Once Upon a Time - New Adventures escrita por Melshmellow


Capítulo 2
Julgamento em Camelot


Notas iniciais do capítulo

Hellooooooo criaturinhas, só passei pra deixar o capítulo mesmo, nem seu o que escrever aqui mas não gosto de deixar em branco, entaao é isso. bjss até as notas finais!!



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     ­­­­­— Lylla! — No momento em que a garota ouviu a voz familiar chamá-la ela abriu os olhos.

     A primeira coisa que a garota viu fora o rosto do irmão gêmeo com uma expressão preocupada.

     — Luke. — ela disse o tranquilizando automaticamente, e o garoto suspirou aliviado. — O que houve? — a morena perguntou confusa.

     — Nós fomos jogados do portal aqui, e você desmaiou. — Ele explicou a ajudando a se levantar.

     — Vejo que nossas aventuras começaram muito bem. — Lylla sussurrou irônica.

     — É. Mal chegou e já foi nocauteada, Lylla? — Robin perguntou, se colocando ao lado da amiga.

     Lylla apenas se limitou ao ato infantil de mostrar a língua para a ruiva.

     No mesmo momento, todos ali sentiram um leve tremor no chão, que foi aumentando rapidamente.

     — Se escondam! — Gideon exclamou se jogando atrás de um arbusto, e todos os outros o seguiram.

     Logo o tremor era quase um terremoto, e nenhum deles conseguiu se manter em pé, se deixando cair sentados atrás do arbusto.

     Após algum tempo os tremores se foram.

     — Tudo bem. Podemos ir. Eles já foram. — Gideon disse se levantando e passando pelas árvores como se conhecesse aquele caminho como a palma de sua mão.

     — Onde estamos indo? O que foi aquilo? — Luke perguntou quase em pânico sem saber o motivo de todos agirem normalmente sobre isso.

     — Aquilo era um gigante. — Lylla explicou. — estamos indo para as plantações deles.

     — E ainda assim, ninguém parece estar preocupado sobre isso, não é? — o gêmeo disse sarcástico.

     — Foi por esse tipo de coisa que viemos aqui, Luke. — Melody disse selvagem.

     O garoto apenas assentiu e continuou atrás dos “amigos” até ver uma luz refletindo no sol.

     Espera! Não era noite quando saímos de Storybrook? Luke se perguntou, sem verbalizar o pensamento. O tempo e os dias passam diferentemente. Ele se lembrou.

     Uma vez que chegaram perto da luz verde refletida no sol, viram que era a plantação. Era um lugar com pequenos feijões que brilhavam em verde fluorescente.

     Todos olharam impressionados com o cenário à sua frente.

     — Só… vamos pegar essa droga e ir embora. — Neal disse ao sentir o chão começar a tremer levemente.

     Todos assentiram e começaram a arrancar um dos feijões brilhantes, e logo cada um tinha o seu.

     — Bom. Foi mais fácil do que eu pensei. — Robin comentou brincando com o feijão.

     No mesmo momento em que ela terminou a frase ouvimos sons de cavalos trotando cada vez mais próximos dos adolescentes.

     Não houve tempo para se esconder dessa vez. Logo os cavaleiros de armadura dourada já conseguiam vê-los.

     — Quem são vocês? O que fazem aqui? — foi a primeira coisa que um dos cavaleiros perguntou após apontar uma espada ao pescoço de Luke.

     — N-nós estamos apenas… perdidos. — respondeu Luke, hesitante.

     O cavaleiro tirou seu elmo e os encarou de cílios cerrados. Observando atentamente cada detalhe.

     — Isso é uma mentira. E uma das péssimas. — o cavaleiro disse enquanto passava a mão no seu cabelo ruivo encaracolado, como se estivesse com calor, mas ainda apontava a espada para Luke, com a outra mão.

     — Tudo bem. Vamos te contar a verdade. — Melody começou com nada além de confiança refletida em sua voz. — Caímos em um portal por acidente, e acabamos aqui. Só queremos feijões para voltar para casa… — a morena não pode terminar a frase, pois fora interrompida pelo cavaleiro.

     — Mentirosa. — ele disse seriamente, como se fosse um crime de proporções catastróficas. — Se este fosse o caso, então me diga o motivo de cada um de vocês terem um feijão brilhando na palma da mão. — ele disse sério, e nenhum deles teve tempo de pensar em uma resposta antes que ele dissesse suas próximas palavras. — Vamos levá-los ao castelo. Deixem esses mentirosos um dia inteiro nas masmorras. Tenho certeza que eles irão mudar de ideia e me contar a verdade. — ele disse se direcionando aos cavaleiros de armadura dourada ao seu lado.

***

     O dia nas masmorras passou lentamente. Não apenas pela má qualidade do lugar ou pelas condições higiênicas da masmorra. Mas sim por estarem todos na mesma cela, que não era muito grande. Não o suficiente para que seis adolescentes pudessem mover-se livremente pelo lugar. As planícies de ferro com um colchonete fino em cima, o que seria um grande elogio chamar de cama, ocupavam a maior parte do lugar, deixando apenas um metro quadrado para andar por ali. Ao menos havia seis camas. Uma para cada um ali, em forma de três beliches com um metro de distância acima uma da outra. Então eles se mantinham cada um no seu canto. De forma que no beliche do canto esquerdo estivesse Robin no beliche de cima, e Luke e Lylla no beliche de baixo. Os três conversando baixinho sobre o que aconteceria. Do lado direito, Neal e Gideon no beliche de baixo conversando também. E no do meio de cima, estivesse Melody, tirando uma soneca tranquilamente.

     Já haviam tentado usar magia para sair, mas nada funcionava, o reino todo parecia ser anti-magia.

     Além disso, não havia nada para que eles fizessem. Haviam tirado suas mochilas, e era lá que se encontravam seus celulares, e adolescentes entediados era um perigo.

     O dia passou, e não os fora oferecido nenhuma comida até a hora do jantar, onde finalmente os trouxeram algo para comer. Não havia carne, era provavelmente apenas uma mistura das sobras do jantar do rei.

     — Vamos mesmo ter que comer isso? — Lylla perguntou observando os pratos de comida deixados ali.

     — Isso depende. — Neal respondeu sem desviar o olhar de nojo da comida fria. — Você quer comer isso, ou passar fome até amanhã ou até o rei decidir que foi suficiente? — ele terminou a frase e pegou a comida e passou a engolir tudo na marra.

     Ninguém pode discordar, e decidiram que seria melhor comer do que morrer de fome, e após a refeição, apesar de estarem com sede, decidiram apenas irem dormir. Afinal, eram prisioneiros, não era como se pudessem exigir nada.

     Todos foram se deitar, exceto por Gideon, que sabia que aquilo causaria consequências no dia seguinte, mas não se importou, e se manteve acordado, não poderia arriscar.

     Na manhã seguinte, todos foram acordados pelo barulho da porta da masmorra se abrindo abruptamente. O guarda observou todos levantando preguiçosamente de suas “camas”, se lembrando do que aconteceu no dia anterior. Ele já havia visto aquele olhar muitas vezes.

     — Vocês duas. Venham comigo. — ele disse apontando para Melody e Lylla e abrindo espaço para que elas saíssem e outro guarda as algemasse.

     — Não! Lylla! — Luke chamou o nome da irmã tentando ir atrás dela, mas a porta já havia se fechado.

     — Luke! — ele conseguiu ouvir a garota o chamar de volta.

     — Espera! Teremos julgamentos separados? — Gideon perguntou antes que o guarda saísse, mas este o ignorou e levou as meninas para seu julgamento.

     Elas passaram por paredes e mais paredes que pareciam todas iguais, porém ainda tentaram marcar o caminho caso tivessem que voltar para recuperar seus amigos e fugirem. Não era um ótimo plano, mas era o único que elas tinham.

     Ao chegar à sala do trono, onde estava uma não tão pequena quantia de pessoas de cada lado da sala apenas observando o julgamento, deixando um espaço para que elas caminhassem e chegassem há alguns degraus de distância do trono do rei, as garotas foram obrigadas a se ajoelharem perante o homem ruivo a sua frente. O mesmo cavaleiro que as havia capturado um dia antes.

     — Digam-me seus nomes. — o rei disse calmamente.

     — Por que o diríamos nossos nomes quando nem ao menos sabemos o seu? — Melody não hesitou em desafiar o rei e olhar diretamente em seus olhos quando o fazia, foi a primeira vez que Lylla gostou de Melody.

     Algumas pessoas arfaram atrás delas, mas nenhuma ligou.

     — Como ousa falar com seu rei assim? — um dos cavaleiros do rei disse tirando uma espada e colocando a frente do pescoço de Melody.

     — Não. Ela está certa. — o ruivo respondeu se levantando lentamente de seu trono. — Perdoe-me. Eu me chamo Tristan Dunbroch. Herdeiro de Dunbroch, mas atualmente governo Camelot, desde que rei Arthur, e todo o seu povo desapareceram, minha mãe conquistou esse reino e quando todos voltaram. Arthur havia morrido, e, sem um rei para governá-los, eles aceitaram a nossa liderança sem resistência. E sempre fui um governador justo. — o rei se explicou e esperou que as duas dissessem algo.

     — Você é filho de Merida? — Lylla perguntou. — Merida de Dunbroch?

     Rei Tristan assentiu.

     — Meu nome é Lillyan Swan Jones.

     A outra hesitou um pouco, mas pronunciou seu nome.

     — Melody Castle.

     O rei imediatamente enrijeceu.

     — Castle. Príncipe Eric Castle é seu pai? — ele perguntou e a morena assentiu. — Sabe. Sua família vem tentando dominar Camelot já tem um bom tempo, o que aconteceu? Vocês acharam que agora ela estaria vazia e vulnerável e vocês poderiam tomá-la de mim? — ele perguntou erguendo a voz um pouco. — Vocês queriam pegar os feijões e irem buscar por aliados em todos os reinos? Para iniciar uma guerra contra nós?

     As garotas se assustaram com o homem.

     — Não! É claro que não! — Lylla exclamou tentando conter o medo em sua voz.

     O rei Tristan se acalmou e engoliu em seco. Ele sabia que tinha medo de mais de decepcionar seus pais, e por isso desconfiava de quase todos, mesmo sabendo que aquilo não era nada bom é que precisava parar com isso, ele não podia evitar ter medo do fracasso.

     — Levem-nas para fora. — ele disse calmo e elas arregalaram os olhos.

     Era isso. Iríamos morrer. Iríamos todos morrer. Ir naquela missão não havia sido uma boa ideia. Melody pensou.

     Eu nem havia tido tempo de me despedir de meus pais de meu irmão, de Henry, de vovó e vovô. Isso era o que passava na mente de Lylla.

     Os cavaleiros as seguraram com força e as levaram para fora. Enquanto as meninas tentavam lutar.

     Logo fora dada a ordem de os próximos virem.

     Eles foram até a masmorra e trouxeram Luke e Gideon.

     — O que vocês fizeram com Lylla? — Luke perguntou, mas foi ignorado pelo guarda que os guiava até a sala do trono. — O que vocês fizeram com a minha irmã? — ele perguntou mais alto, e mesmo assim não houve resposta.

     O adolescente não pode evitar sentir raiva do homem à sua frente, e, sem pensar, tentou atacá-lo. O guarda não demorou a o imobilizar, colocando uma faca em sua barriga, ameaçando matá-lo.

     — Hey. — Gideon o chamou. — Se acalme. O rei ainda nos quer vivos não é? Ele apenas teve um ataque de raiva, não vai acontecer novamente. — O jovem tentou argumentar com o guarda.

     — Ele me atacou! — o homem disse e cuspiu no garoto a sua frente que tentava escapar de perto da faca.

     — Ele é um garoto tolo. Mas é apenas isso, um garoto. — o homem cogitou as palavras do prisioneiro e percebeu que estava certo. Ele era apenas uma criança, então ele se afastou do garoto lentamente, e continuou andando.

     Gideon suspirou aliviado e Luke tinha a respiração acelerada por ter atacado o guarda.

     — Estava tentando se matar? — Gideon perguntou ao Jones, e o outro abriu a boca para dar uma resposta mal educada, mas não teve tempo. — Não me diga que isso foi pela sua irmã. Ela precisa de você vivo. Todos nós precisamos. — ele disse com raiva.

     A verdade é que Gideon não queria que nenhuma daquelas pessoas morresse ali. Porque se o fizessem, seria sua culpa. Ele os havia trazido ali, roubando o feijão da loja de seu pai porque queria uma aventura. E todas aquelas pessoas o seguiram porque confiavam nele, e agora ele precisava mostrar que merecia aquele confiança. Ele precisava ser o líder.

     — Como pode saber se ela está bem? — Luke perguntou a ele, quase como uma súplica.

     — Você confia em mim? — Gideon perguntou, mas logo viu que não havia sido uma pergunta muito inteligente. Ambos se conheciam a pouco mais de um dia e o mesmo havia tentado matar a mãe de Luke e Lylla antes mesmo de eles nascerem, então a resposta era óbvia. — Claro que não. De qualquer forma, eu te prometo que vamos ficar todos bem. — o mais alto terminou e Luke se sentiu estranhamente mais seguro com as palavras dele.

     Eles voltaram a andar até chegarem à sala onde teria seu julgamento.

     — Eu sou o rei Tristan de Dunbroch. Filho de Merida de Dunbroch. Atual rei de Camelot e Herdeiro legítimo de Dunbroch. — O ruivo disse, antes de começar o interrogatório. — Quais são seus nomes?

     — Meu nome é Lukas Swan Jones. — Luke disse olhando o rei nos olhos.

     — E eu sou Gideon Gold. — o outro respondeu.

     O rei os observou minuciosamente e riu.

     — Gold. Você é o filho ainda vivo de Rumpelstiltskin. — não fora uma pergunta.

     O rei fez um gesto para um dos guardas e disse:

     — Tragam a gata. — os guardas saíram, em busca do que seu rei os pediu.

     Não demorou, e eles voltaram, trazendo com sigo uma mulher com roupas pretas coladas ao corpo, e um cabelo extremamente branco, com algumas mechas negras. Ela não parecia muito velha, e era muito bonita, porém não estava em um estado muito bom. Suas roupas estavam sujas de poeira, e seu cabelo armado como se não fosse penteado há alguns meses. Mas mesmo assim ela ainda conseguia ser muito atraente.

     Eles a deixaram em uma espécie de puff, ao lado do rei como se ela fosse sua rainha, mas não era a cadeira da rainha, pois esta ficava do outro lado dele, e era quase tão grande e enfeitada quanto à do próprio rei, porém, estava vazia.

     A garota se espreguiçou como se acabasse de acordar, então levantou lentamente e deu alguns passos na direção de Gideon, ela tinha um andar diferente, uma forma diferente de levantar e se mover, ela parecia um gato.

     A garota olhou o garoto de cima a baixo de começou a andar em círculos em volta dele, e de vez em quando encostando propositalmente em Gideon. Às vezes os ombros, outras vezes as mãos, e até mesmo o quadril.

     Ela não parecia estar dando em cima dele, ao menos não propositalmente. Ela era como um gato que rodeava a perna de seu dono pedindo comida. 

     Ela encarou dentro de seus olhos, já sabendo o que deveria fazer.

     — O filho do Dark One. Você está tão envolvido nas trevas quanto seu pai, não está? — ela perguntou retoricamente — Você está preso entre este mundo e o seu outro. Aqui você tem a vida dos sonhos, e lá vive um pesadelo.

     Gideon não pode evitar arregalar os olhos. Como ela poderia saber? Ninguém mais sabia. Ninguém!

     Ela aproximou seu rosto do dele e deu um longo suspiro, quase de prazer.

     — Eu posso sentir o cheiro do seu medo. — ela olhou nos olhos de Gideon ameaçadoramente. — E deveria estar com medo.

     — Chega! — o rei exclamou e a garota se afastou de Gideon como se ele tivesse acabado de dizer que ele tinha uma faca. Nesse movimento, ela caiu sentada em um dos degraus da escada, e se encolheu ali.

     O rei se levantou e andou até ela, oferecendo sua mão para a loira platinada se levantar. Ela aceitou e ficou em pé, olhando o rei com gratidão.

     — Irá me mandar para a caixa de novo? — ela perguntou como se estivesse prestes a chorar caso a resposta fosse sim.

     O rei Tristan a observou carinhosamente, sempre possuiu coração mole por cada criatura viva, exceto por aquelas que ameaçavam seu reino, é claro.

     — Não irei mandá-la de volta. — ele respondeu e a moça sorriu docemente. — Você será boa dessa vez?

     — Sim! Sim! Eu serei!

     — Da última vez que disse isso, você matou dois de meus guardas e tentou fugir. — ele disse, mas não parecia bravo. — Foi por isso que você foi para a caixa em primeiro lugar.

     — Dessa vez não vou desobedecê-lo, meu rei.

     Aproveitando a distração do rei e de seu bichinho de estimação, Luke se virou para Gideon, que parecia desconcertado, olhando para o chão.

     — Gideon. — o mais baixo sussurrou, mas o outro não lhe deu ouvidos. — Gideon do que ela estava falando?

     — Então... — a voz do rei os chamou atenção. — Vocês conheceram a minha convidada aqui. De onde ela veio a chamavam de… Jabberwocky. Mas achei um nome muito difícil. Bom, vocês já conheceram os talentos dela, não é? — O rei encarou Gideon.

     — Você mantém uma garota inocente em uma… “caixa” e se acha um bom rei? — Luke perguntou com certa raiva.

     Tristan riu.

     — Não. Ela nunca foi inocente. Ela é muito mais velha do que você e eu, apesar de sua aparência. Você não tem ideia do que ela faria se estivesse livre. Do que ela fez quando esteve livre. Ela destruiu cidades, reinos, e quase destruiu um mundo inteiro sozinha. Apenas pelo prazer de fazê-lo. Apenas porque ela pode. — ele explicou olhando a garota que agora se encontrava agora esparramada no puff tirando uma soneca. Então, me diga Gideon Gold. De que trevas ela falava? — o garoto se manteve calado e encarou o rei duramente, se recusando a falar.

     O rei abriu a boca para dizer algo mais, porém parou. O ruivo não soube exatamente o que sentia, mas era um tipo de compaixão pelos garotos, algo que ele não esperava. E Tristan sabia exatamente da onde vinha aquilo, era a gata, tentando o influenciar de novo, por algum motivo ela tinha aquela compaixão por eles. Com um ultimo olhar para a gata, sua expressão se tornou ilegível.

     — Os levem para fora. E tragam os últimos. — fora sua ordem.

***

     — Você acha que vamos morrer? — Robin perguntou para Neal de um canto da cela.

     — Por quê? Está com medo? — ele a provocou.

     — Você não está? — ela respondeu o jovem com uma pergunta.

     Neal iria virar para a garota e zoar um pouco com a cara dela talvez, se ele não tivesse visto a lágrima caindo dos olhos dela e a ruiva se apressar para limpar.

     Neal se levantou de sua cama e foi se sentar ao lado de Robin, que se encontrava encolhida no canto da sua, onde era encoberta pela escuridão da cela, pois mesmo que fosse de manhã, a cela não possuía janelas, apenas algumas velas nas paredes.

     — Quer saber a verdade? Estou com medo sim. — ele disse a tranquilizando.

     — Mas e se morrermos? Eu nunca mais irei ver minha mãe. Eu apenas deixei um bilhete para ela antes de sair. — agora lágrimas já caíam livremente do rosto da garota, e o sotaque britânico da garota, o mesmo de sua mãe, o mesmo que ela sempre tentava esconder, agora começava a escapar de seus lábios em uma voz trêmula. — Ela vai achar que eu fugi. Que ela não era uma boa mãe para mim. Mas nenhum deles Irá descobrir a verdade.

     — Robin. Olhe para mim. — ele exigiu, e ela o fez — Nada vai acontecer conosco.

     — Como sabe disso?

     — Porque eu vou matar quem machucar um fio do seu cabelo. — ele disse em um tom sombrio. — Gideon, Melody e eu somos os músculos, não é? E Lylla, Luke e você são os cérebros. Juntos, nós vamos sair daqui. Assim como nossos pais fizeram mais de uma vez. Apenas confie em mim, e siga o plano.

     — Temos um plano? — Robin perguntou, não sabendo se estava preocupada por um plano criado pelos músculos, ou se estava aliviada por terem um plano.

     — Só confia em mim, ruiva. — ele disse e sorriu.

     A porta se escancarou, assustando os jovens com o barulho inesperado, mas logo se acalmaram e foram com o guarda.

     O rei se apresentou pela terceira vez naquele dia ao chegarem lá.

     — E seus nomes? — ele perguntou tentando parecer gentil.

     — Neal… — o garoto parou para pensar, não tinha exatamente um sobrenome, não um oficial, então sorriu e disse a seguinte palavra, sabendo que o outro saberia o que significa. — Charming.

     Robin sorriu, e encorajada por essas palavras, se apresentou, mesmo sem ter exatamente um sobrenome oficial também.

     — Robin de Locksley Mills. — ela disse. Sabia que o “de Locksley” não era um sobrenome de seu pai. Ele apenas usava sua cidade natal para se apresentar, pelo motivo de não possuir nenhum sobrenome, como a maior parte da população pobre fazia. — ou Robin Hood Mills. Você escolhe.

     O homem os encarou intrigado.

     — Que bela combinação aqui. Filho De Snow White e Prince Charming…

     — Na verdade meu pai não gosta que outros o chamem desta forma. Apenas minha mãe, pois o faz se sentir… um coadjuvante. — Neal o interrompeu.

     — Sim. — o rei disse. — E a filha de Robin Hood, com… a Evil Queen? — ele perguntou um pouco confuso.

     — Com a Wicked Witch.  Zelena. — ela explicou.

     — Muito interessantes sobrenomes. Mas não vejo mais nada de interessante sobre vocês. — ele disse e fez um gesto para seus guardas os levarem com os outros.

     O sorriso confiante de Robin desapareceu, e ela se tornou imediatamente preocupada, quase em pânico. Tentou se soltar dos guardas e bater neles, mas estava com os pulsos acorrentados, não era exatamente fácil.

     — Não! Eu vou te contar toda a verdade! — ela exclamou, mas nenhum dos guardas ligou. Muito menos o rei. — Não! Nós só queríamos ir para outros reinos e viver aventuras! Como nossos pais, mas sempre ficamos trancados aquela vida normal a qual não pertencemos! — agora todos tinham parado para escutá-la. — Nós simplesmente não podíamos mais aguentar, então encontramos um feijão mágico e viemos para cá pegar mais. Afinal, como voltaríamos para casa? Então por favor, não nos execute. Não quero morrer sem dizer adeus a minha mãe, fazer questioná-la a vida toda se fora sua culpa!

     Ela terminou, e todos a encaravam perplexos, esperando por qualquer reação do rei.

     — Está dizendo que vocês todos vocês mentiram na minha cara? — o rei perguntou, foi quando Robin viu que… havia feito merda. Ela abriu a boca para tentar arrumar suas palavras, mas o rei fora mais rápido. — Eu não ia executar vocês, ia apenas dar cavalos, comida, e mandar vocês embora, mas agora que você compartilhou essa história comigo. Eu tenho outros planos.

     — O que vai fazer? — ela perguntou temerosa.

     — Eu… não irei mais dar a vocês os cavalos, ou a comida que planejava mandar para sua viagem. — ele disse e o estômago de Robin roncou. — Eu irei dar a vocês… feijões mágicos, quantos quiserem. Pagaremos aos gigantes.

     — Mas senhor, isso irá causar prejuízo para a coroa e nós… — um homem vestindo uma roupa vermelha que parecia um roupão tentou dizer, mas com apenas um sinal com a mão, o rei o fez se calar.

     — Porém haverá um preço. — ele disse e surpreendentemente sorriu de lado, acalmando ambos os adolescentes. — Fique para o banquete desta noite, Robin Hood Mills. Seus amigos podem ficar também, irão todos serem tratados com igual respeito por todos os membros da nossa corte.

     A ruiva estava impressionada. Ela abriu a boca para dizer algo, mas foi interrompida pelo rei.

     — Esse é o preço por terem mentido para mim. — ele sorriu brincalhão. — podem ir depois do jantar em sua aventura. Eu apenas acho que ninguém deve ficar preso a uma vida em que a é infeliz.

     A garota queria retrucar, dizer que não era infeliz, mas não o fez. Apenas ficou quieta, surpresa com a bondade do rei que, há dois segundos, ela achava que era um rei arrogante e mimado, mesmo sem conhecê-lo. Mas a ruiva estava tão focada no rei, que não percebeu que desde que Tristan ofereceu o jantar a ela, duas outras pessoas prestavam atenção máxima a conversa, sem dizer nada.

     Um deles era Neal. Que não gostava de onde a conversa estava indo, o homem era muito mais velho que ela, apesar de provavelmente terem nascido em datas próximas, mas o tempo passava diferente ali.

     Ele não pode evitar ficar irritado com o que acontecia bem na sua frente, e não confiar no rei completamente. Também sabia que pelo menos um de seus amigos tinha que concordar com ele, e ele quis desesperadamente que esse alguém fosse Robin.

     Outra telespectadora da conversa era a garota dos cabelos platinados, que observava a cena de longe, por uma fresta de uma porta escondida que dava de um dos corredores para a sala do trono. A Jabberwocky não gostou nada da cena a sua frente. Eles mentiam para seu rei, e ele os perdoava facilmente por uma garota bonita? Não era justo. Ela mesma era uma garota bonita. Não. Ela era uma mulher bonita, não uma garota. E seu rei precisava de uma mulher, não uma garota.

     Ela sorriu, formando um plano em sua mente. Não deixaria seu rei ser levado pela inocência dentro dele, ela mostraria aquela garota quem manda, e a faria ir embora o mais rápido possível.


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Notas finais do capítulo

boom, acho q por hj é so isso (eu tento escrever capítulos cm mais ou menos 2000 palavras, mas acaba saindo cm 4000).
Espero que tenham gostado do capítulo e dos personagens novos que aparecem nele (Tristan e Jabberwocky) que veremos um pouco mais no próximo cap. Vamos ter vários desses novos personagens que não parecem tão importantes, mas todos são. Beijooosss pras vcss.



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