Sóbria? escrita por AnyUchiha77


Capítulo 1
Segredo


Notas iniciais do capítulo

Essa é uma fanfic pequena, vai ter apenas alguns capítulos.
Fiz inspirada na vida da cantora Demetria - vulgo Demi.
Espero que gostem.



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A multidão gritava, chorava e cantava junto comigo. Um sorriso brotava em meus lábios, o suor em meu corpo era a prova do quanto eu havia me entregado naquele show - cantando, fazendo as coreografias. Meu coração batia a mil.

Eu usava uma blusa preta, um desenho de uma mulher estampada, com um colete prateado por cima. O short com pequenos rasgos e uma meia arrastão. Nos pés um coturno preto até o tornozelo, o salto baixo, pra completar o conjunto. Meu longo cabelo rosa balançava pela cintura enquanto eu pulava junto com as pessoas que me assistiam no palco, aos berros.

"Nobody, nobody

 

Nobody can drag me down

 

Nobody, nobody

 

Nobody can drag me down.."

["Ninguém, ninguém

 

Ninguém pode me derrubar

 

Ninguém, ninguém

 

Ninguém pode me derrubar.."]

Volto a cantar, estendendo a mão com o microfone para eles, em seguida, que cantam animados.

Para finalizar, repito duas vezes, explodindo no final, colocando toda a potência na minha voz.

"Nobody, nobody

 

Nobody can drag me do-o-o-o-o-o-wn.."

Assim que termino, ouços os aplausos e os gritos. Sorrio para eles e levanto as mãos, o holofote sobre mim.

— Obrigada Califórnia, foi um prazer enorme estar com vocês - digo feliz para todos e dou uma pequena reverência, mandando beijos antes de sair do palco.

Sigo para as escadas que me leva ao corredor, direto pro meu camarim. No trajeto sou recebida pela minha produção, que me abraçam felizes, enquanto alguns fotógrafos tiram fotos minhas.

— Você foi ótima - Guren diz ainda com os braços ao redor de mim. - Missão cumprida.

— Obrigada, eu estou tão animada - digo entre risos, abraçando Kakashi em seguida. - Eles gritavam tanto, fiquei louca com eles.

— Foi maravilhosa - Kakashi beija o topo da minha cabeça. - Vamos, temos um vôo para o Japão daqui algumas horas, você tem que descansar.

— Já marquei os horários na sua agenda - Guren diz quando entramos no meu camarim. Fico de frente ao espelho, sentada numa cadeira. A mulher que me produz, me ajuda com a maquiagem e o cabelo. - O show para começar o tour do lançamento do seu novo álbum é daqui há duas semanas. Temos pouco tempo para nos preparar, então descanse bastante.

Suspiro fechando os olhos. Só de imaginar que vou ter mais entrevistas pela frente, dar autógrafos e vários ensaios, já me sinto mais cansada do que já estou. Mas tudo isso era compensado com a alegria dos meus fãs, o que me motivava e me deixava anestesiada. Eu amo o que faço - cantar, dançar, compor. E saber que minha música alcançava várias pessoas, tocava os corações, dava esperança, era mais que importante para mim.

— Já entregou os ingressos para minha mãe e meus amigos? - Olho Guren pelo espelho esperando sua resposta.

— Sim, fiz exatamente como você disse - ela sorri.

O próximo show seria para a abertura do meu quarto tour, no Japão, onde nasci. Meus amigos e minha mãe moravam lá, e o mínimo que eu queria é que eles fossem e me prestigiassem nesse momento. Fazia mais de dois meses que não os via. A saudade estava me matando.

 

                          (...)

 

— Não temos muito tempo, vamos logo para o hotel - Kakashi diz depois de um tempo.

Eu já estava pronta. Tinha trocado de roupa, colocado um óculos escuros para enfrentar os fotógrafos que me aguardavam do lado de fora, junto da multidão que não participou do show, mas não queria perder a oportunidade de pelo menos me ver.

Sem maquiagem, o cabelo já arrumado, coloco um capuz quando atravessamos a porta de saída, dois seguranças me auxiliando a chegar até o Audi S5 preto.

Outros dois seguranças, um atrás e outro a minha frente, impediam que eu me machucassem com o tumulto se formando assim que passo pela calçada.

Os gritos ecoavam em meus ouvidos, as pessoas chamando pelo meu nome, tentando me tocar. Os flashs das câmeras me deixavam zonza.

Suspiro aliviada assim que consigo entrar no carro e seguir para o hotel.

Depois de enfrentar mais fotógrafos e fãs para chegar ao hotel, finalmente chego ao meu quarto e fujo de Guren, indo direto pro banheiro. Precisava relaxar.

— Não pense que vai se livrar de mim mocinha - ela brinca, já dentro do quarto. - Mais tarde passo aqui para irmos ao aeroporto.

— Está bem, agora preciso descansar - friso para ela, já ligando a banheira. - Sozinha! - termino a frase, dando mais ênfase.

Ouço os passos e o som da porta do quarto fechando. Suspiro aliviada e me jogo na banheira. Fecho os olhos. Era maravilhoso afundar naquela água quente depois de um show. Sorrio ao ver uma garrafa de champanhe ali e penso que talvez Guren e Kakashi não briguem comigo por isso.

Meu celular vibra e o pego, vendo algumas mensagens. Duas de Ino, mais de dez de Naruto - nada de anormal -, mas nenhuma de Sasuke. Bufo. Até Sasori - um riquinho que conheci num holly party em Yokohama, no Japão - me mandou uma mensagem.

Abro a de Ino e sorrio com o que leio. Sentia saudade dela e dos outros.

"Que horas você chega ao aeroporto?

 

Eu e o pessoal pensamos em te buscar. Estamos com saudades, testuda."

Penso no que responder e digito calmamente.

"Seria ótimo porca, mas é provável que vocês nem consigam chegar perto de mim.

 

Podemos marcar pra depois."

Respiro fundo. Havia um pouco de mentira naquela frase. Era bem possível que eu não conseguisse sair com meus amigos por conta da minha agenda apertada, sem contar que colocar minha cara na rua era o mesmo que pedir para ser assediada e agarrada por fãs. Mas valeria a pena correr o risco.

Vejo as mensagens de Naruto e me seguro para não cair na gargalhada. Ele é realmente sem noção, mas um ótimo amigo. Escrevo algumas coisas para ele e leio o que Sasori tinha mandado. Era um convite para uma festa na casa dele, que por coincidência, era no Japão. Ele também é de lá.

Penso em responder, mas estou tão cansada que simplesmente visualizo e deixo para dar uma resposta depois. Desligo o celular e fecho os olhos, o cansaço me dominando. Durmo na banheira mesmo.

                 

 

                         (...)

 

O vôo é longo, levou horas para chegar ao meu destino. Eu ia para um hotel, no centro de Tóquio, que ficava à uma hora de distância de Konoha, onde minha mãe e amigos estavam.

Assim que chegamos ao aeroporto, comprovo que Ino havia seguido meu conselho, não indo me buscar com os outros.

Já é bem tarde, quase seis da manhã. Seguimos para o hotel, nos instalando na cobertura. Me jogo na cama, cantarolando baixinho, ansiando por dormir mais um pouco, mesmo já sendo de dia. Guren entra com um sorriso, me observando.

— Gaara ligou, quer saber como você está.

Meus olhos brilham ao ouvir o nome de meu velho amigo. Sorrio para ela.

— Ouvindo isso, me sinto bem melhor - brinco rindo. - Ligo para ele depois. Obrigada Guren.

— Vou arrumar algumas coisas, te chamo para o almoço - ela diz. - Vou deixar Mark e Peter cuidando da sua porta - ela me dá um olhar sugestivo. Eles são meus seguranças.

— Já entendi - reviro os olhos. - Não precisa se preocupar, sei me cuidar - digo um pouco irritada.

Ela assente e sai do quarto. Espero alguns minutos antes de levantar e fechar a porta com cuidado. Corro para a cama de novo e pego minha mala, achando minha garrafa de água, que na verdade tinha whisky dentro.

Mordo o lábio pensativa. Fazia mais de 4 anos desde que havia estado na reabilitação. Mas há poucos meses, depois que comecei a sair com Karin e Hidan, tinha voltado a beber tequila e vodka de vez em quando. Era tentador demais, achei que iria conseguir me controlar caso um dia tomasse um pequeno gole de bebida de novo. Me enganei.

Foi um esforço tremendo esconder a bebida de Guren e Kakashi. Ainda mais passar pelos seguranças e a revista pelo aeroporto. Sei que era como uma promessa quebrada a mim mesma. Mas não dava, eu ansiava cada vez mais por aquilo. Era, de alguma forma, ao meu ver, uma maneira de esquecer um pouco meus problemas e aliviar minhas feridas.

Abro a garrafa e bebo alguns pequenos goles. Encosto a cabeça no travesseiro, fitando o teto, uma lágrima silenciosa contornando meu rosto. As lembranças me atormentando.

Toda vez era assim. A alegria vinha, a música e os meus fãs me faziam sentir especial, por um momento me fazendo pensar que eu não era uma inútil como achava que era. Mas então, depois vinha a solidão, a dor, o medo. Bastava estar sozinha que esses pensamentos me atingiam em cheio. Pra mim era a única verdade.

Olho meus pulsos, as marcas escondidas pela pequena tatuagem, bem desenhada."You" escrito no esquerdo. "Can" no direito. Eu queria acreditar naquela frase, a tatuagem feita à dois anos atrás. Mas era difícil agora. Porque eu realmente não conseguia. Não mais. Esse era o meu mais novo segredo.

 


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Notas finais do capítulo

A música é "Nobody can drag me down" do One Direction.
O que acharam?
Até a próxima.



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