Com amor, Lutávio escrita por Le petit prince egoiste


Capítulo 12
[+18] A chave do seu corpo


Notas iniciais do capítulo

O que levou Luccino a deixar de chamar Otávio de Capitão?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/765435/chapter/12

“Oh, obrigado, Capitão Otávio”.

Luccino chegou à oficina com uma caixa de ferramentas enorme e mais algumas peças que poderia reaproveitar em outras carroças e automóveis. A luz da tarde já traçava sua despedida, e a oficina cerrava-se numa penumbra substancial. Otávio deixara a porta aberta para Luccino passar, já que estava com as mãos ocupadas. Sentou-se numa carroça qualquer e observou os movimentos do italiano a arrumar o local de trabalho.

“Quer dizer que depois de oitenta e quatro anos e senhor Luccino resolveu tirar as teias de aranha da sua oficina?”

Luccino olhou para ele, desconfiado.

“Eu sou uma pessoa organizada.”

“Deu para perceber.”

“Não faça troça de mim, capitão. Um dia o senhor pode nem perceber e já estará junto da minha confusão.”

Otávio riu.

“Venha cá. Pare com essa andança. Depois ajudo você a bagunçar tudo de novo”.  

Luccino largou as ferramentas de mecânico e se sentou do lado oposto ao de Otávio na carroça. O capitão pareceu desapontado. Com as mãos, apontou o lugar onde o mecânico deveria sentar - no espaço ao lado do dele.

“Muito pequeno para mim, não acha?”

No que o capitão devolveu:

“Quanto menor o espaço, maior a proximidade.”

Luccino se arrumou na carroça e ficou esmirrado ao lado do corpo do capitão, demonstrando desconforto. Ele fez uma expressão tão engraçada que o capitão não segurou o riso. O italiano cruzou os ombros, amuado.

“Ora! O senhor tirou o dia para fazer-me chiste!”

“Homem, é só pedir e eu abraço você. Assim seu corpo fica mais livre.”

Luccino ruborizou.

“Ou podemos simplesmente sair desta carroça.”

Otávio refletiu algum tempo.

“Já sei. Você fica do lado de cá e eu do lado de lá.”

Então, os dois se arrumaram na carroça. Otávio ficou no alto e Luccino embaixo. Assim, eles poderiam estar próximos e conversar melhor. As frestas do telhado da oficina iluminavam partes do rosto de Otávio que Luccino não havia reparado, e em Luccino davam contornos às suas feições amorosas, gentis. O capitão queria desesperadamente manter qualquer espécie de contato com o mecânico, mas, sobretudo o físico.

“Se eu soubesse... Não teria lhe dado a chave da oficina. Assim você acha que pode fazer pouco de mim...” Luccino brincou, fazendo um bico. Otávio se levantou bruscamente da sua posição na carroça, a olhar para um apavorado Luccino por cima. Seu susto lhe causava um arco irreconhecível nos lábios, a não ser pelos olhos atentos do capitão. E este fato o tornava terrivelmente convidativo a um beijo.

“Eu faço pouco de você? Hum?” Otávio sussurrou.

Luccino respondeu baixinho, impactado pelo ar que ia e vinha do capitão.

“Faz. Faz pouco de mim. Porque poderia fazer muito mais do que faz.”

“Ah é? Que é que eu poderia fazer mais por você?” Otávio foi assertivo, olhando para os lábios de Luccino e respirando com dificuldade. Ele se ajeitou na carroça para prender as pernas de Luccino perto das suas.

Pairava na oficina uma agonia silenciosa. Ou era o silêncio que agonizava? Luccino enrijeceu seu corpo quando os joelhos de Otávio friccionavam com suavidade a região das suas coxas, massageando-os ali com a clara intenção de deixá-lo excitado.

“Saia de cima de mim” Luccino pediu.

“Não é isso que você quer”

“Como você sabe o que eu quero?”

“Seu corpo não te deixa mentir. Todo ele me diz... Que você me deseja.”

O rapaz italiano, assim, afrouxou as defesas. Otávio e ele passaram a se olhar longamente pelo que pareceu incontável dentro de uma fração de tempo. Até que Otávio, ainda em cima de Luccino, deixou que seu tronco tocasse o dele, embora ainda estivessem de roupas. Tal perspectiva lhe irritou, e com a mesma voracidade de antes, afastou o tecido da gola da camisa de Luccino para ver o osso protuberante, para compreender aquela parte de seu corpo que fazia curvas tão delicadas. Pensando nos demais caminhos do mecânico, Otávio levou a boca ao pescoço de Luccino, que gemeu ao seu mero toque gelado. Tal movimento fazia barulhos de sucção que reverberavam na palidez da oficina. Luccino sentia todos os pelos se eriçarem. O capitão beijava sua área sensível fazendo movimentos circulares com a língua, e o bigode raleando por ali só aumentava seu prazer.

“Você gosta?” Otávio perguntou, pedindo licença para continuar.

“S-Sim.” Luccino murmurou entre uma respiração e outra.

“Você quer?”

“Eu preciso...”

Otávio sorriu, aura amarelada sob a luz dourada do sereno. Luccino ergueu a cabeça em direção aos lábios de Otávio, buscando toque e sentimento misturados no corpo do capitão. Apanhou com os dedos um punhado dos cabelos da nuca do rapaz, pressionando sua cabeça contra a sua enquanto o corpo de Otávio tombava definitivamente para cima dele. Tudo que os impediam agora eram suas próprias roupas. Luccino continuou a beijá-lo, levando as mãos dos ombros às costas, das costas para a cintura e da cintura para as nádegas, procurando tocá-lo com força como se ali pudessem unir-se em uma só carne. Otávio, enquanto isso, buscou a camisa de Luccino, começando por penetrar seus dedos por baixo do tecido e passando até o tronco, para em seguida levantá-la até onde o rosto do italiano estivesse escondido.

Assim, passou a concentrar-se em suas calças, medindo o ritmo da ansiedade do italiano pelo vai e vem de seu peito. O mecânico estava de mãos para cima, rendido, muito embora ansioso, e enquanto Otávio o devorava com os olhos, seu peito dava sinais de calma. A língua de Otávio percorreu todo aquele caminho, seus dedos posicionados estrategicamente na região escondida pelas calças, quase alcançando tão sonhado caminho de seu membro. Luccino havia gostado daquele mistério, e via a sombra de capitão Otávio a se deleitar em seu corpo através do tecido da camisa, recém emprestada do próprio capitão e através do qual poderia sentir seu cheiro. Seu toque era o que mais desejava há tempos.

Otávio, de olhos fechados, explorava o corpo de Luccino, sentindo seus ralos e delicados pelos corporais lhe acariciando com alguma selvageria. Seu tronco empurrava o tronco de Luccino para trás, e entre as penas o capitão ia sentindo sua excitação crescer cada vez mais. Ele sugou os mamilos do mecânico assim que os tocou, arrancando gemidos do rapaz.

“Oh, capitão...”

“Olhe para mim.” Otávio retirou a camisa de Luccino por completo, deixando-a cair de qualquer jeito. Seus olhos negros, toda a sua parte de cima vulnerável, o corpo se mostrando como era. “Luccino... Eu amo amar você...”

“Eu amo você me amando...”

“Me ame melhor”, Otávio soprou em seus ouvidos numa voz grave.

“Então tire minhas roupas.”

Luccino o cercou com os olhos. Otávio tornou a beijá-lo para em seguida desabotoar suas calças moles de mecânico. Atentou-se para o corpo do italiano, que começava a suar e ser delineado pela penumbra da oficina. Foi desabotoando devagar, sentindo que Luccino aguardava com ansiedade o momento em que Otávio chegaria ao seu órgão. Depois, as roupas íntimas, até que as mãos de Otávio chegaram à última peça para visualizar seu italiano por inteiro... Luccino o olhava, ansioso. Otávio levou as mãos ao membro circuncidado, levando-as para cima e para baixo, sentindo-o rijo entre os movimentos enquanto Luccino gemia alto. O capitão deu leves beijos e sugadas na região da glande, falando ao pé do ouvido:

“Meu bem... Vou levar você pra outro lugar.”

Luccino assentiu e foi carregado até a cama próxima, onde o italiano dormia desde que fora expulso de casa. Lá, ambos ficariam mais confortáveis. O mecânico dava pequenas mordidas em Otávio, agarrando seu pescoço como em garras e deixando por ali algumas marcas vermelhas. Ele reparou que o capitão ainda trajava boa parte das roupas enquanto ele se encontrava totalmente vulnerável.

“É justo para você?” Ele perguntou quando se deitaram.

“Amar alguma vez foi justo, Luccino?”

“Capitão Otávio, eu quero você como você é. Por inteiro.”

“E é o que você terá. Mas terá de lutar por isso.” Otávio respondeu, seus olhos faiscando prazer.

Luccino fez-se de bravo. Derrubou o capitão, ficando ele desta vez por cima.

“É assim que o senhor quer? Quer do jeito difícil?”

“Difícil pra você ainda me ver vestido, não é?” Otávio debochou.

“Oh, com certeza é.”

“E o que está esperando?”

Luccino fingiu ofensa. Com raiva, abriu o uniforme do capitão com tudo, os botões pularam para quaisquer lados, barulhando no chão de madeira. Otávio estava surpreendentemente calmo e ele queria dissipar essa tranquilidade.

Luccino foi em direção aos seus lábios e os mordiscou. Em seguida, cheirou o pescoço de Otávio, fazendo propositalmente com que seu nariz e sua boca fossem tocando aquela região onde a barba anterior fazia a pele áspera. O capitão fechou os olhos, soltando o ar. O italiano foi em direção às suas calças, rindo de satisfação. Otávio o seguia com os olhos sem nada dizer. Luccino acariciou o volume entre as pernas, fazendo o capitão se retesar no colchão. E continuou a fazer o movimento em plena satisfação, o membro de Otávio a pulsar em sua palma, escondido pelo tecido. Luccino retirou-lhe as calças, e sabia que seu corpo inteiro e quente queria bem mais. Ele levou à boca até a roupa íntima de Otávio, sugando o membro sem revelá-lo, para a loucura de Otávio, que implorava por pele contra pele. Luccino prosseguiu em sua tortura chinesa, levando a língua para região ao redor do pênis de Otávio, levando-a em linha reta de alto ao baixo. Ele ia notando o volume aumentar a ponto de explodir.

Otávio gritava seu nome em êxtase.

“Satisfeito, capitão? Você nunca quis provar dos meus métodos, não é?”

Otávio fuzilou-o com os olhos.

“Faça...” Falou, entre um gemido e outro. “Faça agora. Seu capitão é quem está mandando.”

Luccino riu.

“Você não faz ideia do quanto eu posso ser desobediente. Mas agora sim teremos uma luta justa”

Luccino observou cicatrizes no corpo de Otávio, aqui e ali. Passou suas mãos por todas elas, beijando-as para sacramentá-las. Otávio admirou a delicadeza de seus movimentos enquanto ele chegava a seu membro e ali o tomava por completo com a boca. Fazia movimentos de sucção e, por trás, massageava suas nádegas para lhe arrancar suspiros. Luccino gostava das sensações que a voz de Otávio lhe atravessando o corpo causava, para ouvir cada resposta, para se sentir palpitando de desejo a cada gemido que ousava dizer seu nome.

“Luccino...”

“Sim?”

Mas em resposta, gemidos altos. Luccino, para provocar mais um pouco, posicionou seu membro na abertura do bumbum de Otávio, mas sem empurrá-lo para dentro. Levantou, ficou ao pé da cama enquanto deixava Otávio em posição de quatro no colchão. Luccino queria levá-lo ao limite e apenas sugeriu que ia introduzir seu pênis em Otávio. Realizava movimentos com o quadril e deixava apenas a ponta, a glande, penetrá-lo.

“Oh... Lucci...”

“Hum...” O italiano fechou os olhos, os movimentos de vai e vem prosseguindo.

Otávio aproveitou a distração para encurralar Luccino. Quando o italiano percebeu, as mãos de Otávio estavam suaves em seu pescoço, e seus olhos dominadores o viam com ares de vingança e sedução enquanto ele era prensado contra a parede.

“E agora, italiano?”

Luccino o olhou com lascívia.

“Agora você faz comigo o que quiser”.

Otávio mordiscou os lábios, levando uma mão à nádega de Luccino enquanto a outra assegurava que ele ficaria com a cabeça parada, o corpo preso frente à dominação do seu. Luccino gemeu, levando a cabeça para o alto e se soltando de Otávio. Seu corpo foi para frente dele, e os dois se atracaram, corpo a corpo, num beijo acalorado e molhado, cujos únicos sons constavam nos estalos de suas línguas e em seus corpos se esfregando com calor. Otávio ia bagunçando os cabelos de Luccino, sugando os lábios, beijando seu pescoço e lhe colocando contra a parede várias vezes, fazendo com que o italiano experimentasse a sensação de algumas estocadas.

“Seja meu. Por favor.” Otávio pediu.

“Sou seu. Me faça seu.”

De pé, Otávio colocou seu membro dentro da abertura de Luccino, tomando cuidado para lubrificá-la com a língua. Luccino se revirou quando a língua do capitão penetrou sua abertura. Gemeu. O capitão, percebendo que ele havia relaxado, iniciou suas estocadas. Luccino se sentia dolorido, mas tinha certeza de que aos poucos a dor melhoraria, e o capitão estava sendo cuidadoso, indo devagar à medida que sentia que o mecânico recebia bem seus movimentos. Otávio levou suas mãos aos mamilos de Luccino enquanto o estocava, massageando a região sensível e lhe arrancando o nome da boca.

“Fale. Fale meu nome, querido. Grite meu nome”

“Capitão... Otávio... Eu...”

“Eu não sou mais o seu capitão.”

“Oh, capitão... Meu capitão...”

“Otávio”, vociferou, a voz exausta e inebriada. “Diga Otávio”.

E Luccino o respondeu, “Otávio”, com uma leve mordiscada na orelha que fez seu capitão ir á loucura. Sentir Otávio dentro dele era tudo que mais desejava. Não podia mensurar a dor da primeira vez, mas aos poucos ia se acostumar a receber aquele belo corpo para sua satisfação e amor. Com seu corpo preso na parede, Luccino procurava se movimentar como se dançasse, assim seu bumbum se acostumava ao pênis ereto de Otávio e o prazer era maior. Logo, seus movimentos sincronizaram.

Luccino interrompeu as estocadas e jogou Otávio para a mesa das ferramentas. Antes, o mecânico levou ao chão tudo que lá estava. Seu amado se sentou, observando Luccino se aproximar, o pênis erguido enquanto Luccino sentava de costas para ele e Otávio admirava seu traseiro indo e vindo, coordenando os movimentos. O capitão se deitou na mesa e, com as mãos, controlou as nádegas de Luccino no vai e vêm.

“Ah... Luccino... Eu vou... Vou...”

Logo após dizer isso, enquanto Luccino continuava montado sobre Otávio, o capitão gozou dentro. O outro rapaz também não resistiu ao sentir a quentura do líquido de Otávio escorrer dentro e fora de seu corpo. Eles gemeram ao mesmo tempo, o coro de prazer penetrava as estruturas da oficina. Otávio aproveitou a posição para, enquanto Luccino, sentado nele, recuperava o fôlego do próprio gozo, lamber cada gota de esperma que estava espalhada pelo traseiro, costas e cintura do italiano. Luccino retesou o corpo, as costas formando um arco. O mecânico saiu de dentro de Otávio e os dois se encararam na penumbra, exaustos.

“Eu te amo.” Disse Otávio.

“Eu te sou.” Respondeu Luccino.

O capitão sorriu, e, após, retornaram para a cama para dormirem, Luccino de peito para cima e Otávio embaixo dele, a cabeça posicionada em seu peito e sendo embalada por sua respiração que, aos poucos, retornava à normalidade. Antes de dormirem, Otávio retrucou para Luccino, com ironia:

"Te baguncei certo, Lucci?"


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Nada a dizer, tudo a sentir.
9 exaustas laudas de capítulo hahahahaha