Agridoce escrita por Camélia Bardon, EsterNW, Teruque


Capítulo 1
Ausência de cores ou reunião de todas as cores?


Notas iniciais do capítulo

Camélia: Oioi pessoal, tudo bem com vocês? Sejam muito bem-vindos a Agridoce -q
É muita gente escrevendo uma coisa só, então, para facilitar, deixo aqui que
1) as autoras conversarão com vocês aqui nas notinhas e nos comentários em seus respectivos capítulos e
2) a ordem de postagem dos capítulos será por ordem alfabética dos paqueras e após isso os bônus, que não direi quais são MUAHAHAHAHA
3) o tema das one-shots são cores, pode estar ou não explícito no título.
??”-
Então, é isso por enquanto. A one de hoje é do Armin e as cores são preto e roxo. A inversão de nomes foi: De Armin para Eileen, de Alexy para Alexia e de Ken para Kennia. Espero que vocês gostem e se divirtam! Boa leitura ♥



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Quando eu o “conheci”, era um dia de sol. E eu odeio dias de sol, por isso me lembro. “Ora, Eileen. Por que odiar dias de sol?”, você pode perguntar. Lhe forneço motivos plausíveis:

a) sol faz calor, calor faz as pessoas suarem. Lei da natureza essa que já prejudica meio mundo, certo? Certo. Sofro em dobro por estar destinada a namorar as trevas;

b) minha pele é muito branca, se eu passar meia hora no sol faço cosplay de camarão cozido;

c) ar livre, contato com a natureza e seres humanos... ugh! Só de pensar, já me dá arrepios.

Minha irmã, em sua eterna mania de me contrariar, adora sol e pessoas. Só saio de casa obrigada, mas parecem que meus pais gostam de me ver em eterno sofrimento. Sempre que Alexia quer sair, eu tenho a penitência de acompanhá-la porque, segundo eles, “se deixarmos Alexia sozinha ela não volta mais”. Eu tinha uma sorte danada de nossa amiga Kennia tolerar ar livre até certo ponto.

Enfim, voltando à história? Era um dia de sol. Eu me lembro porque o sol atrapalhava meu rosto numa partida de LOL. Meu trabalho como suporte estava bem meia-boca hoje, eu teria de mandar uma mensagem privada para o meu adc para me desculpar pelo ocorrido.

— Alexia, feche essa janela só um pouco, não estou enxergando meio palmo na minha frente — pedi com jeito, mesmo sabendo que ia ser inútil.

— Isso é sinal que você precisa de óculos, meu amor — ela sorriu e continuou penteando seu cabelo azul tingido. — Vitamina D faz bem para a pele, viu?

Revirei os olhos e prossegui a partida. Calculei que faltava cerca de cinco minutos para ela se encerrar, então só deixei ir. Conquistamos a vitória om suor – muito suor – e esforço, e o som de vitória ecoou em meus ouvidos majestosamente. Lancei um sorriso cínico para Alexia.

— Até que para uma cega você joga bem — ela ergueu um sorriso irônico.

Mudei de cômodo com o notebook no colo e procurei o meu adc. Me deparei com um nickname feminino, então já cheguei na irmandade:

ERocket: Fala mana, desculpa o trabalho meia-boca hoje. Quer que eu te compense um dia desses?

A resposta veio em poucos segundos. Primeiro muitos risos e depois o texto.

MissP: Tranquilo, cara. Mas por que você me chamou de mana? Sou um cara, cara.

ERocket: Bom, o seu nick é feminino, Miss. E eu não sou um cara, cara. Sou uma mana.

MissP: Onde que Miss é feminino? Não, e você joga muito bem para ser uma menina.

Franzi a testa e fiquei entre rir e me sentir ofendida.

ERocket: Ahn... você sabe que Miss significa “senhorita”, não sabe? Inclusive, eu sou uma garota.

Anexei meu link do Facebook na aba e abri o mesmo. Em poucos minutos, uma mensagem chegou para mim, de um colega da escola, Priya. Pensei que estivesse vindo pedir alguma informação de alguma tarefa dada em sala – e se estivesse vindo, francamente, estava pedindo para a pessoa mais errada possível— mas ao abrir a mensagem me deparei com um texto singular.

ERocket, hein?”

Quase engasguei com a mensagem. Na verdade, fiz algo pior. Com o susto que levei, o notebook quase foi ao chão e Rocket, nosso furão que dormia quieto no canto, acordou de supetão e começou a correr pela casa inteira, derrubando seu pote de água e comida. Ouvi o grito de Alexia no quarto e preferi apenas abafar o riso do que ver o que tinha acontecido.

Fechei o notebook e ele permaneceu fechado até o início da outra semana. Senti tanta vergonha que decidi que só falaria com Priya na segunda-feira.

E foi isso que fiz.

Não éramos tão próximos, mas eu o admirava em muitas características. O achava muito inteligente e prestativo e, particularmente, muito bonito. Eu não fazia ideia se era a ascendência indiana, mas aquela pele cor de mel e olhos azul-esverdeado eram inegavelmente bonitos. Vê-lo na sala de aula naquela segunda-feira me fora um grande tapa na cara.

Ao me ver, Priya abriu um sorriso enorme e provocativo. Senti toda a cor – que eu já não tinha – se esvair de meu rosto.

— Bom dia, Eileen — cantarolou ele. — Ou eu deveria dizer... ERocket?

— Bom dia, MissP — devolvi a brincadeira. — Só Eileen já está ótimo.

— Por que? Você joga super bem.

— É, mas ninguém sabe que eu jogo LOL. Isso tecnicamente é vergonhoso — cochichei, o puxando mais para perto. Seu perfume de canela fez a cor voltar ao meu rosto, dessa vez em tom vermelho. — E você, por que nunca me contou que jogava?

— Você nunca me perguntou — piscou ele, me fazendo revirar os olhos. — Brincadeiras à parte, é tecnicamente vergonhoso mesmo. Mas, agora que sei que você joga, te chamarei para uma partida mais vezes.

Assenti com a cabeça e sorri discretamente. Priya caminhou ao meu lado, acompanhando-me até a sala.

— Sabe, eu sempre quis te perguntar uma coisa — disparou ele.

— Sério? O que?

— Por que você usa moletom e short? É bipolaridade corporal?

Gargalhei com o comentário e inspecionei minha roupa. Acabei por dar de ombros.

— Ah, geralmente eu pego a primeira coisa que vem pela frente. Alexia faz as compras. Eu... bem, sou um poço de preguiça ambulante.

Priya correspondeu a risada. Ficamos apenas nos encarando, parados entre as salas e os armários. Seus olhos brilharam ao correr a mão em meu ombro, enviando uma onda de calafrios por minha espinha. Sorri, tímida.

— Bem, é uma combinação aleatória de roupas adorável para uma pessoa adorável — ele me devolveu o sorriso, doce e gentil.

Andamos em silêncio até a sala, com nossos ombros se esbarrando a todo instante. Nenhum dos dois manifestou qualquer tipo de aborrecimento. Pelo contrário, a partir daquele dia nos aproximamos bem mais.

Devo dizer que não foi apenas o League of Legends que nos uniu. Mas o resto... bem, deixarei a encargo da imaginação de vocês.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que cês acharam? Contem para mim, amo conversar com vocês ♥



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