O Intruso escrita por thierryol1


Capítulo 11
Homônimo




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"Eu não aguento mais... Eu sou fraca."

 

3 Anos Atrás

Rachel e Lucie chegaram ao apartamento da garota. Já era noite.

— Vai... Pode falar.

— Hm?

Lucie arqueou uma sobrancelha.

— Você disse que ia me explicar tudo quando chegássemos. Bem, estamos aqui, não tá vendo?

— Tudo bem... Escuta... Eu tenho que primeiro te pedir desculpa. Eu fui um monstro... Mas eu só estava tentando te proteger.

Lucie riu.

— Me proteger? Por favor!

— Eles me ameaçaram...

Lucie ficou séria.

— Eles te ameaçaram? E por qual motivo você não teria me contado?

— Você não iria entender... Eles ameaçaram algo muito precioso pra mim... Eu não pude dizer não!

— Ah, por favor!

— Você não entende por que você não sabe amar ninguém! Você sempre pensa só em si mesma! Igual quando você humilhou aquele garoto estranho e foi expulsa da escola!

— Como você sabe disso? Eu nem morava mais na mesma cidade!

— Porque eu gostava de você! Eu sempre tentava saber como você estava... Se estavam te tratando bem na escola... Se no natal seus pais adotivos te davam presentes... Eu era uma adolescente e não tinha muitos meios, mas eu sempre soube tudo de você, Lucie.

— Você é obcecada...

— Não! Eu te amo, você sabe disso!

— E eu sei por quê? Por você ter me destruído quando a gente era criança?

— Eu fiz aquilo por--

— PORQUE VOCÊ É UMA GAROTA EGOÍSTA QUE SÓ PENSA EM SI MESMA! PORQUE EM NENHUM MOMENTO VOCÊ PENSOU EM COMO AQUILO IA ME MACHUCAR!

— Quer saber Lucie, acho que foi um erro eu ter vindo aqui... – Disse Rachel, tentando conter o choro.

— Também acho. A porta está destrancada.

— Você está errada sobre tantas coisas Lucie...

— Ah sim, e você está certa né?

— Você é uma pessoa tão fria... Vai acabar sozinha desse jeito.

— Antes só do que com pessoas que podem me trair, não é mesmo?

Rachel caminhou até Lucie, ficando face a face com ela e olhando dentro de seus olhos. Após alguns segundos com as duas em silêncio, quando Lucie estava prestes a falar algo, Rachel a interrompeu:

— Eu fiz aquilo, porque aqueles garotos, que viviam fazendo bullying com você, viviam te humilhando, batendo, destruindo suas coisas, disseram que se eu não fizesse, eles iriam te machucar. Mais do que jamais machucaram.

Uma lágrima caiu do olho direito de Lucie, mas rapidamente ela a apagou com a mão.

— Vá embora...

— Lucie...

— VÁ EMBORA!

Rachel deu um suspiro e saiu do apartamento, deixando Lucie sozinha, como sempre.

*****

Dia Atual

Lucie acordou na sala de sua casa. Já estava amanhecendo. Ela não conseguia se lembrar de como havia chegado ali, afinal ela tinha ido dormir na casa de Josh.

Um pequeno barulho foi ouvido na cozinha, interrompendo as dúvidas da garota. Se parecia com o choro de um bebê, porém abafado.

A garota caminhou lentamente, seguindo o baixo choro da criança. Ao atravessar a porta, ela viu um cesto coberto com um pano de prato. A garota se posicionou em frente ao cesto, hesitando.

Subitamente ela levantou o pano, revelando um bebê chorando dentro do cesto.

— O que? O que esse... essa... esse... bebê... está fazendo aqui? – Disse para si mesma.

— É o seu filho, querida.

Lucie olhou em direção à janela: o monstro sem rosto estava lá. Sua voz tão conhecida entrava pelos ouvidos da garota, causando um sentimento horrível.

— Você não é real... Não pode ser...

— Eu não sou real querida? Já esqueceu tudo que passamos juntos?

— NÃO! Cala a boca! Você não é real!

— Você ainda não pegou nosso filho no colo... Por quê?

Lucie tampou os ouvidos e começou a chorar, mas ainda podia ouvir o mostro.

— Por que você o matou, querida?

— NÃO! NÃO! CALA A BOCA! ME DEIXE EM PAZ!

— Lucie? – Abel a chamou, na porta da cozinha. – O que está havendo?

Ela correu e abraçou o garoto.

— Abel, por favor, faça ele parar... Eu não aguento mais!

— Quem? Fazer quem parar?

— ELE! – A garota apontou para a janela, mas estranhamente não tinha nada lá. – Ele estava ali... Eu vi!

— Quem? O intruso?

— Não... Não... Era alguém pior que ele...

Abel ia dizer algo, mas o telefone de Lucie começou a tocar. Ela pegou o cesto e entregou para o garoto.

— Eu preciso ir, é uma ligação muito... Digamos... Importante.

— Tudo bem... Mas o que é isso?

— Ah, eu não sei de onde ele veio...

— Ele?

— Sim, será se você pode levar ele pra um abrigo, ou sei lá, dar um jeito? Eu não suporto o choro dele...

Abel ficou sério.

— Lucie...

— Eu preciso ir, depois a gente conversa. – A garota falou e saiu em seguida, apressadamente.

Abel ficou alguns bons minutos ali, sem reação. Após isso, ele simplesmente colocou o cesto cheio de pães em cima do balcão novamente.

Algumas ruas mais a frente, Lucie conversava com o assassino:

— Então, o que eu preciso fazer pra você não matar mais ninguém?

— A primeira tarefa é bem simples, senhora Freewood...

O intruso começou a dar instruções para a garota. Finalmente era hora do jogo começar.


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