Os Significados das Cores.

Aos sete anos, Victoire descobriu o azul. Mas não o azul celeste, ou azul marinho. Descobrira o azul, cor favorita do seu melhor amigo, digna representante de sua calmaria e tranquilidade. Era harmonia e equilíbrio. Satisfação, felicidade, companhia, confiança, lealdade.

Aos nove, ela descobriu a euforia do laranja. A ansiedade, o nervosismo, as borboletas no estômago do primeiro dia de aula. A eletricidade de um garoto empolgado por ser um novato. Para ela, a cor da saudade de grande amigo.

Quando completou onze, a cor conhecida foi o amarelo. A alegria de sua companhia. A felicidade da mão dada para a entrada no expresso. A descontração de uma piada boba dentro do trem. O otimismo de um ano letivo com o seu melhor amigo ao seu lado.

Aos treze, ele era branco. Era sua paz de espírito. Seu porto seguro. Ele era a inocência de um sorriso, a pureza de um abraço. A neve e, ao mesmo tempo, o seu agasalho favorito em um dia frio de inverno. Ele era equilíbrio, luz.

Aos quinze, descobriu o preto. Era confusão, turbulência, luto. Era um total mistério, rebeldia, o indecifrável. Silêncio. Distância indesejada. Ele era ausência de cor, de alegria. O preto era a solidão e o isolamento. Saudade sem fim. Medo da perda.

Aos dezessete, Victoire descobriu o rosa. Conheceu o romantismo, a alegria de um sorriso que não era seu, a cumplicidade de um parceiro. O primeiro beijo. Um abraço apertado, um beijo roubado. O significado do amor. Sua cor favorita. Aos dezessete, ela descobriu amor recíproco. E a aquarela que era Teddy Lupin.