—Vocês demoraram. - Edward reclamou ajudando Lucy a comer sem se sujar toda. - Tudo certo?

—Tudo ótimo. - Os quatro responderam juntos e ele os olhou com desconfiança.

—Por que estão com essa cara de assustados? - Esme perguntou entregando os pratos a eles.

—Acho que é só impressão sua mesmo. - Bella respondeu forçando um sorriso.

—Não tinha nenhum animal no apartamento não? - Edward perguntou e Connor estremeceu ao lembrar do que viu por lá.

—O apartamento está bem limpinho. - Bella garantiu sem passar nenhuma convicção. - É só passar um paninho e estará tudo em ordem.

—Vou fingir que acredito. E vocês dois? Estão caladinhos demais. - Apontou para Agnes e Tyler que comiam em silêncio.

—Estamos com fome, só isso. – Falaram juntos e Edward estranhou ainda mais.

—E como foi à visita? - Nenhum dos dois respondeu. - Achei que falássemos a verdade nessa família.

—O apartamento da Bella é cheio de baratas e ratazanas. - Connor confessou. Ele não queria mentir para o sogro justo agora que as coisas entre eles estavam melhorando. - Vai precisa de uma dedetização pesada lá.  

—Não é para tanto, Combo. - Bella reclamou utilizando o apelido que o marido havia dado a ele.

—Eu sabia. Aquele lugar é assustador. E pensar que você queria que morássemos lá. - A acusou.

—Foi só uma sugestão, e a localização é ótima. - Argumentou dando as costas para ele. Sabia que o apartamento era uma bagunça total, ela vivia viajando e mal parava em casa, por isso deixava tudo jogado. Com Edward ela aprendeu a ser mais organizada, ele gostava de tudo no lugar.

—Vão me dizer a verdade ou vão ficar de segredinho? - Edward apontou para os filhos mais velhos. Os dois trocaram olhares e mesmo Tyler protestando, Agnes decidiu contar a verdade. O pai estava chateado com ela e não queria dar mais motivos para ele ficar com raiva.

—O pai biológico do Tyler nos ofereceu drogas e só estava interessado no dinheiro que ele vai ganhar quando virar jogador profissional.

—Ei, tínhamos um acordo. - Tyler reclamou a cutucando.

—Fez bem em me contar. - Edward balançou a cabeça e calmamente voltou a comer.

—O que está planejando? - Bella conhecia o marido muito bem e sabia que ele não deixaria para lá aquela situação, e mesmo que ele não fizesse nada, ela faria.

—Já que vocês gostam tanto de manter segredo, também terei o meu.

—Pai, por favor, deixa isso para lá. - Tyler pediu. - Eu não ligo e não quero que você se envolva em alguma confusão. Amo você e peço que esqueça isso.

—Sabe que quem perde é ele, não sabe? - Perguntou colocando a mão sobre a dele.

—Só não faça nada. - Implorou e Edward concordou.

—Parabéns, filho. - Carlisle ergueu o copo o brindando. Vocês dois fizeram um bom trabalho e educaram essas crianças muito bem. Gosto de ver o quanto eles são unidos e se preocupam um com o outro.

—A Agnes só liga pro Tyler. - Hayley reclamou cutucando a comida com o garfo. - É irmã só dele.

—Isso é mentira. - Agnes tentou se defender. - Eu amo vocês cinco e todos são meus irmãos.

—Então por que você só anda com o Ty agora? - Fez um bico e ela levantou para abraçar a irmã.

—Ele estava precisando da minha ajuda. - Explicou acariciando os cabelos dela.

—Então você não gosta mais dele do que de nós? - Apontou para os irmãos.

—É claro que não. O Ty é mais velho, então posso conversar com ele coisas que não posso com vocês, mas isso não diminuiu em nada o que sinto por vocês. Quem você ama mais?

—Amo todo muito igual. - Hayley garantiu sorrindo.

—Viu só? O que acha de fazermos algo só nós duas?

—A Lulu também tem que ir. - Avisou e a pequena balançou os braços.

—Eu quero.

—Certo. Nós três vamos sair então. Estou bem ocupada esses dias por causa das provas finais, mas assim que terminar vamos passear.

—Podemos comprar o presente do papai. - Sugeriu baixinho para que Edward não ouvisse.

—E meu tubarão. - Lucy não deixaria a irmã esquecer-se da promessa.

—Vamos comprar o que vocês quiserem. - Garantiu para alegria das duas.

—Já que vocês vão ter um momento das garotas, poderíamos fazer algo, nós quatro. - Connor queria ser amigo dos cunhados e aquela oportunidade seria perfeita.

—Podemos te ajudar com o apartamento. - Henry queria ver as ratazanas.

—Eu não gosto de ratos. - John protestou.

—Ah, não se preocupe. Só vamos mexer lá após eles eliminarem aqueles animais asquerosos.

—Temos que aproveitar e fazer algo. - Edward sussurrou no ouvido da esposa.

—Tenho várias ideias em mente. - Piscou e ele a beijou.

—Vou contar os dias.

[...]

—O que vamos comprar para o papai? - As três andavam pelo shopping olhando as lojas e não conseguiam decidir o que dar de presente ao pai. Agnes já havia comprado uma tiara nova para Hayley e o tubarão de pelúcia para Lucy.

—Podemos montar uma cesta com as coisas favoritas dele. O que acham de um avental personalizado, escrito “meu pai é o melhor cozinheiro do mundo”? - Agnes sugeriu.

—Eu gostei. - Lucy concordou sem saber o que era um avental.

—E escrever um cartão bem bonito. - Hayley completou.

—Ele vai ficar bem feliz. Estão gostando do passeio?

—Muito. Podemos comer o que quisermos.

—Espero que guardem segredo. Mamãe e papai vão brigar comigo se soubessem o tanto de doce que comeram.

—É segredo. - Lucy fingiu passar um zíper na boca.

—Isso mesmo, Lulu. Agora vamos comprar os presentes. - Segurou as duas pelas mãos. Não queria perder nenhuma das duas.

[...]

—Que legal. Tem um apartamento só para você. - Henry se jogou no sofá. Estava cansado do trabalho pesado. Os meninos ficaram responsáveis por colocar os móveis no lugar.

—Fizeram um bom trabalho. - Connor entregou uma lata de refrigerante para cada um deles. - Não teria conseguido sem vocês.

—Você não tem amigos, não? - John perguntou sentando no tapete.

—Meus pais sempre insistiram para que eu estudasse e estudasse. Sei falar seis idiomas, tocar sete instrumentos, já tenho uma graduação e vários cursos, mas fora vocês, não tenho amigos. Sempre que alguém ia lá em casa eles saíam correndo quando os meus pais começavam a falar. Eles têm umas ideias bem diferentes.

—Nós ouvimos o que eles falaram. São uns babacas, igual ao meu pai biológico.

—Isso te deixa chateado, Ty? - John apoiou os cotovelos no joelho e encarou o irmão.

—Um pouco, mas só porque não consigo aceitar que as pessoas sejam tão más assim. Não me importa que ele não goste de mim de verdade. Tenho vocês e isso me basta.

—A família de vocês é incrível. Vocês são engraçados, amorosos e muito leais.

—Nossos pais dizem que temos que tratar as pessoas como queremos que elas nos tratem. - Henry explicou e Connor assentiu.

—Eles estão certíssimos e admiro muito vocês.

—Você é legal, mas temos que ser bravos com você por causa da Agnes. - John avisou.

—Eu sei disso e podem ficar tranquilos que nunca vou magoar a irmã de vocês.

—Assim esperamos. Podemos jogar vídeo game? - Tyler pediu e Connor levantou para arrumar o jogo.

—É claro. - Entregou uma manete para cada um, havia comprado especialmente para jogar com eles. - Quem perder joga aquele rato fora. - Apontou para a área da varanda, onde encontraram um rato morto. - Boa sorte companheiros. - Desejou e apertou o play.

[...]

—Amor, acorda. - Edward cutucou a esposa e ela reclamou virando de costas para ele e cobrindo a cabeça com a coberta.

—Me deixa em paz.

—Depois você volta a dormir. Agora precisa levantar e fazer xixi no palitinho.

—O quê? - Ela virou para ele sem saber se tinha escutado direito.

—O teste. - Edward ergueu uma sacola com várias embalagens dentro. Bella percebeu que mesmo sendo bem cedo, ele estava vestido e bem animado. - Você está grávida. Precisamos fazer o teste só para confirmar.

—Achei que tivesse esquecido essa maluquice. Não tem como eu estar grávida, querido.

—Nós achávamos que não, mas aconteceu algo e você está. Conheço bem o seu corpo. - Passou a mão pelo ventre dela. - Já dá até para sentir.

—Agora você enlouqueceu de vez. - Levantou da cama e puxou a sacola da mão dele. - Vou fazer esse teste só para você esquecer esse assunto. - Resmungou batendo a porta do banheiro com força. - Precisava de cinco?

—Se trouxesse um só você diria que estava errado, quero ver negar com o resultado positivo de cinco. - Edward esperou tranquilamente do lado de fora. Manteve os braços cruzados e ficou apoiado na porta esperando ouvir a confirmação de que seria pai novamente. Estranhamente, ele não estava nenhum pouco nervoso ou preocupado com essa possibilidade. - Bella? - Bateu na porta e não escutou nada. - Amor, está tudo bem? - Ela abriu a porta e o encarou completamente pálida.

—Você não pode surtar. - Avisou apontando o dedo para ele. - Você não vai surtar.

—Eu não vou. - Garantiu segurando as mãos dela.

—Que ótimo. Porque só um de nós pode surtar e eu estou completamente surtada. - Edward a abraçou. - O que vamos fazer?

—Ficar juntos. - A apertou mais forte. - Bella, sei que com a Hayley foi bem complicado, mas dessa vez vai ser diferente. Estarei aqui bem firme para apoiar você e os nosso filhos. Sei que sou bem dramático, mas confie em mim, não vou surtar dessa vez. Iremos ficar bem. Talvez as crianças fiquem um pouco com ciúmes no começo, principalmente a Lulu, mas… - Ele sentiu a esposa tremer e percebeu que ela chorava. - Você não quer ter mais um bebê?

—Eu quero e estou muito feliz, mas o medo é maior. - Ela se agarrou a ele.

—O medo nunca pode e nem vai ser maior do que a nossa felicidade. Estamos juntos nessa e vai dar tudo certo.

—Se precisar… - Bella fungou e o encarou. - Você vai escolher o nosso filho e não eu?

—Não pense nisso. - Deu um beijo na testa dela. - Não chegaremos a esse ponto, mas se chegar, eu prometo que apoiarei a sua decisão. Eu te amo muito. - A beijou com entusiasmo.

—7. - Ela sussurrou rindo.

—Dizem que 7 é um número da sorte.

—Ainda bem que já temos uma casa grande.

—Cabem muitos filhos aqui. E quem sabe você não esteja grávida de gêmeos ou até mais.

—Edward Cullen, se você tiver colocado mais de um bebê aqui, eu acabo com você.

—Você sabe que não sou o único responsável por isso, não sabe? - A provocou dando um sorriso torto.

—Não imagina o quanto eu te amo.

—Posso ter uma ideia. - Ele a levou até a cama. - Quer continuar a dormir ou prefere fazer outra coisa?

—Escolheria a segunda opção, mas estou com medo de você me engravidar de novo.

—Quando foi que você virou a dramática da relação e eu o sensato?

—No momento em que descobri que teremos mais um filho.

—Vem que eu te acalmo rapidinho. - a puxou para junto dele. - Agora poderemos montar o nosso próprio time de handebol. - Edward comemorou.

—A sua meta é montar um de futebol?

—Tem muito espaço na casa e em meu coração. - Respondeu retirando a blusa dela. - Podemos adotar ou… - Levou a mão até embaixo arrancando um suspiro da esposa.

 -Uma coisa de cada vez. Estamos grávidos. Caramba!- Bella levantou o derrubando. - Vamos ter outro filho. - Avisou o óbvio. - Vamos ter mais um animal também, mais confusão, brigas, ciúmes… - Foi enumerando.

—Amor. - Edward levantou e segurou o rosto dela entre as mãos. - Uma coisa de cada vez. Vamos primeiro namorar um pouquinho e comemorar. Depois vamos até a sua médica e ver se está tudo bem e depois contamos às crianças. Elas vão amar. Com mais um na casa as tarefas serão re-divididas, não conseguiremos olhar todos de uma vez e eles vão se livrar das confusões.

—Não surte. - Avisou apoiando as mãos no ombro dele. - Sorria e uma coisa de cada vez.

—Uma coisa de cada vez. - Repetiu a fazendo deitar de volta na cama. - Comemoração?

—Ah, já ia esquecendo. - Bella impediu a investida dele e Edward bufou. - Feliz aniversário.

—Como pude esquecer-me do meu próprio aniversário. – Deu um tapinha na testa. – Ganhei o melhor presente de todos, mais uma ovelhinha para o nosso rebanho.

Os dois rolaram na cama rindo. Apesar do medo eles estavam felizes e tinha muito a comemorar. Enfrentariam tudo juntos e todos ficariam bem.