Heróis Phantasmas escrita por Crascutin


Capítulo 3
Capítulo 03


Notas iniciais do capítulo

Notas Iniciais do Autor:
Eu tentei deixar o mais "infantil" possível a parte que retrata dos machucados deles, mas não encontrei a forma apropriada para falar e demonstrar sobre isso.
No idioma português, quando uma criança fala que está machucada, nós entendemos como "dodói", mas não encontrei as fontes "bonitinhas" para usar.
Eu pesquisei e achei estes termos:
wound, para ferimentos...
boo-boon, para machucados (mas, geralmente usado para casais adultos meigos)...
E não sei se encaixa adequadamente em nenhum dos termos...
Depois pedirei ajuda para melhores traduções...



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Chapter Three

De forma bem estranha e o mais rápido possível, os três fugiram do alcance das risadas e se “esconderam” entre as decorações de arbustos que circulavam a fachada da escola. Era o jeito mais prático de fugirem das atenções e chacotas.

A garota estava muito envergonhada e triste por todos os acontecimentos desse dia. Nunca outro dia havia sido tão intimidador; nunca ela pensou que seu dia seria tão amargo. Todos riram dela... Ela estava com um arranhão dolorido no pulso, cotovelo e joelho... Aonde ela acabou de descobrir que havia rasgado parte do tecido frágil do vestido.

E ela ainda fez esse outro coleguinha passar por quase as mesmas coisas que ela... Pelo menos na parte das risadas. - “Agora todos vão implicar com ele também”.

O garotinho estava esfregando seu cotovelo também, igual a como ela estava fazendo.

Estava ardendo... E ele estava assoprando seu machucado para amenizar um pouco. Mas sem resultado.

Era até engraçado como ele era tão ‘criançinha’ por um simples arranhão.

A menina de vestido sujo de terra começou a achar engraçado o rosto dele e começou a rir. O garoto estava muito concentrado no fino braço dele e fazia bico nos lábios. Só isso já foi o bastante para aliviar todo o clima de antes.

Ela conseguiu esquecer os próprios problemas observando este garotinho... Era engraçado como ele parecia quase querer chorar, mas estava se contendo.

Quando o menino desviou um pouco sua atenção do braço dolorido, ele notou que a nova garota estava prestes a gargalhar. É claro que ele achou que ela estava implicando um pouco com ele...

Esse menino pensou em alguma forma de fazer a garota não rir dele... E sem ele mesmo saber o motivo, todos os três pequenos colegas ali juntos começaram a rir da situação.

Era engraçado... Todo esse dia era engraçado por ser tão diferente. Não era possível que seus dias tão normais tenham ficado tão bagunçados em poucos minutos... Queda e vergonha... Estavam com arranhões e hematomas superficiais. Mas era divertido, por alguma razão.

Talvez... Só talvez...

Essas três crianças solitárias e sem amiguinhos na escola, agora possam ter mais companhia entre si.

As três crianças tornaram-se amigos.

...

Tucker, o nome do amiguinho do garoto “amassado” no chão por causa da queda, iria a casa desse amigo. A irmã do menino já tinha prometido levar os dois. Como os pais desses irmãos não estariam em casa, o amigo seria uma grande companhia. E não era distante ou perigoso. Ela já tinha quase dez anos também. Além disso, não era a primeira vez desse amigo por lá. Ele mesmo já sabia o caminho.

Quando as três crianças se acalmaram um pouco, ainda dava para ouvir as risadas no local.

Logo os dois meninos notaram como a garota mudou sua expressão. Ela ficou triste, novamente.

“Olá, me chamo Tucker. Você está bem? Quer alguma ajuda... Limpar um pouco...”.

“Eu queria sair logo daqui.”.

“É... Ah, já sei. Eu já estava indo até a casa do meu amigo aqui, então vem com a gente. Vai ser divertido... A casa dele tem doces. E um monte de brinquedos que os pais dele fazem.”.

“Tucker. É uma ideia muito boa. Mas... E sua casa? Ela precisa ir para casa... Você precisa, não é? Seu papai ou mamãe já devem estar te procurando.”.

“Não... Eles não vão vir me buscar. E eu não quero ver eles agora. Ou eu vou parecer um bebê-chorão. Eu quero ir com vocês. Será que posso?”.

“Eba. Agora temos mais uma copiloto para a nave-mãe.”.

“Não liga para ele. É só que ele gosta muito do espaço e tudo sobre aeronaves... Eu gosto disso aqui.”.

“Ah. Um minigame. Demais”.

...

Três minutos antes de toda essa agitação...

“Ainda bem que eu perguntei sobre a ênfase que o predicado possui. Vou prestar mais atenção... Mas o que está acontecendo? Que tumulto todo é esse...”

“... Parece que algum aluno acabou passando por um vexame por agora.”.

“há-há-há. Tomara que a gente consiga ver ainda.”.

Muitos alunos se aglomeraram na entrada da porta, interrompendo a saída dessa menina esperta. Tão inteligente que já possuía conhecimento além de sua faixa etária tão jovem... E cujo pressentimento alertava ela a se apressar.

“Ah, não. Será que foi o meu irmãozinho de novo... Mas dessa vez tem muitos alunos juntos. Nem mesmo o pobrezinho do meu irmão seria tão sem sorte a esse ponto”.

Mas, para sua confirmação, ela conseguiu notar um pouco da movimentação no local. E parecia que seu irmão estava deitado no chão...

“Com... Com licença... Pode abrir espaço... Ãhhh... Como crianças perturbam tanto?”.

Depois de passar alguns segundos bloqueada pela passagem do corredor, essa menina finalmente conseguiu sair. Em grande parte, pois os alunos já estavam começando a perder o interesse na situação, como um todo.

Eles só queriam ir logo para casa. Poderiam rir mais no outro dia, tirando novas brincadeiras. E o alvo, provavelmente, seriam estes pequenos colegas caçoados hoje.

Quando a irmã mais velha passou pelo conjunto de portas, seu irmãozinho já não estava mais lá. Então só restou a ela sair procurando por ele... Algo que nem foi tão difícil. Ela logo notou alguns sussurros e risadinhas perto do verde decorativo.

Um grande contraste fúcsia estava denunciando a presença de mais do que arbustos naquele canto.

E, ao chegar lá, ela se deparou com três crianças. Dentre elas, finalmente o seu irmão.

“Ainda bem que te achei logo, irmãozinho. Você está bem? Consegue ir para casa?”.

“Ah. Até que enfim, Jazz. Eu queria mesmo te pedir uma coisa... Ai, ai...”.

“Você se machucou? Eu vou te levar até a enfermaria.”.

“N-não. Não precisa. Foi só um arranhão. Esquece isso. Mas você pode me ajudar de outra forma. Temos aqui mais uma convidada lá para casa.”.

“Oh. Olá. Você quer ir lá à nossa casa? Mas você não tem que voltar para a sua própria...”.

“Irmã. Por favor. Deixa a gente brincar um pouco junto. O Tucker já vai, mesmo. Não tem problema mais uma convidada...”.

“Mas não é esse o problema. Nem combinamos nada com os pais dela. O mínimo que devemos fazer é esperar até que eles venham, então podemos pedir autorização deles...”.

“Por favor. Eu prometo que depois eu lavo direitinho a minha parte das louças... E ela prometeu que iria ligar do telefone lá de casa para os pais dela, não é verdade?”.

“Sim. E meus pais não vão se importar para isso. Eles nem vão vir me buscar.”.

“Eu não sei... Eu não tenho essa responsabilidade toda...”.

“Deixa, vai. Assim eu posso te deixar estudar durante boa parte da tarde, já que vou ter mais gente com que brincar.”.

“Tudo bem. Mas só se os três me prometerem se comportar. E você deve ligar para seus pais assim que a gente chegar na minha casa, tudo bem?”.

A garota de vestido queria ir junto. Estava muito notável isso. Ela parecia ter gostado dessa ideia toda. E os demais não perceberam que ela não queria encarar os próprios pais agora. E que essa era uma desculpa, dizendo que eles não iriam aparecer ali para buscá-la...

Quando ela disse que ligaria da casa desse garoto avisando aos pais dela, não era mentira... Mas isso não significa que os pais dessa menina não ficariam preocupados com sua ausência.

Mas isso não importa. O que essas crianças querem fazer agora é somente brincarem juntas e se divertirem.

“Ok. Bem-vindos a excursão à casa dos Fenton! Todos animados. Eu serei a guia de vocês. Sou a irmã maior... Podem me chamar de Jazz.”.

Jazz concordou pela insistência do seu irmãozinho, e assim os três poderiam brincar juntos na casa deles. Relutante, mas ela concordou. Já que boa parte do problema anterior ela presenciou, um pouco atrás do aglomerado de alunos risonhos.

E para a casa desses dois irmãos as crianças se dirigiram...

...

Pouco menos de dez minutos e as quatro crianças chegaram.

A primeira vista, essa não era uma casa “comum”. Com o grande letreiro estampado na fachada da construção, somente duas constatações eram normalmente assumidas... Estranho ou legal.

“Bom, chegamos. Espero que goste. É aqui que eu e minha família moramos”.

“Uau. É bem mais legal que a minha casa.”.

“E a minha. Os pais dele são muito criativos.”.

“Podem entrar. Parece que a mamãe deixou alguns lanches preparados. Eu só vou organizar um pouco e vocês podem vir comer um pouco. mas lavem as mãos. Irmãozinho, mostra aonde fica o banheiro para sua amiga...”.

“Ok. É por aqui. Ah, enquanto vocês lavam as mãos, eu vou lá no meu quarto pegar a minha caixa de brinquedos. Eu tenho vários bonecos e carrinhos. Eu não sei se você gosta, mas...”.

“Sim, sim... Vamos brincar de front. Guerrinha de brinquedos...”.

“Isso, isso. Eu me encarrego das comunicações e narrativa do campo de batalha.”.

“E eu serei o general de frente.”.

“Então eu serei os combatentes...”.

“kkk. Pelo visto vocês três já se enturmaram bem rápido. Mas ainda não foram lavar as mãos... Andem logo!”.

“Está bemmmm... Vamos, logo.”.

...

Os três brincaram de bonecos de luta... E até o pequeno foguete criado por ele foi aproveitado... Essa foi uma tarde muito animada para estes três pequenos. E a sala ficou toda espalhada com os brinquedos do menino. Mas eles só se importaram com a diversão.

Depois de algumas brincadeiras, o menino começou a mostrar sua coleção de coisas legais para essa garota.

Ele mostrou o novo objeto que descobriu no dia anterior. Uma chave enferrujada, mas que era um objeto legal.

A nova amiga se interessou bem mais do que o outro garoto, que estava ocupado com o lanche que a Jazz trouxera...

A chave brilhou suavemente na mão da menina...

“Legal, não é?”.

“Sim”.

“É dos meus pais. Vou devolver hoje. Mas gostei dela. Não entendo muito bem o porquê... Mas é bonitinha”.

“Eu gostei, também. Parece misteriosa.”.

“Então... Seu dodói ainda está ardendo muito?”

“Só um pouquinho. Principalmente o do cotovelo.”.

“O meu ainda está ardendo também.”.

“Já sei. Estende o seu cotovelo machucado...”.

Ele assim o fez. Ela também... E ambos encostaram os machucados. Cotovelo contra cotovelo. Arranhão pressionando o arranhão.

“Ai, ai... Eu vi uma história que dizia que assim melhorava logo”.

“Ai, ai, ai... Não sei se está funcionando.”.

“Desculpa de novo. Fui eu a desastrada que te derrubou”.

“Oh, isso... Não é nada. É pior lutar contra o jantar da mamãe. Você tinha que ver. Quarta-feira passada a minha irmãzinha teve que surrar o frango assado, enquanto ele queria me morder.”.

“Como assim? Mas se estava assado, não significa que estava cozinhado? Como a comida te atacou? E... Eeeca... Você come a pobrezinha da ave?”.

“Sim, por quê?”.

“Eu não gosto. Não consigo. Tenho pena delas. Não gosto de carne.”.

“Há-há-há. Tudo bem. Eu gosto, mas se você não gosta, então vamos não vamos falar, vamos mudar de assunto”.

“Sim. Quero saber mais de você. Essa sua casa é incrível”.

“Papai e mamãe são inventores. Estudam muitas coisas e fazem muitas coisas. Eu não entendo quase nada do que eles fazem... Mas eu acho legal”.

“Há-há-há. E os meus pais devem estar me procurando agora.”.

“E você ri?”.

“Eu não gosto das roupas que eles me fazem vestir. É colorido demais. E todos riram de mim hoje por causa desse vestido. Então eu prefiro demorar mais um pouco para falar com eles”.

“Oh. Você é malvada com eles”.

Os dois riram.

“Meu joelho e meu pulso já pararam de doer. E o cotovelo já está bem melhor.”

“Que bom. O meu também está.”.

“Você está chateado comigo? Por que eu te fiz passar vergonha na escola hoje?”.

“Não... Eu sei que foi sem querer. E, se eu ganhei outra amiga só por me arranhar um pouco, eu não vou chorar. Somos amigos agora, não é?”.

“Sim”.

“Então isso aqui não é nada. Agora está melhorando... E eu não senti vergonha. Já aprontaram algumas palhaçadas comigo antes, também.”

Eles perceberam que seus dodói não ardem tanto mais.

Quando eles perceberam, o amigo deles que tinha ido até a cozinha comer o lanche havia chegado na sala e estava observando eles. A irmã do menino também estava perto da porta que ligava a sala com a cozinha. Os dois estavam rindo deles.

Danny e Sam não haviam notado o porquê dessa risada... E sentiram-se envergonhados com isso tudo. Lembrava um pouco de como foi tudo nesse dia.

Mas era diferente.

Não ‘magoava’...

Era acolhedor.

A história de contos de fada que a garotinha havia lido resumiu muito desta primeira interação destas duas crianças.

Algo que levarão para sempre em suas vidas a partir de então.

A convivência mútua...

E vontade de estarem sempre juntos.

.

.

.

#Continua.


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Notas finais do capítulo

Notas Finais do Autor:
Recomendo que NÃO FAÇAM ISSO! Existem doenças que são transmitidas pelo sangue. Eu não preciso nem alertar, certo? Isto é só para a obra ficar mais “bonitinha”. ^^
O próximo capítulo (4) deve esclarecer, complementar e encerrar boa parte deste momento da narrativa no passado deles.
Como vocês já devem ter notado, os demais personagens irão aparecer nesta obra com o passar dos capítulos, mas serão tratados como “vento”. Ou seja, em alguns momentos poderão ter um assombroso destaque, mas o foco será somente na dupla-dinâmica, o casal principal... ^^
No mais...
Fiquem todos muito bem... ^^



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