já vira em toda a face da Terra.
     Mais lindo até do que os cantores rosados...
     - Eu... eu..
     - Se machucou? - disse um rapaz de cabelos negros também se aproximando a amparando a sua mão. E ele também era lindo. Dois gatões lindos assim, aparecendo logo depois de ter ficado com uma baita dor de cabeça e o corpo todo dolorido? ela estava no céu...
     - E então? - prosseguiu o loiro - Como se sente?
     -...
     - Fala alguma coisa, por favor! - disse a moça vestida como sailor, preocupada com o bem estar dela.
     - Eu não tenho compromisso! - disse com um grande sorriso.
     - É... ela está ótima! - comentou Mako-chan - mas o lindinho aqui já tem, não é?
     Ela agarra o rapaz de cabelos negros pela cintura e Rita ouve alguns estalos de ossos. Mas não estava interessada. Ainda tinha o outro...
     - E você não, certo? Ai! Você é tudo o que minha mãe quer para um genro...
     - Hmmm - o loiro coloca a mão sobre o queixo, analisando a situação. Era um raciocínio simples: morria agora ou depois? - me desculpe, mas agora estamos um pouco apressados, quem sabe uma outra hora.
     - Não senhor! - ela o abraça com força, e ele percebe levemente que o humor de Haru-chan ficou um pouco mais sombrio - Me passe o seu código de comunicação que eu falo contigo depois da aula... MEU DEUS!!! A AULA!!!!
     Foi algo muito inesperado. De repente, Rita sumiu dos braços dele e estava correndo pela calçada. Logo depois, viram um borrão dela voltar, dar um beijo na face de Josh, e sair correndo de novo.
     - Pensei que só no fim da adolescência ela ia desenvolver sua velocidade... - comentou Roger sorrindo para o loiro ainda encabulado ali, e com certeza temeroso de uma retaliação de sua querida e ainda indecisa musa de seus poemas.
     - Deixa para lá. Haru-chan - disse ele sem olhar para ela - porque está tão raivosa?
     - Não estou raivosa - a moça de cabelos castanhos e espetados respondeu - o que te faz achar isso?
     - Tem certeza de que disse isso, Haru-chan? - O rapaz de cabelos negros sorria para ela.
     - Acho que senti uma pontinha de ciúmes - a outra moça, idêntica a Haru-chan, respondia com um sorriso maroto.
     - Está enganada! Não estou raivosa e nem com ciúmes.
     - Haru-chan...
     - Que foi, Maya?
     - Esqueceu que temos dois empatas espirituais de primeira grandeza por aqui?
     -...
     - E então?
     - Ah, danem-se! Quero mais é voltar para casa!
     - Bem - o loiro se adiantava - acho melhor nos apresentarmos à rainha para evitarmos confusões aqui.
     - Ótima idéia! Com sorte, encontramos a tia Setsuna por lá, e... e... - ela olha ao redor desesperada - ONDE ESTÃO OS OUTROS?!
     Todos fazem o mesmo, e não encontram sinal dos companheiros. Eles... se perderam?
     - Não sinto nenhum deles - disse uma das gêmeas.
     - Também não sinto as mentes deles. Não estão ao alcance.
     - Não estão nesta época - finalizou Maya ficando preocupada - que ótimo!
     - Será que não estão no tempo deles?
     - Se tivermos sorte, sim. Bom, vamos indo. Espero que minha tia esteja no castelo.
     - Ela está lá sim - disse Mako-chan olhando para o gigantesco castelo - junto com a vovó, Luna, Artemis...
     - Então vamos - a sailor Plutão ali reverteu sua transformação - como estamos em uma época em que vocês ainda não nasceram, terão que me acompanhar para não serem barrados na segurança do castelo.
     - Certo - Haru-chan começou a flutuar um pouco - quer carona, meu caro conquistador de meninas incautas? - perguntou se dirigindo ao loiro.
     - HARU-CHAN! - berrou Maya assustada - VOLTE JÁ PARA O CHÃO!!!
     - Porque? As pessoas estão acostumadas e...
     - Isso vai levar uns dez anos ainda. Aqui, neste tempo, os seres com poderes não se revelaram ainda, e ninguém sabe quem são os senshi. Não vamos apavorar todo mundo a toa...
     - Droga...
     Ela pousa no chão, contrariada. Felizmente a rua estava deserta, de forma que ninguém viu aquilo.
     - Hmmm - o rapaz de cabelos negros se vira para a direção que Rita seguiu - ele está por perto. Muito perto.
     - Não comece, Roger - o loiro o repreendeu - não vamos arrumar problemas Já me basta ter topado com ela agora, não vá você inventar!
     - Algum problema em ver como era meu pai nesta época?
     - Nenhum! Mas eu preciso mesmo lembra-lo de como tudo isto começou?
     Os dois se viraram para as gêmeas e estas ficaram um pouco desgostosas. Certo... era parte do castigo que o pai das mesmas lhe deram para aprenderem a não passear pelo tempo por pura diversão.
     - Vamos indo, Neo Senshi! - chamou Maya seguindo em direção ao portão sul do palácio. Passaram em frente a casa de Minako e os dois rapazes ficaram um pouco temerosos. Ambos perceberam que a mesma estava lá, e que devia ter ficado curiosa com o que devia estar sentindo daqueles cinco passando diante de sua casa.
     - Vamos andando - o loiro dizia - devem ter meia dúzia de gente curiosa sobre a gente, melhor não abusar da sorte. Anda, vamos entrar no castelo. E sem gracinhas, ok? Melhor contarmos logo quem somos.
     - Não totalmente - Roger lhe lançava um olhar.
     - Claro que não, só o que eles precisam saber, ok?
     - Tia Setsuna pode, ou melhor, precisa saber de tudo - ela os olhou de forma meio reprovadora - me lembrei que tem outro motivo para meus poderes estarem mais fracos aqui para abrir brechas no tempo. Aqui, a porta do tempo está destruída, e só com o cetro solar podemos abrir uma passagem sem grandes problemas. Só que a portadora deste cetro não tem lá muita experiência...
     - A sailor Sol tem pouca experiência? - Disse Haru-chan incrédula - essa eu pagaria para ver!
     - Não vai pagar nada - tornou Maya - vamos indo.
     Eles passam pelo portão e os guardas apenas os observam curiosos. Felizmente Maya estava registrada para poder adentrar as dependências. Mas os outros quatro tiveram de esperar ela voltar com um tipo de botão para grudarem em suas roupas, do contrário não poderiam continuar avançando.
     - Vovó está aqui - comentava o loiro - acabou de chegar.
     - Deve ter sentido vocês dois e vindo até aqui pela passagem que tem na casa dela - comentava Haru-chan friamente - bom, melhor que seja assim.
     - Melhor? - Maya não estava nem um pouco satisfeita - não aprenderam nada com esses estudos?
     - Aprendemos que não podemos evitar que nossa simples presença cause alguma alteração, mas podemos minimizar isto.
     - Exato! E isto significa...
     - Quem são vocês? - perguntava uma voz um pouco afastado deles. Uma voz de mulher que todos reconheciam muito bem. Mas esta mulher só conhecia um deles - Maya? Não sabia que estava na cidade. Quem são seus amigos?
     - Bem... - ela olha para Minako ali na sua frente e arreganha os dentes, imaginando que desculpa dar.
     - E eles?
     - São alguns amigos.
     - E não podiam esperar fora do castelo?
     - Infelizmente, não. Aonde minha tia está?
     - Na sala de comunicações das senshi - respondeu a líder das sailors observando curiosa os amigos da moça. As auras deles... especialmente daqueles rapazes... eram.... - você é... não. Seria indelicadeza minha. Mas me diga, você não é assim um ser humano normal, certo?
     - Certo - respondeu Roger tranqüilo e com um sorriso.
     Ele não era só isso não... tinha mais algum detalhe naquela aura. Mas isso não era crime algum. Mas achou muito estranho um ser desta raça aparecer assim, junto com Maya.
     - Algum problema? - questionou o loiro com forma amável e gentil.
     Tão amável que lhe lembrava alguém... como... não. Era melhor não pensar nisto agora. Sua jóia estava feliz com a profissão que escolheu, apesar da saudade que isto lhe causava. Não era bom remoer lembranças agora.
     - Nenhum - tornou ela se pondo de lado e abrindo caminho para o grupo passar - dê minhas lembranças a sua mãe, Maya. Mas eu gostaria que me avisasse como sempre, antes que um pirate aparecesse pela cidade.
     - Foi inesperado - respondeu ela, segurando a vontade de jogar na sua cara que era uma sailor, e não um Pirate Knight. Mas tinha que se lembrar que nesta época o seu "lado da família" ainda tinha reservas para serem bem vindos em Tóquio de Cristal.
     Assim que o grupo entrou no grande hall de entrada, Mako-chan não agüentou mais para satisfazer a pergunta que lhe martelava a mente.
     - Maya... o que foi isso? Parecia que a tia Minako estava... quer dizer...
     - Nervosa? Irritada por eu ter aparecido sem marcar hora antes? Ela estava. Mas isso é algo que eu explico depois. Por hora é melhor... o que foi, Josh?
     O loiro olhava para trás, e parecia um tanto incomodado.
     - Vovó está nos seguindo... será que ela desconfia de nós? - perguntava inocentemente.
     - Não, claro que não. duas auras novas surgem, uma delas estranhamente familiar, familiar demais, até, e ela não desconfiaria de nada - disse Roger de forma sarcástica
     - Querido - Makoto o abraçava novamente - que tal deixar ela para lá? afinal, o que ela pode fazer? Não fizemos nada, o máximo que pode acontecer é ficar nos espionando.
     - Você não sabe como a vovó pode ser.... persuasiva.
     - Bom, mesmo que lance aquela bruxaria na gente, só vai conseguir complicar as coisas. E a culpa será dela. Vamos indo.
         - Sabe... até que teria sido engraçado se nossa prima tivesse vindo conosco.
     - Por que? Para aprontar com a coitada? - Questionou Maya.
     - Não... - respondeu Josh - Mas eu adoraria ver uma discussão entre ela e a vovó. Ela ia ficar espantada e irritada com uma garota que não podia ser persuadida tão facilmente.
     - E ia com certeza ficar bem "queimada" - terminou Mako-chan rindo.
     - Gente... pode não parecer, mas estou preocupada com eles. E agradeço muito a prima de vocês estar com os outros. Nem quero pensar no que eles fariam sozinhos.
     - Eles não são assim muito aprontadores.
     - A Yuki fazia parte da turminha da lua... - comentou ela de forma displicente - acredite, eu sei bem o que eles podem fazer.
     Seguiram até a sala de reuniões e ali Maya pegou o seu pingente.
     - Minako está próxima?
     - Ainda não - respondeu Haru-chan - mas está vindo para cá.
     - Ótimo. PELO PODER ESTELAR DE PLUTÃO, TRANSFORMAÇÃO!
     Ela se transforma diante deles e ergue seu pingente para o alto. Logo depois, todos os cinco se teleportaram até a sala secreta das sailors.
     Só que Maya deveria ter feito uma pergunta básica antes...
     [[Eu falei que a sala não estava vazia?]]
     Diante deles, um pouco mais afastada da mesa de reunião, estava uma sailor, que observava intrigada os recém chegados.
     - Vovó... - murmurou Mako-chan.
     - Eu... - começou sailor Júpiter, surpresa com a entrada daqueles cinco - eu conheço vocês?
     - Sim - se apressou a sailor Plutão em dizer - mas não temos muito tempo agora.
     Ignorando a sailor, ela se apressou para a sala ao lado, seguida pelos outros quatro.


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