Recíproco escrita por Pan Alban, Milla Senpai


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

E hoje é aniversário do sonho em forma de personagem! Uchiha Sasuke, pode entrar que o dia é seu!
Ok, tá alguns minutos atrasados... Mas, entendam que Milla e eu somos proletariadas... haushaushuahsuahs No entanto, tínhamos que fazer uma one para não deixar esse dia passar em branco ♥ e foi uma delícia escrever com essa rainha mais uma vez!

Além do Sasuke, ontem também foi aniversário de uma grande amiga e dedicamos esta one para ela tbm ♥ Pessoas que nascem no dia 23 merecem todo o amor do mundo! FELIZ ANIVERSÁRIO, GABI!

Boa leitura ;)



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― Não olhe, Sasuke-kun!

Sasuke esboçou um pequeno sorriso no canto de seus lábios e voltou a olhar para a paisagem que observava há incontáveis minutos. Era um penhasco imenso com um tapete verde feito das copas das árvores. Não havia um pôr do sol especial e nem qualquer fenômeno da natureza que valesse a pena a vista, mas Sakura insistiu que parassem ali e que ele não me movesse.

― O que está fazendo? ― perguntou apenas para não deixar um silêncio enquanto ouvia sons abafados de uma ninja aprontando algo.

O riso dela foi gracioso e cheio de mistério. Sasuke teve que forçar a si mesmo para não virar e ver o que acontecia realmente ou usar seu poder ocular para dar uma espiada.

― Não sabia que era curioso, anata.

E ele não teve resposta. Fazia pouco menos de um mês que ouvia ser chamado daquela forma. No começo era tímido e incerto, agora era natural e corriqueiro. Mas, o frio que subia em sua espinha ao ser chamado assim jamais mudava.

Pela suas contas, já marcavam pouco mais de sessenta dias que haviam partido de Konoha, deixando os amigos e aqueles que considerava sua família para trás, porém, diferente das outras vezes não estava sozinho e seus passos não eram o único barulho que faziam companhia para Sasuke Uchiha. Agora havia calor consigo, melodias em formato de risadas e roçar de dedos despretensiosos.

Também havia preocupação, zelo e uma antiga paixão que, assim como eles, mudou e transformou-se com o passar de tantos anos, virando amor e companheirismo e, principalmente, a sensação de alegria e calma no coração do casal recém casado, estavam onde pertenciam: Ao lado um do outro.

― Só quero saber quanto tempo mais ficaremos aqui. - Comentou, arqueando uma sobrancelha antes de se deitar sob o gramado, com o único braço sobre os olhos. Respirou o ar puro, sentindo o frescor encher os pulmões enquanto podia ouvir os pequenos resmungos dela, reclamando por ser desajeitada. ― Sabe que eu posso ouvir você, não é?

Sakura suspirou, voltando seus olhos verdes para o marido, que descansava aparentemente tranquilo sobre o gramado. Viu os ombros dele se moverem, ele estava prestando atenção nela mesmo sem virar-se para trás e Sakura se arrepiou, era como se eles tivessem uma espécie de magnetismo entre eles. ― Já estou terminando Sasuke-kun, só mais um minuto.

Ouviu um raro resmungo vindo de Sasuke, teve vontade de rir. A cada segundo ao lado dele, tendo a casca aberta para que ela entrasse, ela descobria algo novo sobre Sasuke. Olhou o que tinha em suas mãos e tentou ser mais cuidadosa para não fazer tanto barulho, enquanto isso pensava no quão diferente era fazer aquilo em comparação ao que tinha em sua mente mais cedo. Ergueu seus olhos para ele novamente, os cabelos negros de sua nuca voando leves com a brisa, não imaginava que ele a obedecesse sobre algo tão bobo e se mostraria interessado. Aquilo aquecia o coração dela. Eram detalhes pequenos demais, qualquer um não veria nada de mais naquilo, mas Sakura via. Sasuke mostrava uma fragilidade, mesmo que pequena, sem se constranger. Aquilo era um sinal forte de confiança.

Ergueu-se, ficando sob os próprios joelhos, olhando criticamente seu trabalho procurando qualquer falha que pudesse passar despercebida pelos olhos verdes e no final da sua pequena inspeção sorriu satisfeita com seu esforço. Sentia o nervosismo crescer pelo corpo, planejava aquilo há algum tempo e queria que fosse especial, sabia que seria um verdadeiro divisor de águas em seu relacionamento com Sasuke e pedia para que ele sentisse a felicidade que ele merecia naquele dia.

― Sasuke-kun. - O chamou com o tom baixo, sabia que ele a ouviria. ― Pode virar.

Não houve espera ou hesitação. Assim que ouviu a autorização, ele imediatamente virou o corpo inteiro para ver o que sua esposa fazia e, mesmo que não soubesse o que esperar, se surpreendeu com sua própria reação ao finalmente ver o que era. Não teve certeza se seus olhos lacrimejaram, mas um sentimento antigo e que há muito tempo não sentia se apoderou dele. Sasuke se sentiu uma criança novamente, por um breve e poderoso momento.

― Feliz aniversário, Sasuke.

Ela abriu os braços o chamando para perto, mas os pés dele ficaram confusos e preferiram não se mexer por um momento. Seu cérebro ainda captava todos os detalhes simples e delicadamente arranjados naquela toalha sobre a relva. Frutas fatiadas, bolinhos de arroz decorados, duas garrafas pequenas com o que deveria ser saquê e um bolo com seu nome escrito na caligrafia dela.

Umedeceu o lábio quando ouviu o nome dele num tom baixo demais, quase inaudível. Olhou-a, vendo a insegurança que há muito tempo não morava mais naqueles olhos. Sentiu-se mal por não conseguir falar naquele momento, mas Sakura não imaginava o quanto havia mexido no coração dele com aquela lembrança. Não imaginava o quanto ele estava agradecido por poder mais uma vez sentir-se amado, especial.

Lembrava-se que há alguns dias atrás ela comentou sobre seu aniversário se aproximar, agradeceu pela preocupação que ela tinha em abordar o assunto, delicado e doloroso como tudo o que envolvia seu passado e família, e ainda lembrava dos olhos verdes que seguravam o choro quando ele lhe disse que não comemorava o aniversário desde os sete anos de idade.

Deveria ter imaginado que ela não esqueceria e que aquele coração tão bondoso como o dela não a deixaria tranquila sem que fizesse algo por ele.

Ela sempre fez algo por ele afinal.

Porém, o que ele não sabia, ou melhor, ninguém sabia, mas todo dia 23 de julho, Sakura saia antes do amanhecer de casa e iniciava uma longa caminhada por Konoha, quando pequena ainda esperando vê-lo de volta, mas ao passar três anos sem nenhuma notícia de Sasuke e com a compreensão que tomava seu coração ao chegar aos quinze anos, percebeu que ele não voltaria naquela data e o medo de que ele nunca mais voltasse crescia em seu peito. Não foi pensado, mas certa vez, em mais uma madrugada Sakura percebeu-se de frente ao banco, aquele banco, próximo a saída leste da vila.

Desde então, aguardava o amanhecer sentada ali, observando o céu escuro até os primeiros sinais do sol aparecer e então ela realizaria seus mais sinceros desejos àquele céu, pois a única certeza que tinha era que ele estava sob aquele mesmo luar e estrelas, e em seu coração, tirava tudo o que tinha de si para desejá-lo paz, que Sasuke encontrasse seu caminho de volta, para que ela um dia pudesse comemorar seu aniversário ao seu lado.

― Sei que não gosta de doces… Mas ontem eu comprei alguns onigiris e frutas, desculpe se fui muito evasiva, mas hoje você está fazendo vinte anos e agora estamos assim… - gesticulou com as mãos.

― Casados. - Sasuke completou ao vê-la encabulada.

― Sim. - Ela sorriu docemente, mas ainda nervosa. ― Eu apenas queria fazer algo especial para você. - O observou por detrás da franja, levantando-se e ficando de frente para o Uchiha.

Sasuke voltou a olhar para o que ela tinha feito e deixou que um sorriso estampasse seu rosto de forma verdadeira. Sem que ela conseguisse completar uma piscada, ele estava na frente dela a abraçando com o único braço que lhe sobrara. Muitas palavras passaram por sua mente enquanto quebrava a distância entre eles, mas quando ouviu o suspirar surpreso dela em seu ouvido, só conseguiu dizer uma única palavra junto com sua respiração:

― Obrigado. - A voz dele era banhada na gentileza reservada somente a ela. ― Por tudo.

Aquela foi a primeira vez que Uchiha Sasuke comemorou seu aniversário, sob o céu estrelado daquela noite, inconsciente das noites em claro e dos desejos que ela reservava só a ele, assim com ela, jamais imaginaria que por todos aqueles anos, ele também encarava o céu naquelas mesmas noites, perguntando-se para onde seguir e quando perguntava-se, no fundo da sua mente, se alguém ainda o estimava, os fios rosas tomavam suas lembranças junto ao perfume da primavera.

Depois de tantos anos de solidão, ele aceitou tudo aquilo que ela guardou para ele, assim como ele deixou-se tomar por aquele sentimento que estivera adormecido.

Nenhum dos dois imaginaria, que daqui a nove meses, a prova mais real e concreta daquele amor viria ao mundo, o presente mais precioso que Sasuke poderia ganhar.


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Notas finais do capítulo

Até uma próxima ;)