Survivor escrita por Dandara Santos


Capítulo 13
Capítulo 13




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"Vim para lhe encontrar e dizer que sinto muito, Você não sabe o quão amável você é... Conte-me seus segredos e faça-me suas perguntas. vamos voltar para o começo." The Scientist

ALFAMBRES

Era madrugada quando o som da trombeta cortou o silêncio da noite. Todo o exercito até então adormecido levantou de forma rápida, vestindo suas armaduras. O som ecoou mais um fez e gritos de comando começaram a ser ouvidos por todo o acampamento. Era um ataque inimigo.

"Desgraçados" Afonso falou furioso, saindo completamente pronto de sua tenda, mas ele estava preparado para isso, estacas com pontas afiadas tinha sido postas ao redor do acampamento, dificultado a entrada do inimigo a cavalo. Catapultas estavam prontas, esperando o primeiro sinal de ordem. O acampamento deles estava na parte alta, o que lhes dava uma pequena vantagem.

"ARQUEIROS, EM SUAS POSIÇÕES" ouviu quando um general de Artena gritou, mas ele seguiu reto. Todos estavam muito bem instruídos para caso isso viesse a acontecer. O exercito de Alfambres era muito menor, então a única vantagens deles seria um ataque surpresa. Quão tolo Robin era ao achar que eles não tinham se prevenido contra isso? As primeira bolas de fogo cortaram o escuro céu, enquanto seus soldados se preparavam para lançar as próximas, grandes bolas de palha bem amarradas, ateadas de fogo. Isso seria o suficiente para desestabilizar o exército inimigo.

Mesmo assim o exército de Alfambres estava conseguindo avançar e entrar no acampamento. Afonso sorriu com aquilo, adrenalina passando por seu corpo, não era homem de comandar a guerra de longe e deixar seus homens morrerem, ele gostava do cheiro do sangue, de ver seu inimigo morrer por sua espada.

E assim entrou em modo de batalha, atacar, desviar e matar. Ele desviava-se com extrema facilidade de seus adversários, e era fatal em seus golpes. Em certo momento percebeu quando Romero, um de seus generais, lutava bravamente contra dois homens, no entanto, não se preocupou, sabia que seu general daria conta.

Foi quando enfim avistou seu inimigo, admirou a coragem do mesmo, ele poderia muito bem ficar escondido por de trás de seus muros enquanto seus homens morriam em batalha, mas ele estava ali. Percebeu quando ele matou o quarto homem de seu exército, estava na hora de Robin enfrentar alguém a sua altura. Afonso soltou um riso de prazer quando matou mais alguns homens enquanto avançava em direção ao rei de Alfambres, aquela adrenalina, o poder de ter a vida de outro homem em suas mãos, nada se comparava com aquilo.

Enfim ambos os reis ficaram cara a cara, o sangue corria rápido em suas veias, cada um deles sentindo a fúria dominar seu corpo.

"Eu avisei para você retirar seu exército de minhas terras." Robin falou cuspindo um pouco sangue. Afonso olhou ao redor e balançou a cabeça.

"E é uma lastimar matar seus homens, afinal, a determinação deles é admirável."

"Eles nunca serão seus Afonso." O rei apenas riu daquilo e enfim partir para a batalha que definiria o destino daquela guerra. Eles lutavam de forma a hipnotizar qualquer pessoa que visse, o exercito de Alfambres estava praticamente todo dominado, não restava mais nada a se fazer, apenas observar a luta entre os dois reis. Formando assim um círculo ao redor daqueles homens que exalavam poder, ninguém ousava intrometer-se, não podia negar a beleza daquele momento, era como uma dança, e sabiam que um passo em falso seria fatal.

Afonso precisava admitir, o homem a sua frente era o melhor espadachim que já tinha enfrentado em sua vida, eles se moviam em sintonia, as espadas encontravam-se causando faísca no ar, mas seu adversário cometeu um pequeno deslize, ao aproximar demais seus corpos. O rei de Montemor era mais alto e forte, o que lhe dava uma vantagem, então aproveitando da proximidade, desviou de um golpe e usou sua cabeça para fazer Robin cambalear, isso era apenas o que ele precisava, daquela fração de segundo, e desceu sua espada na mão do adversário, fazendo o mesmo larga sua arma. No segundo seguinte Afonso tinha a ponta de sua lâmina no pescoço do rei. Um pequeno sorriso desdenhoso em seu rosto.

"Acredito que esse seja o seu fim rei Robin." Falou quando todo o exercito inimigo se rendia, sendo imobilizado.

"Toda essa sua ganância, ainda será seu fim." Falou cuspindo mais sangue, Afonso pressionou com um mais de força a ponta afiada de sua lâmina. "Apenas poupe meu povo." O rei pediu por fim, aceitando a derrota de cabeça erguida.

"Disso você tem a minha palavra." E com ambas as mãos atravessou o pescoço do homem a sua frente. Puxou a espada e viu quando o homem caiu morto. A guerra tinha acabado.

"Majestade" Cássio falou se aproximando. "O que fazemos com a família do rei?" perguntou, mesmo já sabendo a resposta.

"Mate a todos" falou de forma fria. Mais uma peça do tabuleiro tinha sido movida, o reino de Alfambres agora era seu.

Quando a adrenalina da guerra começou a passar percebeu um corte em seu braço, mas isso não era nada comparado a satisfação que sentia. O jogo enfim tinha começado, e ele estava preparado.

MONTEMOR

"A guerra acabou rainha Catarina. Nós vencemos e agora Alfambres pertence a vossas majestades. Robin e sua linhagem estão mortos. Rei Afonso está cuidando de alguns detalhes antes de voltar para Montemor. Ele precisa eleger um regente de confiança para ficar aqui, enquanto isso os homens precisam descansar da batalha.

Conselheiro de Montemor

Virgílio."

Catarina abraçou a carta contra seu peito, enfim a guerra tinha acabado e um enorme peso saiu de cima de seus ombros, ela sorriu aliviada, Afonso estava vivo. Saiu da sala do trono em passos rápidos e mandou que avisassem ao povo que enfim os soldados estariam voltando para seus lares e que a vitória era deles.

Entretanto existia apenas uma pessoa com quem queria de fato compartilhar aquela felicidade, Brice. Suspirou cansada, precisava acabar de vez com isso. Iria conversar com sua amiga. Entender o que realmente tinha acontecido. E claro, pedir perdão pelo tempo de silêncio, Brice não fez nada mais do que salvar sua vida. Ela arriscou-se a ponto de revelar sua verdadeira natureza e Catarina não tinha dando nem uma chance à amiga, preferindo abandona-la quando a mesma estava debilitada.

"Delano, prepare a minha guarda, estou indo ao orfanato." Falou dirigindo-se para o pátio do castelo, minutos depois estava na carruagem que a levaria ao seu destino, o coração batia forte no peito. Não sabia se Brice a perdoaria por tê-la abandonado em um momento que sabia que precisava de sua ajuda.

Ao chegar no orfanato não a viu no pátio, foi até uma das freiras, com medo da amiga ter desaparecido depois do ocorrido, mas para o seu alivio ela estava em seu quarto. Pediu que os guardas esperassem no pátio e seguiu seu caminho, parando vez ou outra quando alguma das crianças a via.

Respirando fundo antes, tomou coragem e bateu na porta, não ouviu nenhum resposta e decidiu entrar assim mesmo. Brice encontrava-se de costa para ela, concentrada em algo na mesa. Ficou sem saber o que fazer. Fechou a porta atrás de si e sentou-se na cama.

Um silêncio incômodo se instalou no local, Catarina não sabia bem por onde começar, então decidiu pelo óbvio.

"Obrigada." falou, na esperança de que assim sua amiga virasse em sua direção. Mas nada aconteceu, ela apenas continuava mexendo de forma concentrada em algo que percebeu ser um anel.

"Brice por favor, precisamos conversar, me perdoe." Ela falou em uma súplica. Enfim ganhando a atenção da mulher a sua frente, pensou que iria encontrar raiva em seus olhos, mas tudo que viu foi um pequeno sorriso brincando em seus lábios, seus olhos olhando Catarina com compreensão e alivio.

"Não tem pelo que pedir perdão Catarina." Ela falou calmamente. "Você estava confusa, era muitas coisas para processar. Mas estou aqui agora, para responder todas as suas perguntas."

"Eu nem sei por onde começar." A rainha disse olhando para suas mãos.

"Bem eu sei." Ela falou séria. "Aquela ideia foi a coisa mais estupida que você já teve! Catarina, se eu não estivesse lá, tem noção do perigo que você correu?" Ela falou balançando a cabeça exasperadamente.

"Não era bem sobre isso que eu queria falar."

"Tudo bem, mas por favor, apenas abra a sua mente. Não tire conclusões precipitadas ou faça julgamentos baseados nas história que você ouviu a vida toda." Ela falou e viu quando a rainha apenas concordou com a cabeça, parecia uma criança ansiosa para ouvir uma história.

"Como você bem sabe, sou uma bruxa." Falou calmamente, como se esperasse que ela fosse sair correndo novamente, mas quando isso não aconteceu sorriu e continuou a falar. "Minha mãe era uma bruxa muito poderosa, e apaixonou-se por um homem comum, e por medo de ser rejeitada escondeu sua verdadeira identidade. Ela acabou engravidando dele, e durante algum tempo éramos apenas uma família comum e feliz. Mas logo meus poderes começaram a se desenvolver. Como pode ver, eu de alguma maneira sou ligada a natureza, é como se fosse uma extensão de mim, e com um pouco de concentração e prática consigo fazer com que ela siga meus comandos. Foi assim que meu pai descobriu." Ela falou quase como um sussurro, seus olhos distantes. "Ele mandou que queimasse eu e minha mãe. Meu pai mandou para a fogueira sua própria mulher e filha." Sua voz ficou rancorosa, e lágrimas escorriam por sua face.

"Brice" Cataria falou sem saber o que fazer, via a aflição da mulher a sua frente que parecia reviver aquelas cenas. "Não precisa continuar."

No entanto, Brice apenas sorriu tristemente e continuou. "Como pode ver, minha mãe fez um feitiço que permitiu minha fuga, mas ela morreu. Morreu para salvar minha vida Catarina. Morreu queimada apenas por ter um dom. A culpa não era dela por ter nascido com isso." Ela falou por fim, olhando para suas mãos.

"E seu pai? O que aconteceu?" A rainha perguntou, mesmo no fundo já sabendo a resposta. Ela encarou sua amiga, olhos estavam azuis tempestuosos e ela sorriu de uma forma quase doce, que em nada combinava com os seus olhos.

"Ele morreu" Disse por fim. "Eu o matei."

Catarina deixou a frase afundar em sua mente.

"Cat, nunca mais deixarei nenhum homem machucar alguém que eu amo." Ela falou de forma feroz, e Catarina percebeu que ela faria qualquer coisa pela sua segurança, ela tinha perdido a mãe quando ainda era jovem e não estava disposta a perder mais ninguém.

"Tudo bem." Falou por fim, agora sim entendia o porquê Brice tinha agido daquela forma. Mas ainda tinha uma coisa que a estava incomodando. "Naquele dia, depois de tudo o que você fez, parecia fraca, estava pálida e cansada. Porque?"

"Usar a natureza é mais fácil para mim, mas a cura? Isso exige um pouco da minha própria essência, você estava muito machucada, apenas o choque do momento não a fez perceber isso. Então deixei a magia fluir e a curei. Mas não faço isso com frequência." Justificou por fim. Catarina absorveu tudo aquilo, iria demorar um pouco para se acostumar com tudo isso, mas ela não julgava mais sua amiga.

"Ok, então estamos bem?" Perguntou receosa.

"Claro que sim, já disse que você não saberia viver sem mim. Mas preciso que faça algo por mim" Falou séria.

"Qualquer coisa." Catarina falou de imediato, devia sua vida a amiga, e sabia que ela nunca pediria algo que fosse contra seus princípios.

"Quero que use esse anel, sempre. Nunca o tire de seu dedo. Nem sempre estarei perto." Ela falou entregando o anel, era delicado feito de ouro e com uma pequena pedra no meio dele.

"E o que isso fará?" A rainha perguntou enquanto colocava o anel em seu dedo mindinho, era do tamanho perfeito.

"No momento certo você saberá, apenas não o tire." Ela enfatizou, e tirou o colar de dentro do vestido, mostrando na ponta uma pedra exatamente igual à do anel.

Elas levantaram e com um sorriso cúmplice se abraçaram, ambas sentindo um alívio por tudo ter terminado bem.

"Eu orei tanto para que você pudesse aceitar-me como eu sou." Brice falou quando se afastaram. Catarina a olhou assustada.

"Espera, você ora?"

"Claro que sim, você não?" Perguntou rindo.

E assim a amizade delas estava reconstruída, agora mais forte do que nunca. Pois não existia nenhum segredo entre elas.  


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Notas finais do capítulo

Oi Little Candies, olha eu aqui de novo...
Apenas obrigada a cada uma que separou um tempinho para comentar.
E no próximo capítulo teremos nosso casal juntos de novo, e preparem a fogueira... Afonso vai começar a jogar para valer, sem se preocupar com as consequências.



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