Visitors escrita por keyci


Capítulo 5
Capítulo 5: A chegada no campamento


Notas iniciais do capítulo

kkkk coisa de quem ta pirando: eu tinha colado a história aqui nas notas do cap. quase postei ela aqui kkkk
"não sou louca, só não sou normal" meu lema u.u



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Quente, Nova York fervia em minha pele. Mal havia descido do avião quando fui me trocar urgente ou iria derreter, temia que fosse literalmente. Troquei minhas roupas pesadas por um short curto, blusa branca com bolinhas pretas e sandálias rasteira. Tentei prender meu cabelo, mas sempre havia mechas vermelhas caindo.
Tyler também havia se trocado, usava agora uma calça jeans, allstar e uma camiseta cavada mostrando os braços fortes para um garoto daquela idade. Chamamos a atenção como se fossemos celebridades, mas não nos importamos. Havíamos parado um táxi para nos levar até a Colina Meio-Sangue, eu estava eufórica e animada, até agora tudo certo.
_Para onde?
O susto foi inevitável, olhei para o homem a minha frente que sorria brincalhão como se dissesse: peguei vocês.
_Frey! – exclamei surpresa.
_Olá sobrinha – ele riu um pouco – Como tua mãe, é bela até na face de surpresa.
_O que faz aqui? – perguntou Tyler tentando conter o tom impressionado.
_Estou levando todos os semideuses nórdicos até o acampamento – Frey respondeu – Vocês são os primeiros a chegar aos Estados Unidos.
Frey começou a dirigir tranquilamente, ele usava uma calça e camisa pólo apenas. Ele não tinha cabelos vermelhos, mas tinha os mesmo olhos verdes que minha mãe, não tão intensos sugerindo paixão, mas não menos belos.
_Os semideuses olimpianos ainda não sabem da chegada de vocês, ao que parece só entra em contato com o que acontece quando vão ao acampamento ou quando estão enfrentando monstros – Frey contou.
_Ao menos a parte de monstros nos temos em comum – comentou Tyler – Os Homens da Neve parecem perder cada vez a capacidade de raciocínio e vem atacando sem cessar. Pedi ao meu irmão Kaio proteger as vilas em meu lugar.
_Ghouls* também estavam atormentando uma vila na Irlanda – acrescentei pensativa – Tio tem certeza que essa nossa temporada é mesmo necessário?
_Sim querida, Apolo nos desafiou a um convívio – Frey suspirou e sorriu – Mas não fiquem tão preocupados, tenham fé em vossos irmãos e em nós.
Eu sorri, fé era uma das minhas maiores forças. A viagem foi divertida, Frey era o deus da alegria, só sua presença nos fazia rir e nos sentir leves. Tyler mantinha o sorriso suave e estava relaxado, eu mesma me sentia tranqüila.
_Poderíamos fazer uma brincadeira com os semideuses ocidentais – disse divertida com minha idéia – Já que eles não sabem quem somos, por que revelar quem são nossos pais? Porque não deixar que eles brinquem e descubram?
Frey riu jogando a cabeça para trás.
_Parece mesmo uma idéia divertida, mas cuidado querida, eles se irritam muito fácil, não deixe que chegue a esse nível.
O táxi então parou no meio da estrada. Frey desceu do carro para pegar nossas malas, encarei Tyler confusa e ele deu de ombros. Desci do carro e observei Frey segurando as malas com um sorriso sapeca.
_Bom agora vocês devem ir andando, é apenas seguir aquela estrada de chão e subir a colina. Eu irei levar as malas – Frey anunciou.
O tempo foi apenas de que eu abrisse a boca e meu tio e o seu táxi sumissem junto com nossas malas. Fechei a boca sem conseguir falar o que queria e revirei os olhos. Tyler rodava o seu anel em seu dedo indicador e eu soube que ele voltara a ser o de antes, serio e observador e com o olhar tranqüilo.
_Acho melhor irmos – Tyler falou.
_Esse é o anel Kirkner? – perguntei encarando o anel enquanto começava a andar.
Era um anel grosso, em um material preto que eu não conhecia, mas havia um símbolo visível de um arco e uma montanha em relevo atrás. Era um símbolo de Skadi, era um anel mágico que ele ganhou em seu aniversário de 15 anos. Foi algo comentado por todos os semideuses.
_Sim, é – ele respondeu me acompanhando – E esse bracelete é a Nathair. Presente da própria Freya e das Valkyries.
_Sim, é – repeti o fazendo sorri levemente.
Seguimos a estrada em um silêncio confortável, estávamos ansiosos para o mundo novo dos olimpianos, imaginando como teríamos de agir. Porém, quando nos aproximamos da colina ouvimos um grito de desespero. Trocamos um rápido olhar e corremos até o inicio da colina e travamos no lugar com a visão que tínhamos.
Era um grupo de crianças de 10 a 13 anos, havia mais dois sátiros, metade homem e metade bode, e um garoto ao lado dele. Porém eles não estavam sozinhos, havia uma enorme quimera rugindo com sua cabeça de leão. A metade de seu corpo traseiro era de touro de couro marrom e sua calda era de duas serpentes que estavam em posição de ataque.
_Eu distraio aquele monstro e você o congela – planejei rapidamente.
_E se der errado? – Tyler pensou.
_Nos viramos, mas não vamos deixá-los sozinhos!
Comecei a correr em uma velocidade humanamente impossível. Eu não tinha muita força, mas minhas técnicas e velocidades eram a minha vantagem. Quando me aproximei o suficiente por trás do monstro parei sem ofegar e assobiei fino fazendo o som soar por toda a colina.
A cabeça de leão virou-se para mim surpresa, depois as serpentes que eram o seu rabo viraram-se e fizeram aquele som medonho de sibilo de cobra. Sorri de canto tentando mostrar minha confiança. Comecei a cantar uma musica grave, em timbre de ameaça, cantei em irlandês arcaico deixando as palavras confusas para o monstro intimidando-o ainda mais. Era um canto mágico que deixaria a quimera mais lenta, ou assim eu esperava que fosse.
_Cuidado! – uma das crianças gritou.
Mal ela me alertou para a pata de leão se erguer e o rugido de leão espalhar-se pelo ar causando terror nos semideuses olimpianos. Eu não me movi, fitei os olhos da besta sem medo e isso a irritou ainda mais. A pata desceu para destruir qualquer coisa que estivesse embaixo dela, mas antes que me alcançasse uma flecha negra atingiu a besta fazendo a pata desviar caindo um metro de mim. Logo depois o ar em sua pata foi ficando densamente frio até que a pata começasse a congelar a pata de leão rapidamente.
Tyler estava se aproximando segurando o seu arco negro em punho, não havia flechas em suas mãos, mas assim que ele puxou a corda do arco novamente uma flecha apareceu pronta para o disparo. Quando ele a soltou dessa vez acertou uma das serpentes congelando instantaneamente.
_Corram – eu ordenei para as crianças.
_Por aqui! – um dos sátiros chamou.
Eu corria de um lado para o outro tentando distrair a besta enquanto Tyler a congelava com suas flechas. Porém em um momento, o garoto semideus saltou sobre a besta subindo em seu lombo, empunhou uma espada que não sei dizer de onde veio, tinha um brilho de bronze celestial, e apunhalou na junção do pescoço com os ombros.
A quimera cambaleou e caiu ao mesmo tempo em que se transformava em pó dourado. O garoto caiu sobre um joelho e levantou-se sem soltar de sua espada em tom de bronze. Eu o encarei admirando sua coragem, ele se aproximou curioso e hesitante sem me olhar nos olhos ou para o meu rosto. Encarava o chão.
_Quem são vocês? – ele questionou sem jeito.
_Nicole Sanx – apresentei-me e apontei para Tyler que se aproximava – E esse é Tyler Blake, imagino que esse seja o acampamento meio-sangue.
_Huhum – ele disse simplesmente – Eu sou Percy, Percy Jackson.
Eu o cumprimentei apertando sua mão e o Tyler fez o mesmo. Sorri e o vi corar no mesmo instante, o achei fofo. Percy era um garoto de cabelos escuros e lindos olhos, usava uma camisa azul, calça jeans e tênis, parecia ser do seu estilo ser um pouco desleixado com suas roupas. Eu não o culpava, quando se era um meio-sangue a primeira coisa que vinha como preocupação era sobreviver, a segunda sobreviver novamente e a terceira tentar ser normal.
_Vamos entrar, é mais seguro lá – Percy disse começando a andar – Acho que devem ir até Quíron.
Encarei Tyler e ele deu de ombros antes de seguir Percy. Suspirei antes de começar a andar, parecia que as coisas por ali eram mais agitadas do que eu pensei.

 


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Notas finais do capítulo

*Ghoul: eu vi em algum lugar, mas não lembro onde, então fica como imaginação minha. São humanos que se alimenta de sangue de monstros e se transformam em seres sem almas pensando apenas em necessidades básicas: se alimentar e matar.