The Only Exception escrita por MissCullen


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal.

Essa é a minha primeira fic postada.
É uma One-shot, portanto não haverá uma continuação.
Espero que gostem.

Bejinhooss ♥ ♥



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Eu fui uma criança muito feliz, não, feliz é muito pouco para descrever, mas é o que temos, meus pais eram casados, aparentemente felizes em seu casamento. Até que houve a primeira briga deles, depois veio a segunda, a terceira e assim foi sucessivamente, como eu era muito nova, eu não entendia o teor das discussões, hoje eu entendo, ele desconfiava dela.  

Tudo começou quando ganhamos um novo vizinho, Paul, ele era artista plástico, e como mamãe adorava todos os tipos de obras, desde grandes quadros a pequenas esculturas, eles tornaram-se grandes amigos. Eu estava com mais ou menos 8 anos quando aconteceu, mamãe supostamente estava trabalhando, então papai havia ido me buscar na escola neste dia um pouco mais cedo que o normal, pois teria reunião de pais e mestres, e como é tradição, digamos assim, as aulas vão até meio período. 

—Estou muito orgulhoso de você tomatinho, suas notas estão maravilhosas, continue assim e seu futuro será brilhante. -Papai disse quando entramos no carro, e eu corei, quando coro minhas bochechas ficam vermelhas igual aos tomates, por isso papai me chamava de tomatinho. Quando chegamos em casa, papai parou o carro em frente ao portão, eu desci e fui abrir a porta de casa.  E quando abri a porta, não entrei, fiquei parada como uma estátua observando, eu era criança e inocente, não entendia o que estava acontecendo. Meu pai chegou não sei ao certo se foi minutos ou segundos depois, e estranhando perguntou: 

— O que houve tomatinho? Por que está parada na port...- meu pai não conseguiu terminar, ele viu a mesma cena que eu. Havia roupas espalhadas por todo o chão, e deitada no sofá da nossa sala junto com o vizinho, estava Renée, nua. 

Assim que meu pai entrou dentro de casa não consegui compreender mais nada, então me abaixei ao lado da porta com as mãos tampando os ouvidos e fiquei encolhida ali, palavras feias eram gritadas de minutos em minutos. Renée me olhou com pânico, o vizinho me olhou em pânico. Papai gritava, Renée gritava, o vizinho gritava.  

—EU QUERO VOCÊ FORA DA MINHA CASA, E LONGE DA MINHA FILHA- papai gritou para Renée. 

—É MINHA CASA E MINHA FILHA TAMBÉM. - gritou Renée de volta.- Não posso deixa-la. 

—Pode e vai, pensasse nisso antes de faze-la passar por isso. 

Depois disso é só flashes, minha mãe indo embora de casa e querendo me levar junto, papai dizendo que não iria permitir que eu morasse com uma vagabunda.  

Depois desse dia nunca mais fui a mesma, eu não era mais feliz, eu vi pela primeira vez meu pai chorar de tristeza, ela partiu seu coração, a mulher que dizia ama-lo, eu o assisti tentar consertá-lo, foi nesse dia que prometi que eu nunca passaria pelo o que meu pai passou, prometi que eu nunca amaria. 

A cidade toda ficou sabendo em menos de 4 horas, mas obvio que a versão totalmente errada dos fatos foi espalhada, o boato era que meu pai não estava dando atenção o suficiente para ela, ela estava carente o vizinho ofereceu o que meu pai não dava. Meu pai foi apontado na rua como o Chefe de polícia Charlie Corno Swan, claro que pelas costas dele, ele nunca soube desse apelido grosseiro, afinal, ninguém queria ser preso. 

Alguns meses depois, meu pai morreu, ele entrou em uma depressão tão profunda que nem o meu amor e carinho foi capaz de salva-lo, no dia seguinte a seu enterro, Renée chegou toda cheia de si com seu novo marido -que não era o vizinho- dizendo que eu ficaria sob sua custodia, mas qual não foi a nossa surpresa (na verdade surpresa dela e minha alegria) ao descobrirmos na abertura do testamento que fui emancipada e fiquei com a casa e todo o dinheiro. Não que fosse muita coisa, mas era o suficiente, ela chorou, esperneou, fez o escarcéu na porta de minha casa, disse que me amava, e eu apenas respondi que o amor não existe que foi ela mesma quem havia me ensinado isso e bati a porta na sua cara, ela nunca mais me procurou, eu também não fui atrás dela, estava muito bem sozinha. 

Eu mantive uma distância segura de todos, não os deixava se aproximarem de mais, mas também não era uma reclusa, ficava com alguns caras, namorei algumas vezes, mas quando a frase "Eu te amo" aparecia em algum momento da relação eu terminava, eu não conseguia acreditar que eles sentiam isso. 

Estava no refeitório na hora do intervalo quando então eles chegaram, eram cinco, três homens e duas mulheres. 

—Quem são? - perguntei a Ângela, minha única amiga e a única que sabia de tudo, tudo mesmo, a verdadeira história, não a versão estendida inventada pelos fofoqueiros de plantão. 

—Você não soube? São os Cullen, novos moradores da parte oeste da cidade, são filhos adotivos do Dr. e da Sra. Cullen, a cidade toda está comentando sobre eles. O grandão se chama Emmet, a loira capa de revista é Rosalie namorada dele, o loiro Jasper é irmão dela, a baixinha é namorada dele e se chama Alice e o outro se chama Edward, esse pelo que se fala por aí, é solteiro. 

—Rá, está bom que ele é solteiro, acredito, ele tem cara de quem fica um dia com uma garota diferente para no dia seguinte destruir o coração dela, é esse tipo de pessoa que faz eu me convencer cada dia mais que o amor é só uma ilusão do ser humano, uma desculpa para vender corações de pelúcia, chocolates e flores no dia dos namorados e para não morrer sozinho. 

Quando ela ia responder o sinal toca, eu fui para minha próxima aula, era de geografia, eu amava geografia, não falava de casais, de romances literários, ou amores históricos americanos impossíveis, ou ingleses impossíveis, somente países, gráficos e mapas. Ao chegar na sala sentei na última cadeira como sempre, todos estavam em pares, menos eu, isso me alegrava, mas como o meu destino é um grande pregador de peças, quem senta ao meu lado? ele Edward Cullen. 

—Oi. - Ele fala 

—Oi. - Respondo sem vontade. 

—Sou... - eu o interrompo. 

—Edward Cullen, filho do Dr. e da Sra. Cullen e blá, blá, blá, blá, não precisa me contar, essa cidade fala de mais, eu sei de tudo. 

Ele me olha de uma maneira diferente, com um olhar analisador, fascinado, até um pouco assustado, e com uma pontinha de humor.  

—É ótimo que você saiba da minha vida assim, pois me poupa uma apresentação. - Ele disse e piscou, eu fiquei vermelha, mas não de vergonha, de raiva, ninguém nunca falou comigo assim. 

—Isso é maravilhoso, me poupa de ouvir sua voz.- Disso ácida e dei meu melhor sorriso sarcástico. 

—Mas você ainda não se apresentou.- ele disse achando graça. 

—E nem vou. - Fiz minha melhor cara de anjo. Ele riu, o professor começou sua aula e nosso quase papo foi encerrado. 

Alguns meses se passaram e continuávamos na mesma, sempre um brigando com o outro, sendo obrigado a conviver e fazer trabalhos escolares um com o outro, a companhia dele me irritava, sua voz me irritava, seu sorriso me irritava, o seu jeito de andar me irritava, a cor de seus olhos me irritava, seus cabelos me irritavam, a maneira como ficava envergonhado quando os professores lhe faziam alguma pergunta me irritava, eu sabia o porquê de tudo isso, a linha tênue entre o amor e o ódio foi quebrada, mas eu não ia, não conseguia e nem podia revelar, essa descoberta me fez manter uma distância maior e mais confortável dele do que já havia. A única coisa boa disso tudo foi a amizade de sua irmã Alice, ela depois de Ang era a única que sabia de toda a verdade também, e se tornou minha melhor amiga. Nós saiamos juntas, nos tornamos confidentes, dormíamos uma na casa da outra. 

Havia um trabalho de literatura inglesa para ser feito, meu par era Alice e ela me convidou para fazer na casa dela, então eu aproveitaria e dormiria lá. Fizemos o trabalho em tempo recorde e o tempo que sobrou aproveitamos para ver alguns filmes. Era de madrugada, eu acordei de um pesadelo, eles eram constantes na minha vida, a mesma cena grotesca de sempre, a traição de Renée, a expressão triste de meu pai, esses sonhos sempre me abalavam, para não desmoronar e correr o risco de Alice ver, eu desci para tomar um ar, sentei-me no banco que tinha próximo ao jardim e fiquei admirando a lua até eu ter certeza que minhas demonstrações de fraqueza estavam sobre controle. 

—É linda não é mesmo? - ele disse, parecia estar receoso e tenso, talvez por causa de uma possível má reação minha. 

— Sim ela é linda. E pode relaxar, estou sentindo sua tensão daqui, não estou no clima para entrar em uma discussão com você agora, talvez outro dia. - falei com a voz sem vida, e ele reparou. 

—Você está bem Bella? - ele perguntou preocupado. 

—Estou ótima. - falei sarcástica soltando um pigarro para tentar disfarçar a voz embargada. 

—Não você não está, o que houve? Me conte o que aconteceu? Eu não gosto de te ver assim. 

—Não é da sua conta. - falei grossa. 

—Por que você é assim Bella?? Amarga, fria com as pessoas??  

Eu ri com o que ele disse. 

—Eu sempre vivi assim, mantendo uma distância das pessoas, e até agora eu tinha jurado a mim mesma que eu estava satisfeita ficando sozinha. 

—Por que você afasta as pessoas que te amam?  

— Pessoas que me amam? -eu gargalhei-  Ninguém te disse Edward? O amor não é real, ele não existe. 

Ele me olhou espantado, como se não acreditasse no que tinha ouvido. 

—Como você pode dizer isso? Ângela te ama, Alice te ama, eu te amo. - Ele disse batendo em seu peito tentando me convencer de que é verdade. 

—Eu não acredito em você. - falei sem expressão alguma, lhe dei as costas e voltei para o quarto, ignorando seu chamado atrás de mim. 

Algumas semanas se passaram depois da nossa conversa, ele tinha tentado várias vezes conversar comigo novamente, mas eu nunca lhe dava espaço, conversávamos somente o necessário. Em uma de suas tentativas de conversa eu o deixei parado no meio do corredor da escola, e entrei no banheiro que ficava no final do corredor a direita, para fugir dele. Momentos depois quando estava voltando, escutei sem querer um pedaço de uma pequena discussão de duas pessoas, pelas vozes eram Edward e Tânia. 

—Não sei o que você viu naquela sem sal e mal-amada da Swan! Eu te trato mil vezes melhor que ela, e você nem me nota., sem falar que eu sou melhor que ela em tudo - Ela falou, não pude vê-la, mas pelo seu tom estava indignada. 

—Você pode ser tudo, mas continua não sendo ela, eu me apaixonei por ela, não por você, foi o jeito mal-amada dela que me conquistou, a sua frieza, isso prova o quanto ele é humana, verdadeira, e eu amo ela por isso, quanto mais ela se esforça para afastar os outros mais eu vejo o quanto ela é frágil, quebrada, eu sinto que ela precisa de alguém que lute por ela, lute de verdade, que a ame de verdade. 

Sua fala me deixou paralisada, minha mente estava vazia. Quando voltar a mim sai do meu esconderijo correndo, não ligava se fui descoberta ou não, eu apenas queria ir para minha casa, me enfiar em baixo de minhas cobertas e tentar reconstruir os muros em volta do meu coração que haviam ruído com a declaração dele. Estava quase chegando em meu carro fui puxada para traz, era Edward. 

—Bella, espera, vamos conversar direito, por favor! 

—Não temos nada para falar, tudo já foi dito, não quero você perto de mim, está quebrando todas as minhas regras. Deixe-me ir embora, eu preciso ir.- falei desesperada, eu não estava mais em meu juízo perfeito, eu estava voltando a ser aquela Bella criança, que acreditava no amor. 

—Não Bella, não vá, por favor, acredite no que eu te disse naquela noite, por favor, eu te amo! - ele disse com a voz embargada, então eu deixei as minhas emoções fluírem, e chorei. -Por favor acredite em mim.  

—Não consigo, me desculpe. -Chorei mais ainda, e me deixei ser abraçada por ele. 

—Em que você não consegue acreditar? No amor? - ele sussurrou em meu ouvido, e eu assenti. - O amor revigora, muda as pessoas, o amor é lindo Bella, se você me conhecesse antes de nos mudarmos para cá, você notaria a diferença. Eu mudei Bella, mudei e o amor que eu sinto por você foi o motivo. Você sabe qual é a coisa boa no amor que eu sinto por você?- eu neguei.- A aceitação, eu aceito você do jeitinho que você é, cada palavra que eu disse para a Tânia, não sei exatamente o que você escutou, mas é tudo verdade. 

Me soltei dele e contestei tudo. 

— O amor, ele machuca a gente sim, ele destrói as pessoas sim. - Sussurrei de volta. - Quando eu era mais jovem, uma criancinha, eu vi meu pai chorar de tristeza pela primeira vez, minha mãe estava na sala da nossa casa com seu amante, ela traiu meu pai na nossa casa, ela destruiu nossas vidas, nossa família. Ela dizia que nos amava. - Eu ri amargamente. - Meu pai morreu por causa desse "amor" que ela dizia sentir por nós, e eu jurei que eu nunca ia amar ninguém, que eu não ia passar pelo o que meu pai passou, nunca. 

—Isso não era amor Bella, o amor é mais forte que isso, quando a gente ama alguém fazemos de tudo para pessoa alvo do nosso amor não sofrer, é nossa prioridade, se a pessoa que amamos sofre, nós sofremos junto, a felicidade da pessoa é a nossa felicidade, o bem-estar da pessoa acima de tudo, isso é amor Bella, é isso tudo que eu sinto em relação a você, acredite em mim, meu amor é verdadeiro. 

—Bem, eu estou a caminho de acreditar, mas você é a única exceção, sempre será. 

—Bom. - Ele disse sorriu. -  Isso já é um começo. 

Nos abraçamos novamente, e nos beijamos, um beijo que quebrava o resto de minhas amarras do passado, um beijo que derrubava e triturava o resto do muro feito em volta do meu coração, um beijo que me fez começar a ser feliz novamente, um beijo que me mostrou que o amor realmente pode existir, eu apenas não queria vê-lo. 


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Notas finais do capítulo

Então, é isso pessoal.
Espero que tenha agradado.
Até projetos futuros.
Se algum erro passou despercebido, avise-me nos comentários.

Fui. ♥