Crawling Back To You escrita por Rafaela


Capítulo 19
Um novo Thatch


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora! Estou no terceiro ano do ensino médio e é muito apertado!!! Quem tiver acompanhando agradeço a paciência e apoio!! Muito obrigada!!
Espero que gostem!!!



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Katherine

(…)

Já tinham caminhado há uns cinco minutos em silêncio, e o pirata não parava de olhar para trás.

—Com medo de estarmos sendo seguidos? —Katherine perguntou e ele consentiu com a cabeça.

—Sobre Celeste…

—Não quero mais pensar sobre quem eu posso ser e essas coisas. Tenho que digerir tudo que escutei primeiro —ela o cortou.

—Eu ia falar sobre meu beijo com ela —William sorriu. —Só fiz aquilo para ela parar de jogar coisas em mim.

—Você não me deve explicação —Katherine o olhou.

—Eu sei que não. Mas quero falar mesmo assim —ele respondeu.

—Por que abandonou ela? —a princesa perguntou.

—Naquele tempo, ela me amava. Mas eu não sentia o mesmo. Não queria a magoar.

—Como se a mentira não fosse fazer ela sofrer —Katherine balançou a cabeça em desaprovação.

—Eu sou um pirata, majestade. Ninguém deveria…

—Confiar em você, eu sei —ela o olhou. —Mas é isso que eu estou fazendo, não é?

—Você é diferente.

—A sua maldição me faz ser diferente, William.

—A minha maldição me faz querer te proteger a qualquer custo —ele parou de imediato, um pouco irritado, e Katherine virou-se. —Me faz querer não ver você sofrer. É uma consequência por eu te amar, não o motivo.

Ele voltou a andar. A princesa sorriu disfarçadamente e voltou a o seguir, o olhando. Seu coração pegava fogo quando ela o encarava, cada traço, cada jeito de William a chamavam e Katherine queria atender todo o desejo que sentia por ele.

O pirata notou que estava sendo observado e olhou para a menina, que sorriu e virou o rosto, mas depois de alguns instantes, segurou a mão dele.

William franziu as sobrancelhas, mas Katherine continuou a caminhar tranquilamente. Com um sorriso de canto, o pirata entrelaçou seus dedos com os dela e os dois caminharam por mais alguns metros, até chegar na praia.

Mais tempo se passou enquanto caminhavam no litoral e o tal lugar nunca chegava. As pernas da princesa já estavam doendo, mas ela não reclamou.

—Certo —William parou e olhou para os lados. Mais à frente havia uma ponte de madeiras isolada, que adentrava o mar e no fim, uma casinha de aparentemente dois andares. —Precisa me prometer que você não vai comentar com ninguém sobre isso.

—Já falei, eu prometo —a princesa analisou o lugar e viu que havia um cavalo preso em uma árvore, no começo da floresta.

Ao seu lado estava Wayne, com uma mala bem grande.

—Vocês demoraram —o anão se aproximou.

—Peguei o caminho mais longo, para evitar suspeitas. Você foi seguido? —William perguntou.

—Não —Wayne disse orgulhoso.

Katherine estava esperando o pirata dizer alguma coisa, mas não precisou.

Em direção a eles, vinha uma criança correndo na ponte de madeira.

—Papai! Papai! —ela gritava.

O queixo de Katherine caiu e ela ficou paralisada observando o menino se aproximar. William sorriu em ver a expressão da princesa e logo se virou para ver a criança.

—Papai!!! —o menino sorria e continuava a correr. O pirata começou a andar em direção a ele.

—Ei amigão —William se ajoelhou e o garoto pulou em seus braços, quase o derrubando.

—Você demorou dessa vez, fiquei preocupado —ele abraçava o pai.

O menino parecia uma miniatura do William, tinham a mesma cor dos olhos, do cabelo, a mesma boca… Katherine mal acreditava no que estava vendo.

—Estava trabalhando —o Thatch sorriu e bagunçou os cabelos do menino, que riu.

—Wayne! Que bom ver você —o menino correu até o anão e os dois se abraçaram.

—Nossa você cresceu hein —o pequeno homem sorriu, ajeitando os óculos.

—3 centímetros —a criança disse orgulhosa.

Katherine observava toda a cena sem se mover, e a surpresa em seu rosto era evidente.

Até que o menino a notou. Ele parou e ficou a olhando, impressionado. A princesa deu um sorriso leve para ele, porém a criança não fez nada.

—É normal? Ele me encarar assim? —Katherine estava com medo do filho de William não gostar dela.

—O que foi, Thomas? —o pirata se aproximou do menino.

—Pai… —ele puxou a manga da camisa do capitão. —Ela é um anjo? —ele disse fascinado por Katherine, que sorriu ao escutar isso.

—Me pergunto isso até hoje —William sorriu para o menino.

—Will!!! —uma mulher agora se aproximava. Ela era alta, cabelos encaracolados e usava um avental.

—Nossa Pam, você está péssima —William riu e abraçou a mulher, dando um beijo em sua bochecha.

—Você também estaria se ficasse cuidando desse menino —ela deu alguns tapinhas nas costas de Thomas que riu e começou a correr. A mulher logo viu Katherine, e franziu as sobrancelhas. —Soube de um sequestro. É ela?

—Em carne e osso —o pirata disse perseguindo o filho que corria em volta de Wayne.

—Meu nome é Pamela, e você é? —a mulher se aproximou, estendendo a mão.

—Sou Katherine Lecerf —a princesa sorriu e a cumprimentou.

Mas assim que ela falou seu nome, Pamela perdeu a cor e olhou para William.

—K-Katherine Lecerf? A princesa de Sunrise? —ela perguntou espantada e o pirata confirmou com a cabeça, enquanto pegava Thomas no colo. —Pelos deuses, perdão Vossa Graça!

A mulher começou a limpar as mãos no avental e se ajoelhou.

—Se eu soubesse nunca teria me comportado dessa maneira… Perdão, majestade...

—Pamela —a princesa segurou as mãos da mulher, a levantando. —Não precisa disso. Me chame de Kate —ela sorriu.

—Como quiser, alteza! Quer dizer… Kate —Pamela sorriu nervosa e olhou para os rapazes. —Vocês devem estar cansados da viagem, vamos entrar. —ela disse apressada.

—Papai você vai adorar a espada que eu fiz. Dessa vez ela não quebrou… Ainda —o menino disse animado conversando com William.

Katherine ainda olhava fascinada para os dois. O pirata percebeu que a princesa estava os observando e sorriu para ela enquanto seguia Pamela para a casa.

O lugar era muito bem decorado. Katherine notou que eles não queriam chamar atenção, por isso era tudo bem simples.

A sala era repleta de fotos,  havia uma lareira e no meio, dois sofás e três poltronas.

Wayne deixou a mala no canto da sala, onde William se aproximou com Pamela. Ao abri-la, Katherine viu que havia muitas moedas de ouro e outros utensílios de valor.

—Não precisa de tanto, William —ela suspirou. —Não gastei nem a metade do que você me deu no mês retrasado.

—Você cuida do meu filho, é o mínimo que eu posso fazer.

—Seu filho é o meu sobrinho —ela tocou o ombro do pirata. —E ele é um menino muito bom, não é custo nenhum criar ele.

—Só aceita —William insistiu. —É sério, é importante pra mim.

Pamela balançou a cabeça e sorriu, fechando a mala.

—Wayne —Katherine sussurrou, chamando o amigo. —Quem é ela?

—É a irmã mais velha de Jane —o anão cochichou e segurou a mão da princesa, a levando para um lado da sala.

Na parede, havia uma pequena pintura. No canto estava William e ao seu lado deveria ser Jane. Ela era linda, cabelos castanhos cacheados, olhos marrons e um sorriso impecável, no meio dos dois estava uma criança, que provavelmente era Thomas alguns anos atrás.

—Nossa —Katherine olhou para o quadro impressionada.

—Eu que pintei, isso foi bem depois de Jane ter morrido —ele olhou para a princesa, que sentiu uma fincada no peito. —Ela nunca chegou a conhecer o filho. Morreu assim que Thomas nasceu. Desde então Pamela cuida do menino. Achei que seria legal Thomas saber o quanto a mãe era linda. E bem, esses seriam eles se ela não tivesse partido.

—William não merecia isso —Katherine se afastou da pintura.

—O que foi? —Wayne perguntou.

Katherine sentou-se na escada para o segundo andar, ao lado das pinturas.

—Primeiro ele perde o amor de sua vida, e agora se apaixona por uma princesa —ela colocou as mãos no rosto.

—Ei ei ei, você não está fazendo mal a ele, se é isso que está pensando —Wayne sentou ao lado da princesa.

—Claro que estou! Eu... Wayne, não tem a possibilidade de William e eu ficarmos juntos…

—Ei, vocês dois. A janta está quase pronta —Pamela se aproximou. —Querem tomar um banho?

—Seria ótimo —Wayne se levantou e assim que Pamela saiu, virou-se para Katherine. —Pensar somente no futuro faz você não viver o presente, majestade. Ficar com medo do que vai acontecer só vai fazer você perder tempo com o capitão. Pense nisso.

O anão subiu as escadas e a princesa suspirou, indo atrás dele.

Durante o banho, a princesa não parava de pensar no que queria dizer para o pirata. Ela queria se abrir para ele, igual ele está fazendo com ela, mas o medo de se magoar e magoar William falava mais alto. O que Wayne havia lhe dito ficava martelando em seu coração, e Katherine não sabia o que fazer. Se entregar ao momento em que está vivendo ou se reservar de uma dor futuramente?

Alguém bateu na porta do quarto em que a princesa estava. Não era um quarto grande, era um pequeno cômodo, com um guarda roupa, uma cama de solteiro e uma penteadeira com espelho, mas era bem confortável e agradável.

—Quem é? —Katherine perguntou, ajeitando a toalha.

—Sou eu, alteza. Com licença —Pamela entrou no quarto com uma roupa típica de uma pirata. Uma camisa branca feminina, um corpete, calça jeans com alguns rasgados na perna, um cinto com lugares para arma e espadas, um chapéu, um colar e brincos. —Vamos para uma festa no Porto do Mar, aqui do lado. Seria bom se a senhorita se parecesse com os habitantes daqui.

Katherine sorriu e pegou a roupa. Após vestir, a princesa se olhou no espelho. Seu coração bateu mais forte em se ver vestida de uma pirata, e em seus pensamentos, nunca havia se sentido tão bem como naquela roupa. Como se fosse algo que combinasse exatamente com ela.

—Obrigada Pamela.

A mulher estava sorrindo para a princesa, mas depois de um tempo com as duas se encarando, e Katherine sem saber o que fazer, a tia de Thomas voltou para a realidade.

—Ah… O jantar já está pronto! Venha, antes que esfrie. —a mulher disse em meio ao silêncio sorrindo e saiu do quarto.

WILLIAM

—Ela comentou alguma coisa? —William  perguntou para Wayne ao sentarem nas cadeiras da sala de jantar.

—Ela parece muito chocada com a situação —Wayne riu. —Contei que Thomas é seu filho com a Jane e ela ficou muito abalada… Se sente mal por amar você.

—Espera, ela falou que me ama? —William se virou com os olhos arregalados para o amigo.

—Ela não chegou a dizer mas é evidente, capitão.

—Não adianta, não dá pra gente ficar juntos —William suspirou escorando a cabeça na mão e entrelaçando um garfo entre seus dedos.

—Pelos deuses, parece ela falando —Wayne riu. —Se vocês dois querem, o que pode interferir?

—Anh, vejamos… —o pirata fingiu pensar. —Ela ser uma futura rainha, meu pai querer a matar, eu ser um pirata, ela ser noiva, eu não poder ficar em terr…

—Já entendi, já entendi —Wayne deu tapinhas na mão de seu capitão. —Ainda acredito que vocês conseguem ficar juntos.

William balançou a cabeça, como se não houvesse esperança para os dois.

Pamela chegou e sentou-se com os rapazes. Ela deu uma piscadinha para William e olhou para a porta. William acompanhou o olhar da mulher, e foi o suficiente para ele perder o fôlego.


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Notas finais do capítulo

Vou tentar postar um novo nesse sábado e nos fins de semana daí pra frente!!! Obrigada galera! Não esqueçam de comentar!!!



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