Implacável destino escrita por J S Dumont


Capítulo 16
Capitulo 16 - Golpista?


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, voltei!!! Espero que gostem desse cap. e não deixem de comentar viu, o negocio tá esquentando *-* hehe... bgs e vejo todos nos comentários!



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16. Golpista?

Saímos do prédio sem sucesso algum, não conseguimos ninguém que pudesse dar alguma informação referente a Cato, parece que ninguém o viu, ou se viu não se lembra dele, até mesmo senti como se ele fosse um fantasma.

De lá fomos para o cartório, então eu pedi a certidão do meu casamento e também pedi para ver o livro da ata, não demorou muito para que a mulher que me atendeu voltasse com a certidão nas mãos.

— Aqui está á certidão do seu casamento senhor! – ela estende a certidão para que eu possa pega-lo. - E quanto ao livro da ata, eu lamento em dizer que ele foi extraviado... – eu levanto os meus olhos do papel que estava em minha mão para encarar a mulher na minha frente.

— Como é possível isso ter acontecido? – perguntei.

— Senhor ás vezes isso acontece com os arquivos... – ela me diz de forma educada.

— E o juiz Jhon Massara, como eu posso encontrá-lo? – pergunto, assim que leio o nome do juiz na certidão.

— Ele se demitiu... – ela disse, e então a olhei com as sobrancelhas arqueadas, não acreditando que ela estava me dizendo, parecia que Cato pensou em todos os detalhes para que eu não conseguisse provas para denunciá-lo.

Olhei para Katniss e vi que ela também parecia surpresa, e agora aparentava extrema preocupação, assim como eu.

***

Depois de vermos que não iríamos conseguir nada, decidimos voltar para casa. E uma boa parte do caminho de volta, Katniss e eu permanecemos em silencio, isso porque nós ficamos distraídos com os nossos próprios pensamentos, acredito que ela e eu estávamos pensando no mesmo assunto: Cato. Mas tanto ela como eu não queríamos falar sobre ele agora.

Preferíamos apenas ficar com os nossos próprios pensamentos e com os nossos questionamentos, pois a conversa poderia ficar para depois.

Assim que chegamos em casa, cumprimentamos a todos, Prim parecia ter ficado muito feliz em rever a irmã, assim como seu pai Walter. Valerie ficou um bom tempo me abraçando, dizendo que já estava com saudades.

Depois de falarmos rapidamente com eles, fomos para o quarto, e assim que entrei já senti o cansaço ir dominando o meu corpo. Era ainda cedo, mas eu estava com sono e Katniss também parecia estar muito cansada.

— Ah eu estou exausto! Vem, eu estou muito cansado meu amor, vamos deitar e dormir...  – eu disse, abraçando Katniss por trás e pegando ela no colo a levando para cama comigo, depositando seu corpo com cuidado na cama.

— Peeta, o que isso? – ela perguntou, sorrindo surpresa pelo meu gesto.

— Ué, vamos descansar um pouco, que melhor lugar que nossa cama! – eu disse, tirando sua sandália do pé e massageando um de seus pés com cuidado. – Não diga nada, não pense em nada, vamos apenas relaxar, tivemos um dia cheio... – eu disse beijando suavemente seus pés, e então a olhei e vi que ela sorria para mim, parecia que estava gostando dos meus beijos. – Eu só desejo agora, descansar com você em meus braços...  – vou subindo o beijo pela sua perna, até deitar meu corpo por inteiro por cima dela, chego em sua boca e a devoro, dando um beijo longo e intenso. Katniss me correspondeu, entrelaçando seus braços por minha cintura, enquanto vou a beijando, vou sentindo suas mãos passearem por toda as minhas costas.

Paramos o beijo apenas quando estávamos ofegantes, e então deitei ao lado dela, me aconchegando e puxando seu corpo para bem perto do meu, ela ficou de costas para mim, e eu abracei sua cintura, e então eu peguei num sono, enquanto inalava o cheiro maravilhoso de seus cabelos.

***

— Você deve ter ficado desapontado, não é? – Katniss perguntou para mim, assim que nós acordamos, eu nem sei por quanto tempo devo ter dormido, mas imagino que já deva ter anoitecido.

Ela virou o corpo em minha direção e lançou um sorriso doce para mim.

— Por não termos conseguido nada? – perguntei e ela concordou com a cabeça. – É eu fiquei é claro, mas eu imaginava que Cato pudesse ser esperto, e eliminar qualquer rastro... – eu suspirei. – Mas a viagem foi maravilhosa e é isso que importa... – eu disse, dando um selinho nela. Ela sorriu para mim.

— Foi mesmo... Eu senti como se tivesse no céu, é tão bom, pois esses últimos tempos foram tão horríveis para mim, você foi como uma luz para mim Peeta, como um anjo que me tirou do meio das trevas... – ela falou, colocando a cabeça em meu ombro, apertei seu corpo com mais força.

— Eu imagino como deve ter sido horrível para você... – eu disse.

— Sim! – ela falou suspirando, estava com o olhar bem longe, acho que ela deveria estar lembrando tudo que ela viveu. – Quando me casei eu sonhava com isso sabe? Mas não imaginei que a pessoa que iria me proporcionar toda essa felicidade, tivesse outro rosto, e um rosto tão lindo... – ela falou, olhando para mim e tocando no meu rosto, eu não pude deixar de sorrir. – Eu sonhei muito com minha lua de mel, mas ai antes de eu puder viver um dia sequer de casada, eu recebo uma ligação dizendo que meu marido morreu e tudo desmoronou, ai depois do enterro, eu comecei a ligar os pontos, vi sua foto, e por um momento eu até achei que tudo era um engano, foi um segundo de esperança, acreditando que eu estava na casa errada, que não era o meu marido que havia morrido, pois você não era o Peeta que eu casei, mas ai ele foi e apareceu bem na minha frente, e tentou me explicar o inexplicável, estava obvio, que tudo iria dar errado...

— Talvez não teria dado errado se eu não tivesse voltado vivo... – falei.

— Não, eu não iria conseguir manter a mentira, eu estava com medo, eu não nasci para fazer algo assim, se Cato queria uma mulher que vivesse essa farsa de dar uma de viúva de um homem que sequer conhecia, ele tinha que ter procurado em outro lugar, tinha que ter procurado uma mulher ambiciosa que não tivesse escrúpulos e tivesse estomago para chorar por um marido que na verdade não existia... – ela falou, fiquei apenas a olhando, enquanto acariciava seu cabelo. – Ele veio com papo de que me amava, mas, não se importava em ameaçar meu pai, minha irmã e até mesmo a mim, me deixou desesperada, ai eu me pergunto, que amor é esse? – a voz dela agora era de choro, e então eu a abracei.

— Meu amor, não vale a pena você ficar pensando nisso, ele já foi embora, se você não o ama mais... – falei, acariciando a cabeça dela.

— Não, eu não o amo, não amo esse homem, porque não foi por ele que eu me apaixonei, mas sim por um personagem que ele inventou, que tinha o seu nome, e o rosto dele... – ela disse, e nos olhamos de novo. – O engraçado porque quando descobri tudo isso, eu não queria mais saber de nada, foi uma decepção tão grande, que a ultima coisa que eu esperava era me envolver de novo, de inicio quando você apareceu eu quis morrer, eu paralisei, eu não sabia o que dizer nem o que fazer...

— É, naquele dia você nem conseguiu disfarçar, deu para ver a expressão de pavor em seu rosto! – eu concordei.

— Sim, porque eu levei um susto – ela continuou – Depois eu soube que você não se lembrava de nada, mas no fundo eu sentia que não era verdade, que você estava sim desconfiado, e só estava querendo que eu entrasse em contradição, ou que acabasse me desesperando e confessando tudo, eu sei Peeta que sua intenção era tentar me colocar na parede!  – ela disse, e eu sorri de leve para ela, realmente Katniss era bastante esperta.

— Desde o inicio toda história me intrigou bastante, eu desconfiava sim, mas isso não queria dizer que desde o inicio você não me interessou... Desde o primeiro momento, eu senti uma atração muito forte por você! – confessei.

— Já eu fiquei com medo, confesso que no começo te achei um tanto arrogante, mas, logo depois você começou a ser tão amável comigo, mas, sabe Peeta foi difícil confiar de novo em alguém...

— Eu imagino!

— Só que você sempre demonstrou ser um homem tão bom! Me protegeu, me trouxe segurança, ai vem e nasce aquele sentimento que vai crescendo pouco a pouco... – ela falou, e então meu sorriso se alargou, aproximei um pouco mais minha boca da dela.

— O amor... – falei.

— É, mas eu não queria, o Cato me feriu muito! Só que tem coisas que parece impossível de controlar, e esse sentimento foi uma delas, e espero que seja eterno quanto durar...

— Ele vai durar para sempre – eu disse olhando em seus olhos e aproximei meu rosto do dela, tocando em seu rosto. – Para toda vida!

E então nos beijamos, subi meu corpo por cima dela, e fui beijando-a e beijando-a, já me animando para o que iríamos fazer logo a seguir.

***

Nós nos levantamos depois de mais ou menos duas horas, só então fui olhar a hora no relógio, e vi que se já passava das dez horas da noite, fui tomar um gole de whisky, enquanto ouvia os passos de Katniss indo para o banheiro.

Coloquei o copo em cima da mesa, e fui atrás dela, vi que ela estava lavando o rosto, então logo parei atrás dela, e abracei-a por trás, dando um beijo em seu pescoço.

— Fazer amor com você é como ir para o céu, sabia? – eu disse sorrindo, dando uma mordida de leve em sua orelha, ela puxou a toalha e secou o seu rosto, depois virou em minha direção.

— Às vezes eu me sinto envergonhada, na primeira vez que dormi com você me senti uma garota fácil, e isso me fez muito mal, mas saiba que eu não sou o que estou aparentando ser... – ela disse para mim.

— Eu sei, pois se você fosse uma mulher fácil, não seria virgem... – respondi, acariciando o rosto dela. – Amor, não se preocupe, somos casados... O que fazemos todo casal faz! – eu acrescentei, lhe dando um selinho. – Mas só me responde uma coisa, se eu não tivesse voltado, até onde você iria com essa farsa, para proteger a sua família? Até quando você ficaria nas mãos de Cato e ficaria fingindo ser minha viúva?

Ela pensou por alguns segundos, antes de me responder.

— Eu não sei... – ela falou.  

— Iria para cama com ele? – perguntei, e fiquei um pouco irritado só de pensar nisso.

— Mas é claro que não, que tipo de pessoa acha que eu sou? – ela perguntou me encarando.

— É o que eu estou tentando descobrir... Por isso estamos aqui, nos conhecendo! – falei, mas aquilo parece que a irritou, pois ela logo me empurrou de leve, e saiu do banheiro e foi para o quarto, eu a segui, até que ela se virou e olhou para mim, com um olhar sério.

— Também gostaria de descobrir que tipo de homem é você Peeta Mellark! Porque eu já fui usada uma vez e não quero que ninguém nunca mais faça isso comigo de novo, eu posso ser ingênua, ignorante, tonta o que você quiser, mas eu não vou admitir que outro homem me engane de novo!  – ela disse, e então eu me senti culpado por aquilo, logo me aproximei dela, e a agarrei pela cintura, lhe dando um abraço.

— Eu nunca te enganaria... Se eu perguntei, é que às vezes fico enciumado... – me justifiquei, ainda a abraçando.

— Na verdade desconfiado! – ela falou, soltando dos meus braços e olhando-me nos olhos.

— Não é isso, é que às vezes com você eu perco o controle, o medo que tenho de achar que tudo isso não é real...

— Eu sou real Peeta! – ela me interrompeu.

— Mas às vezes parece que não é, eu acho que tenho medo de te perder, e acabo fazendo perguntas idiotas, na verdade as vezes eu acabo agindo como idiota, me desculpe! – eu falei, Katniss então soltou um longo suspiro.

— Tudo bem, mas acho melhor não falarmos mais desse assunto... – ela falou, e então eu concordei com a cabeça.

***

Depois que voltamos a deitar na cama, eu comecei a pensar no que havia falado para Katniss, aquela pergunta se ela dormiria com Cato para salvar a família, havia realmente sido muito idiota. Mas, não precisei pensar muito para entender que as vezes surgia uma duvida dentro de mim, e depois que fomos atrás de provas para incriminar Cato e não ter conseguido nenhuma, fez as duvidas aumentarem um pouco mais. Para todos ele parecia um fantasma, não existia, ninguém o viu, ninguém sabe dele. E isso me deixava confuso, cheio de perguntas sem nenhuma resposta, era impossível as vezes não acabar tendo uma crise de desconfiança.

Mas eu estava apaixonado por Katniss, e queria fazer o máximo de esforço o possível para confiar nela, e acreditar nela. Além do mais, ela sempre pareceu sincera em suas palavras, quando ela falava do Cato, de como ele a enganou, eu conseguia enxergar sofrimento em seus olhos. Logo pensei: não, é impossível ela estar mentindo.

Naquela noite tive dificuldade para dormir, por ter dormido durante a tarde, Katniss também ficou revirando na cama para um lado e para o outro, e só foi pegar num sono lá para as três da manhã.

Eu também acabei dormindo muito pouco, peguei num sono depois dela, e ainda levantei cedo, decidido ir para empresa, voltar para o meu trabalho.

Levantei com cuidado para não acordar Katniss, e então fui para o banheiro, tomei banho, escovei os dentes e vesti uma roupa formal, assim que sai do quarto e segui para a sala de estar, encontrei meu fiel mordomo com telefone nas mãos, imaginei que poderia ser o Finnick perguntando se voltei de viagem, foi então que me lembrei que esqueci o celular no quarto, ainda teria que voltar até lá para pegar.

— Um momento, por favor – ouvi o mordomo falar no telefone.

— Quem é? – perguntei, me aproximando.

— É um homem que pergunta pela senhora Katniss! – ele me disse. – Ela por acaso está acordada senhor?

— N-não... – eu gaguejei.

— E o que eu respondo para ele? – ele me perguntou.

— Ele falou o nome dele? – perguntei.

— Não, só disse que precisa falar com ela e é urgente, e ela não o atende no telefone celular! – ele respondeu.

Franzi as sobrancelhas sem entender, com certeza ela não o atendeu porque, ela não levou o celular dela para viagem, mas pensando que poderia ser alguém da cidade dela, querendo perguntar do pai dela, ou querendo lhe passar alguma informação, eu peguei o telefone.

— Alo? – perguntei, mas a pessoa se manteve em silencio, só que tive a impressão de que ele continuava na linha. – Alô? – repeti mais uma vez, mas a pessoa não falou nada, e logo então a sinto desligar o telefone. Eu bufei e olhei para o mordomo. – Ele desligou!  - falei.

— É deve ser um amigo da senhora Katniss, a ligação estava um pouco ruim, parecia que ele estava falando de um orelhão...

— Bom, mas me avise se voltarem a ligar... – eu falei, e ele concordou com a cabeça, entrego o telefone a ele e vou tomar meu café. Enquanto comia, comecei a pensar na ligação misteriosa, e por um momento logo pensei, se Cato tinha algo haver com essa ligação. Se fosse alguém mandado por ele? Se Cato estivesse fazendo isso porque queria entrar em contato com a Katniss e lhe fazer novas ameaças? Só de pensar nisso engoli a comida com mais dificuldade.

Eu ficava muito incomodado só de pensar que estávamos sofrendo riscos de ter novamente Cato em nossas vidas.

***

Enquanto eu tomava café da manhã a minha cabeça girava, eu não conseguia parar de pensar na possibilidade de Cato estar envolvido naquela ligação. Se caso tivesse, o que será que ele queria com Katniss? ameaçá-la? Tentar convencê-la a ir para onde quer que ele tenha ido?

Realmente pelo que eu conhecia Cato, ele não era homem de desistir fácil das coisas, muito menos perder uma mulher para mim. Então existia mesmo essa possibilidade dele estar envolvido nessa ligação misteriosa, já que, ele até tinha aceitado ir embora fácil, e isso não faz parte da personalidade desprezível dele.

— Bom dia meu filho! – minha mãe falou toda sorridente, enquanto entrava na sala de jantar, ela sentou a mesa, acompanhada de Walter que parecia estar contando alguma história para ela referente ao interior. Ele também me deu um “bom dia”, mas eu estava tão distraído, que sequer prestei muita atenção no que eles falavam. Terminei de beber um copo de suco e me levantei, seguindo até o meu quarto para pegar o meu celular.

Assim que o encontrei em cima da cômoda, me virei e olhei para Katniss que continuava dormindo tranquilamente na cama, agora com as pernas e os braços mais abertos, já que a cama de casal havia ficado apenas para ela.

Eu suspirei e então sai rapidamente do quarto, andei pelo corredor e cheguei ao quarto de Prim, bati na porta umas duas vezes, para finalmente ela abrir a porta para mim.

— Peeta? – Prim falou, parecendo surpresa por minha “visita”.

— Oi Prim! Eu queria te perguntar uma coisa, você ficou com o celular da Katniss enquanto viajávamos não é? – eu perguntei para ela, ela pareceu ter ficado ainda mais confusa com a minha pergunta.

— Sim, mas por que? – ela perguntou.

— Por acaso alguém ligou? Um amigo de vocês lá do interior... – perguntei.

— Não! – ela falou rapidamente. – Não tocou nenhuma vez desde que vocês viajaram... – ela então deu de ombros e eu suspirei.  – Está acontecendo alguma coisa? – ela perguntou.

— Não, não, esquece, não é nada, é só uma pergunta mesmo... – falei. – Obrigado Prim, tenha um bom dia!

Fui para o escritório, e durante todo caminho fiquei ainda pensando nesse assunto, assim que entrei em minha sala e coloquei a minha maleta na minha mesa, ouvi o barulho da porta se abrindo, virei para trás e me deparei com Finnick.

— E ai amigo, como foi de viagem?! – Finnick falou todo animado, vindo e me abraçando, mas logo depois que olhou para o meu rosto, ele viu que eu estava com algum problema. – Peeta aconteceu alguma coisa? A viagem não foi muito boa?

— Não, que isso, ela foi boa, só que... – eu comecei, mas me calei, assim que vi Madge entrando na minha sala, e a sua visita inesperada me deixou confuso. – Madge? – falei, e até Finnick se virou para olhá-la.

— Oi Peeta! – ela disse, e se aproximou, olhando-me fixamente. – A gente precisa conversar... – ela falou, me olhando com um olhar bastante sério, naquele mesmo momento fiquei extremamente confuso.

***

— Madge, o que venho fazer aqui? – perguntei, sentando em minha cadeira e a olhando com um olhar sério. Finnick já havia até saído da sala, para nos deixar a sós. Embora pelo que eu conhecia Madge, eu não sei se isso tenha sido uma boa ideia.

Ela suspirou e então se sentou na cadeira a frente, passou a mão em seus cabelos loiros, e me olhou agora com um olhar mais sério do que antes.

— Eu tenho algo sério para te contar... – ela falou.

— Algo sério? – perguntei, franzindo a testa.

— A gente pode sair para beber alguma coisa! É melhor para conversarmos... – ela sugeriu, eu suspirei e discordei com a cabeça.

— Olha Madge, eu acabei de voltar de viagem... – eu comecei.

— Sim, eu soube dessa sua viagem! – ela falou num tom de pura irritação. – Lua de mel, é?

— Madge, você venho reclamar do meu casamento? Porque se for isso...

— Não! – ela me interrompeu. – Como eu disse, eu tenho algo para te falar, mas é sobre sua esposa!

— Minha esposa? – perguntei.

— É, mas a gente conversa melhor enquanto tomamos um café, o que acha? – ela sugeriu e então se levantou.

— O que você vai me dizer realmente é importante? – eu perguntei me levantando da mesa, enquanto ainda a olhava, me aproximei dela, ainda reparando em sua expressão facial, tentando de alguma forma retirar alguma coisa através dela.

Ela sorriu para mim e colocou a mão no meu rosto.

— Importantíssimo! – ela simplesmente falou. Notei que seus olhos brilhavam de uma forma estranha, e logo pensei: espero que ela não esteja mentindo, só para me levar para sair!

***

Levei Madge a um café próximo a empresa mesmo, entramos lá e sentamos numa mesa que ficava no meio do estabelecimento. Eu pedi um expresso e ela um cappuccino, e enquanto esperávamos, eu já quis começar a falar logo, pois quanto mais rápido começávamos, mais rápido terminávamos aquela conversa, e essa era a minha intenção.

— Você não me trouxe aqui para falar mal de minha esposa, não é? – eu já fui perguntando. Com certeza eu ficaria muito irritado, se tudo aquilo fosse apenas para Madge começar a dar os seus chiliques de ciúmes.

— Não, não digo falar mal, mas eu descobri uma coisa, na verdade me falaram uma coisa e sei que você é esperto e por tudo que vivemos, eu acho que no mínimo que posso fazer é te alertar... – ela falou.

— Me alertar do que? – perguntei, cada vez entendendo menos o que ela queria falar para mim. Ela então suspirou.

— Ok, eu já sei de tudo Peeta! – ela disse, e no mesmo momento meu coração disparou. Pois eu imaginei logo que esse “tudo”, envolvia Katniss fingindo ser minha esposa.

— Tudo o que?- perguntei.

— Cato viajou para fora do país! – ela começou.

— Sim... – confirmei.

— Mas antes dele ir ele me contou muitas coisas... – ela falou, e eu não entendi.

— Ele falou o que? – perguntei.

— Que sua esposa é uma golpista! – ela disse, e então eu ri e neguei com a cabeça.

— Cato é um idiota, você não deveria acreditar em nada do que ele fala! – eu disse, e já ia continuar, mas acabei me calando ao ver a garçonete se aproximando e trazendo os nossos cafés, quando ela saiu, Madge já começou a falar.

— Será Peeta? Eu acho melhor tomar cuidado, porque ele me garantiu isso e ainda me disse que ela até mesmo tem um cúmplice...

— Cúmplice? – perguntei, arqueando as sobrancelhas.

— Sim... – ela falou e eu suspirei. – Ele me contou que ela só foi aparecer na vida de vocês depois do seu acidente, e que você não se lembrava dela, ela contou que você mentiu para ela falando que era pobre, mas ele me garantiu que na verdade tudo isso foi arquitetado, ela se fazer de boazinha e santinha, a irmã, o pai, ela dar uma de mulher do interior, virgem, que faz tudo pela família e blá blá blá, isso tudo é papo para te comover, mas todos na verdade são golpistas e ainda, ela tem um cúmplice por fora, que é o amante dela! – ela disse, eu discordei com a cabeça achando aquilo um absurdo.

— Madge... Cato mandou você aqui? – perguntei.

— Claro que não, ele já me falou isso há muitos dias, eu só decidi vir aqui contar para você essa história agora... – ela falou.

— Ah é e por que? – perguntei.

— Eu tinha medo de contar e você achar que estou apenas com dor de cotovelo! – ela disse, dando de ombros.

E então eu suspirei, realmente era isso que eu estava começando a achar.

— Ele pode ter apenas chegado em você e mentido, já sabendo que uma hora você iria contar isso para mim... – eu falei.

— Ele me disse que você não se lembra do seu casamento! – ela falou, e eu bufei e olhei para o meu café. – Você não pensou que tudo isso pode ter sido um golpe? Que não existe casamento, e na verdade ela apareceu com um cúmplice apenas para herdar todo seu dinheiro, sei lá, ele chegou a falar que a ouviu falando uma vez com um tal de Gale Hawthorne! – Madge disse, dando de ombros.

— Gale Hawthorne? – perguntei, ao mesmo tempo o meu coração disparou. Pois me lembrei da ligação.

— Sim! – ela respondeu. – Ele falou que acha que ele é o cúmplice dela!

— Se isso tudo fosse verdade, por que ele tentou fugir com ela? – perguntei, afinal, se eu cogitasse que essa era a verdadeira verdade dos fatos, isso não encaixaria nessa versão de Cato.

— Segundo ele, ela o seduziu, se fez de santa, de coitada, disse que você se casou com ela em segredo, mentiu sobre a sua condição financeira, fingia de triste, mas ai de repente você voltou, logo ela começou a dizer para ele que você voltou diferente, não se lembrava dela, era violento, parecia um louco e que ela até mesmo pediu a separação, mas você não quis, pois estava obcecado por ela, até que chegou uma hora que ela disse a Cato que o amava, e que queria ir embora com ele, mas ai na viagem ele descobriu que ele também estava sendo vitima de um golpe, pois ele ouviu uma ligação dela com Gale Hawthorne, e que essa do pai dela ligando para você, pedindo para você tirá-la das garras dele, era tudo um golpe, tudo foi arquitetado, para você acreditar que ela era a santa e ele o vilão, já que eles precisavam de um plano para você cair na dela, pois o primeiro plano não deu certo...

Eu dei alguns goles de café, antes de lhe perguntar:

— E qual era o primeiro plano que não deu certo? –

— Sua morte... – ela falou. – segundo Cato, o amante dela tentou te matar, o acidente foi tudo planejado Peeta!

Naquele momento meu coração disparou fortemente, e o café foi descendo na minha garganta com dificuldade.

— Por que ele te contou tudo isso? – perguntei, quando minha voz voltou.

— Ele estava chateado, quis desabafar comigo antes de viajar... Mas ele disse que você nunca acreditaria nele, e por isso foi embora...  – ela falou, então começou a beber seu cappuccino. – Olha Peeta, não sei se isso é verdade, mas é o que ele me disse, agora você que tem que ver se essa história faz sentido para você ou não...

***

Realmente aquela história querendo ou não, meio que acabava fazendo um pouco de sentido. Se existisse uma possibilidade, mesmo que pequena de Cato ser inocente, Katniss teria que ser a vilã. E aquela ligação... Poderia ser de Gale Hawthorne.

Tudo bem, eu não queria duvidar dela, eu a amava, e ainda ela realmente parecia ser sincera, mas eu queria pelo menos ir a fundo nessa possibilidade, logo então quando cheguei em minha casa, fui direto para o quarto de Katniss, 

— Katniss, Katniss... – a chamo quando não a encontro no quarto.

— Estou aqui – ela falou parada na porta, me virei e a encarei com um olhar sério.

— Onde estava? – eu perguntei.

— Eu estava no quarto de minha irmã, estávamos conversando...  – ela respondeu, então cocei a cabeça.

— Ela falou algo? – perguntei, me lembrando da pequena conversa que tive com ela logo de manhã.

— Não! Por que? – ela me perguntou. Então eu suspirei.

— Não, nada! Mas... Não aconteceu nada que você queira me dizer? – questiono, esperando que ela me falasse do tal Gale Hawthorne.

— Não, está tudo bem – ela fala, notei certo nervosismo em sua voz.

— Tudo bem então, eu vou tomar um banho e me arrumar para a gente jantar! – falei, dei as costas e fui para o banheiro, percebendo que agora eu estava um pouco mais nervoso do que antes, fechei a porta, e me encostei nela e dei um longo suspiro.

Eu sabia que eu precisava manter a calma e esperar, pois a ultima coisa que eu queria era lhe fazer acusações sem ter a certeza de que ela está me enganando, e se aproveitando dos meus sentimentos.

O jantar fora calmo, na verdade as únicas vozes que escutávamos era de minha mãe e de Walter que conversavam um com outro, eu estava distraído, pois eu não conseguia parar de pensar em tudo que Madge me falou. Será que era mesmo verdade que Katniss é uma golpista? Será que existia a possibilidade de meu irmão não ser o monstro da qual o acusei todo esse tempo? Será que eu me enganei tanto assim com Katniss? Será que fui inocente demais em acreditar tão fácil nessa história que ela me contou?

O meu coração na verdade não queria acreditar naquilo tudo, mas o meu lado racional me alertava dizendo que o melhor era eu tomar cuidado. E eu ficava na duvida, sem saber ao certo qual lado escutar.

— Peeta eu vou me recolher, você vem comigo? – Katniss me perguntou, assim que terminamos de comer, só então eu acordei dos meus pensamentos.

— Pode indo na frente, eu tenho algumas coisas para resolver no escritório, antes de me deitar! – eu disse com indiferença, evitando olhá-la.

— Tudo bem então, eu estarei te esperando no quarto! – ela disse, e a observei saindo da sala de jantar. Eu suspirei e então desejei boa noite a minha mãe e a Walter que era os únicos que estavam na sala de jantar, já que Prim também já tinha ido para o quarto e em seguida eu fui para o escritório.

Entrei nele, fui até a minha mesa e me sentei, soltei um suspiro, enquanto eu ainda pensava nos últimos acontecimentos. Não passou nem cinco minutos, para o telefone tocar. No segundo toque, eu decidi atender.

 - Alô? – eu falei.

 - Alô, por favor, eu gostaria de falar com Katniss, ela está? – falou uma voz masculina, no mesmo minuto meu coração disparou. Com certeza era o mesmo homem que ligou durante a manhã.

— Quem gostaria? – perguntei.

— É Gale Hawthorne! – ele respondeu, no mesmo momento meus lábios se entreabriram, era o mesmo nome que Madge havia falado. – Quem está falando? – ele perguntou.

— Peeta, marido dela, o que você quer com a minha mulher? – perguntei num tom raivoso, me levantando da cadeira, fechei os meus punhos, apoiando-me na mesa. Já ele permaneceu calado, acredito que ele não esperava que fosse eu que iria atender o telefone. – Hein? Me responde! – falei. E então, o maldito desligou a ligação. – Droga! – resmunguei.

Coloquei o telefone no gancho e sai do escritório, fui até a sala de estar, me aproximei do meu mordomo, que estava fechando a cortina da sala.

— Rodolf, boa noite! – falei, sorrindo para ele, ele se virou para mim e me encarou, com um sorriso no rosto.

— Senhor Peeta, o senhor necessita de alguma coisa? – ele perguntou

— Não, eu só quero saber se aquele homem ligou novamente atrás da Katniss... – comentei

— Ah não senhor, agora mesmo o telefone tocou, mas antes de eu atender o telefone já havia parado... – ele disse.

— Mas e antes disso, durante a tarde? – perguntei.

— Não, ninguém ligou...  Caso ele ligue, eu me lembrarei de avisar o senhor, pode ficar sossegado... – ele disse, suspirei e então concordei com a cabeça.

— Está bem, boa noite Rodolf! – falei, e então fui até a escada e subi rapidamente, fui até o meu quarto aonde eu sabia que Katniss estava me esperando e abri a porta rapidamente, vi que ela estava penteando o cabelo em frente ao espelho, e assim que ouviu o barulho da porta se abrindo, ela se virou e me olhou.

— Peeta? Pensei que iria demorar mais! Mas que bom que já venho para o quarto... – ela disse, colocando a escova de cabelo em cima da cômoda, e então se virou e começou a se aproximar de mim, ela me abraçou, colocando os braços em volta de minha cintura. – Eu já estava com saudades! – falou com um sorriso no rosto.

 Logo segurei os braços dela, afastando-a de perto de mim, então dei alguns passos para frente, em seguida me virei e olhei para Katniss.

— Peeta, o que está acontecendo? – ela perguntou, me olhando com um olhar confuso.

— Katniss... Quem é Gale Hawthorne? – finalmente eu perguntei, aproximando-me novamente dela. E então ela me encarou, com os lábios entreabertos.

Continua...

 


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