A nascente da primavera escrita por Pedro Olímpio


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Primeira edição: 20/09/18. Finalmente me veio inspiração.



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"Hoje deveria estar nublado em Lua Prata."

— Bobagem sua! — respondeu Caeddos — Aquele lugar é sempre ensolarado! — aumentando o tom sarcástico.

Na verdade eu não sabia. Eu não lembrava. Quanto mais eu pensava no passado, menos informação retornava. É como se a minha vida antiga não mais existisse. Talvez o Magister Umbric tinha razão. Nós renascemos. E eu devo minha vida a ele e a Alleria. Sem suas instruções provavelmente estaria morto. Ou pior. Talvez o meu irmão... Não. Eu não quero pensar nisso novamente. Estamos bem e vencemos os sussurros. É o que importa no momento.

Os sinos badalavam no centro da cidade, avisando que mais um dia começara. Estava na hora de encontrar o Dane, tutor dos sacerdotes. Ele é um bom homem, voluntariado pela própria Alleria para ensinar os recém chegados da Aliança. Meu irmão foi um prodígio. Não era mais necessário assistir aulas, ele sabia bem dominar demônios e a magia vil. Bastava praticar e ler seus grimórios de casa e logo ele seria um bruxo grandioso.

— Sempre invejei seu talento, Cael — falei assanhando seu cabelo.

— E eu sempre me orgulhei da sua dedicação, Luc — me respodera com os olhos semi abertos de quem mal tinha acordado — Tenha um bom dia, irmão.

Peguei minha bolsa e sai de casa. Mesmo depois de meses morando aqui, Ventobravo ainda parecia território estranho pra mim. Contudo todo carinho que recebi de todos, em especial do rei, me fazem ter certeza de que aqui será meu lar.

Caminho até a frente da bastilha e logo me encontro com o Dane. Seria mais uma aula particular. Além de mim, só havia mais uma pessoa interessada em magia sagrada. Seu nome era Laelyn, uma elfa também caótica, de poucas palavras, mas de grande coração. Graça ao sagrado, consegui superar os sussurros. Tenho a luz e o vazio em equilíbrio. Os outros sacerdotes estão mais interessados em desenvolver a arte da disciplina, outros querem se aprofundar na magia das sombras, contudo ambas não me interessaram. Fora o poder sacro que tinha me apetecido.

Dane sempre enviava reportes diários para o rei. Algumas vezes o próprio vinha assistir nossas aulas. É impressionante o quão a vontade ele fica vendo nosso desenvolvimento. Mesmo sendo muito jovem, tem um coração do tamanho de Azeroth. Ouso dizer que maior que ela. Seu pai ficaria orgulhoso. Servirei orgulhoso aos seus interesses.

Dane sempre me abraçava após o fim das nossas aulas. Segundo ele, o contato físico ajuda no crescimento dos poderes. Nunca recusei, sempre fui a favor de afagos.

Minha rotina após as aulas era ir para o distrito dos magos. Mesmo com muitos olhares errados, eu consegui um emprego na cidade. Confesso que não acharia que me daria tão bem sendo alfaiate, porém a freguesia diz o contrário. Muitos ainda relutam em me fazer pedidos, porém meu trabalho sempre os fazem mudar de ideia. Secretamente eu gosto do sentimento. É como se eu encontrasse novamente meu lugar no mundo.

Estava satisfeito com meu crescimento. Meu irmão e eu estávamos levando uma vida confortável. Tudo corria bem.

Um dos meus passatempos favoritos era ir para a biblioteca. Nunca fui de muitos amigos, mesmo antes de tudo. Na maior parte do tempo eu pegava livros sobre sacerdócio, mas adorava estudar sobre qualquer assunto novo. Eu não via muita gente além dos magos que eu já conhecia. Gostava de observar o treinamento dos novatos, mesmo nenhuma forma de magia sendo do meu interesse.

Contudo isso mudou em uma tarde.

Logo após o trabalho, estava folheando um grimório antigo no local de sempre, quando uma figura, um tanto quanto assustada, me fitou os olhos. Eu não sabia como reagir a um contato visual tão demorado, então decidir apenas balançar a cabeça. Apressado, o rapaz tratou logo de chamar o bibliotecário para uma conversa privada. Eu o perdi de vista por um momento. Mas sua imagem inesperadamente não saiu da minha cabeça. Seus cabelos castanhos, presos num rabo de cavalo simples, mas muito bem penteados e seus olhos brilhantes como um céu azul no estado que estavam, surpresos, me fizeram desprender um breve riso.

Os dias se passavam e eu continuava seguindo com a minha rotina. Eu não sabia como e qual a razão, mas aquele rosto estava preso em meus pensamentos. Era como se eu sentisse falta dele, mesmo sem o conhecer. Tentei tratar isso como os sussurros, mas definitivamente era mais forte que eles. Seria mais um dia comum na biblioteca, se eu não tivesse quase quebrado o silêncio do local com o susto que uma voz desconhecida tinha me dado:

— Você é bem dedicado aos estudos... Disciplina? — A voz perguntara.

Era o mesmo rosto de antes. Dessa vez com um ar de curiosidade no rosto, tentando disfarçar um sorriso. Infelizmente a surpresa fora tamanha, que precisei de um tempo pra processar as informações e conseguir responder.

— Peço perdão pelo susto, devia ter escolhido hora melhor pra conversa — acrescenta, abafando uma gargalhada — Do mesmo modo local — Acrescenta.

Após uma profunda respiração, finalmente respondo que sou estudante de Magia Sacra. Logo em seguida, ele se apresentou.

Seu nome era tão belo quanto ele. Jeharo.

 

Continua

 


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Notas finais do capítulo

Por fim eu terminei este capítulo e decidi não terminar a história aqui. Então continuem acompanhando ~♥



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