Hold on escrita por Brru


Capítulo 5
Sua noiva ll




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Então, às sete, lá estava ele com seu traje impecável, lindo e com sua soberanidade nos olhos. Julieta andava em sua direção sem deixá-lo de olhar, o mesmo ele fazia. Ela estava deslumbrante. Aurélio havia a imaginado naquele vestido, ah, sim ele havia, mas a realidade lhe regalou com algo bem mais atraente e extremamente pecaminoso. A cintura fina marcada com a fita grossa, fazia seu torso ficar ainda mais evidente, os seios marcados pelo decote exagerado era a melhor parte... Os deuses haviam abençoado Julieta de todas as formas, desde da ponta de seu pé, ao seu último fio de cabelo. Ah, aqueles seios, ele desejava perde-se no meio dos mesmo, fazê-la arfar e mexer-se entre seus braços.

— Vamos?! - ela indagou segurando as mãos a frente de seu corpo. Sua voz soou suave, e despertou Aurélio. Ele poderia passar toda a noite à admirando, como nenhum outro homem havia reparado nessa mulher, pensou.

Ele estendeu seu braço para que ela pudesse enlaçar seu braço ao dele, e seguiram para o carro.

...


Enquanto estavam em silêncio quase chegando em seu destino, Julieta pensara porque o mesmo não havia ao menos lhe dado um sorriso. Ou mesmo um elogio. Sentia que, Aurélio, não era o que demonstrava ser, mas não sabia como descobrir sua verdadeira identidade, pensara que se aproximar do mesmo resolveria tudo, no entanto, só a fazia querer-se afastar-se ainda mais de sua companhia. O mesmo não falara nada durante todo o percurso, e ela, nem mesmo pensara em um assunto, estava se tornando uma mulher tediosa. Que lastima!

Logo que pusera o pé no salão de festas, Julieta soubera que teria sido melhor ter inventado algum desculpa para não esta ali. Suas "amigas" a olhavam sedentas, e as mais fofoqueiras da cidade não paravam de cochichar. Ela olhou para Aurélio e quase choramingou, não era covarde, porém, aquele não era o seu meio, e tinha certeza que seria o assunto daquelas pessoas.

Como o Barão a escolhera para ser sua esposa? Por que ela?
O que viu em uma mulher pálida, e tão sem jeito?

Grunhiu entre os lábios, e ele segurou sua mão guiando-a para o meio do salão onde um grupo de conhecidos confabulava. A apresentou para todos como sua futura esposa, a baronesa de Ouro Verde. Alguns pareceram contentes, outros, principalmente as mulheres, não disfarçaram seus olhares de desdém. Um homem deste meio a fez quase enjoa-se, olhava com afinco para seu decote, enquanto seus olhos pareciam cheios de más intenções. Maldita hora que atendeu o pedido de seu NOIVO. Mas Aurélio não baixara a guarda, quando percebera que Julieta estava aponto de correr salão a fora, deu um passo para o lado e tocou em seu braço. Ela o olhou, e ele piscou algumas vezes.. Estava dando-a apoio?

— Suas amigas.. - ele murmurou olhando para o outro lado da festa. - Parece que desejam sua presença.

— Como sabe que são minhas amigas?

— Não cochichariam tão alto se não fossem.. Parecem curiosas. Deve ir cumprimentá-las, se desejar. - ela assentiu.

— Com licença.


Com passos largos ela se juntou as suas "amigas"; uma era alta e magrela, a outra baixinha demais e rechonchuda, e finalmente a mais invejosa de todas, altura aceitável, corpo perfeito ao gosto dos homens e totalmente esnobe. Julieta sempre se juntara a elas em todos bailes que fora.. O famigerado: Vale das Solteironas e Orgulhosas. Com sua aproximação as três mulheres se puseram eufóricas. Não perdoaram Julieta, a enchendo de perguntas nada formais/agradáveis.

— Esta aponto de fazer todos os homens da noite beijarem seus pés, Julieta. - Daniela, a mais alta comentou.

— Por que diz isso?

— Ora, não se faça de desentendida. - Cora, a mais baixa riu. - Seu decote, e a novidade que veio junto com ele, é o assunto do salão.

— Pois que pessoas mais sem vivência, não? - Julieta forçou um sorriso. - A vida de uma caipira, e um par de peitos são lá assuntos atrativos?

— Minha cara, está aponto de se tonar uma das mulheres mais ricas desse Vale, me parece um tanto quanto desdonhosa. - Carina, a pior de todas comentou, deixando seu sorriso irônico no intuito de provocar Julieta.

— Não estou desdonhosa, senhorita. Apenas não vejo isso como algo inusitado.

— Julieta, até ontem você estava em nosso meio.. As solteironas, não tinha nem uma chance de casar-se, nem mesmo fletar com alguém. E agora, simplesmente, está noiva. - Carina continuou.

— Bom, e nem ao menos a vimos no baile que o Barão ofereceu. - todas assentiram. - Seja sincera, sabe que somos suas amigas. - Cora aproximou-se dela. - Esta grávida? - Julieta engrandeceu os olhos.

— Ou, é apenas um jogo?- Daniela indagou com os ouvidos atentos.

Deus, como era possível? Por que ninguém acreditava que o Barão poderia sentir-se atraido por ela? Era tão sem graça? Não tinha três jeitos? Que mal havia em si?


Seus olhos quase marejaram, suas amigas estavam certas. Teria que haver um motivo muito estupendo para alguém como aquele homem, casar-se com alguém como ela, afinal, ele desejava Mariana, e não ela. Olhou para Aurélio por um instante, ele a beijaria pensando em Mariana?

O pensamento a fez afastar-se rapidamente de todos, inclusive, do salão. Seus olhos marejaram de vez, e ela quase soluçou, mas fora parada por um sorriso encantador em sua frente, alguém que a mesma tinha grande apreço, alguém especial.

— Julieta. - o moço sorridente sem nenhuma modéstia a abraçou. - Há quanto tempo.

— Vitório!! - limpou rapidamente suas lágrimas e sorriu. - Pensei que ainda estivesse em São Paulo.

— Ora, acabei de chegar. Soube que estava havendo um evento, e vim socializar-me. Estou precisando de amizades.

— Entendo. - ela sorriu abertamente. Ele era um velho amigo, seu vizinho mais próximo entre os campos e as fazendas.

— Olhe para você... - ele segurou em sua mão e a fez dar uma volta inteira. - Jesus, Julieta, como a mudado... Esta ainda mais bela.

— Diz isso por que é meu amigo.

— Não, sabes que sempre a admirei. - Vitório percebera que seu comentário a deixou sem jeito, e rápido mudara de assunto. - Soube que.. - engoliu em seco. - Esta noiva, é verdade?

— Sim. - ela respondeu um tanto seria.

— E está feliz?

— Claro!

— Não me parece. - disse segurando em sua mão, mas Julieta parecia sentir o olhar de Aurélio em algum canto, e no mesmo instante soltara a mão de Vitório. Queria afrontar o noivo, e iria fazê-lo, mas naquela noite estava totalmente exausta.

— Sim, estou.. - ela tentou afastar-se, mas Vitório olho-a firmemente.

— Diga-me o que há.. Nunca fomos de segredos. Você sabe de meus piores momentos, assim como sei dos seus. Julieta.. - murmurou. - Somos amigos.

Ela suspirou, poderia confiar nele, suspirou, e o contara.

O olhar de reprovação de seu amigo, a deixou com um gosto amargo na boca. Mas não havia outra opção, ao não ser, o casamento com Aurélio.

— Você não o conhece o suficiente para casar! - Vitório afirmou incrédulo.

— Não há outra alternativa, Vitório. Se perdermos a fazenda, onde morariamos?

— Na fazenda de meus pais! Sabe que, eles adoram você, sua família.

Ela riu, sentindo o nó em sua garganta.

— Ficaríamos bem por alguns dias. Mas, a comodidade, o ócio, não faz juz a mim, e muito menos a mamãe.. Sinto que a mesma morreria mais rápido sem seu jardim de flores exóticas, sem seus móveis velhos, mantas, a bagunça de Mariana.. - respirou fundo. - Não é por mim, Vitório, é por ela.

— Me encanta seus motivos, minha amiga, de verdade. Mas está sacrificando toda uma vida que poderia ser bela... - ele sorriu... - e feliz, por viver com um homem que poucos conhecem.

— Ele não me fará nenhum mal.

— E como sabe?

— Eu não sei.. - suspirou. - Eu sinto..

E fora exatamente no momento que Aurélio entrelaçou seus dedos entre os seus, surpreendendo todos, inclusive, Vitório. Ela sentiu sua pequena mão no mesmo instante suar, mas ao mesmo tempo, sentia-se segura, era estranho/novo.

Aurélio com seu olhar ainda mais gélido cumprimentou Vitório, e com a permissão de Julieta, a guiou para fora daquela festa fraca e sonífera.

— Você está bem? - perguntou tirando seu paletó e colocando sobre os ombros dela, a noite estava fria, e o vestido que a dera não era nada aquecido. Seu gesto fizera uma pequena chama acender-se no peito de Julieta, e isso não era bom sinal.

— Sim.


O carro começara a andar, e ele não tirara os olhos dela. A viu sorrir algumas vezes para Vitório, ela nunca, nenhuma vez, dedicara um singelo riso a ele. Não devia importar-se com isso, mas os seus olhares, os toques mesmo que rápidos, não o agradou. Havia algo nos olhos daquele homem, ele admirava, encantava-se com o jeito meio torto dela... Diabos. Não devia se importar! Mas ela era mesmo quase sem querer SUA... noiva, e os únicos olhos que deviam admirara de tal forma teria que ser apenas os seus.

Quando decera do carro, ambos andaram lado a lado rumo a porta da casa de Julieta, então, ela falou:


— Eu costumava sonhar com você.

— Então, a senhorita pensava em mim? - ele parecia surpreso, nunca a vira antes, mas ela, parecia já ter um certo conhecimento sobre sua pessoa.

— Foi o que acabei de dizer. - com o canto dos olhos o observou, e se não estivesse ficando louca poderia dizer que quase vira o início de um sorriso em seus lábios.

— E no que pensava? - Julieta chegara a porta, e virou-se ficando de frente para ele. Parecia mais belo, autoritário..

— No quão misterioso você era, e o que tanto guardava por trás dos olhares tão gélidos.

— Que entediante!

— Para mim não era. - afirmou. Tirou o paletó de Aurélio dos ombros e o devolveu. - Obrigada.

— Era? - indagou, ignorando seu agradecimento.

— Parei com meus devaneios. Passei minhas últimas horas em sua companhia, nenhum ser humano a de suportar tanto. - o provocou. - Já não quero mais pensar no senhor, a de entender, esta insuportável! - ela quase riu, sentia liberdade em provocá-lo, suas reações e sobrancelhas arqueadas eram impagáveis.

— Insuportável esta na presença de seu noivo? pensável.

— Não era o que eu desejava.

— Pensava em mim, mas nunca a suposto casamento?

— Não!

— Decepcionante. - Julieta, cruzou os braços afim de cessar o frio que sentia.

— Mudando de assunto, gostaria de saber já que o senhor não sai mais de minha casa, se eu posso fazê-lo uma visita.

— A interessa? - ela assentiu. - Então vá, avise-me, talvez eu esteja com meus afazeres na cidade.

— O que faz la? - pareceu curiosa.

— É onde tenho um escritório mais público, trato com meus devedores. - explicou. - Quando nos casarmos saberá mais de mim.

— Isso me assusta! - ele sabia que não, mas cairia em seu jogo.

— Casar-te comigo?

— Conhecê-lo melhor.

— Mas isso não fazia parte de seus devaneios?

— Sim, mas agora é diferente, é realidade.

— Não te agrada? - ele esperava sua resposta com ansiedade.

— Me é estranho.

— Você não precisa amar-me, Julieta. Eu, no entanto, jamais a prometerei isso.

— Acredite, eu não esperava tanto. - o surpreendeu.

— Fico feliz em não decepciona-lá. - ela de repente desviou seu olhar, o vento balançou seus fios soltos, e soberano, seu fiel amigo relinchou. Parecia sentir que sua dona estava em pé de agonia.

Ela se aproximou de Aurélio, e uniou forças para falar.

— Olhe para mim.. - ele estava olhando, nunca deixou de fazê-lo toda a noite. - Quer mesmo isso? Viu como nos olharam hoje?

— Já a disse que...

— Eu sei exatamente o que você me disse, Aurélio. - fora informal com ele. - Mas sentiu o peso de esta com uma mulher mais velha? Mulher que já passara da época de casar-se, sem atributos favoráveis..

Ele não deixou que ela continuasse. Puxou-a pela cintura, e Julieta imediatamente calou-se/ queimou-se. A mão de Aurélio tocou seu rosto, mão que ele tinha certeza que se encaixaria perfeitamente entorno de seus seios. Logo a outra apoiou-se do outro lado. O rosto de Julieta ficara rente ao seu, a boca molhada e inquieta, a respiração ofegante e aquele miserável perfume, fizeram Aurélio gruinhir entre os lábios.

— Você é linda. - e fora entre os lábios dela logo quando a beijou.

Abraçou seu corpo pequeno de uma forma confortante, saboreando os lábios de sua Julieta da forma mais sutil que pôde. A resposta de Julieta era tímida, mas viva, doce. Ela o segurava pela cintura, deixando-o mais preso ao seu corpo, fazendo-a sentir o quão forte era seu peito. As sensações vibravam no corpo de ambos, o desejo aumentava, e a faísca estava se tornando um fogaréu.

Ciente que precisava dar-lhe chance de respirar, ele cessou o beijo com longos selinhos, ainda segurando o rosto dela. Os olhos estavam inebriados, vibrantes.. Julieta, sentia-se outra mulher, aquele fora o toque mais íntimo que tivera com um homem em toda sua vida, fora encantador.

Com seu atrevimento, ela ergueu sua mão limpando os resquícios de batom que ficara nos lábios dele. Mas ele se afastou, deixando-a com a saudade de seu calor...

Logo, a surpreendeu segurando sua mão, e colando em seu dedo um anel com uma pedra brilhante, e vibrante.

— Não quero que você fale mais assim de si mesma. - pediu. - O anel era de minha mãe. - sua amada e falecida mãe, a única mulher que tivera a oportunidade de amar, antes que seu pai o fizesse virar um homem tão fechado ao mundo.

Ela olhou para o mão enfeitada, e um riso simples surgiu em si. Aurélio, percebeu o anel um pouco folgado em seu dedo, e prometera que logo dariam um jeito.

— Bom, tenho que ir, esta ficando tarde. - beijou-a na bochecha, e logo nas costas de sua mão. - Boa noite.

— Boa noite. - ela murmurou. O observou se afastar e suspirou, no entanto, de repente ele virou-se novamente em sua direção.

— Quem era aquele.. que a acompanhava?

— Ah, Vitório.. Um amigo. - respondeu dando atenção para o seu anel, realmente, era deslumbrante.

— Tratarei de deixá-lo longe de você. - disse, e ela o olhou, mas ele já estava longe de seu alcance.

Quando adentrou sua casa, Julieta, percebera que havia duas mulheres totalmente curiosas e sedentas por informações sobre sua noite.

...

— Para quando está marcado o casamento, Afonso? - Aurélio perguntou.

— Bom, desde já, para daqui duas semanas.

— Então, marque para daqui um semana.

— Esta certo disso, senhor?

— Como o sol que a de nascer amanhã, Afonso.


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Notas finais do capítulo

obrigada pelos comentários as lindas que sempre estão comentando!! De verdade!!! ♥3333333