As coisas estavam completamente fora de controle era o que Rosalie pensava enquanto caminhava de um lado para o outro no quintal da sua casa, quer dizer no quintal da casa de Emmett que era sua por enquanto já que ela estava no corpo dele. Jogou as mãos para cima em frustração vendo que ele demorava para aparecer, tinham combinado de se encontrarem ali para resolver o que fariam. Rosalie queria firmemente acreditar que estava sonhando, mas depois de jogar bastante água no rosto, se beliscar – apesar de doer não se incomodou muito já que as marcas ficariam na pele de Emmett-, e ser parada no corredor por Edward se dirigindo a ela como mano, percebeu que aquilo estava longe de ser um pesadelo. Rosalie usava uma camisa social com as mangas dobradas até o cotovelo e uma calça jeans, odiou todas as outras roupas que encontrou jogadas sobre uma cadeira no imundo e bagunçado quarto do garoto, para além de todos os defeitos Emmett ainda tinha que ser um porco.

Céus! O que iria fazer? Não tinha ideia de como solucionar esse imenso problema. Ouviu o som da porta da casa ao lado quando Emmett a abriu e Rosalie se virou bruscamente tendo a estranha visão de si própria caminhando em sua direção. Nunca se acostumaria com aquilo. Ficou tão aflita com a visão de seu corpo movendo-se governado por outra pessoa que quase não reparou nas roupas que ele estava usando...Quase.

— O que é isso que você está vestindo? - Gritaram ao mesmo tempo com expressões iguais de choque e horror na face. Rosalie foi a primeira a se recuperar.

—Eu é que pergunto, que raios de roupa é essa?- Ela perguntou horrorizada vendo que Emmett tinha escolhido uma camisa de um time de futebol que ela não fazia ideia de quem era e que com certeza não era sua e uma saia jeans tão curta que com certeza ela deveria ter comprado a mais de cinco anos atrás. Emmett deu de ombros a encarando com os seus olhos verdes, ela se olhou de alto a baixo e percebeu que era linda mesmo e tinha pernas maravilhosas embora não quisesse que metade da escola também visse aquilo.

—Eu não gostei de nada do que encontrei no seu guarda-roupa, por sinal é muito certinho, muito arrumadinho, muito enjoadinho. Você tem TOC por acaso? – Questionou ele caminhando com seu jeito típico e desleixado fazendo com que ela parecesse largada demais, muito diferente do seu jeito metódico. – Então eu peguei essa camisa do Jasper e encontrei essa saia no fundo do guarda-roupa. E o que é essa roupa que você escolheu? Pelo amor, essa camisa minha mãe comprou há três anos para um batizado que eu fui obrigado a comparecer. Você não vai me levar para escola usando isso!

—Você mexeu no meu guarda-roupa? - Rosalie ficou furiosa, tendo em vista a bagunça que era o quarto dele não queria nem pensar em que estado ele deixaria o seu. - Bem, eu também não gostei nada do que achei no seu, todas aquelas camisas horríveis de bandas e times, você não tem nada descente para vestir? Sinceramente, a escola é um ambiente formal e ....

—Okay, okay, já chega. Estamos perdendo o foco aqui. – Emmett cruzou os braços voltando a pressionar as mãos contra os seios de Rosalie e ela se viu obrigada a bater nele.

—Tira a mão daí seu pervertido. Certo, estamos perdendo o foco. E se demorarmos mais iremos nos atrasar, temos que ir para a escola.

Rosalie passou a mão na cabeça sentindo os cabelos curtos pinicarem seus dedos e sua mão muito grande. Não, não era sua mão, era a mão de Emmett.

Suspirou, que confusão!

—Você está falando sério? Você quer ir à escola assim? – Ele riu, um som agudo e cristalino o que o fez tossir, que raios, nunca valorizou muito sua voz, mas estava cansado de falar fino e isso porque não fazia nem uma hora que estava naquele corpo. –Olha Rosalie, eu sei que você nunca foi muito inteligente, mas não precisa ser nenhum gênio para ver que isso não vai dar certo. Você obviamente não sabe ser descolado como eu...

Ela o interrompeu segurando em seu braço com mais força do que seria necessário e impondo sua voz grave.

—Agora espere um momento aqui, eu sei sim ser descolada e é muito fácil ser você. Só basta ser um grosseirão ridículo que pisca para todas as meninas que passam e só fala besteira. – Ela o soltou e Emmett passou a mão no braço vendo uma marca vermelha, caramba, ele era mesmo forte. Rosalie se afastou alguns passos e então voltou a se aproximar abrindo muito as pernas e balançando excessivamente os braços e só então ele se deu conta de que ela estava tentando imitar o seu jeito de andar. – Ei gata, eu sou Emmett, sou o maioral quer dar um rolê no meu carro imaginário já que o verdadeiro eu danifiquei porque sou um idiota sem noção?

—Há,há,há, muito engraçado. Minha vez então. - Emmett caminhou jogando os cabelos para o lado e caminhando na ponta dos pés. – Olhem para mim, olhem pra mim, eu sou Rosalie Hale e nenhum de vocês está a minha altura, me adorem meros mortais, sou tão bom que quase não piso o chão para não me contaminar com a sujeira de vocês! - Ele riu de uma forma afetada e irritante fazendo Rosalie fechar a cara e em seguida suspirar.

—Isso não está ajudando. - Um grito no interior da casa fez com que Rosalie se dessa conta de que o tempo estava acabando. Ela suspirou profundamente. - Escuta, Emmett, eu sei que isso é uma merda e eu não faço ideia de como isso foi acontecer, mas hoje você tem treino e eu tenho reunião do baile de formatura e...- E o Royce estaria lá o que foi a razão principal para ela se envolver no comitê, queria que Royce a notasse, pensando bem depois do que Emmett tinha dito talvez ele tivesse uma ideia errada e a achasse muito metida ou uma rainha do gelo e por isso nunca se aproximava, balançou a cabeça tentando afastar aqueles pensamentos, lidaria com isso assim que recuperasse seu corpo.- Nós  não podemos perder esses compromissos, a gente se conhece desde o fundamental, tenho certeza que podemos fingir por um dia. Sem palhaçadas, sem joguinhos. Também acho que a gente deveria voltar ao laboratório de química, talvez tenha a ver com o composto que a gente derrubou ontem, eu não sei, tudo o que eu sei é que deve ter uma solução perfeitamente lógica para resolver isso e ficar em casa não vai ajudar. Então....trégua por enquanto, okay?- Ela estendeu a mão enorme e pálida de Emmett e ele estendeu sua mão muito menor. Um arrepio percorreu Rosalie de alto abaixo quando sentiu o toque firme contra sua palma.

—Certo, vamos fazer isso funcionar e para começar você pode trocar de roupa porque eu jamais usaria isso para ir à escola. - Ele riu observando o próprio corpo na camisa social e sapatos lustrosos.

Ela riu mas concordou, percorrendo o caminho de volta para dentro de casa sabendo perfeitamente o que escolher e por um minuto a consciência de que conhecia intimamente os gostos de seu vizinho irritante a deixaram desconcertada.

X

Na hora do intervalo Rosalie e Emmett se encontraram num corredor deserto. A manhã tinha sido esquisita e desconfortável e eles estavam exaustos por terem que agir como o outro e pior ainda pareciam não estar se saindo tão bem naquele propósito.

—Se mais alguém me perguntar mais uma vez se eu estou passando mal vou socar alguém.- Emmett disse enrolando a ponta da blusa de lacinhos que usava e Rosalie riu.

—Não, você não vai fazer isso porque eu jamais distribuiria socos em alguém. Manhã difícil? – Ela perguntou.

—Sim, suas amigas tiveram a ousadia de me perguntar se eu, quer dizer, se você estava bem e se fora alguma coisa que o seu estúpido vizinho lhe fizera para deixa-la irritada. Como se o propósito de minha vida fosse irritar você e eu não tivesse nada de melhor para fazer. – Ele revirou os olhos e Rosalie riu, pelo visto tinha sido mais fácil para ela fingir ser ele, o que a levava a conclusão de que ou ela fingia muito bem, ou os amigos de Emmett eram muito dispersos.

—Talvez isso tenha a ver com o fato de que você está reto como uma tábua, sério, você está muito tenso. – Rosalie se moveu colocando-se atrás do seu próprio corpo e usando as mãos fortes de Emmett para massagear seus ombros tensos, ele deu um suspiro de satisfação.

—Talvez isso tenha a ver com o fato de que tem uma calcinha enfiada na minha bun...

—Não! - Rosalie cobriu a boca dele com as mãos. – Não me lembre do fato que você me viu de calcinha, eu ainda não sou capaz de lidar com o trauma.

Emmett revirou os olhos e pôs suas mãos sobre as dela sentindo um arrepio de prazer com aquilo, de repente teve vontade de se encostar contra Rosalie e relaxar junto ao seu corpo, mas se controlou. O que diabos estava acontecendo entre eles?

—Eu já te vi de calcinha antes Rosalie, várias e várias vezes da varanda do meu quarto. - Ele riu e virou de frente para ela encarando a própria imagem, mas apesar disso era possível ver em seus olhos azuis o reflexo de Rosalie, da personalidade dela mais especificamente e ele ficou preso naquele olhar, as mãos dela voltando a repousar sobre seus ombros. E as respirações deles muito próximas até que um pigarro os interrompeu. Rosalie se virou na direção do barulho e seus olhos brilharam fazendo ele seguir o olhar dela apenas para se deparar com Royce. Emmett revirou os olhos, Royce era um babaca e ele nunca fora com a cara dele, na verdade ouvia as barbaridades que ele falava das meninas com quem ficava, não tinha o mínimo escrúpulo e.... E então porque Rosalie o olhava daquela forma embasbacada?

E pior ainda, em seu corpo, deu um pisão no pé dela tentando tirá-la daquele transe, tudo o que não precisava naquele momento era da escola inteira achando que ele era gay.

—Rosalie, será que eu posso falar com você? - Royce perguntou passando a mão no topete ensebado de gel barato e ela logo respondeu esquecendo da situação deles por um minuto.

—Claro, Claro! – Royce viu a figura de Emmett se aproximar de si e instintivamente deu um passo atrás e colocou as mãos dentro dos bolsos.

—Na verdade, eu queria falar com a Rosalie. - Repetiu se perguntando por um milésimo de segundos se tinha falado errado da primeira vez. Rosalie se deu conta da burrada que tinha feito e tratou logo de corrigir.

—É, eu vou deixar vocês a sós então.

—Na verdade, Royce, - Emmett tratou de se manifestar tentando escolher as palavras que Rosalie usaria. – Nós temos algo importante a fazer no laboratório de química. – Ele lançou um olhar para Rosalie indicando claramente que não gostaria de ficar sozinho com o outro. Rosalie devolveu o olhar antes de dizer.

—Mas isso pode esperar, sei que vocês têm muitas coisas importantes para conversar! – Rosalie mal podia se conter, tinha esperado muito tempo para ter uma oportunidade com Royce e agora que ele finalmente a tinha notado e vinha procura-la era Emmett quem estava em seu corpo. Aquilo só podia ser carma, mas ela faria o que estivesse ao seu alcance para que as coisas fluíssem do jeito que ela queria e não permitiria que Emmett estragasse tudo.

— Soube que o laboratório de química está fechado por enquanto. As aulas práticas de hoje foram substituídas por aulas teóricas e tudo. – Emmett quis dar um soco naquela cara cínica de Royce enquanto ele gesticulava e se aproximava mais. - Parece que alguém derramou um composto suspeito ontem por lá, o produto reagiu e formou uma fumaça malcheirosa e ninguém sabe se é tóxica ou não.  Não adianta ir lá de qualquer jeito. – Deu de ombros indiferente.

—Ah.... Você dá uma licencinha? Prometo que já, já te devolvo a Rosalie.

Rosalie saiu rapidamente puxando Emmett para um corredor anexo e empurrando ele contra a parede antes que Royce pudesse abrir a boca para dizer algo.

—Eu não acredito que você está apaixonada pelo idiota do Royce! Você é masoquista por acaso? -  Emmett acusou assim que eles pararam. Foi engraçado e esquisito ver suas bochechas corando com constrangimento e ele fez uma nota mental de jamais passar por isso de novo quando voltasse ao próprio corpo porque tinha certeza de que não seria tão divertido para ele se fosse outra pessoa o encarando.

Rosalie suspirou audivelmente e deixou os ombros caírem, não queria que Emmett soubesse de sua paixão secreta, mas agora não parecia que tinha como esconder.

—Agora escuta aqui, Emmett. O Royce é importante para mim e eu não vou deixar você estragar isso, eu meio que gosto dele- Ela corou mais forte. – E tenho esperado muito tempo para ele me notar e você não vai jogar tudo no lixo, você vai lá e vai ser a melhor versão de mim que você puder e se ele me convidar para o baile você vai dizer que sim! Ouviu bem? Essa noite nos vamos invadir o laboratório de química e resolver essa situação de uma vez e amanhã estaremos de volta ao normal.

Emmett não soube porquê, mas alguma coisa se revolveu dentro dele ao ouvir Rosalie dizer que gostava de Royce, parecia extremamente errado que alguém como ela, tão inteligente, cheia de boas ideias e ao seu próprio modo , doce, gostasse de um crápula que a desprezaria tão logo conseguisse dela o que desejava. Não permitiria que isso acontecesse.

—Ele não é o cara certo para você. - Disparou vendo-a estreitar os olhos.

—Isso sou eu quem tenho que decidir. - Ela bufou quando ele arqueou a sobrancelha e apontou com a mão para o próprio corpo apontando que ele agora era ela. - Só.... Só não estrague tudo, okay? Isso é importante para mim, Emmett.

Ele riu maliciosamente.

—Fique tranquila, farei o meu melhor.

X

Ao final das aulas e depois de ser massacrada no treino da equipe de futebol Rosalie marchou furiosamente para frente do auditório onde as peças de teatro e as reuniões do comitê de formatura aconteciam. Se o que ela tinha ouvido durante o treino fosse verdade ela iria matar Emmett.  Espiou pelas janelinhas quadradas que ficavam na porta e permitiam uma visão do interior da sala sem chamar muita atenção, observou sua imagem sentada num círculo enquanto outras pessoas pareciam discutir os detalhes que ela deveria estar liderando, ao invés disso Emmett só ficava ali sentado com cara de bocó dizendo sim para tudo. Ela somou isso a sua irritação anterior e empurrou as portas do auditório chamando a atenção de todo mundo.

—Algum problema? – Perguntou Isabella a encarando com um olhar desconfiado e Rosalie quis rir, a amiga era muito defensora dela e a loira sempre fazia queixas e mais queixas de Emmett .

—Nenhum, na verdade eu estou aqui com soluções. Eu quero me voluntariar para participar do comitê do baile.- A expressão feita de Emmett foi de puro desespero e Rosalie se sentiu perfeitamente bem e vingada. Se ele tivesse mesmo jogado água e dado um soco em Royce qualquer chance de que ele a chamasse para o baile teriam sido arruinadas e aquela seria sua vingança.

—Você não pode fazer isso! – Se manifestou a loira dando um salto da cadeira.

—Na verdade eu posso sim, qualquer aluno pode se voluntariar e eu tenho ótima ideias. - Ela riu de lado imitando perfeitamente o sorriso de Emmett que mais odiava e não lhe passou pela cabeça o quanto era íntimo o fato dela saber até diferenciar os tipos de sorriso que ele possuía. – Posso? - Questionou já puxando uma cadeira e se sentando começando a explanar as ideias que tivera para aquele projeto. A Emmett não lhe restou alternativa a não ser sentar e remoer sua raiva. Ele tinha uma reputação a zelar e Rosalie estava jogando tudo no lixo, ele era um quarterback, capitão do time de futebol e agora tinha que assistir a si mesmo falando sobre gelo seco e decorações de inverno. Seus amigos jamais o deixariam em paz depois disso. Tudo o que lhe restava era voltar àquela noite ao laboratório de química e torcer para que tudo voltasse ao normal na manhã seguinte.

X

Rosalie não podia acreditar que estavam mesmo fazendo aquilo, ainda mais vestidos daquele jeito. Emmett a convencera de que precisavam de uma roupa adequada para invadir a escola, uma roupa que os ajudassem a se misturar. Isso claro depois que eles tinham discutido um monte por ele ter acabado com qualquer chance que ela tivesse de ficar com Royce e por ela ter se voluntariado como ele para o comitê do baile. Apesar da discussão Rosalie sentia que não estava tão chateada quanto deveria realmente estar se estivesse apaixonada de verdade por Royce, na verdade parecia mais uma frustração de uma meta não alcançada e ela deixou o assunto de lado antes de começar a divagar sobre porque agora sentia-se muito mais nervosa perto de Emmett do que quando tinha a ideia da paixão por Royce para servir de proteção. Seus sentimentos estavam todos loucos.

Enquanto caminhavam furtivamente pelos corredores da escola até chegar ao laboratório, Rosalie usava uma calça camuflada que por alguma razão Emmett tinha, uma camiseta e touca pretas sobre o rosto, enquanto Emmett havia pego um macacão, uma meia-calça e também usava uma touca preta, segundo ele estavam disfarçados de ninjas embora para Rosalie estivessem simplesmente ridículos e pela milésima vez na noite ela se perguntou porque foi cair na pilha de Emmett.

Entraram no laboratório sentindo o odor que exalava da área onde trabalhavam.

—Minha nossa, parece que tem alguma coisa morta aqui dentro. - Ele disse tirando a touca e deixando os cabelos loiros caírem livremente. Rosalie o imitou e logo cobriu o nariz com a mão.

—Está horrível mesmo. Mas se minha teoria estiver certa não precisaremos demorar muito aqui.

— E qual sua teoria? – Ele perguntou tampando o nariz fazendo a voz soar fanha.- Eu agradeceria se você dissesse rápido para gente sair logo.

—Bem, como você sabe o conhecimento científico se baseia em repetição de experimentos para ver se o resultado se repete ou se altera. Eu acredito que alguma coisa na constituição do composto que estávamos produzindo ontem tenha provocado essa alteração na gente, então se a gente repetir o experimento talvez o resultado produzido se repita e a gente troque de corpo de novo. – Ela disse caminhando até uma bancada e pegando os instrumentos e materiais que tinham usado no dia anterior.

—Você quer dizer repetir tudo de novo?  Inclusive o beijo?- Emmett perguntou se aproximando para ajudá-la. O calor do corpo dela próximo ao seu o fez prender a respiração e seu coração bateu descompassado no peito ao mencionar o beijo.

Rosalie paralisou por um momento sentindo a garganta repentinamente seca e as mãos levemente trêmulas. Não tinha pensado nisso até aquele momento, teria que beijar Emmett de novo, o coração explodiu e o som foi tão alto que ela pensou que ele poderia reverberar naquelas paredes, felizmente Emmett abriu de novo dispersando aquela sensação inquietante embora o nervosismo não tenha sido alterado.

—Você está dizendo porque realmente acredita ou é só porque quer me beijar de novo? Porque se for a segunda opção...

—Deixa de ser convencido Emmett, até parece que eu ia querer te beijar, estou usando só a lógica. Não viaja, agora vem e me ajuda nisso aqui, quanto antes a gente terminar mais rápido esse pesadelo acaba.- Ela cortou a conversa e eles se puseram a trabalhar em silêncio.

Quando por fim terminaram tudo jogaram o conteúdo do frasco sobre eles e se aproximaram, Rosalie tomou a iniciativa  e então os lábios colidiram um contra o outro num beijo muito mais ardente e cheio de desejo do que no dia anterior, as línguas provaram e se acariciaram mutuamente e Emmett deixou que a mãos se fechassem em torno do seu pescoço ao passo que Rosalie colocou as mãos na sua cintura, naquele instante estavam muito pouco preocupados com a bizarrice de estarem tocando em seus próprios corpos pelas mãos de outra pessoa, concentrados demais na sensação inebriante de prazer que os dominava.

Se afastaram para logo em seguida voltarem a se beijar.

—Só para ter certeza de que vai dar certo. - Emmett justificou.

—Claro, só por isso. – Rosalie concordou e então se beijaram de novo.

— E agora? - Perguntou Emmett depois de algum tempo e muitos beijos trocados.

—Agora a gente vai para casa, dorme e espera. - Ela deu de ombros. - Amanhã tudo deve estar resolvido.

E foi o que fizeram e apesar de todas as desculpas enquanto se despediam um do outro próximo da entrada de suas casas eles voltaram a se beijar.

Quando dormiram naquela noite eles tiveram a certeza de que nada mais seria igual, o engraçado é que nenhum dos dois estava se referindo a troca de corpos.