Série Paradise - Savannah(Degustação) escrita por moni


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

BEM-VINDOS a mais uma história dessas quatro amigas especiais que se encontraram em uma noite chuvosa e hoje se tornam uma família. Espero que gostem de Savannah.



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   Savannah

14 de fevereiro de 2012

   O céu está nublado, mas nem de longe chove como há um ano, quando as garotas Paradise se cruzaram pela primeira vez. Sorrio secando os copos, organizando a prateleira e lembrando de como aquela noite começou diferente e terminou especial.

   Quando entrei no bar naquele meio de tarde, minha vida estava terrivelmente degringolando, aquele imbecil tinha me roubado cada centavo das economias de uma vida e eu estava mesmo furiosa e sem direção. Então Dominique, não muito melhor que eu, se sentou em uma mesa e pediu uma bebida e pouco depois Serena invadiu o bar molhada e cheia de frio, com olhos arregalados de medo da vida. O sotaque forte me fez reconhecer sua nacionalidade e me senti impelida a ajudar. Dakota estudando escondida sob o balcão e acabamos em uma mesa bebendo e brindando as garotas Paradise.

   Senti que seria para sempre, mesmo diferentes, eu sabia que não era um encontro casual, era uma amizade a surgir e hoje acho que é mais do que isso. Essas garotas são a única família que tenho.

   As coisas não estão muito melhores para mim do que estavam há um ano. Ainda junto cada centavo que consigo no sonho distante de comprar esse bar e construir sob esse teto meu futuro. Eu sei que falta muito, Dakota precisa de roupas, sapatos, eu preciso, ela não ganha muito fazendo o trabalho de babá vez por outra cuidando das crianças do prédio, está focada nos estudos, é nosso sonho que ela frequente a faculdade e por isso eu não quero que ela largue tudo para trabalhar ainda que ela tenha se oferecido uma dúzia de vezes.

   Não sobrou nada do roubo de um ano atrás e não economizei nem mil dólares em um ano, investi como Theodor me incentivou a fazer e sei que levaria uma eternidade para juntar a soma necessária, mas eu sempre acho que algo pode acontecer, uma sorte na loteria, um acordo bom com Tom. Ele tem idade, quer se aposentar, sua esposa Helen está doente e ele agora passa tanto tempo com ela que fico quase que todo tempo no bar.

   Termino de arrumar a prateleira de copos e seco a mão. O bar está pronto para abrir embora seja dia dos namorados. O Valentine Day é sempre vazio por aqui, ainda que peça a Tom para inventarmos uma promoção de dia dos namorados, ele nunca quer investir em nada e ficamos as moscas em noites que podíamos ganhar rios de dinheiro e eu me encher de gorjetas para aumentar minhas chances de comprar o bar.

   Tem uma semana que penso em ligar para meu pai. Uma coisa fica martelando minha cabeça e fujo disso com medo do que posso ouvir. Deixei minha cidade em busca de um futuro e por razões que não gosto de me lembrar, eu sabia que estava sozinha, que ele não me ajudaria, mas quando fui buscar Dakota ele me fez uma promessa e conto com ela acima de tudo. Ele prometeu juntar o dinheiro para a universidade e está chegando o dia.

   Dakota está no último ano e já estamos cuidando do seu futuro, o dinheiro para Yale é dele, tem que ser, me lembro perfeitamente dele me dizendo que não podia contribuir com dinheiro para manter Dakota na cidade porque precisava guardar para seu futuro na universidade.

   Pego o telefone cansada de me preocupar sem ter certeza, talvez esteja me preocupando à toa, talvez seja hora de encarar a verdade e mudar de planos. Se ele não tiver o dinheiro eu não sei como minha irmã vai poder frequentar a faculdade.

   — Alô. – A voz dele soa distante e baixa. – Savannah. – Ele praticamente sussurra. Fico ainda surpresa quando penso em como ele é completamente dominado por sua esposa. Sei que ele está perto dela e que ela nos odeia. Somos a lembrança do passado do meu pai, ele já teve uma esposa e duas filhas são prova constante disso, Sheryl não nos suporta.

   — Papai, precisamos conversar. – Aviso.

   —Só um instante. – Aguardo com o celular ao ouvido, o esperando se afastar o bastante para podermos conversar sem a intromissão da esposa. Uns minutos depois o som ambiente muda. – Pronto. Como estão?

   — Bem, papai e você?

   — Estou bem, tive que maneirar na alimentação, pressão alta, agora nada mais de sal para mim. Estou me acostumando.

   — Que bom que está se cuidando.

   — Sheryl não me deixa em paz com isso. – Ele sempre gosta de mostrar como ela é boa para ele. – Como está sua irmã? Tem umas três semanas que nenhuma das duas me liga.

   — Você também não telefona, papai.

   — Você sabe como minha vida é complicada e o ciúme da Sheryl, ela... ela é uma ótima pessoa, mas muito insegura.

   —Tudo bem, papai. Entendo. – Não, eu não entendo nada, mas aceito, mamãe se foi, papai ficou sozinho com duas filhas, logo eu parti e então eram apenas ele e Dakota. Sheryl chegou dando a ele segurança, cuidados, ele não pode resistir a ter com quem dividir as dificuldades. Uma pena que ela estava disposta a ser esposa, mas não mãe e não demorou para tornar a vida da minha irmã um inferno que só acabou quando fui finalmente apanha-la.

   — Me conte, como está? Ainda trabalhando no bar?

   — Sim, sempre, cada dia mais tempo por aqui. Dakota passa bastante tempo sozinha infelizmente.

   — Ela é uma menina muito responsável, aposto que não te da trabalho.

   —Não. Está namorando e não gosto dele, não gosto nada dele. – Eu não acho que meu pai compreenda totalmente isso, ele tem um jeito distante de nos amar, nunca foi carinhoso, sempre foi bom, trabalhou duro, me ensinou o valor do suor, mas carinho ele nunca soube oferecer. Além da opinião um tanto machista de achar que a esposa precisa respeitar o marido acima de tudo, menos a sua é claro, essa ele não enxerga o quanto o domina.

   — Minha filha se envolveu com algum tipo de criminoso? É isso? Quer que fale com ela?

   —Não, Eric gosta dela, é um rapaz razoável, não posso dizer que é bom, mas não é criminoso, não é disse que se trata, apenas muito possessivo, acho que Dakota aprendeu com você a ser assim submissa.

   — Sheryl é ótima esposa, cuida da casa e das minhas necessidades com todo esforço.

   — Só odeia suas filhas.

   —Savannah, vamos voltar nisso? – Eu respiro fundo, não, isso é tolice, nada vai ser diferente e o jeito é aceitar.

   —Não, pai, eu... eu não liguei para brigar, liguei para lembra-lo de algo importante.

   —Perdi de novo o aniversário da sua irmã?

   —Ainda não, vai perder, é claro, mas não é isso. – Escuto seu riso. – É sobre a universidade. Está chegando, papai, você sabe, ela já está cuidando disso, e nosso acordo era que eu cuidava dela, mas você juntaria o dinheiro. Disse que já tinha uma reserva e que todo mês....

   —Savannah. – Ele me corta e meu coração se revira. Sei o que vou ouvir e controlo a angustia. – Tive problemas, Sheryl teve um problema sério de coluna ano passado, ficou de cama, eu não pude trabalhar por seis semanas, e então... a hipoteca da casa.

   —Pai... está... não acredito. – Cubro o rosto com a mão, como vai ser agora? Meu coração se aperta. Ela é tão inteligente, tem tanto talento, seria tão bom começar uma nova vida longe daquele Eric, agora isso.

   —Sinto muito. Eu precisei do dinheiro, eu não tenho mais nada, nenhum centavo.

   —Quando pretendia nos contar? Quando recebesse o documento para matricula?

   —Ainda nem sabemos se ela vai ser aceita em algum lugar.

   —Vai papai. Sua filha é incrível. Ela se esforça, estuda demais, tem as melhores médias, faz muitos trabalhos extras, ela fez a parte dela com afinco desde muito pequena.

   — Eu sinto muito, não sei como ajudar.

   —Não sabe como ajudar? Ajudar, pai? Não é ajuda, é sua obrigação como pai, se lembra dos planos da minha mãe? De como ela contava com isso?

   — Ela não está mais conosco e temos que seguir a vida, sinto muito, não consigo nem mesmo um empréstimo, acho que a universidade terá que esperar. Posso dar a noticia se preferir.

   — Puxa, nem sei como agradecer tal esforço. Eu falo com ela, obrigado por nada.

   — Savannah...

   —Pai, estou realmente magoada, eu não consigo conversar agora, ligo outro dia.

   — Está certo. Bom... dia. – A terça-feira começa bem. Não tenho ideia de como contar a Dakota. Ela sonha com isso todos os dias, eu sonho com ela.

   A porta da frente se abre. A sineta me chama atenção, Amir passa pela porta com seu velho ar carrancudo. Parece sempre estar do avesso, mas hoje eu também estou.

   —Boa tarde, a cidade está um caos. Todo ano isso. Dia dos namorados é essa confusão nas lojas, está até parecendo natal. – Ele reclama dando a volta no balcão e deixando sua mochila embaixo do balcão. – Tem alguma reserva para hoje?

   — Minhas amigas vêm tomar um drink comigo. Apenas isso.

   —Que ótimo, você se diverte enquanto trabalho. – Amir mais uma vez faz careta, suspiro.

   —Tem três semanas que não tiro folga, Amir, três semanas que chego aqui ao meio dia para abrir o bar e saio de madrugada. Nunca reclamo, são só umas horas com umas amigas, um drink e volto ao trabalho. Vai estar vazio.

   —Nem sei porque o Tom ainda me chama, esse lugar está as moscas quase sempre, noites de sexta ainda tem um pouco de movimento, mas o resto da semana... principalmente dia dos namorados. Aí é que fica vazio mesmo.

   — Acredite, Amir, hoje é um péssimo dia para ser o pior funcionário do mundo, então se controla.

   Deixo o balcão e me sento em uma mesa próxima a janela, tento me recompor antes que as garotas cheguem, Dakota deve ficar apenas um pouco, depois vai jantar com o namorado, Serena vem também, mas fica conosco e depois vai sair com Theodor para comemorar, só umas horas com elas, ganhar forças para quem sabe achar um novo caminho para minha irmã.

   Um casal entra, me volto apenas para olhar, é com Amir atende-los. Os dois estão rindo, se sentam em uma mesa no canto mais escuro e discreto.

   —Eu disse que estava vazio, melhor lugar para nos encontrarmos amor.

   O homem a puxa para si e eles trocam um intenso beijo, desvio os olhos e volto meu olhar para a rua e a agitação da Nova York que aprendi a amar.

   —Vai mesmo jantar com ela? – A mulher pergunta usando uma voz suave e infantil. – Vou morrer de saudade.

   — Você não quer que me separe, se lembra? Eu disse que abria mão do casamento, quer manter tudo assim.

   —O nosso amor é só nosso, gosto dessa aventura. – Ela repete e então olho para ter certeza, os dois usam alianças, mas são diferentes. Isso é mesmo irritante, será que não se encontra um homem decente nesse mundo? Bem no dia dos namorados ele dá um jeito de se encontrar com a amante.

   Amir os serve de vinho, petiscos e o casal se mantem escondidos aos beijos e caricias, quando a porta volta a abrir é Dakota, ela me acena, um sorriso apático, suspiro, detesto esse namorado infeliz que ela arrumou e eu nem sei mais se ela gosta dele ou apenas não consegue se livrar do traste.

   — Cheguei. Já vim pronta, o Eric me pega aqui as oito, como estou?

   —Linda, sempre está linda. – Ela me abraça, seu olhar parece me analisar.

   —Tudo bem? – Faço que sim, meu peito apertado com a notícia.

   —Vou preparar um suco para você. – Me levanto e ela me acompanha para o balcão, se senta enquanto pego algumas frutas. – Vai amar esse drink, inventei ontem, muito leve, refrescante.

   Dakota fica a me assistir, sei que tem os olhos sobre mim desconfiando totalmente da minha atitude, nos conhecemos, somos irmãs, não posso esconder nada dela, não por muito tempo.

   A sineta anuncia novos clientes, ergo os olhos enquanto derramo o liquido sobre a taça. Dominique chega em um sensual vestido justo, saltos, maquiagem e um perfume marcante.

   — “Salut” – ela nos sorri antes mesmo de estarmos reunidas para um abraço, dou a volta no balcão, enquanto Dominique abraça Dakota. – “Petit” está linda!

   —Você também. Você sempre está. – Dakota a admira. Ela deixa seu abraço para me abraçar.

   —Senti saudade de vocês. – Dominique passou as últimas três semanas em Paris.

   — E nós de você. – Eu digo me afastando para olha-la melhor. – Está mesmo divina.

   — E trouxe presentes! – Ela garante. Aponto a mesa.

   —Vamos nos sentar, Serena deve estar a caminho.

   — Amir, champanhe! – Dominique pede ao mal-humorado garçom.

   Nos acomodamos, Dakota com seu drink sem álcool, um suco colorido e doce. A porta volta a se abrir antes que as taças sejam cheias. Serena chega acompanhada de Theodor e Aron.

   —Cheguei, desculpem se me atrasei, foi culpa do Theo. – Serena está tão linda, os olhos nunca mais se apagaram, são pura luz, Quatro meses de casada e toda felicidade do mundo. Nos levantamos para a sessão abraços e cumprimentos.

   —Não queremos atrapalhar. – Theodor garante. Normalmente Serena vem sozinha enquanto ele fica com Andy, Theo nunca foi possessivo sobre isso, ele nunca se importou com isso, mas talvez seja o dia dos namorados mais romântico dos dois e por isso, ele a acompanha. – Vou ficar no bar com o Aron.

   Os dois se sentam nos bancos do balcão enquanto Serena se acomoda entre nós. Os copos são cheios com champanhe. Trocamos um olhar saudoso.

   —Acho que temos que brindar, estamos aqui. Ainda estamos aqui. Um ano, um longo ano de transformações. – Serena diz animada.

   —Ou não, mas o que importa é que foi um ano de amizade. – Dominique garante.

   — Um brinde as garotas Paradise! – Eu comento erguendo minha taça que recebe o tilintar das outras taças em um brindo cheio de riso.

   Tomamos todas um gole das bebidas e as taças descansam sobre a mesa. Suspiramos quase ao mesmo tempo, isso nos provoca riso.

   — Como foi Paris? – Pergunto a Dominique.

   —Intenso, tinha franceses por lá e vocês sabem, eles são fáceis. – Ela ri. – Me diverti muito, mamãe ficou por lá. Volta em um mês. Meu pai apareceu com a nova esposa.

   —Você quis dizer a esposa jovem. – Dakota comenta e ela nega.

   —Não, eu quis dizer a nova, nova esposa. Vinte e seis anos, uma graça, adorou a mamãe, detesto gente civilizada.

   — Sentimos sua falta. – Serena reclama.

   —Estou de volta ao lar. – Ela sorri. – E o esquilinho fofoqueiro, onde está?

   — Com os avós, eles vieram passar essa noite com ele. – Serena olha para o marido sentado com Aron, ele acena, pisca apaixonado. Eles são felizes.

   — Onde está a tal Charlene? Dia dos namorados, eles não deviam estar juntos?

   Dominique adora provocar Aron e algum dia, ele ainda vai corresponder a suas investidas e quero ver onde isso vai dar.

   —Está fora da cidade, os dois terminaram. – Serena conta. – Incompatibilidade de planos. – Ela explica.

   —Ela queria a agenda de contatos dele e ele queria filhos. – Dominique coloca tudo em termos mais claros.

   — Dominique, eu estou aqui, quer por favor não tripudiar sobre a minha dor. Estou ouvindo.

   — Pobre Aron e seu coração partido. – Dominique ri. Theodor toca o ombro do amigo em sinal de apoio. – Assim aprende a lição.

   —Eu não desisto fácil Dominique, ela está por aí. Eu sei que sim. Doce, gentil, delicada, inteligente e louca para construir uma família.

   — “À bientôt” Aron. É uma noite de garotas. Volte para o seu lado do bar. – Dominique se cansa das provocações. – Ele é bem bonito, aposto que tem um abdômen considerável, mas essa coisa de casar...

   —Eu me casei e não podia ser mais feliz. – Serena defende o matrimonio.

   —Um dia também vou me casar. – Dakota comenta, não com tanta emoção como antes. – Acho que uma vida a dois é diferente.

   — Não é. – Digo a ela. – Se o cara não presta antes de casar ele não começa a prestar depois. Simples assim.

   — Leva tempo, eu vou me formar antes. Literatura. – Ela diz olhando as amigas. Serena aperta sua mão orgulhosa.

   — Vai sim. Vai se formar e ser muito feliz. – Serena é mesmo otimista, não faz ideia do quão longe da verdade está. Dakota não vai se formar, essa possibilidade está enterrada e nem sei como contar.

   —Savannah. – Dominique me olha. – O que?

   Ganho todos os olhares, meu coração se angustia e nem acho que é mérito delas terem notado, não estou conseguindo esconder minha tristea.

   —Seu olhar está triste, notei assim que cheguei. – Serena ajuda Dominique. – Você está sempre nos protegendo, quer por favor contar de uma vez?

   — Irmã, estamos aqui. Algo errado? – Tem algo sobre mim que só eu sei. Odeio fraqueza, a minha fraqueza, odeio me encolher, jurei nunca mais fazer algo como fugir e não lutar, jurei nunca mais chorar de dor. Engulo as lágrimas que querem rolar. – Savannah, está me assustando. – Os olhos de Dakota marejam.

   —Não tem um jeito fácil de dizer isso, Dakota, sinto muito, falei com o nosso pai hoje, há dias vinha pensando sobre isso, agora...

   —Ele está doente? – Nego.

   — Ele não tem o dinheiro, ele... gastou o dinheiro da sua universidade. – Vejo como ela se choca, fica parada e boquiaberta um longo momento. Vejo os olhos marejados verterem lágrimas enquanto ela luta contra elas tentando mostrar calma.

   — Está tudo bem, eu... acho que também sabia. É... só um sonho, não é sua culpa, não é sua responsabilidade. Somos irmãs, não é minha mãe. Por favor, não fica se sentindo culpada. – Dakota seca minhas lágrimas. – Agora podemos nos concentrar no sonho de comprar o Paradise. O que acha disso? Arrumo um trabalho, dividimos as despesas e o sonho do bar chega mais cedo.

   —Não é justo com todo seu talento, desde menina se esforça. – Digo mais uma vez engolindo as lágrimas. Serena aperta minha mão. Dominique está apática, ela ajudaria, mas vive de mesada, uma gorda mesada, mas apenas uma mesada, Serena não é rica, se casou com um homem rico, mas mantem sua simplicidade. Somos quatro garotas tolas. Isso sim.

   —Com licença, moças. – Theodor surge ao lado de Dakota. – Parece que é o dia de sorte de vocês. Sou CEO de uma companhia que investe fortemente em talentos, temos um fundo para jovens promissores, pagamos a universidade e damos subsídios para o estudante viver com tranquilidade até se formar. Acho que a senhorita Dakota se encaixa perfeitamente na vaga.

   —Isso é sério? – Dakota pergunta tremendo.

   —Pergunte a esquila se um dia ela mesma não recebeu essa proposta. Inclusive já começou suas aulas. – Theodor pisca para uma Serena que não tem medo de chorar

   —Sim. – Serena diz emocionada. – Amor você, Theodor.

   —Não é nada demais. Estou cuidando do futuro do Andy. Vai se casar com ele, não é Dakota? – Theodor brinca com ela, mas minha irmã está chorando, confusa, feliz, nervosa. Só consigo sentir alivio.

   — Ele é muito novo. – Dakota diz afastando a cadeira e abraçando Theodor. Vejo como ele fica um tanto sem jeito. – Mas eu o amo como um irmãozinho.

   — Quando ele ficar alto e lindo como o pai muda de ideia. – Theodor brinca com ela mais uma vez. – Agora volte a sorrir. É dia dos namorados e minha Serena senhorita vai ficar chocada em como somos perfeitos em fazer surpresas para ela. – Dakota é quase consultora do Theodor para vida afetiva. Ela se estica para beijar seu rosto. Ele tem um olhar carinhoso sobre ela e não sei como vou poder agradece-lo.

   —Theodor. – Fico de pé. – Obrigada, eu estava sem qualquer esperança. Serena teve muita sorte.

   —É o que sempre digo a ela. – Ele brinca. – Está tudo bem, Dakota fez por merecer uma boa educação. Serena vai cuidar de tudo. Agora voltem a conversar, eu tenho um não amigo para consolar.

   Theodor da a volta em torno da mesa, vai até a esposa, se curva e beija seus lábios carinhoso.

   — Te amo. – Ele diz em seu ouvido antes de voltar para seu lugar e nós quatro ficarmos tentando secar lágrimas enquanto rimos feito quatro bobas.

   —Vivem para estragar minha maquiagem. – Dominique ri enquanto usa os dedos para tentar limpar o rosto sem borrar a maquiagem. – Estava maquinando uma maneira de convencer minha mãe, ou quem sabe assaltar um banco com vocês de comparsas, felizmente Serena casou com um cara rico. Nessas horas sinto até vontade de trabalhar, ainda bem que o Theodor é rápido, a vontade até passou.

   —Champanhe para comemorar! – Digo feliz. Quando sirvo as taças, minhas mãos ainda tremem. Não acredito que não temos mais esse problema, que minha irmã vai poder realizar seu sonho, que vai se afastar em breve daquele infeliz que vive fazendo minha irmã chorar. – Ao sucesso da minha pequena, que ela brilhe em Yale!

   Tocamos as taças e em seguida bebemos. Garotas Paradise, é assim que somos, rimos juntas, choramos juntas, mas nunca, nunca deixamos de cuidar umas das outras.

   —Aos sonhos possíveis e aos impossíveis! – Dominique volta a erguer sua taça. Tocamos mais uma vez.

   — As garotas Paradise! – Dakota brinda.

   —Um brinde ao futuro prêmio Nobel não é má ideia. – Theodor pede do balcão. Nos arranca risos.

   —Um brinde ao meu marido, lindo e aos futuros maridos das garotas Paradise. – Tocamos as taças.

   —Só brindei porque nunca desperdiço um brinde, mas detestei. – Dominique brinca.

   — Um dia, quando esse bar for meu, essa mesa será sempre reservada para as garotas Paradise, mesmo que esteja lotado, a mesa Paradise está sempre pronta para receber as minhas Paradise. – Conto a elas que afirmam. Depois desse momento feliz, até sinto mais esperança.


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Notas finais do capítulo

Amanhã vão conhecer Ethan!!!
BEijosssssssssss



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