Why You? escrita por beartzz


Capítulo 1
Prólogo




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Nem tudo é o que parece, por isso presta atenção! Cada palavra de cada capítulo, conta! Então fica atento e não descartes nem o menor sinal de pontuação.

Mas acima de tudo lembra-te: todos fizeram algo, seja bom ou mau, cada ação contribuiu para o desfecho final.

PRESENTE

23/2/2020

Sangue...

Pequenas e grandes poças vermelhas se espalhavam pelo local. Inúmeras delas.

A enorme lâmina, manchada de sangue, reluzia. A sua luz, trouxe a mulher de volta á realidade.

—KAYLA!

Em seguida a porta foi aberta, e tudo ficou escuro.

Esquadra da Polícia 
17:20        5/3/2020   

Hayley Hanver acabava de consumir o seu quinto copo de café desde que o seu turno tinha começado. Os seus colegas já perderam a conta de quanto tempo a mulher passou ali sentada á frente do seu computador, com o documento, que continha toda a informação, até então coletada, do caso que lhe tinha sido entregue na semana passada, aberto. No entanto Hayley não podia evitar, não é como se ela estivesse parada porque quisesse. Muito pelo contrário, ela definitivamente queria resolver aquele caso.

Mas algo não batia certo.

Hayley lembra-se perfeitamente da testemunha dada pela pessoa que encontrou o corpo da vítima.

"
—Foi suicídio, tenho certeza disso, não estava ninguém em casa quando aconteceu. Então não pode ter sido um homicídio.

—Como pode ter tanta certeza de que não foi um assalto que correu mal?- Dave perguntou, a primeira dúvida que saltou na mente de Hayley.

—Bem... não estava nada fora do lugar. Você acha que eu não saberia se alguém tivesse remexido a minha casa?- as palavras da mais velha faziam sentido.

—A vítima, ela... é sua sobrinha... certo?- Hayley pronunciou-se tentando ser o mais profissional e calma possível.

Esta era a parte mais complicada do seu trabalho. A jovem detetive aprendeu desde cedo a controlar as suas emoções, ainda assim ela sentia sempre o seu coração apertar quando tinha que falar com uma testemunha sobre um ente querido que tinha acabado de falecer, ou que se encontrava em estado grave no hospital, principalmente quando tudo indicava que tinha sido suicídio.

—Sim, ela é filha da minha irmã.

—Deve ter sido difícil para você. Encontrar a sua sobrinha naquele estado.- não houve resposta.

E mais lágrimas escaparam dos olhos da pobre mulher.

"

—Ainda andas ás voltas com o mesmo caso?- Dave, o seu colega de trabalho e parceiro naquele mistério, acaba de lhe colocar um sexto copo de café à sua frente.- Pensei que irias precisar.- justificou.

—Isto simplesmente não faz sentido!- murmurou frustrada.- Tudo parece encaixar tão bem, mas ao mesmo tempo...

—Eu sei. Temos a arma do "crime". O local, sabemos quem é a vítima, e tudo indica pra que tenha sido tentativa de suicídio. Temos até uma testemunha próxima da vítima. Mas mesmo assim, há algo que não bate certo...

—Tudo parece perfeito demais. As peças encaixam perfeitamente, mas a imagem que elas criam não parece fazer muito sentido.- Hayley não se lembrava do último caso em que tinha trabalhado, onde tudo se parecia encaixar perfeitamente. Na verdade, ela acha nunca ter trabalhado em nenhum assim.

—Vamos.

Hayley é pega de surpresa pela ação repentina do amigo.

—O quê?

—Vamos fazer uma visita á única pessoa que sabe o que realmente aconteceu.- o jovem detetive estava completamente confiante com a sua decisão.

Depois de agarrar em todos os seus pertences, ele estava pronto a sair da esquadra enquanto a sua colega ainda se encontrava confusa, sentada no mesmo sítio em que ele a encontrara.

—Quem?

—Quem é que achas? Óbvio que é a Kayla!

—Mas... ela ainda está inconsciente, o médico responsável por ela disse que me ligaria se ela acordasse.

—Poderias simplesmente confiar em mim e seguir-me?- agora o que frustrava Dave era a atitude tão desconfiada da sua parceira.

—Ok, tudo bem, eu confio em ti.

Finalmente levantando-se e guardando o seu telemóvel, juntamente com outros objetos que certamente lhe fariam falta, Hayley segue Dave para fora do edifício.

..

—Ainda não percebi como é que uma ida ao hospital nos poderá ajudar, quando a única pessoa que seria capaz de nos fornecer alguma informação, continua inconsciente...

Seis vezes. O silêncio dentro do carro já tinha sido quebrado seis vezes, segundo as contas de Dave, com as mesmas palavras ditas de maneiras diferentes.

Hayley foi a primeira pessoa que ele conheceu quando se tornou um detetive, apesar de ela ser um ano mais nova que ele, concebia também um ano a mais de experiência.

No momento em que anunciaram que a mulher de cabelos compridos e castanhos seria a sua parceira e mentora, Dave soube que tinha ficado com a sorte grande, principalmente depois de ouvir alguns relatos de outros novatos que ele conhecia.

Hayley dedicava corpo e alma ao seu trabalho, ele chegava a sentir-se inútil muitas das vezes em que resolviam um caso juntos.

A vida de detetive não foi a sua primeira escolha... nem a segunda, na verdade. Mas não havia mais nada que ele pudesse fazer quando os seus pais lhe negaram a permissão de entrar numa faculdade de fotografia e o tempo que passou a estudar medicina fora um completo fracasso.

—Já te disseram que ficas insuportável quando estás curiosa?- perguntou sarcasticamente, sem desviar a sua atenção da estrada por um único segundo.

—Se te incomoda assim tanto, porque é que não me contas o teu plano?- Hayley não é o tipo de pessoa que desiste quando quer obter uma informação, Dave sabia disso muito bem.

Suspirando derrotado, o mais velho decide desistir e acaba por lhe contar o que a sua colega queria.

—Tudo bem... Eu soube que a Kayla está num relacionamento sério com um rapaz.- Dave fez uma pausa esperando algum tipo de reação da sua parceira.

—Sim, e então?- perguntou Hayley, sem conseguir perceber onde ele queria chegar.

—Então... vamos até ao hospital interrogá-lo, como é óbvio.- mesmo com toda a sua atenção depositada na estrada á sua frente, Dave conseguia sentir a intensidade dos olhos de Hayley que quase lhe perfuravam a alma.

—Brilhante, como é que nunca percebi o gênio que tenho como parceiro?

O mais velho não pôde resistir ao seu tom irónico e acabou por soltar uma gargalhada. Era muito raro Hayley ser sarcástica ou irónica quando o assunto era trabalho, normalmente essa era a especialidade de Dave. Por esse motivo ele sempre se surpreendia e achava engraçado quando a sua superior usava esse tom de voz e revirava os olhos como, ele tinha certeza, que ela acabou de fazer naquele momento.

O resto do caminho foi feito em silêncio. Dave ficou cem por cento concentrado na estrada á sua frente, e Hayley continuava a pensar na situação da menina de longos fios azuis, deitada, inconsciente numa cama de hospital.


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