Novos Rumos escrita por nrodlobato


Capítulo 7
Capítulo 7




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Por Darcy

A cada mês que passo sem notícias de Elisabeta são dias de tormento, não saber o seu paradeiro me angustia e só de lembrar o que ocasionou tudo isso me sinto extremamente revoltado. Estou empenhado em encontrá-la, quero esclarecer as coisas entre nós, mas também estou empenhado em descobrir quem foi o autor de tamanha atrocidade. Já havia confrontado Suzana mais de uma vez, nada me tirava da cabeça que aquilo vinha dela, mas ela sempre negava e se fazia de ofendida.

Certa tarde eu estava caminhando pelas ruas de São Paulo quando senti que estava sendo seguido, olhei para trás mas não via ninguém, continuei a caminhada mas a sensação continuava, até que identifiquei um sujeito suspeito e ele me confessou que estava me seguindo a mando de meu pai, eu o pressionei e ele acabou confessando que meu pai havia lhe mandado seguir meus passos e foi ordem dele entregar a Elisabeta a carta falsa que nos separou, ele afirmou que meu pai havia recebido a informação de que eu estaria me envolvendo com uma aproveitadora e resolveu tomar suas próprias medidas para acabar com o nosso relacionamento. E essa descoberta acabou comigo, acabou com o meu dia, não conseguia pensar em nada, só que meu pai foi capaz de fazer isso comigo. Por culpa dele Elisabeta não estava mais aqui, minha vontade era pegar o primeiro navio para a Inglaterra e tirar satisfações com ele, mas tinha que ser cauteloso, e só existia uma coisa que queria fazer… encontrar Elisa, agora mais do que nunca e esclarecer tudo com ela.

Já se passaram quase 6 anos e até agora não tive nenhuma notícia de Elisabeta, Assunção tem se dedicado nas buscas mas até então não encontrou nada concreto, algumas suspeitas apenas, e quando chegamos nelas descobrimos não se tratar da minha Elisa. Assunção tentou me convencer a desistir mas eu insisti que a encontraria e solicitei que ele continuasse com a investigação. Eu nunca desistiria de encontrá-la, algo dentro de mim não me permitia fazer isso.

Suspeito que Jane esteja se comunicando com Elisa, até cheguei a pedir para Camilo sondá-la, mas Jane era bastante discreta e não deixava rastros de cartas e nenhum sinal de onde a irmã poderia estar. Cheguei a ir até a casa dos Benedito no Vale do Café buscando por notícias, quem sabe eles não teriam alguma informação para me dar, mas eles estavam tão perdidos quanto eu, mas conheciam os motivos de Elisabeta, então aproveitei para esclarecer a eles o que realmente aconteceu, eles entenderam e pareceram acreditar em mim. Pedi que caso conversassem com Elisa comunicassem que eu precisava conversar com ela, mas que deixassem que eu mesmo relatasse o que aconteceu.

Quando cheguei em casa Charlotte me comunicou que Assunção estava me aguardando no escritório, quando cheguei lá vi que ele andava de um lado para o outro inquieto.

— Darcy que bom que chegou! - ele disse afoito.

— Boa noite, Assunção! O que houve? Alguma novidade? - perguntei tenso.

— Eu a encontrei! Encontrei Elisabeta! - ele disse animado e eu senti meu coração parar por alguns minutos e não ouvi mais nada do que ele dizia depois - Darcy? Darcy, você ouviu o que eu disse? Eu a encontrei!

— Ouvi, ouvi sim! Meu Deus! Mas me diga, onde ela está? - eu não conseguia parar de sorrir, cheguei a pensar que iria chorar de tanta felicidade que estava sentindo.

— Aqui mesmo, em São Paulo!

— Como aqui mesmo? Ela esteve esse tempo todo aqui e nós nunca a encontramos? - eu estava incrédulo.

— Não, ela não estava aqui, retornou à cidade há alguns dias apenas.

— Vou para o cortiço agora mesmo! Como ela volta e não me avisa? - nem eu acreditava no que acabava de dizer, mas Elisabeta despertava um lado meu que eu não estava acostumado a ser. Eu agia fora da minha razão.

— Calma Darcy, pelo que sei ela não está morando no cortiço, vou precisar de mais alguns dias para resolver essa questão do endereço. Você precisará esperar.

— Não me peça para ter calma, Assunção! Elisabeta está tão perto de mim, eu mal posso me conter de tanta ansiedade para vê-la. Corra com esse endereço, preciso encontrá-la o mais rápido possível antes que eu tenha um ataque. - disse brincando, não estava me aguentando.

Depois que Assunção se retirou eu me joguei no sofá do escritório e não conseguia nem por um minuto tirar aquele sorriso bobo dos meus lábios. Com Elisabeta era sempre assim, eu ficava bobo, ela me dominava de uma forma que ninguém nunca foi capaz, parecia que a qualquer momento eu iria explodir de amor, amor que reprimi durante anos dentro de mim.

Ouvi batidas na porta, me perguntava quem apareceria na minha casa a essa hora, mas fui atender. Tomei um susto quando vi que era Briana, essa moça tem me dado nos nervos, maldita hora que fui conhecê-la durante um dos bailes da cidade. Ela não esperou que eu a convidasse para entrar e já foi o fazendo, invadindo minha sala. Ela estava abalada, dizia que não estava aguentando a pressão de sua mãe para que arrumasse um pretendente, ela me olhava de forma diferente, eu disse a ela que tudo aconteceria no tempo certo, que ela deveria manter a calma. A verdade era que não estava com cabeça para lidar com ela, não parava de pensar em Elisabeta e acabei solicitando, de forma educada, que ela fosse embora.

No dia seguinte eu aguardava com ansiedade qualquer notícia de Assunção. Mas precisava resolver algumas pendências e precisaria ir até a biblioteca do centro da cidade pegar alguns livros de engenharia para estudar a respeito de um processo novo que pretendia de implantar em breve. Mas passando por um dos corredores eu pensei que havia ouvido a voz de Elisabeta, eu não parava de pensar nela então achei que só poderia estar fantasiando, mas foi quando ouvi a sua risada que eu não tive dúvidas, ela estava ali. Tentei seguir o som para saber de onde viria, eu mal podia me conter, e foi quando cheguei a um dos corredores que eu a vi. E foi a melhor visão que tive durante anos, ela estava mais linda do que me lembrava, seus cabelos estavam uma parte presa em um penteado e o restante solto em lindos cachos, continuava em tons de degradê, olhei o seu corpo, e senti um calor enorme me invadir, suas curvas estavam mais acentuadas, sua pele.. meus olhos caminharam para sua boca e seu sorriso brilhava com algo que ela estava contando para a colega de trabalho, seus lábios vermelhos eram um convite para a perdição, mas foi quando meus olhos caminharam para os dela que nossos olhares se cruzaram e parei de respirar instantaneamente. Não sabia o que fazer, eu estava na frente da mulher da minha vida depois de quase 6 anos.


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