O resto do dia eu fiquei pensando nele, quando eu não estava pensando era porque tinham deixado minha mente muito ocupada não me deixando errar o que eu estava fazendo, porém mesmo assim ainda pensava nele e errava.

A noite ele não entrou, nem à tarde, eu fiquei inquieta, cada vez que vinham falar comigo, meu coração pulava dentro do peito, e quando eu via que não era ele, ficava de mau humor. Quando deu meia noite eu desisti e fui dormir, eu estava esgotada pelo meu dia, e se ficasse acorda por mais tempo era capaz de socar o próximo que viesse falar comigo. E como amanhã, ou hoje, seria sábado eu fiquei mais relaxada, ele falou que sempre ficava a tarde toda de sábado. Amanha seria um novo dia e eu ia conseguir falar com ele.

Era incrível o poder que ele tinha sobre mim, nenhum outro garoto teve esse poder, e ele um garoto que eu conheci no pior dia da minha vida, conseguia me deixar fora de orbita... Eu fico com um mau humor, com qualquer um, quando interrompem um pensamento com ele ou qualquer coisa que eu tivesse ligada a ele... Ele mexeu MUITO comigo, eu estou completamente hipnotizada.

Quando eu acabei esse pensamento, fui levada pela inconsciência, para uma noite cheia de sonhos estranhos, com ele, com lobos e vampiros. Mais é lógico, o que eu queria? Apaixonada por Crepúsculo como eu sou e ainda apaixonada pelo garoto que tem o mesmo nome que o meu lobo perfeito, digo, o lobisomem do livro.

Foram sonhos confusos, escuros, diferentes dos outros que eu já tinha tido, tinha um lobisomem, que quando se transformou virou o meu Jacob, eu não sei explicar como eu soube diferenciar, mais alguma coisa no olhar, aquele olhar maravilhado, com o qual ele me olha, e ao mesmo tempo estava angustiado...

Eu acordei nessa hora, simplesmente ficou tudo preto e eu acordei, eu estava chorando, mas não sei o porquê. Sentei na minha cama, tentando lembrar o sonho, mas eu não conseguia, só lembrava que tinha o Jacob como lobisomem, só que ele se transformava no Meu Jacob. Eu só me lembrava disso.\t\t

Eu peguei meu celular pra ver que as horas, 04h30min da manhã, eu não ia conseguir dormi de novo, essa era a verdade, pra ligar o computador,minha mãe iria me matar e a pessoa com quem eu precisava, queria falar estaria dormindo a essa hora, então o melhor a fazer era ouvir musica. Mais eu bem que podia ligar meu Ipod na internet neh?

Como eu sabia, ele não estava eu sai do MSN e fiquei no Orkut dele, vendo a foto do perfil dele, porque não tinha nenhuma no álbum. Eu cheguei a perguntar e ele falou que não gostava, achava que por mais que tivesse a parte da privacidade que só os amigos vêem, ele preferiu só por a do perfil. Eu ainda ia fazer ele colocar alguma foto naquele álbum, já tinha até começado a minha missão...

Quando deu 6h minha mãe levantou, eu dei um tempo, e também levantei, não agüentava mais ficar na cama sem fazer nada. Eu fui pra cozinha...\t\t

– Está tudo bem filha? – minha mãe perguntou assustada por eu já estar de pé.

– Sim, é que me deu insônia, e eu já não agüentava mais ficar no quarto sem fazer nada, e eu vi que a senhora já tinha levantado. – eu dei de ombros, eu não precisava citar que eu tive um pesadelo, ainda mais que eu não me lembrava direito.

– Quer que eu prepare seu café?

– Quero sim.

– O que você quer comer filha?

– Acho que panqueca com cobertura de chocolate e suco de manga. – eu adoro suco de manga é um dos meus preferidos, e panqueca é minha preferida pro café da manhã.

– Ok. Senta ai enquanto eu preparo.

A gente ficou conversando enquanto ela preparava.

– Pronto está aqui.

– Obrigada, mãe.

Ela também se sentou à mesa, e a gente tomou o café juntas, conversando, brincando e dando risada. Meu pai logo levantou e se juntou a gente, tomando café.

Quando eu acabei eu falei que ia arrumar o meu quarto, e sai da cozinha. Eu ainda não tinha conseguido esquecer meu pesadelo, mais também não entendia o porque deu não conseguir esquecer, tinha alguma coisa nele, que me fazia ter medo, do que ia acontecer no futuro.

Eu entrei no quarto e liguei meu computador, e fui arrumar minha cama. Quando o computador ligou, eu fui até lá, e liguei meu MSN, ele não estava online, também às 7h, quem estaria acordado? Nem eu estaria.

...

Meu final de semana passou tranqüilo, tirando meu pesadelo. Consegui falar com ele no sábado, mais foi muito pouco, e domingo eu falei mais com ele.

Eu fui dormi cedo, porque não tinha muita coisa pra fazer, e ele não estava online mesmo. Eu to ficando neorotica, mas eu não sei evitar, eu não tiro ele da minha cabeça.

E mais uma vez eu fui pra inconsciência, agora toda noite, eu tinha sonhos, alguns se repetiam outros não, em uma só noite eu tinha às vezes, até três sonhos. Eu já estava ficando cansada, se em três, quase quatro, noites já estava assim, só ia piorar.

...

Eu acordei com a minha mãe chamando, ela logo saiu do quarto. Fui levantando devagar, peguei minhas coisas e fui para o banheiro tomar banho. Não enchi a banheira, porque ia demorar muito, lavei minha cabeça. Sai do banho, enrolada na toalha e fui pro meu quarto, escolher minha roupa. Depois de escolhida, eu coloquei um roupão e fui para a cozinha tomar meu café, que já estava todo pronto. Minha mãe sempre ia me acordar, enquanto eu tomava banho, ela preparava meu café, e depois saia.

Quando eu acabei meu café da manhã, panqueca com suco, eu amo, eu sempre como isso no meu café da manhã, eu lavei a louça, fui acabar de arrumar minha bolsa, colocando meu celular e meu IPhone, e fui me arrumar. Coloquei uma blusa regata branca, com listras coloridas, uma calça jeans, um tênis preto da RN e um brinco de argola. Depois de colocar a roupa entrei no banheiro de novo, penteei meu cabelo, passei um lápis de olho, rímel, um pouco de Blush, para dar um ar de corada e um gloss.Fui para a sala pegar minhas chaves com um dos meus chaveiros de Crepúsculo, dei mais uma olhada no visual e sai, pra pegar o elevador, e esperar a Mari, ela sempre passava para me pegar.

Ela chegou rápido, ela quase nunca demorava.

– Bom Dia Manu!

– Bom Dia! Bom Dia Tio!

– Bom Dia sobrinha 3!

Como eu e as meninas temos a mania de chamar ele de tio, ele chama a gente de sobrinha, desde a primeira vez que a gente chamou ele de tio e ele numerou as sobrinhas dele. Na hora a gente deu muita risada, com a explicação doida dele.

– E ai como foi o Final de Semana?

– Parado, chato, tirando o fato de ter falado com um amigo que eu não vejo a algum tempo. – Menti, porque não quero ter que explicar. – E você?

– Foi legal, fui ao shopping e só. – ela virou pra trás, me olhou, e soltou. – Por um acaso esse “amigo”, foi o Jacob?

Eu olhei pra ela, sem conseguir responder.

– É pela sua cara... Foi. Você está gostando de verdade dele, neh?

– Ai! Eu não sei...

– Você está sim, gostando dele. Você só não consegue admitir.

– Ah, Mari. Eu não sei, mais eu acho que sim. – ela abriu o sorriso dela ‘Eu sempre tenho razão’ – Mais não fala nada, pras meninas, na hora certa eu falo, ou se elas deduzirem antes, como você.\t

– Ok. Você sabe que pode confiar, neh?

– Eu sei amiga. Valeu.

A gente chegou rapidinho, com o pai dela dirigindo.

– Tchau Pai.

– Tchau Tio.

– Tchau filha. Tchau sobrinha 3. Tenham um bom dia.

– Obrigada. – a gente falou junta, e demos risada.

– Mari, por favor, não fala nada.

– Pode deixar.

POV Mari

Se a Manu soubesse como o olho dela brilha quando ela fala do Jacob. Ela simplesmente não consegue se controlar, só falta ela babar por ele.

Só quero ver como vai ser quando ela ficar na mesma classe que ele.

Eu sinceramente, espero que ela não se machuque, por mais que eles fiquem lindos juntos, ele tem cara de ser o maior galinha. E eu sei que ela não está preparada pra isso.

POV Manu

A gente bebeu água e fomos para a classe, e como sempre quando a gente teve que ouvir gracinha, enquanto passávamos. Todo dia era a mesma coisa, se estava todas nos juntas, ai era um pouquinho pior. E em geral todos que mexem com a gente são das outras classes, e o Felipe, é claro.

– Hello, meninas. – eu falei assim que eu entrei na classe.

– Nossa, estamos de bom humor. – a Gabi já chegou perguntando. Gabi será sempre Gabi.

– Sempre neh. – e dei risada.

– Sinto Love no ar...\t\t

– De quem? – eu perguntei na maior inocência possível.

– Jura que você não sabe?\t\t

Quando ela falou isso, eu senti um perfume maravilhoso, eu olhei na direção. E quem era?? Sim era ele. Não preciso nem dizer, que a Fê e a Gabi se mataram de dar risada, neh. A Mari se segurou no começo, mais depois caiu também na risada. Ele andava e não parava de me olhar, e como era o professor que escolhia as duplas, e eu era a única que não tinha dupla, ele sentaria comigo. O professor não deixava o nosso quarteto junto, ele falava que não era produtivo para a aula. Eu mereço neh.

– Você sabe com quem ele vai sentar?? – a Fê perguntou se fazendo de desentendida.

– Eu acho que tenho uma ideia... – meu estômago dava voltas e mais voltas, já estava me dando até gastrite. Eu descobri ano passado que eu tenho gastrite nervosa, e essa é uma situação que me deixa com gastrite.

O professor estava bem atrás dele. – Sr. Black, sente-se ao lado da Srtª Thompson, que está sozinha.

– Ok.

Ele andou até a minha direção, todas as meninas estavam suspirando e ao mesmo tempo me fuzilando, como eu queria dar risada, é claro que aquelas três pessoas, que me amam de paixão, não paravam de rir.

Dá pra vocês três pararem de rir? Que saco.

– Você não tem noção, de como está hilário, todas as meninas estão suspirando, querendo estar no seu lugar, e querendo te matar. Ainda mais porque ele só tem olhos pra você, ele só parou de te olhar pra olhar pro professor.

– Você quer saber uma coisa Fê?? – Ela assentiu, não conseguindo falar de tanto que ela ria. – Eu não daria nada pra sair daqui. – dei uma piscadinha e ri.

– Ui! – as três falaram juntas.

– Todos sentados, a aula já começou. E se possível as quatro pararem de falar e de rir.

– Ok, professor. – a gente olhou uma pra cara da outra, e caímos na risada de novo, recebendo um olhar irritado do professor. Começamos a prender a risada enquanto ele começava a falar.

– Bom Dia! Já vi que hoje você está de bom humor. – ele comentou baixo, enquanto se sentava ao meu lado.

– Pois é neh. Quando você tem tudo o que você quer, não tem como ficar de mau humor. Eu só gostaria de mais uma coisa pra ficar ainda mais feliz...

– O que você tem? – ele perguntou curioso.

– A melhor família, as melhores amigas... – eu não terminei, mas completei mentalmente. – e o melhor salvador.

– Hm... – ele murmurou. – E o que você gostaria pra ser mais feliz?

– Não posso falar. – eu fiz uma cara de não poder fazer nada.

– Poxa... – ele fez uma carinha triste, hiper fofa. – Eu salvei a sua vida...

– É muito injusto você usar isso contra mim.

– Por favor?? – ele fez cara de cão sem dono. Ai! Assim eu morro Meu Deus. Como ele consegue ser tão perfeito?

– Hmm...

– Vocês querem um chá com bolacha? Ou alguma outra coisa? – Salva...

– Na verdade professor eu acabei de tomar café da manhã, mas daqui apouco, pode até ser.

Como eu odeio quando tiram com a minha cara. Toda a classe caiu na risada.

– Srtª Thompson, não me desrespeite, ou vai para a diretoria. Eu posso continuar a aula?

– Pode sim professor. Não iremos mais conversar. – ele respondeu por mim, antes que eu falasse mais alguma coisa.

A aula foi muito chata, não pude mais abrir minha boca, que o professor não tirou o olho de mim. E pra melhorar passou um trabalho gigante, e ele que escolheu os grupos.

O meu era: Mari, Gabi, Fê, Felipe e Jacob.

Ao menos eu tinha minhas melhores, se não aquele professor ia ver só. Como ele sabe que se ele separa a gente nenhuma de nos faz nada, então ele nem separa mais. Ainda mais depois do escândalo que a gente fez, com direito aos nossos pais e tudo, ele não se arrisca mais.

– Faltam ainda 10min de aula, vocês podem sentar com os seus grupos, e começarem a organizar o trabalho. E a data de entrega será até daqui a um mês.

Começou todo mundo se levantando, a Mari sentou na minha frente, e Felipe estava vindo, a Fê e a Gabi também. Gabi simplesmente, chegou, olhou pra Mari, olhou pra Fê e sentou no meu colo.

– Ai! Gabiiiiiii.

– Eu não vou sentar com o Felipe. – eu fuzilei ela.

– Jacob, faz um favor pra mim?

– Faço, sim. Qual?

– Senta com o Felipe, please. Se não a gente não vai conseguir fazer nada, porque a Gabi não colabora... – enfatizei bem o Gabi.

– Ok. – ele me olhou, chegou perto e falou no meu ouvido. – Mas não é interessante, eu prefiro sentar com você.

Eu tremi, ele tinha que parar com essa mania de sussurrar no meu ouvido, eu ficava toda arrepiada. Ele levantou e deu risada. Argh! Ele sabia muito bem que mexia comigo.

– O que ele te falou, Gata?

– Argh! Eu já falei pra você NÃO me chamar de gata. E não te interessa, é entre mim e ele.

Eu olhei pra ele e depois dei uma olhada pro Jacob, ele me olhava daquele jeito, e deu uma piscada pra mim, só a Gabi viu, além de mim, e ela soube disfarçar.

– Então vamos começar...\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t\t

– Vamos. Eu pensei em fazer... – a Mari se empolgou, e começou a explicar.

Eu só estava prestando atenção parcialmente... Como ele conseguia ter esse poder sobre mim? Nenhum dos que eu já gostei até hoje, fizeram isso comigo. E eu o conheço a quanto tempo? 1 semana, menos até. Ele deve ter um monte de garotas atrás dele, e eu seria o que só mais uma? Não, eu não quero e nem vou ser só mais uma.

– MANUUUU? – eu ouvi três vozes berrando.

– Oi, credo precisa gritar? Suas loucas.

– Manu, a gente te chamou quatro vezes. – Mari falou delicadamente.

– Está tudo bem? Você estava com o olhar perturbado. – eu olhei pro Jacob. O que eu ia responder, “Ah, sim. Eu só estava pensando em como você meche comigo.” Não rola, neh.\t

– Está sim. Valeu. Por que vocês berraram?

– Eu sei que você estava pensando em mim, mas onde a gente pode se reunir, gata?

– Argh! Quantas vezes eu vou ter que falar que eu não sou sua nem vou ser sua gata? Mas em fim, antes que eu quebre a cara dele, pode ser na minha casa, esquema de sempre. – olhei pras meninas e deram risada comigo.

– Eu acho ótimo, e ai vocês topam. – Gabi falou toda entusiasmada.

– Siiim! – as meninas fizeram coro.

Eu olhei pro Jacob.

– Sim, pra mim o que vocês decidirem, está ótimo. – eu sorri pra ele, que retribuiu.

– E você Felipe? – perguntei entediada.

– Vou sempre onde você quiser, gata. – ai que ódio.

O sinal tocou, para minha felicidade.

– Espero que vocês tenham usado esse tempo para organizar o trabalho de vocês. Lembrando eu quero o trabalho pra daqui a um mês, quem não me entregar fica com dois zero. – todo mundo fez cara de espantado. – o trabalho também terá a apresentação, e quem não entregar o escrito, não se apresenta.

– Professor?

– Sim, Srtª Thompson.

– A gente pode escolher como vai ser a apresentação? Por exemplo, se eu quiser fazer slide ou um DVD, eu posso?

– Claro, vocês podem escolher o que quiserem, pode até ser cartaz, porém eu quero uma coisa muito bem feita.

Ele saiu e deixou a gente sozinhos, enquanto o outro professor entrava. O dia passou muito monótono, os professores deixaram como estava então eu fiquei o dia todo com o Jacob, conversando e brincando. Ele era perfeito demais, até quando não queria.

Finalmente o sinal do intervalo tocou, e a gente começou a arrumar as coisas pra descer...

– Manu, meninas?

– Oi... - a gente falou ao mesmo tempo, e demos risada.

– Posso ficar com vocês? Eu ainda não conheço ninguém, as únicas que eu conheço é vocês...\t

– Lógico, que pode Jacob. Só que você vai ficar meio doido com a gente. – a Fê falou e deu risada.

– Tudo bem eu supero. Mais se lembrem que eu estou perto. – ele falou zuando com a gente.

– Olha lá, hein, seu Jacob. Quando se começa a andar com a gente, não tem volta, viu?? – eu falei toda metida, com autoridade e sai andando.\t\t

Ele segurou meu braço e me virou. – E quem disse que eu quero voltar??

Eu olhei em choque, ele falou aquilo de verdade. – É incrível como é fácil te entender só de olhar nos seus olhos.

As meninas também estavam sem fala, olhando de uma pra outra.

– Er... Então vamos descer??

Todos assentiram e a gente desceu.

– Diz pessoal?

– Oi Gustavo. – A gente falou juntas, era sempre assim, e demos risada.

– Nossa vocês não perdem a mania, de falar juntas, não?

– Gustavo, esse é o Jacob...

– O que não deixava você cantar?

– O próprio. – o Jacob respondeu, e deu risada com o Gustavo.

Eu só senti minha bochecha ficar vermelha.\t\t\t\t\t\t\t\t\t

– O que vocês vão fazer?

– Eu tenho que me alimentar o médico... – eu parei no meio da frase. – meu pai falou que eu estou comendo pouco, vê se pode. – dei um jeito de soar com indiferença.

– Então vamos.

As meninas trocaram um olhar significativo e o Jacob me olhou, e depois pra elas. Era horrível eu deixar escapar o que não podia. Mais acho que ele não percebeu.

– Manu?

– Fala, Jacob.

– Posso falar com você?

– Pode.

– Gente vamo indo, quando ele acabar de falar com ela, eles alcançam a gente. – a Mari falou, antes de falarem algo.

A gente esperou eles terem uma dianteira e ele me perguntou...

– Por que o medico falou pra você se alimentar direito?

– Não sei bem... Tem haver com o que aconteceu, e ele falou que eu não estava mesmo me alimentando direito. – fiz uma cara de insatisfação. (N/A eu imaginei essa cara --‘ , porém não necessariamente com um significado de ‘que saco’)

– Manu... – ele falou com reprovação. – Se cuida, por favor, ele não pediu muita coisa, e pra ele ter falado, é porque você já vinha fazendo isso a um tempo...

– Tipo... – eu o interrompi. - Eu tenho dois complexos: 1º com a minha altura, por ser a mais baixa. E 2º com o meu corpo... Me Deixa terminar – falei quando eu vi que ele queria me interromper. – Eu sei que todos falaram, ‘você tem um corpo perfeito’, ‘muitas dariam tudo pra ter o seu corpo’ e blá blá blá, mas eu sempre me achei gorda, e que eu poderia ser mais magra. E eu tento de tudo pra emagrecer, e não consigo. E eu estava em uma de reduzir minhas alimentações, tipo, eu não consigo tomar café da manhã, eu acordo enjoada, ai eu almoço, e não janto porque estou sem fome. E eu já até desmaiei...

– Manu, eu não acredito. – ele estava incrédulo, e eu via pelo seu olhar que ele estava nervoso, as mãos tremiam um pouco. – Não faz isso, eu não vou falar por falar. Mas você é perfeita, tem tudo do jeito que devia, e não precisa mudar nada, é melhor do que muitas. Por favor, não faz isso mais. Você é maravilhosa, de verdade.

– Eu não estou mais fazendo, relaxa...

– Não é relaxa, você não está fazendo agora, quando você melhorar de todo, você vai voltar a fazer. Eu tenho uma irmã, eu sei o que eu estou falando. Promete que você não vai fazer isso de novo?

– Prometo. – eu falei, mas não sabia se ia cumprir.

– Você está mentindo, dá pra ver no seu olhar. – ele me lançou um olhar irritado.

– Eu não...

– Você está sim, e você sabe disso.

Eu olhei pra ele, e não falei nada, só fui andando pro refeitório para eu poder comprar alguma coisa.

– Desculpa. Não foi a intenção falar assim com você. – no olhar dele passou uma dor, angustia. – É que, desde que eu te conheci, eu me preocupo muito com você, você não tem noção de como é especial pra mim, eu só quero o seu bem.

Eu queria entender porque ele falava comigo, com toda essa intensidade era como se ele escondesse algo.

– Eu sei. Mas, poxa, machuca, todo mundo fala isso pra mim...

– Manu você não precisa disso, seu corpo é lindo. – ele chegou mais perto e falou mais baixo. – E sem querer te deixar envergonha, mas eu já te vi praticamente sem roupa.

Eu corei, eu não lembrava e nem fazia questão de me lembrar disso.

– Prefiro não me lembrar disso. – eu falei muito envergonhada.\t\t

– Desculpa, mesmo, não queria te deixar assim. – ele apontou pra mim. – Mais você fica linda, toda vermelha e corada.

– Jacob, para, deixa eu ir pro refeitório, eu realmente preciso comer alguma coisa.

– Lógico, e eu vou te ajudar a se alimentar.

– JACOB. – eu o repreendi.

Que lindo, agora além dos meus pais e do médico, tem ele pra ficar no pé, eu mereço mesmo viu.

Ele foi comigo, e esperou eu escolher o que eu ia comer, eu peguei uma latinha de coca e um sanduiche, não estava a fim de comer muito, depois, a gente foi pra mesa deles. Eles estranharam termos demorado tanto, mais eu falei que na verdade foi à fila que estava grande, porque da onde eles estavam não dava pra ver.

O resto do dia foi assim, a gente ficou junto, até onde dava, e foi legal, porque ficou ao todo seis, e a gente conseguia andar e sentar em duplas.

Quando as aulas acabaram, as 15h, fomos todos juntos, pelo mesmo caminho, já combinando de sentarmos juntos no almoço. O trabalho tinha ficado pra daqui a uma semana.