Sorry escrita por hokuto ritsuka


Capítulo 1
Castelos de areia


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas!

Eu sou hokuto ristuka e essa é minha quarta fic de Free, mas é a primeira sobre soulmates. Prazer em conhecê-los!

Diferente da fic anterior, essa terá capítulos mais curtos e acredito que a história também se desenvolverá rapidamente.

Espero que gostem!
Boa leitura!



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As mãos pequeninas juntavam a areia em um monte, tentando moldá-lo em um castelo. Mas a areia teimava em escapar entre seus dedos, e seu projeto não conseguia ter muito progresso.

Logo à sua frente, havia um castelo de areia quase pronto, com sua torre e janelas diminutas feitas com esmero. Makoto sorriu orgulhoso. Haru-chan é mesmo incrível, ele pensou, olhando do castelo para o rosto compenetrado do menino que o construía.

Makoto voltou a se concentrar em seu castelo. Queria ter um castelo ao lado do castelo de Haru, queria ficar perto dele, continuar sendo vizinho dele para sempre. Porém, logo Makoto voltou a se distrair, quando vozes de um grupo de crianças um pouco mais velhas chamaram a sua atenção. Havia duas em torno de uma que estava sentada no balanço, e elas pareciam fascinadas com alguma coisa.

— Será que o seu soulmate é mais velho? — perguntou uma das crianças que estava de pé.

— Eu não sei. Talvez onde ele more as crianças encontrem seus soulmates mais cedo, — respondeu a que estava no balanço.

— E você entende o que está escrito? — perguntou a outra.

— Não, mas a minha mãe disse que é francês, está escrito “bom dia”, então eu escrevi “bom dia” em japonês. Mesmo que ele não entenda, ele sabe que respondi.  Vou começar a fazer aulas de francês na semana que vem. Meus pais falaram que isso vai me ajudar a falar com o meu soulmate. Vai ser tão legal! Eu vou aprender a falar francês com ele! Então, eu posso ensinar japonês para ele também e vamos conversar sobre um monte de coisas!

— Então o seu soulmate é francês?

— Eu ainda não sei. Meu pai disse que não é só na França que as pessoas falam francês. Tem outros países como o Canadá e o Haiti.

— Onde ficam esses países?

— Na América.

— Mas a América não fica do outro lado do mundo?! Eu não sabia que soulmates podiam nascer tão longe um do outro!

— Minha mãe disse que às vezes acontece. Mas não tem problema! Estamos ligados e não tem distância que pode nos separar! — respondeu com a voz cheia de carinho e esperança, enquanto corria o polegar na parte interna do próprio pulso, fazendo carinho como se houvesse algo muito querido ali.

Soulmate.

Essa palavra não era estranha a Makoto, mas ele não se lembrava de quando a havia ouvido.

Haru continuava aprimorando seu castelo de areia e parecia não ter prestado atenção na conversa ali perto. Makoto olhou para sua mãe, sentada em um banco com a mãe de Haru, conversando enquanto elas os observavam a uma distância segura.

— Haru-chan, eu vou falar com a minha mãe, — Makoto avisou.

Ele não esperava que Haru fosse com ele, mas por algum motivo Haru foi também.

— Mamãe, o que é soulmate? — perguntou assim que chegou perto dela.

A senhora Tachibana soltou um pequeno “oh” e perguntou com um sorriso.

— De onde veio isso, Mako-chan?

— Tinha uma criança ali, falando sobre ter encontrado o soulmate dela, e ela parecia feliz por isso.

— Ah, entendi. Soulmate é uma pessoa que nasceu com uma ligação especial com outra pessoa.

— Só isso? Então por que ela estava tão feliz?

— Porque é como se eles tivessem se reencontrado depois de muito tempo.

— Então eles se conheciam antes?

— Antes de nascerem, eles estavam tão próximos que você poderia dizer que eram uma única pessoa. Mas eles não poderiam nascer assim, então cada um nasceu em um lugar.

— Eles foram separados? — Makoto perguntou, ficando com a voz chorosa.

— Mas eles vão se reencontrar, — respondeu ela com um sorriso doce.

— Como? — Makoto ainda parecia sentido com a separação dos soulmates.

Para tranquilizá-lo, sua mãe estendeu a mão e lhe mostrou seu dedo mindinho.

— Tem um fio que liga essa pessoa ao soulmate dela, e está amarrado ao dedo mindinho dela.

Makoto se virou e olhou para as crianças que ainda conversavam ao longe. Apertou os olhos, mas não viu nada.

— Mas eu não vi nenhum fio.

— Ninguém consegue ver, querido.

— Então como sabem que ele existe?

— Elas sabem que o fio existe porque podem conversar através dele.

Mokoto tombou a cabeça de lado graciosamente, sem entender as palavras da mãe. Vendo a grande interrogação que havia se formado nas feições de seu filho, ela continuou, mas antes, olhou para a mãe de Haru, que fez um pequeno gesto de cabeça, incentivando-a a prosseguir.

— Elas podem falar através do fio.

— Como quando amarramos dois copos num barbante?

— Mais ou menos, querido. Mas em vez de falar, elas escrevem.

— Escrevem onde?

— Aqui, — ela disse, enquanto mostrava a parte interna do seu próprio pulso.

Era onde aquela criança estava acariciando. Agora fazia sentido.

— Ah... — As sobrancelhas curvadas de Makoto subiram em surpresa, enquanto olhava para a própria mão. — E eu tenho um fio também?

— Sim. Todo mundo tem.

— Todo mundo? Até a mamãe?

— Sim. E sabe para aonde o meu fio leva? — ela perguntou, mostrando o dedinho novamente.

Makoto apenas negou com a cabeça.

— Ao seu papai.

Um grande sorriso se estendeu pelo rosto de Makoto, depois ele olhou para a mãe de Haru.

— O meu fio leva ao papai do Haru.

Aquilo era tão mágico! Parecia um conto de fadas, mas era real e acontecia com todas as pessoas. Era maravilhoso.

Makoto olhou, ainda sorrindo, para Haru ao seu lado. Haru estava com a expressão neutra de sempre, não parecia impressionado. Será que ele já sabia disso?

Havia outra coisa que Makoto queria pergunta à mãe, mas esperou quando estivessem voltando para casa, então puxou a barra da blusa dela de leve para chamar sua atenção.

— Mamãe, o Haru-chan pode ser o meu soulmate? — perguntou ele baixinho, para que nem Haru ou a mãe dele, que voltavam para casa com eles, pudessem ouvir.

— Não sei, querido. Talvez seja o Haru-chan, mas talvez não seja.

— Ah! E se eu tentar falar com ele através do fio?

— Não precisa ter tanta pressa. Você tem a vida toda para falar com seu soulmate. Quando você ficar um pouquinho maior você pode tentar.

— Por que eu não posso falar agora?

— Se o seu soulmate for mais novo do que você ele pode não conseguir responder ainda. E se ele não responder você não vai ficar chateado?

Makoto pensou por um momento. Não fazia sentido o soulmate dele ser mais novo, porque Haru era mais velho do que ele, mas se Haru não respondesse, certamente ele ficaria chateado.

— É, acho que sim.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a todos que passarem por aqui!



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