—Ansiosos? - Emmett sentou ao lado do irmão e da cunhada.

—Não. Estamos, estranhamente e surpreendentemente, muito tranquilos. - Edward respondeu agitando as mãos.

—Super tranquilos. - Bella completou, suspirando alto demais. - Somos a tranquilidade em pessoa.

—Temos tudo preparado, planejado e treinado. - Edward acrescentou, dando um sorriso que fez o irmão duvidar da sanidade dele.

—Não precisa se preocupar Emmett. Temos tudo sob controle. - Agora ele passou a questionar a sanidade da cunhada. Os dois estavam tudo, menos tranquilos.

—Connor e eu estamos tomando conta deles. - Agnes, e ela sim parecia estar tranquila, explicou. Emmett gostaria de ver se a tranquilidade dela duraria até a hora do parto.

—Sobre o que estão falando? - Esme, a aniversariante do dia, sentou de frente para eles.

—Sobre como Edward e Bella estão tranquilos com a chegada do sétimo filho. - Fez questão de enfatizar o número absurdo de filhos, na opinião dele.

—Não vejo a hora de ter mais um neto. Essa casa vai ficar tão cheia e muito alegre. - Ela observou os netos mais novos correrem pelo jardim. - Nem consigo acreditar que terei dez lindos e maravilhosos netos.

—Isso se os coelhos aqui não inventarem de terem mais. - Edward chutou a canela do irmão.

—Somos ovelhas, seu idiota. - Bufou cruzando os braços. - E não que seja da sua conta, mas Bella e eu já providenciamos tudo para esse seja o nosso último filho biológico.

—Pensam em adotar mais? - Emmett não conseguia entender os dois.

—Sim. Não agora, é claro. - Edward esclareceu já prevendo a filha mais velha protestar.

—Vocês já não têm filhos o suficiente?

—Querido cunhado. - Bella mexeu na cadeira para poder encará-lo melhor. - Agnes poderia ter ido parar em um orfanato e ficado lá até a alcançar a maioridade, as pessoas não costumam adotar crianças mais velhas. Tyler poderia ter morrido nas ruas ou ter se tornado um criminoso. John poderia ter apanhando até a morte. Lucy poderia ter sido abandonada em uma lata de lixo. Poderia ter acontecido infinitas coisas com eles, mas eles encontraram uma família amorosa que mesmo com todos os defeitos, e olha que são muitos, conseguiram dar uma vida feliz a eles.

—Tem muitas crianças lá fora que precisam de ajuda e nós temos condições de fazer isso. Então, por que não fazer? Não podemos adotar todos, mas podemos fazer uma pequena diferença. - Edward completou o discurso da esposa.

—Vocês não são ovelhas negras. - Emmett sorriu para os dois. Agora ele os entendia.

—Nunca fomos. Nós somos o que somos. - Edward filosofou. - Querida, derramou o seu suco. - Apontou para uma poça no chão.

—Acho que ela não estava tomando nada. - Agnes levantou num pulo, enquanto Bella permanecia calada apenas olhando para o chão.

—Ixi, não conseguiu segurar? - Bella ergueu a cabeça e o fuzilou com o olhar.

—Vamos manter a calma, pessoal. - Agnes gritou assustando a todos.

—O que aconteceu? - Tyler veio correndo.

—O seu irmão vai nascer. - Bella avisou tentando levantar da cadeira.

—Meu filho vai nascer. - Só então a ficha de Edward caiu. - Eu preciso de um espelho. - Tentou se lembrar de onde estaria o espelho mais próximo.

—Eu preciso ir para o hospital. - Bella o lembrou, sendo ajudada pelo filho e pelo cunhado, já que o marido permanecia estático no lugar.

—Preciso de um espelho. - Edward repetiu, apavorado.  - Tenho que fazer o meu ritual.

—Olhe para o Henry. Ele é a sua cópia. - Bella gemeu ao sentir uma contração.

—Boa ideia. Henry! - Gritou e o garoto veio correndo. - Vem aqui. - Colocou a mão no ombro dele. - Você é Edward Cullen…

—O quê? - Perguntou inclinando a cabeça, sem entender o que estava acontecendo.

—Alguém precisa assumir essa situação. - Agnes declarou escorando na cadeira para não cair.

—Um minuto. - Edward pediu. - Só fique parado. - Henry assentiu, sabia que o melhor era não fazer muitas perguntas quando se tratava das excentricidades da família. - Você é Edward Cullen e é incrível. Seu sétimo filho vai nascer e você tem tudo preparado. Só precisa respirar fundo e não deixar a sua esposa enlouquecer. Não vai ser como da outra vez e vai dar tudo certo. Vamos homem, mexa-se. - Gritou soltando o filho.

—É muito tarde para mudar de família? - Henry perguntou a Hayley que estava parada ao lado dele.

—Você não vai querer sair dessa família. - Deu um tapinha no ombro do irmão. - O que vamos fazer papai? - Ao contrário da irmã mais velha, ela estava muito calma e pronta para ajudar.

—Peça ao Combo para ir até em casa e pegar as duas bolsas que estão no quarto do bebê e levar até o hospital. - Ela assentiu e saiu correndo para procurar pelo cunhado. - Emmett, pode cuidar das crianças? É aniversário da mamãe e não quero que eles quebrem a casa.

—Pode deixar. Vou ficar de olho neles. - Garantiu dando um abraço rápido no irmão.

—Agnes, consegue ficar de pé?

—Sim. Foi só uma leve vertigem. - Passou o braço em volta da mãe.

—Ótimo. Tyler, você vem também para o caso de um de nós dois desmaiar. - Apontou para ele e a filha.

—Podemos ir? - Bella estava feliz pelo marido ter tudo sob controle.

—É claro. Vou buscar o carro e vocês ajudam a sua mãe. - Antes de sair, Edward correu até a esposa e lhe deu um beijo rápido. - Vai dar tudo certo.

[...]

—Falta muito? - Tyler perguntou voltando a andar pela sala de espera. Ele e Agnes saíram correndo após os últimos gritos da mãe. Não queriam ter os dedos esmagados como os do pai estavam sendo.

—A médica disse que já estava com 9 centímetros. Não deve demorar muito. - Olhou para o relógio. Já estavam no hospital há 8 horas.

—Achei que era só chegar e colocar a criança para fora. - Fez um gesto dramático indicando o nascimento do irmão.

—Quem dera. - Ela suspirou. Andou pesquisando muito sobre partos. - Vai dar tudo certo. - Murmurou para si mesma e Tyler apertou a mão dela.

—Não lembro da outra vez.

—Foi terrível. Mamãe e papai brigavam o tempo todo e eu achei que ela fosse morrer.

—Lembro das brigas, mas não entendia o motivo.

—Você era novo. E é bom que não se lembra.

—No fim deu tudo certo. Eles sempre superam os obstáculos.

—O amor deles é tão lindo. - Apertou a mão dele com mais força. Como a mais velha, ela que deveria apoiá-lo e não o contrário.

—Você e Connor também tem isso. Vão ser muito felizes. Todos nós vamos. Vai ter muita confusão naquela casa, mas acho que isso faz parte de nós.

—Não tenho a menor dúvida disso.

—É normal sentir ciúmes? - Perguntou de repente e Agnes riu.

—Senti ciúmes a cada chegada de mais um irmão. Acho que é sim normal. Teremos que dividir a atenção e o amor dos nossos pais. Mas sabemos que eles têm amor de sobra para todos nós e provavelmente vão popular ainda mais a casa.

—Você pensa em como seria a sua vida se eles não tivessem aparecido?

—Todos os dias e todos os dias agradeço por eles terem me acolhido. Temos sorte por termos sido escolhidos.

—Nós que temos sorte por vocês terem nos escolhido. - Os dois levaram um susto quando o pai apareceu. - Só vim avisar que o parto vai começar. Podem avisar a família?

—É claro. Está tudo bem, pai? - Ele parecia sereno, o que era estranho.

—Tudo ótimo. Com o Henry foi uma loucura, a primeira vez e todo aquele estresse. Com a Hayley nem se fala. Mas dessa vez, está sendo tudo tranquilo. Acho que é porque vocês estão aqui nos apoiando.

—É o mínimo que podemos fazer. - Agnes levantou e o abraçou. - Mantenha a mamãe tranquila.

—E vê se escolham logo um nome para o Sétimo. - Tyler riu.

—Prometo que vamos apresenta ele a vocês com um nome definido. - Saiu sorrindo. Era hora de conhecer o filho.

[...]

—Pessoal. - Edward ajeitou o filho nos braços para que todos pudessem ver. - Conheçam Colin Anthony Swan-Cullen, o irmão de vocês.

—Podemos parar de chamar ele de Sétimo? – Henry olhou por cima da cabeça de John.

—Ele é muito pequeno. – John sorriu para o irmão. – Posso segurar?

—Sim. Mãos limpas? – Ele assentiu e sentou na poltrona. – Segure aqui. – Edward o ajudou e ficou ao lado dele.

—Temos que falar baixo? – Lucy perguntou gritando.

—Sim, Lulu. Ele ainda é muito sensível e pode se assustar. – Agnes explicou a irmã mais nova. – Ele é muito lindo, meus parabéns! – Foi até a mãe e deu um beijo na testa dela.

—Obrigada por alguém finalmente perceber que eu estou aqui. – Bella fingiu estar magoada, mas ela sabia que quando um bebê nascia à atenção era toda voltada para ele.

—Acho que ele se parece com você, mãe. – Tyler encarava o irmãozinho.

—Até que fim um que se pareça comigo, fisicamente falando.

—Eu pareço com você, mamãe. – Hayley sentou na beirada da cama. – O coração dele está bom? – Perguntou baixinho.

—Está sim, querida. Ele é muito saudável.

—Que bom que vocês estão bem. Eu fiquei com medo. – Confidenciou e Bella segurou a mão dela.

—Não precisava temer nada, meu amor. Estamos bem e amanhã cedo já podemos ir para casa.

—Trouxe as bolsas e uma muda de roupa. – Connor avisou ao sogro. – Imagino que não vai querer sair daqui. – Edward sorriu agradecido.

—Você é esperto, Combo.

—Posso segurar também? – Henry pediu e Edward ajudou John a levantar para dar lugar ao irmão.

—Obrigado, papai. O outro papai que eu tive não me deixou segurar o bebê. – Encarou os próprios pés. Ele só se lembrava da última família em que esteve e não eram boas lembranças.

—Poderá segurar o seu irmão sempre. Só precisa ter cuidado. – Abraçou o filho e sentiu uma lágrima cair. – Ei, não chore.

—Estou feliz. – Declarou secando o rosto.

—No começo teremos que dar um pouco de atenção ao Colin, mas isso não significa que o amamos mais. Amamos vocês 7 da mesma forma e jamais deixaremos de amar.

—Eu não vou trocar a fralda dele não. – Lucy reclamou cruzando os braços.

—Tudo bem, Lulu. – Edward riu. – Mas vai ajudar a cuidar dele?

—Um pouquinho.

—Um pouquinho já está ótimo.

—Quero que vocês sejam unidos e que apoiem um ao outro, sempre. – Bella falou olhando para os filhos.

—Seremos sempre melhores amigos. – Hayley declarou agarrada a mãe.

—Amo vocês, baixinhos. – Agnes sussurrou, emocionada. – E você, Colin, logo saberá o que é fazer parte do rebanho Swan Cullen. – Ela segurava o irmão e Tyler era o próximo da fila.

—Vamos cuidar muito bem dele. E prometo que farei de tudo para proteger os meus irmãos.

—Obrigado, Ty. – Edward passou um braço em volta dele e o outro mantinha John aninhado a ele. - Sou o homem mais feliz desse mundo. Tenho uma esposa maravilhosa e filhos incríveis. E um genro razoável. – Completou ao ver que Connor estava um pouco deslocado.

—Já me chamaram de coisa pior. – Sorriu satisfeito com o elogio.

—Sua vez. – Agnes entregou Colin para Tyler. – Hayley, quer segurar depois?

—Seguro quando estiver em casa. Quero ficar com a mamãe. – A abraçou mais forte.

—Eu estou bem, meu amor. – Garantiu beijando os cabelos dela.

—Eu sei mamãe, mas quero ficar com você. – Bella amava os filhos de forma igual, mas a ligação que ela e Hayley tinham era diferente. As duas tiveram que lutar, juntas, pela sobrevivência e isso as uniu ainda mais.

—Só mais cinco minutos, pessoal. – Edward avisou, mesmo não querendo que eles fossem embora. Queria ficar ao lado de todos os filhos.

—Queria ficar mais. – Lucy reclamou. Ela não tirava os olhos do irmão mais novo.

—Eu sei querida, mas são as normas do hospital e a mamãe e o Colin precisam descansar.

—Ele é um bebê, por que está cansado? – John olhou para o pai em busca de resposta.

—Ele acabou de nascer e foi bem cansativo.

—Deve ser mesmo. Eu não lembro. – Deu de ombros e foi se despedir da mãe.

—Comportem-se. – Bella alertou erguendo na cama para abraçar os filhos. – E obedeçam a Agnes. – Completou e eles murmuraram que sempre obedeciam. – Obrigada pelo apoio e por cuidar dos seus irmãos.

—Agora que eles aprenderam a me obedecer está supertranquilo cuidar deles. – Piscou para a mãe. – Estou muito feliz que deu tudo certo, e com a chegada do Colin também.

—Sinto que ele e Lucy aprontarão todas. – Observou a pequena acenar para o irmão.

—Ele só fica dormindo. – Reclamou bufando.

—Ele é um bebê. Bebês dormem. Você também era assim. – Tyler a cutucou.

—Tínhamos paz nessa época. – Henry provocou.

—Certo. Vamos embora. – Connor conduziu os cunhados para fora antes que começassem uma briga no quarto.

—E nossos pais? – Bella perguntou segurando o filho para que pudesse amamenta-lo.

—Vão visitar amanhã quando já estivermos em casa. Eles sabiam que as crianças viriam e que elas já causam uma confusão e tanto.

—Sim. Sei que você quer ter mais filhos e eu também quero, mas podemos esperar um pouco?

—É claro. – Colocou a mão sobre a perna dela. – Nossa família aumentará quando tiver que aumentar.  Amo você.

—Também amo você. – Soprou um beijo para ele. - E você também, Colin. – Olhou para o filho e acariciou o rosto dele. – Seja bem-vindo ao mundo, nossa sétima ovelhinha.