Survivor escrita por Dandara Santos


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

A fic aqui está um pouco atrasada comparada ao outro site, então vou atualizar ela. Mas não esqueçam de comentar em todos os capítulos princesas.



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Afonso não conseguia acreditar no que tinha ouvido, Catarina era mesmo uma mulher teimosa, tinha deixado bem claro que ela deveria ficar em repouso hoje e que na hora do almoço voltaria para fazer a refeição no quarto com ela. E agora descobre que ela tinha ido até o pátio do castelo, e ainda não tinha retornado para o quarto. Deixou que Rodolfo continuasse guiando a reunião e foi atrás de sua mulher.

"Maldição!" praguejou, e seguiu para o único lugar que ela poderia estar nesse momento.

Com Brice.

E não foi surpresa nenhuma quando as portas foram abertas e ele encontrou as duas sentadas na cama, dividindo uma bandeja de frutas. Seus olhos brilhavam de alegria quando o encarou, e estendeu uma mão, para que ele se aproximasse.

"Porque você não pode obedecer-me uma vez na vida?" Ele perguntou frustrado, sentando na cadeira ao lado da cama, segurando a mão que ela estendeu. Brice começou a rir e respondeu antes que Catarina dissesse algo.

"Eu já desisti, você deveria fazer o mesmo. O que ela tem de beleza nesse rosto, tem de teimosa no corpo inteiro." A mulher falou, Afonso a observou, ela parecia bem melhor.

"Eu não tive a oportunidade de lhe agradecer, Rodolfo me falou tudo o que você fez. Metade dos meus homens voltaram vivos graças a você. E claro, Catarina e meu irmão." O rei falou, pela primeira vez agradecendo alguém sobre algo.

"Tudo bem, apenas chega de mercenários e sequestros por um tempo, nunca imaginei que daria tanto trabalho ser amiga de uma rainha." Falou sorrindo cúmplice para Catarina.

"Mercenários? Do que você está falando?" Afonso perguntou confuso. As duas se olharam por um momento. Tinham esquecido de mencionar esse pequeno detalhe para o rei.

Nesse momento, as portas do quarto foram abertas e por ela entrou Delano, arrastando consigo Amália, com um rosto apavorado. Sem ter a menor ideia de onde estava ou o que estava acontecendo.

"Isso é assunto para outra hora, temos uma coisa mais importante no momento." Catarina falou apontando para a mulher.

"O que aconteceu com ela?" Afonso perguntou, sem entender o que estava acontecendo ali. Brice levantou-se e deu um de seus doces sorrisos antes de responder.

"Ela estava no acampamento de Otávio quando fomos resgatar Catarina. Seu irmão a acusou de ser a responsável pelo sequestro da rainha e ela negou." O rosto de Afonso ficou furioso, ele sabia que tinha sido ela a responsável. Ninguém sabia daquelas entradas, e o fato de encontrá-la no acampamento de Lastrilha só provava isso.

"Eu mesmo vou matá-la." Ele rosnou tentando se levantar, mas Catarina segurou sua mão. "Tenha calma e observe." Ela respondeu para e ele, fazendo com que o rei voltasse a se sentar.

"Demos um tempo para ela pensar, acho que agora ela está pronta para fazer qualquer coisa." Catarina começou. "Brice a deixou, cega, surda e muda. Tenho certeza que ela vai falar." Finalizou.

Sua amiga se aproximou e colocou as mãos nos olhos da ruiva, que se encolheu com o contato.

Amália tinha passado as piores horas de sua vida, sem poder, ouvir, ver ou falar. Não tinha noção de tempo ou espaço. Sentia que a qualquer minuto ficaria louca. Mas quando sentiu aquelas mãos saíram de seus olhos, ela enfim sentiu que seus olhos não estavam mais colados. Piscou algumas vezes e algo como escamas caíram, a claridade do local era forte demais, que teve que fechar os olhos novamente, tentando acostuma-los com a luz.

Brice sorriu calmamente para ela, assim que seus olhos se focaram. Ela tentou correr, mas Delano a segurou com mais força. Logo em seguida foi a vez de seus ouvidos, e Amália nunca ficou tão feliz em poder ouvir algo.

"Apenas não grite, senão te deixarei muda para sempre!" Brice alertou. A ruiva concordou com a cabeça, e puxou uma enorme respiração pela boca quando a mesma foi aberta.

"Está pronta para falar?" a bruxa perguntou, ela apenas concordou em silêncio. Delano a colocou sentada em uma cadeira e só assim notou quem mais estava no quarto.

O olhar que Afonso lhe lançava seria capaz de mata-la e talvez ele apenas não tinha o feito por causa da suave mão que segurava a sua.

"Ela é toda sua Majestade." Brice falou, sentando novamente na cama. Catarina passou um tempo encarando aquela mulher, ela foi responsável por tanto sofrimento seu, e tudo apenas por inveja, luxuria e ganância. Respirou fundo, ela precisava manter a calma pois no momento ela precisava de informações que talvez somente a ruiva pudesse ter.

"Olá de novo Amália." Ela disse friamente. A ruiva se encolheu de onde estava, e apenas baixou a cabeça antes de responder em um fio de voz.

"Majestade."

"Você foi até Otávio e falou como entrar e sair do castelo sem ser visto. Foi assim que ele conseguiu que sequestrassem Catarina." Afonso tomou a vez, e aquilo não era uma pergunta, era uma afirmação. Sabia que se respondesse aquela pergunta, seria mandada para a forca, por um segundo pensou em mentir, mas seus olhos caíram em Brice e sabia, que aquela mulher iria ser muito pior que uma forca.

"Sim majestade, eu estava banida dos reinos e resolvi buscar abrigo com o rei da Lastrilha em troca de informações." Confessou por fim.

Afonso se levantou furioso, mas Brice fez com que um forte vento o lançasse na cadeira de novo.

"Controle-se homem. Imagino o trabalho que os filhos de vocês darão. Com um mãe tão teimosa e um pai tão impaciente. Catarina, continue." Brice falou já perdendo a paciência. Afonso olhou desacreditado para a mulher, será que ela tinha esquecido quem ele era?

Mas Brice apenas deu um sorriso para ele, e voltou seu olhar para frente como se nada tivesse acontecido. "Se você não tivesse salvado minha família." Ele falou quase como uma ameaça, o que fez a morena apenas esboçar mais um sorriso.

Catarina respirou fundo, esses dois juntos sempre seriam assim, então resolveu ignorar e voltar sua atenção para a ruiva.

"Todos os reis que estão com Otávio, estão de livre escolha, ou algum deles foi coagido a participar da guerra?" Ela foi direta. Afonso entendeu onde elas queriam chegar e ficou atento na resposta que ela deu.

"Não, o rei Tully de Correrrio e o rei Walder de Frey não concordaram com a guerra. Mas o rei Otávio ameaçou destruir seus reinos caso eles se negassem a ajudar." Ela falou. Catarina sorriu satisfeita. Dois reinos a menos nessa guerra.

"Ele tem outros homens a caminho? Ou todos já estão aqui?" Catarina voltou a perguntar.

"Eu não sei lhe responder, minha senhora, pelo que ouvir falar, ele trouxe todos os homens que conseguiu para cá." Afonso olhou Catarina e assentiu com a cabeça. Isso facilitava as coisas.

"Isso é tudo o que eu preciso saber. Afonso, deseja algo?" A rainha finalizou os questionamentos e encarou o homem ao seu lado.

"Sim, eu desejo a forca." Falou friamente.

Amália começou a chorar, por um segundo pensou que se respondesse tudo o que sabia teriam misericórdia dela. "Por favor, eu imploro perdão majestade." Ela suplicou. Mas começou a sentir o ar faltando em seus pulmões, tentou desesperadamente respirar mas não conseguia, seu olhar caiu na bruxa que a encarava séria.

"Não chore Amália, se ele lhe perdoar é a mim que você irá encarar." Brice falou, e logo em seguida Amália conseguiu puxar uma grande quantidade de ar, tossindo no processo, com lágrimas em seus olhos.  Amália entendeu claramente o recado e deixou as palavras afundarem em sua mente, a bruxa não a mataria facilmente, ela seria torturada no processo, e pelo seu olhar ela sentiria prazer naquilo, então tentou controlar o choro. Sabia que estava apenas colhendo tudo aquilo que ela mesma plantou.

"Delano, a leve de volta para sua cela, ela ficará lá até o final da guerra e depois disso cumprirá sua sentença, quero que ela seja enforcada em praça pública por traição a coroa." Afonso ordenou.

Catarina suspirou aliviada, um problema a menos. Relaxou seus ombros e fechou os olhos.

"Você está bem?" Duas pessoas perguntaram ao mesmo tempo, o que a vez sorrir.

"Apenas cansada, mas já sabe o que fazer agora?" Ela perguntou se virando para o marido. "Sim querida, mas enquanto isso. Fique em repouso. Na hora do almoço venho até aqui." Falou se levantando e depositando um beijo em sua testa.

"Eu garantirei que ela não saia dessa cama, agora vá e consiga falar com os reis de Correrrio e o de Frey." Brice disse, ajudando a amiga se deitar com calma na cama. "Temos uma guerra para vencer hoje."


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Notas finais do capítulo

Cada capítulo que posto vai me deixando mais triste, pois sei que está acabando. É a primeira estória medieval que escrevo, a primeira no universo de Deus salve o Rei, e meu Deus, como amo a personalidade de cada personagem aqui e como amo cada uma de vocês que passam o dia comentando. rsrsr

Brice é um amor sempre, bruxinha dona e proprietária de nossos corações que fala?

Amália já está com o seu destino determinado, e Otávio vocês já sabem o que vem né?

Capítulo que vem enfim a guerra chega ao fim!
ps. A próxima fic já está encaminhada. No último capítulo dessa, posto o primeiro da próxima.

"A Coroa"

"Desde que Catarina, rainha de Artena, era criança, Alfambres quer seu país e sua coroa. Ela foi mandada para Montemor para casar com o próximo rei, para salvar a si e seu povo, um vínculo que deve protegê-la. Mas há forças que conspiram, forças sombrias, forças do coração."



Que ela reine por muito tempo.



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