Amante Profissional escrita por pinkyribeiro


Capítulo 1
Capítulo 1




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Era mais uma manhã de sexta-feira na vida entediante de Demetria. Ao ler o jornal durante o café da manhã, a morena se deparou com um anúncio:

AMANTE PROFISSIONAL
Realizo todos os seus desejos e fantasias. Também presto outros serviços. Mais detalhes no tel. 347-416-6699.

"Tô sozinha, carente, sem porra nenhuma pra fazer. Vou ligar, não tenho nada a perder", pensou Demetria, pegando o celular e digitando o número do anúncio.

— Alô? - Disse a voz masculina do outro lado da linha.

— Oi, esse é o telefone do tal amante profissional? - Respondeu Demetria vacilante.

— Sim, sou eu. Como você me achou, querida?

— Primeiramente, eu não sou sua querida. Segundamente, como é seu nome? Terceiramente, achei você através do anúncio no jornal.

— O meu nome é Joseph Jonas. E qual a sua graça, madame?

— Demetria Lovato. Você é... prostituto?

— Não, Demetria. Eu sou ator. Eventualmente transo com as minhas clientes.

— Ator?!

— Sim, ator. As minhas clientes me contratam para interpretar um namorado e não saírem do armário, impressionar alguém, ou o mais comum, fazer ciúmes no ex.

— E você poderia se descrever, por favor?

— Moreno, alto, bonito e sensual. Carinhoso, bom nível social. Tenho olhos verdes, também.

— E quando você tem horário, Joseph? Você me deixou curiosa.

— Hoje mesmo, às 8, surpreendentemente. Chez toi?

— Sim, anota meu endereço.

— Vou levar uma cópia pré-pronta do contrato e meu portfólio. Você também me deixou curioso, Demetria.

— Eu tenho que desligar, infelizmente tenho que trabalhar.

— E que trabalho é esse que te deixa tão infeliz?

— Trabalho num banco de investimentos. Ughhh!

— Bem, eu te vejo às 8 então - Joseph desligou o telefone.

Depois de um dia de trabalho enfadonho, aguentando os ADPs do chefe e dos clientes, Demetria voltou para casa exaurida. Ela colocou o primeiro pijama que viu pela frente, um de mangas longas da Hello Kitty, e se jogou no sofá. Até que a campainha tocou e a jovem mulher se deparou com um deus grego na porta.

— Ei, você me disse que era alto!

— Bem, eu sou mais alto que você - Demetria revirou os olhos. - Trouxe um vinho, não sei se é o que você gosta, mas eu adoro.

— Enfim, entra - A moça fez sinal para Joseph entrar no pequeno apartamento.

Joseph sentou no sofá e abriu a garrafa de vinho. Não era um rótulo absurdamente caro, mas também não era nenhum ordinário.

Demetria pegou duas taças no armário e colocou sobre a mesa de centro.

— Então, conte-me mais sobre sua vida, Demetria. Tudo que sei é o seu nome, que você trabalha num banco de investimentos e que é uma baita duma gostosa - A morena não sabia se ficava ofendida ou lisonjeada com o "baita duma gostosa".

— Me... chame de Demi. Bom, eu trabalho num banco de investimentos, mas tô bem longe de ser uma executiva, moro nesse apê minúsculo, dirijo um Toyota, meu namorado terminou comigo há 2 anos e meus pais moram no Texas. E você?

— Meus pais moram na Carolina do Norte, eu vim pra cá pra estudar artes cênicas e ser ator da Broadway, mas acabei fazendo o que eu faço. Moro em Midtown Manhattan, dirijo um Mercedes e minha última namorada séria eu tive com 24. Hoje eu tenho 32. Por que você me ligou?

— Curiosidade - Joseph estreitou os olhos, como quem quer extrair a verdade de seu interlocutor - Okay, curiosidade, carência e tédio.

Depois de uns segundos de silêncio sepulcral e olhares constrangidos, Demi lançou uma pergunta desconfiada:

— Você costuma embebedar suas clientes pra elas fecharem negócios com você e/ou transarem com você também?

— Não mesmo, isso não é minha prática de negócios. Mas eu sempre trago um vinho pra elas relaxarem, ficarem mais desinibidas e encorajadas a conhecerem melhor o meu trabalho e o que elas, de fato, querem, se é que você me entende.

Demi tomou um gole - fazia tempo que ela não tomava uma bebida tão boa - e aos poucos foi relaxando e se encorajando a conhecer o trabalho de Joseph.

Conversa foi, conversa voltou e Demi ficou bêbada rapidamente, devido à sua fraquíssima tolerância ao álcool. Desinibida pelo vinho, ela deitou no colo de Joe e fez as mais variadas confissões, de como a solidão a incomodava até suas fantasias mais profundas, como apanhar durante o sexo.

Compadecido da jovem mulher, Joseph fez cafuné em seus cabelos negros e a carregou até a cama. Lidar com mulheres solteiras e carentes não era nenhuma novidade para o ator, mas certos casos eram de dar pena.

Com dó de acordar Demetria, Joe rascunhou uma pequena nota num papel, deixou em cima do criado-mudo e foi para seu apartamento, em Midtown Manhattan.

No volante do Mercedes, o moreno não conseguia tirar Demetria da cabeça: o cabelo escuro e ondulado, o largo sorriso, as curvas subentendidas no pijama e, é claro, a bunda enorme, redonda, empinada e macia. Joe até imaginou como ficaria aquela bunda branquinha tingida de vermelho pelos tapas que Demi secretamente gostava.

Mas se envolver com uma cliente além do âmbito profissional não era nem um pouco recomendável, aliás, chegava até a ser antiético.

Joseph tratou de dissipar esses pensamentos, pegando um vinho na geladeira e apreciou a linda vista de Nova York da janela de seu apartamento. Morar no penúltimo andar de um prédio alto tinha suas vantagens.


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