Digamos que o jatinho particular de Tony Stark era tal como o próprio dono.

Expansivo, exagerado, luxuoso. Stephen não poderia esperar menos, o trajeto era longo, afinal estavam indo de um oceano ao outro, mas o conforto e a companhia de fato era uma grande distração.

Talvez seria melhor se Stephen não tivesse tocado tão diretamente no assunto “verde”.

— Eu não sei muita coisa... — admitiu, enquanto uma comissária servia o drinque que provavelmente conhecia do seu patrão, perguntando posteriormente com toda cordialidade, o que Stephen iria querer.

— Pensei que tivesse algo a ver com isso. — o médico completou após solicitar o mesmo do anfitrião.

A moça educadamente os deixou a sós.

— Ah qual é, eu pensei que você esperasse mais de mim. Isso é uma bagunça, a ultima vez que um Stark trabalhou em experimento humano, foi criado o soldado que é até hoje símbolo da América.

Apesar do tom presunçoso e despreocupado, e de dizer toda a frase com sorriso no rosto, Stephen podia apostar que Tony não compartilhava com toda euforia do super-soldado. E o próprio médico era completamente indiferente ao assunto.

— Não me diga que o fabuloso Capitão América não enche os olhos do melhor neurocirurgião de Nova Iorque?! — Stephen recolheu seu ombro em uma defensiva metódica, tinha notado que Tony não nutria simpatia ao soldado perdido, mas não queria criticar deliberadamente algo que ele mesmo não faria.

— Apenas sou apático, não é ele quem salva vidas, então para mim é uma lenda atual, se foi útil no passado, ficou por lá.

— Boa colocação, doutor.

Após isso, qualquer assunto sobre super-humanos, Hulk ou Capitão América ficaram no passado. Tanto Tony quando Stephen eram homens de contextos variados, o intelecto muito superior à média permitia que ambos destilassem conhecimento e dissecassem qualquer assunto complexo.

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Pelo sorriso cravado de Tony ao adentrarem aquela mansão, o médico podia apostar que aquele cara estava no lugar onde realmente desejava, o bilionário agia como se finalmente aquilo fosse seu lar, era como vê-lo diferente de todos âmbitos sociais que já havia visto.

Estava até mais a vontade do que quando dividiam a cama.

— JARVIS, coloque algo legal. — o bilionário murmurou enquanto tirava a jaqueta que usava, encarando o médico ao fazer isso.

— Agora mesmo, senhor. — a voz mecânica foi substituída por um rugido de guitarra e bateria, em uma musica conhecida que combinava com o dono da mansão.

Stephen estava sentado no sofá soberbo e seus olhos não desviavam de Tony que se aproximava furtivamente.

— Ei Doc, I'm going down all the way... I'm on the highway to hell, highway to hell...

Talvez cantar não fosse a qualidade de Tony Stark, mas o médico nem prestava mais atenção, já que enquanto murmurava a letra acompanhando o som do AC/DC que tocava no ambiente, o homem havia apoiado cada um dos joelhos ao lado de suas coxas, e agora o neurocirurgião sentia o peso em seu colo.

Para seguidamente a boca que cantava se ocupar da sua. Essa irreverência e calor era o Stark.

O doutor Strange era adepto a músicas clássicas e eruditas, mas ali estava completamente excitado e entregue, seguindo o plano não combinado de levar a pegação para outros andares, ao som de um rock'n'roll.

Suas mãos metódicas apertaram o traseiro de sua companhia, e o sentiu sorrir em meio ao beijo. Mas sua investida não parava por aí, já que os dedos ousaram ao subir por dentro da camisa dele.

— Estranho, sei que meu sofá é bem confortável, mas você devia ver a cama que tenho aqui... — o dono da casa murmurou ficando de pé, e o médico ignorou qualquer trocadilho com seu nome, limitando-se a simplesmente segui-lo. Essa ainda era uma forma de conhecer o ambiente, certo?

Claro que não reparou em nada do quarto, sua visão era exclusivamente ao homem que tirava a camisa largando-a em qualquer canto do chão e se jogava na cama enorme.

O corpo de Stephen impulsionou para acima do de Tony, auxiliando quando o outro despresilhava sua calça.

— Sempre fico impressionado quando vejo seu corpo, é bem surpreendente pensar que um médico pode estar tão em forma. — o menor confirmou dando uma olhada muito evidente em todo material.

— É surpreendente também saber que alguém que se quiser não precisa fazer nada da vida porque já nasceu bilionário, pode ser tão gostoso. Que coisa, não?

— Hm gostoso, gosto desses elogios baixos vindos de uma boca com pronúncias antiquadas. — o Stark resmungou antes de gemer, pois agora era seu corpo que estava completamente nu na cama diante de um predador.

— Eu apenas sou polido, Tony. Mas não estou morto.

A mão de Tony escorregou entre o corpo deles, parando apenas quando encontrou o membro do outro.

— Ainda bem que você está bem vivo Doc, principalmente aqui.

Stephen fez um som que arrepiou todos os pelos do bilionário. E ainda assim afastou-se da cama, e ao se afastar, o Stark sentiu falta de aproximação.

Porém tinha agora a visão de Stephen Strange retirando o que restava de sua roupa, a pele límpida parecia brilhar, e contrastavam com o rosto avermelhado que ele ofertava.

E por falar em oferta, o médico também carregava uma orgulhosa ereção que não tinha defeito.

“Delicioso”. Era a única coisa que Tony pensava uma e outra vez.

E o medico fazia jus aos pensamentos do experiente Stark, qualquer conversa entre eles perdeu o fio quando a boca de Strange afundou em seu pescoço, e conforme ela escorregava mais e mais para baixo, Tony sabia que havia perdido o jogo, seja ele qual for.

Aquele homem sabia exatamente o que fazer com os lábios e a língua, mas era quando sentia os dedos dele submergirem lentamente em sua bunda enquanto aquela boca trabalha, que Tony ficava fora de si.

Tony Stark tinha fama de ser um bom amante, era uma fama verdadeira. Mas havia encontrado alguém a altura, queria tanto o calor que a relação crua deles trazia, podia dar tudo que esse homem quisesse, mas ele era alguém que tinha como única exigência o seu corpo a disposição, e o bilionário tinha prazer em lhe dar por completo.

Enquanto escutava o Stark pedir atenção completa, Stephen ocupava de colocar um preservativo com requinte, aproveitando para espalhar mais lubrificante em seu pênis e nos dedos que voltaram a se preocupar em deixar sua companhia à vontade.

Era um fim de semana inteiro e não estava a fim de comprometer nenhum dos dois.

— Ei abre mais sua perna para mim, baby. — o médico murmurou ganhando o espaço de desejava. Tony era pervertido na cama e isso não era novidade, mas a imoralidade de Stephen parecia uma surpresa pecaminosa, por essas e outras o Stark gostava tanto de dividir seu corpo com ele.

O prazer era certo.

E foi exatamente isso que restou quando o corpo de ambos fundia entre si, partilhando gemidos e frases que nunca seriam ditas em outra ambientação. A transpiração deles era uma mistura que provinha da compressão e investidas de toda atividade sexual.

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Após desfazer do preservativo usado, Stephen fechou o olho e respirou fundo, alongou o corpo e sentiu-se leve, saciado. Quando abriu novamente suas pálpebras, Tony não estava ao seu lado.

Levantou da cama e o chamou, não havia música, não havia nada. O médico então colocou rapidamente uma calça e andou até a sala de entrada, nenhuma coisa fazia sentido, ele realmente estava sozinho.

Chamou mais uma vez, chamou até o nome de JARVIS, mas era o mesmo que falar com a parede.

Andou um pouco mais até finalmente ouvir algo que não fosse o barulho do mar do lado externo da mansão, o som era de soldagem no metal. Resolveu seguir, descendo as escadas, viu se frente ao vidro que lhe separava da garagem, garagem essa que era igualmente completa e soberba. Tony estava ali trabalhando, e não parecia ter notado sua presença.

Stephen tocou o vidro que o espaçava do recinto e quando não obteve resposta, bateu no mesmo.

Ao invés de Tony Stark o escutar, foi o próprio Strange quem viu-se criando círculos brilhosos com as mãos, e eles foram responsáveis por abrir espaço até a garagem. Era como um portal que seus dedos criaram.

O Stark nem assim tinha se virado para ele, o médico já estava assustado o bastante, não entendia que inferno havia acontecido e como Tony nem apresentava atenção para naquilo.

Foi então que notou o que o bilionário fazia... Trabalhava atentamente em uma espécie de armadura humanoide, focado e alheio ao neurocirurgião ao seu lado.

Quando Stephen Strange ergueu a mão para o tocar, seus dedos tremiam terrivelmente e então viu-se puxado para algo que o despertou.

— Doc? Stephen? — Tony Stark estava a sua frente na cama, com um semblante preocupado.

Notou que suas mãos ainda tremiam de forma estranha e percebeu que ainda estavam ambos sem roupa na cama, um sonho...

— Pesadelo? — o outro indagou quando o medico ainda não tinha respondido.

— Acho que só o sonho mais estranho que já tive.

Tony levantou e foi até um frigobar de onde pegou umas bebidas, levando-as para a cama.

— Quer falar sobre isso?

Stephen o encarou, tinha sido um sonho real demais, droga!

— Que politizado...

O anfitrião sorriu e deitou novamente ao seu lado.

— Estou curioso, você começou a agir... Sei lá, me dava uns arrepios, não era medo, era só confuso estar do seu lado.

— Apenas um sonho onde eu estava fazendo magia com a mão, já aconteceu algo do tipo antes, apenas esse foi real demais e você estava... — pensou que seria idiota demais falar qualquer coisa, o cara a sua frente provavelmente se aproveitaria do fato de que o médio havia sonhado com ele. — Nada.

— Então se pensar bem você é um médio famoso, salva pessoas com suas mãos, olha estou usando uma psicologia aqui. — ambos acabaram rindo da tentativa de Tony ao explicar o sonho. — E posso comprovar que você tem dedos mágicos...

O sorriso morreu, dando lugar a uma tensão erótica no ambiente.

— Acredito que encontramos o real significado do meu sonho. — Stephen virou-se para ele, deixando a mão percorrer o corpo exposto do bilionário.

— Yeah, mas provavelmente eu ainda precise me recuperar de toda sua investida, Doc...

— Você foi o único a pedir mais. — o medico se defendeu, rindo de forma sensual.

— Oh, culpado então.

— Mas Tony, a gente pode inverter o jogo enquanto você se recupera...

O sorriso malicioso do gênio Stark deixava claro que aquela noite estava apenas começando. E não seria o estranho sonho de Strange que atrapalharia.