The Half-blood Prince - Severo Snape escrita por MeireMRL


Capítulo 12
Toujours Pur


Notas iniciais do capítulo

Olá,
Segue mais um capítulo para vocês.
Boa leitura.



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Novembro de 1977 - Hospital St. Mungus

Todas as enfermeiras já sabiam que tinham que sair do caminho da imponente mulher que andava de maneira altiva, como se todos os outros fossem apenas vermes que se colocavam em seu caminho.

A caminhada até o quarto de número 312 não era longa mas a mulher já estava totalmente sem paciência. 

Abriu a porta e olhou para o homem deitado na cama e assim que ele a encarou ela viu em seus olhos o desprazer em receber sua visita. Ela também não estava gostando nada de estar alí mas a afronta que sofreu não podia ser ignorada.

"Você está péssimo irmãozinho."

O homem sobre a cama nem de longe lembrava o imponente bruxo que um dia seu irmão foi, pensou ela. A vida desregrada que ele vivia o tinha levado aquele lugar, para ela pouco importava a saúde de seu irmão, ele poderia fazer o bem entendessem com ela desde que não jogasse o nome de sua família na lama como ele vinha fazendo por todos esses anos de escândalos.

"O que a trás até aqui querida irmã? E não me diga que está preocupada com a minha saúde que com certeza eu não vou acreditar."

"Vim saber o que deu em você para apoiar a idéia insana de meu filho de sair de casa?"

"O rapaz iria fazer isso com ou sem o meu apoio. Eu só tentei ajudar o meu sobrinho, Merlin sabe que ele está fazendo a coisa certa ao ir para bem longe de todos  vocês."

"Não é problema seu o que acontece entre mim e meu filho, por isso eu ordeno que você cancele imediatamente aquele testamento ridículo que faz do MEU filho seu herdeiro."

O homem apenas riu ao ouvir as palavras de sua irmã, ela continuava a mesma de sempre, prepotente e arrogante.

"Sinto muito irmãzinha o que está feito está feito."

"Eu estou avisando, desfaça o testamento imediatamente ou vai se arrepender."

"Suas ameaças não tem muito efeito sobre um homem moribundo querida irmã."

"Talvez você não tema por sua própria segurança mas duvido que queira pôr a vida de sua filha em risco."

"Acho que finalmente você ficou louca. Sabe muito bem que não tenho filhos. Agora me deixa morrer em paz e vá embora pois não vou alterar o bendito testamento."

"Eu não estaria tão certa assim sobre sua falta de descendentes querido irmão. Pelo que me lembro bem uma jovem trouxa apareceu grávida na minha porta alegando que o pai era você."

Vendo que tinha conseguido tirar a satisfação do rosto do próprio irmão a mulher continuou o relato.

"Qual era mesmo o nome dela? Bethânia… não, não era isso, talvez fosse Berenice…"

"Beatrice."

"Isso mesmo Beatrice. Tão novinha e ate que era bonitinha, pena que era da escória. Ficou muito triste ao saber que você estava noivo, foi de cortar o coração ver as lágrimas enquanto ela se dava conta de que foi enganada. Eu quase tive pena da sangue ruim, quase."

"Você está mentindo."

"Estou?"

"Fora daqui."

Uma gargalhada estridente saiu da mulher ao ver que seu propósito foi alcançado.

"Devo admitir que o destino é mesmo muito cruel. Quem diria que você iria tirar um filho de mim mesmo sem saber que eu privei você de vêr a seu crescer."

O prazer de ver o homem à sua frente se encher de angústia já fez valer a pena o desprazer de estar naquele local e da mesma maneira que tinha chegado ela saiu deixando para trás nas mais do que devastação.

Por um momento o homem pensou em desconsiderar as palavras de sua irmã afinal ela não passava de uma pessoa rancorosa e sem coração. Mas e se realmente ele tivesse uma filha a que foi privado de ver crescer aquela dúvida não poderia ser deixada de lado por isso ele decidiu que descobriria a verdade.

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Março de 1976 - Cidade de Nova York

Casa da família Graves

Valerie olhava fixamente para o pingente da família de seu pai em suas mãos. 

Seu pai… um bruxo. Não um bruxo qualquer, um membro de uma das mais nobres famílias puro sangue da Inglaterra.

Era assustador e ao mesmo tempo libertador finalmente saber de onde veio. 

Sua mãe nunca falou de seu pai. Era um assunto proibido.  Valerie notava  que sua mãe sofria muito quando ela tocava nesse assunto por isso com o passar dos anos em que ela foi crescendo parou de perguntar sobre seu pai.

Se ela fosse ser sincera tinha que admitir que sua mãe fez um ótimo trabalho a criando sozinha. Ela não era daquelas garotas traumatizadas por não ter a presença de um pai, na realidade sua infância foi bem alegre e quando se tornou adolescente sua mãe se casou com Michael que era um cara muito bacana.

Mais uma vez ela pegou a carta em suas mãos. Já tinha lido e relido a carta várias vezes mais toda vez que colocava os olhos nela parecia a primeira vez.

Valerie,

Minha menininha, se você está lendo esta carta é porque eu já não estou mais no mundo dos vivos.

Peço perdão por ter sido covarde ao ponto de você ter que saber da verdade dessa forma. Tentei por várias vezes lhe contar mais as lembranças eram muito dolorosas para que eu conseguisse. Por isso deixei tudo escrito para que um dia você pudesse conhecer sua origem.

Assim que eu coloquei você em meus braços eu soube que você seria uma bruxa. Você possui a mesma aura poderosa que eu sentia quando estava com seu pai. É algo difícil de explicar mas dele emanava uma energia fascinante que eu sempre senti em você.

Nunca falei dele antes mas chegou a hora.

Seu pai foi o amor da minha vida, ele revirou meu mundo de cabeça para baixo. E estar perto dele era viciante.

Eu era apenas uma estudante de Oxford quando o conheci. Ele era mais velho e extremamente encantador. E por mais que eu tivesse tentado fugir do que sentia por ele eu não consegui, me apaixonei, e por um breve momento eu achei que ele me amava também.

Mas como toda ilusão não durou muito…

Valerie não conseguiu mais continuar, daquele ponto em diante sua mãe falou sobre a família de seu pai e em como foi humilhada ao revelar que estava grávida.

Valerie dobrou a carta e guardou novamente no envelope. Olhou novamente para o pingente em suas mãos e se perguntou se deveria procurar seu pai ou se era melhor simplesmente esquecer que leu aquela carta.

Achou melhor não tomar nenhuma decisão naquele momento ainda não sabia o que iria lhe acontecer agora que perdeu sua mãe. Pegou o pingente e guardou novamente na caixa. Quando chegasse o momento ela pensaria nisso.

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Dezembro de 1977 - Em algum lugar na Escócia.

Castelo de Hogwarts

Já haviam se passado três dias desde o encontro no Lago Negro, a qual Valerie não sabia bem como rotular, não foi um desastre mas se ela fosse ser bem sincera no fundo no fundo ela não tinha vontade de ir para um segundo encontro. 

Diggory era ótimo, mas ela não o via como um namorado e sim como um amigo, eles se divertiam muito juntos e tinham muitas coisas em comum mas a sonserina sentia que isso não era suficiente para entrar em um relacionamento com Amos.

A castanha se encontrava no banheiro feminino em frente ao espelho e se perguntava o que ela diria se Amos lhe chamasse para um segundo encontro, quando uma garota da Lufa-lufa saiu de um box atrás de si com os olhos vermelhos. Era evidente que a garota tinha chorado e isso fez Valerie se comover e sentiu vontade de confortar a lufana.

"Você está bem?"

O susto no rosto da garota era evidente, provavelmente ela achava que estava sozinha naquele lugar.

"Quer conversar? Ou se preferir posso só te fazer companhia, às vezes ajuda ter alguém perto."

A garota nada disse, apenas encarava Valerie com desconfiança. O silêncio estava começando a ficar constrangedor o que fez Valerie se arrepender de ter sido tão intrometida.

"Esquece, foi bobagem minha ser tão intrometida."

"Porque ele gosta tanto de você?"

"O que você disse?"

"Porque Amos gosta tanto de você? O que você tem de tão especial?"

As palavras da garota caíram como uma bomba. Por um momento Valerie apenas processou aquela informação, a garota a sua frente estava obviamente chorando porque Diggory estava interessado nela.

"Eu honestamente não tenho nada de especial. Já até me perguntei porque ele se interessou por mim mais não sei te dar essa resposta."

"Eu sou amiga dele. Amiga… ele sempre vai me ver assim, apenas uma amiga."

Ao ouvir aquela frase Valerie instantaneamente se identificou com a desconhecida a sua frente. Amar um amigo e ver ele nos braços de outra, ela sabia bem o sabor amargo que tinha aquela situação. Olhando para a garota a sua frente Valerie soube que não poderia continuar com aquilo. Sair com Diggory sabendo que uma outra pessoa estava sofrendo assim como ela sofria toda vez que olhava Severo e Lílian juntos foi demais para ela. 

Não poderia continuar, mesmo porque, ela não amava Amos e sabia que existia alguém que o amava.

"Eu sinto muito. Sei bem o que você está sentindo."

A lufana riu sem humor antes de falar.

"Não imagino como você poderia entender."

"Eu também amo meu melhor amigo."

As palavras de Valerie pegaram a jovem de surpresa, ela não esperava ouvir isso da sonserina.

"Sinto tanto que você esteja sofrendo, principalmente porque sei exatamente o que você está sentindo. Vamos combinar assim, eu falo para o Amos que não está funcionando entre nós dois e VOCÊ aproveita e se declara para ele."

"Porque você faria isso, nós nem nos conhecemos."

Valerie sorriu e estendeu a mão na direção da lufana.

"Prazer, Valerie Graves."

A garota olhou confusa para a sonserina a sua frente antes de estender sua própria mão.

"Taís Abbott."

"Agora estamos oficialmente apresentadas. O que nos leva ao próximo passo, nos tornar amigas.  E como sua nova amiga eu te aconselho a se declarar para o Amos, se você não disser ele nunca vai saber que você gosta dele."

"Mas… e se ele não quiser nada comigo? E se eu perder a amizade dele por causa disso?"

Essas eram as perguntas que sempre tiveram na cabeça de Valerie e a fizeram exitar. E por isso ela teve que ver Severo nos braços de outra. Naquele momento ela decidiu que para Taís seria diferente.

"Você vai ter que arriscar Taís. Ou é isso ou superar esse amor que você sente por ele. Porque mesmo que eu o afaste ainda vai ter muitas garotas afim dele."

Valerie pensou que era um excelente conselho, era uma pena que ela não tinha feito exatamente isso antes de ser tarde demais.

"Você tem razão. É isso que eu vou fazer."

Taís falou com um tom de voz mais alegre o que deixou Valerie bastante satisfeita.

"Muito bem. Depois eu quero saber todos os detalhes."

Taís sorriu pela primeira vez para Valerie, nem em um milhão de anos ela poderia imaginar que a garota que ela jurou detestar estaria na sua frente lhe incentivando a se declarar para Amos. Então ela pensou no que a sonserina falou sobre também estar apaixonada pelo melhor amigo e se lembrou do rapaz que sempre estava ao lado dela. Tentou lembrar o nome dele mas não conseguiu, sabia que o rapaz estava namorando uma grifana.

"Você gosta do rapaz moreno que sempre está com você, não é? Aquele que é bom em poções."

Valerie pensou em apenas mudar o rumo  da conversa sem responder a pergunta mas lembrou que Taís lhe falou sobre o que sentia por Amos e então a sonserina sentiu a necessidade de desabafar também.  Seria a primeira vez que Valerie admitiria isso para uma outra pessoa.

"Sim, eu amo Severo. Mas por favor não diga isso pra ninguém, ele tem namorada."

Tais sentiu o coração apertar ao ouvir a voz triste de Valerie ao dizer aquelas palavras. Queria poder ajudar mas não sabia o que dizer.

"Eu perdi a minha chance Taís e você não deve perder a sua também."

Taís chegou mais perto de Valerie e lhe envolveu em um terno abraço, tentando lhe passar conforto. E naquele momento, no meio do banheiro feminino e contradizendo qualquer probabilidade, nascia uma grande amizade.

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Outubro de 1958 - Inglaterra

Universidade de Oxford

Beatrice Graves aguardava impaciente pela resposta de sua solicitação de um livro da imensa biblioteca Bodleiana de Oxford, ela já estava a um mês na fila de espera, e para finalizar a pesquisa a qual estava trabalhando só faltava esse último livro.

Olhou novamente em direção ao velho bibliotecário na esperança de que finalmente ele lhe desse uma boa notícia.

Estava distraída por isso demorou para notar a presença ao seu lado. 

Ele era um homem alto, na realidade qualquer pessoa seria mais alta do que ela com seus um metro e sessenta de altura. Mas esse homem não era só alto mas sim imponente, sua presença enchia todo o local com uma aura majestosa. Ele possuía uma certa elegância aristocrática,  como se estivesse a vontade consigo mesmo e com tudo a sua volta, sem falar que ele era muito bonito. Cabelos escuros quase negros muito bem cortados, olhos acinzentados e uma barba por fazer  completava o quadro que na opinião de Beatrice era simplesmente arrebatador.

"Boa tarde senhorita."

Beatrice ouviu a voz barítona e firme do desconhecido ao seu lado.

"Boa tarde."

Ela respondeu tentando não transparecer seu nervosismo por estar ao lado dele.

"Sabe me dizer onde se encontra o senhor Campbell?"

"Ele entrou para verificar uma solicitação."

O estranho sorriu para ela, um meio sorriso que ela achou muito sexy e que com certeza deveria deixar vários corações apaixonados por onde passava. Esse homem era um perigo pensou Beatrice.

Como se o velho bibliotecário sentisse que estava sendo requisitado, ele saiu de trás das portas de madeira e imediatamente sorriu para o estranho ao lado de Beatrice.

"A quanto tempo meu amigo. Em que posso ajudar?"

Beatrice viu quando o homem estendeu uma folha para que o senhor Campbell a pegasse. Após ler a nota o senhor olhou meio sem jeito em direção a Beatrice antes de começar a falar.

"Olha só…. Nossa! Que situação. Bom, senhorita Graves infelizmente o livro que a senhorita solicitou acabou de ser reservado com prioridade alta."

"O que o senhor falou?! Isso é alguma brincadeira?"

"Sinto muito senhorita Graves, mas foi requisitado pelo próprio Chanceler."

Beatrice olhou incrédula para o velho bibliotecário e para o estranho ao seu lado.

"Eu estou esperando a um mês e ele chegou a apenas cinco minutos. Isso é um absurdo."

"Peço desculpas senhorita não foi minha intenção lhe causar transtorno mas preciso muito do livro."

"E eu não preciso. Estou esperando a um mês por pura diversão."

As palavras saíram meio rudes mas foi difícil para Beatrice controlar a raiva de saber que teria que esperar ainda mais pelo tão desejado livro.

Beatrice contornou o homem e seguiu em direção a mesa em que estavam suas coisas e começou a recolher todos os objetos. Notou a aproximação do homem mas preferiu ignorá-lo.

"Posso lhe falar senhorita Graves?"

"Já não está fazendo isso?"

"Tem razão. Bom… eu estava pensando que poderíamos dividir o livro assim nem um dos dois atrasa o que tem que fazer. O que acha?"

Beatrice ponderou, seria muito bom já poder resolver essa pendência e não seria assim tão mal dividir o livro com aquele estranho.

"Muito bem. Podemos começar agora se o senhor preferir."

"Não me chame de senhor assim fico parecendo mais velho do que realmente sou."

Ele sorriu, um riso profundo e solto que fez borboletas voarem no estômago de Beatrice.

"E como devo chamá-lo?"

"Alfardo. Alfardo Black."

"Beatrice Graves"

Ela estendeu a mão a qual Alfardo tão prontamente pegou levando direto aos lábios e depositando um leve beijo no local.

"Tenho certeza que vai ser um prazer dividir o livro com você Beatrice."


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Notas finais do capítulo

Comentem eu adoro saber a opinião de vocês.



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