Ironias do Amor escrita por Lyse Darcy


Capítulo 26
cAP 26 - Projetos, grupos de amigos e suas ironias.




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O dia avançava rapidamente, Rey folheava um livro, no entanto, não se concentrava em nenhuma palavra estava apreensiva, queria pôr fim a todo esse pesadelo. Levantou a vista e, observou Ben Solo que estava cozinhando algo, aparentava estar delicioso, o aroma agradável fez seu estômago reclamar.

— Hum! parece estar gostoso. — Sorriu para ele.

— Assim espero. — Devolveu o gesto.

Lavou as mãos e as enxugou numa toalha e com ela em mãos caminhou até a garota e se sentou junto a ela.

— O que você está lendo?

— Na verdade, eu não estou. — Segurou a mão dele.

— Concordo, com esse livro ninguém se concentraria. — Leu a capa: “Um Tratado sobre o Sistema do Mundo” de Isaac Newton. — Você precisa de algo mais envolvente. — Fitou a sua biblioteca e suspirou. — Mas infelizmente não tenho nada parecido por aqui.

 — Gosto das obras que estão aqui. — Se levantou e devolveu o compêndio na estante. — O problema é outro para não conseguir me focar na leitura.

Ben caminhou até ela e a envolveu em seus braços que afundou seu rosto em seu tórax.

— Tenho medo que algo possa acontecer. — O som saiu abafado ele segurou o seu queixo delicadamente e o ergueu para encará-la.

— Não vou deixar que nada de mal aconteça a você ou ao bebê. — Selou os lábios nos dela que cedeu no mesmo instante. O carinho do início evoluiu para algo vibrante e, necessitado, ambos queriam isso há muito tempo. Ben de repente se desfez do beijo ainda com a respiração falhada.

— Tem certeza que podemos? — O rapaz franziu o cenho.

— Claro que podemos. — Gargalhou.

— Mas … Pensei … No …

— Ele está bem. — Apalpou a pequena barriga. — Na verdade, ele ou ela vai ficar bem. Solo acompanhou a mão dela e alisou o seu ventre.

— Não vejo a hora de conhecer ele ou ela. — Sorriu maroto. Levantou-a nos braços e a levou para o quarto.

— Ben nós ainda nem tomamos café. — Ria com a brincadeira. — Devo te informar que ainda estou com fome.

— Não vejo problema, levo seu dejejum na cama, minha princesa. — Roçou a boca na ponta do nariz dela, que riu ao sentir as cócegas.

— Sim milorde, seu desejo é uma ordem.

(…)

Rey estava bem acomodada entre as almofadas em tons grafite, ambos a deixaram completamente satisfeita, enquanto alisava a sua barriga, conversava com seu filho, ou talvez sua filha, não se importava muito com esse aspecto, o que realmente queria era conhecer esse pequeno ser que já a preenchia de felicidade.

Enquanto isso, Ben Solo terminava de arrumar a louça e os detalhes do almoço, quando chegou no quarto ouviu a voz melodiosa dela conversando com o bebê e isso o deixou emocionado, foi a coisa mais terna que poderia ter presenciado. Se recostou na ombreira de modo relaxado e passou a ouvi-la.

— Você é muito amado. — Riu. — Talvez amada, não importa, a mamãe irá te proteger, nada de mau vai acontecer contigo, meu docinho.

— Também não permitirei que nada de ruim aconteça com vocês. — Ela tomou um pequeno susto, afinal de contas eram muito recente ter a companhia de Benjamin.

— Está aí? — Olhou-o alegre. — Ouviu o que estava dizendo? — Ele afirmou com a cabeça.

— Mas precisamos organizar a minha entrada no escritório do Snoke, para que você e o nosso filho possa estar realmente seguros.

— Nossa entrada. — Corrigiu ela.

— Fora de negociação, vocês ficam com minha mãe, será melhor assim, não ficarei distraído pensando nos dois. — Acariciou a face dela.

— Então, será eu a ficar preocupada com o que irá acontecer contigo, é muito perigoso. — Suspirou. — Pode ser uma armadilha.

— Não fique, meu amor. - Sorriu para ela. — Vou ficar bem, até porque não irei sozinho e, você sabe que Poe é um homem preparado, e do lado de fora teremos o apoio do seu amigo e do Mark.

— Sei disso. — Soltou o ar dos pulmões. — Mas ainda assim, acho tudo isso muito insano e perigoso. — Afagou os cabelos dele. — Mas nesse caso, ficarei aflita, pois não saberei o que estará acontecendo contigo. — Assim os dois se abraçaram e se beijaram.

O amor entre eles estavam cada vez mais fortalecido, à medida que viviam muitas coisas, juntos, e isso contribuiu para que se aproximassem e estreitassem os sentimentos e se percebessem como um casal. Nesse momento, Ben se afasta um pouco sorridente.

— Vamos almoçar? Precisa ficar saudável.

— Como o tempo passou rápido? — Sorriu. — Estou faminta.

(…)

  — Os planos estão traçados. — Poe avaliava os esquemas. — Porém precisamos de alguém de confiança lá dentro, já que você — olhou para Ben Solo — creio que não seja uma pessoa bem-vinda no escritório. — Completou. — Deve ser uma pessoa acima de qualquer suspeita.

— Você tem toda a razão. — Apontou para os papéis que preenchiam toda a mesa. — Mas devo informar a vocês que já resolvi esse ponto de nosso plano.

— Quem seria essa ajuda? — Finn inquiriu de modo desconfiado. Antes que Ben respondesse, o interfone soou.

Todos olharam para o anfitrião que caminhou até o aparelho e sendo sucinto.

— Pode mandar subir. — O grupo o olhou com curiosidade. Então se voltou para eles que esperavam em expectativa.

— Meu amigo Mark está subindo.

— Mas… — Rey quebrou o silêncio. — Quem é a pessoa que irá ajudar vocês a entrarem?

— Sim, já irei contar quem irá nos apoiar, mas antes — beijou a testa da garota. — deixa atender a porta. — Saiu para receber seu convidado.

Surgiu na entrada o casal de amigos de Benjamin, os dois já eram bem conhecidos pelos demais presentes, a mulher já foi logo se adiantando, como num turbilhão de perguntas para a jovem mãe.

— Como você está? Tem se alimentado corretamente? Tomado as vitaminas que prescrevi? — Colocou na barriga de Rey. — Dorme regularmente?

A jovem até tentava responder a cada questionamento levantado, mas a médica não parava de tagarelar.

Rose sorriu pensando em como a sua cunhada era exagerada, sobretudo, quando se considerava a protetora. Caminhou até a sua amiga e falou alegre.

— Calma Lisa, ela está se cuidando direito, é muito obediente.

Mark se aproximou abraçando a irmã indo em socorro da namorada de Ben.

— Sim amor a Rose está certa. — Riu cúmplice. — Ela sabe se cuidar, você instruções precisas, além do mais, viemos aqui para ajudar o nosso amigo.

— Rey tem a mim para apoiá-la. — Ben levantou a mão.

— Verdade — caminhou até o Solo — viemos aqui para ajudar vocês no que for preciso. — Mark anuiu com a esposa.

— Fico muito feliz em saber que posso contar com você, meu amigo, — olhou para todos na sala. — aliás, com todos vocês. — Afagou Rey.

— Sim estamos todos reunidos. — Pontuou Poe. — Agora pode contar para o grupo, quem é a pessoa do escritório do Snoke que irá nos ajudar?

— Posso dizer sim. — Falou com humor. — Mas antes disso, preciso saber do Mark se conseguiu fazer o que pedi.

Rey Jakkes e os demais olharam para o homem esperando o que iria responder, e saber o que o amigo de Ben teria que haver com tudo aquilo. O empresário fitou o advogado de modo animado.

— Sim, fiz exatamente como você me pediu.

— Ótimo!    

Aquele diálogo esquisito estava deixando os demais cada vez mais curiosos, querendo saber o que aquilo tudo tinha que haver com a entrada de Ben em propriedade privada. Solo se voltou para os demais tendo um ar divertido, sabia que estava deixando-os impacientes, mas estava gostando de prolongar esse suspense que o deixava no controle, contudo Mark quebrou a tensão ao se pronunciar.

— Ela aceitou nos ajudar a entrar no escritório.

— Quem é essa pessoa? — Rey ficou curiosa, queria saber mais detalhe.

Mark olhou para Benjamin e se adiantou.

— É muito simples. — Riu da tensão que a informação criou nas pessoas e, principalmente em Rey. Solo a estreitou em seus braços como para dirimir o nervosismo.

— Ela é a minha assistente. — Completou.

— Fui até ela, pedir em nome do Estranho, porque se ele se aproximasse dela ou de qualquer um, alguém poderia ver, colocando todos os nossos planos a perder.

— Mas isso é muito arriscado para ela, ou melhor, para todos nós. — Jakkes falou com preocupação.

— Não se aflija, amor. — Beijou o topo de sua cabeça. — Ela não irá entrar com a gente, apenas dará as chaves para nós.

— Mesmo assim, Ben! — Fitou seu rosto. — Se descobrirem que ela colaborou, algo terrível pode lhe acontecer. Não desejaria nada de parecido com o que aconteceu comigo, ou algo pior. — Escondeu sua face no tronco do namorado.

— Ela já entregou para vocês? — Finn estava apreensivo.

— Vai me entregar hoje. — Mark respondeu.

— Então o cronograma está sendo cumprido, portanto, não há motivos para nervosismo. — Pontuou Poe.

Mesmo com a análise calma de Dameron, o clima na sala ainda era de preocupação, embora se apoiassem uns aos outros sentiam um peso no coração, pois sabiam que se qualquer coisa desse errado, tudo poderia ser muito prejudicial.

Os riscos que todos estavam abraçando era real, todos sabiam o que precisava ser feito, no entanto, tinham ciência de que a vida de quem entrasse naquele prédio estaria correndo grande ameaça.

Além disso, os documentos que Benjamin Solo queria recuperar, trariam consequências para si, pois seria responsabilizado por aquela ação dolosa por isso, ele teria que responder perante a lei por seus atos, até mesmo cumprir uma sentença, dependendo de como tudo iria ser conduzido o caso.

Todavia, o advogado parecia não se importar com tais coisas, ele estava focado em resolver aquele problema, primeiro, queria proteger a sua família, não permitiria que nada de ruim.

Mesmo que fosse preso, esse seria um preço muito pequeno a pagar, se isso puder proteger a todos aqueles que ele mais amava, então faria qualquer coisa para que esse assunto se resolvesse da melhor maneira possível.

— Quando ficou acertado a entrega das chaves? — Ben perguntou para o seu amigo que olhou para o seu relógio em seu pulso.

— Uns cinquenta minutos. — Fitou Lisa e afagou sua bochecha. — Você fica com eles, é melhor assim, caso ocorra qualquer eventualidade.

— Concordo. — Afirmou Solo.

— Então, acho melhor me apressar. — Beijou a esposa. — Para não chegar atrasado no local. — Assim todos viram Mark se retirar.

— Agora é torcer para que tudo aconteça exatamente como prevemos. — Falou Poe, com pouca convicção.

— Pois, do contrário estaremos colocando gente inocente em perigo. — Completou Finn.

— Deixe de ser pessimista! — Lisa falou zangada para o rapaz. — Meu marido é discreto e muito inteligente, vai fazer tudo certo.

— Com certeza tudo sairá bem, — interferiu Ben — por isso, confiei tal tarefa a meu amigo, além de competente, é extremamente meticuloso no que faz.

(…)

No horário combinado, uma mulher adentrou o restaurante, muito elegante. Pensou consigo, “Nunca entraria num lugar como este em situação normal, com certeza tudo aqui deve custar uma fortuna.”

Foi se aproximando da pequena recepção, onde uma jovem muito educada a saudou.

— Boa tarde, — sorriu amistosa — em que posso lhe ajudar?

A jovem ficou apreensiva por um momento.

— Tenho uma reserva. — Falou incerta.

— Em nome de quem está?

— Smith? — Soou dúbia.

— Não vejo nenhuma reserva com esse nome. — Sorriu educada.

Agora a aflição se apoderou da assistente de Ben Solo. “Qual era mesmo o sobrenome do homem com quem ela conversou há alguns dias?” Tentou vasculhar sua mente, então olhou para a recepcionista.

— Tico. — Falou convicta. — Veja se tem reserva nesse nome.

A mulher verificou o livro, a sua frente e de modo educado a conduziu para uma sala reservada.

A senhorita, Smith caminhou todo o percurso um pouco preocupada, a todo momento desde que aceitou colaborar com tudo aquilo, olhava para todos os lados para se certificar que não estava sendo observada.

Quando a jovem abriu a porta e a fez entrar, nesse momento, ouviu uma voz masculina.

— Obrigado por ter vindo! — Mark foi amistoso. — Vamos sente-se senhorita, Smith. — Ela aceitou o convite.

Assim a recepcionista fechou a porta, deixando os dois sozinhos.

— Senhorita Smith, tomou cuidado para não ter sido seguida até aqui?

— Pode me chamar de Mandy. — Sorriu tímida. — Tomei todas as precauções e, tenho certeza que ninguém me seguiu.

— Ótimo! — Falou num tom amigável. — Vamos comer alguma coisa? Deseja algo?

Olhou o ambiente todo arrumado, com uma mesa bem posta, repleta de talheres e louças finas, então respondeu.

— Não obrigada, estou bem.

— Entendo, se importa se pedir algo para mim?

— Fique à vontade.

Ouviu o homem fazer o seu pedido, mas ficou um pouco curiosa, pois ele havia feito escolhas e todas eram duplicadas. Acreditou que talvez tivesse um bom apetite, então quando o garçom saiu com as anotações, ouviu-o.

— Não se importa que inclui você nos pedidos, não gosto de me alimentar, quando quem está perto de mim não.

— Tudo bem, mas devo dizer que não tenho fome.

— Não se preocupe com isso. — Esclareceu. Voltando ao motivo daquele encontro perguntou. — Mandy, trouxe o que a gente combinou? — A jovem anuiu nervosamente e colocou a mão dentro de sua bolsa, retirou um molho de chaves. Então, colocou no tampo da mesa.

Mark fitou os objetos metálicos a sua frente, com isso estendeu a mão e se apoderou delas, sorrindo disse.

— Muito obrigado, pela, a sua importante ajuda.

Estava preocupada, pois, sabia tudo que poderia vir a ela, caso alguém desconfiasse que os ajudou de alguma maneira. Assim o alertou.

— Saiba que as coisas para o doutor Benjamin Solo, não são nada boas no escritório, desde que ele se foi. Acredito que o doutor Snoke queira fazer algo a ele, mas não sei o que é. — Falou nervosa. — Por isso, estou avisando a todos vocês tomarem muito cuidado.

— Por que você nos ajuda? Uma vez que disse que é muito perigoso?

— Apenas quero fazer o que é certo. Sempre esperei que o doutor Solo fosse corrigir isso algum dia. — Sorriu triste. — Que bom que estou vendo isso acontecer, ele está sendo muito corajoso em fazer, mesmo podendo vir a ser preso. — Se levantou e caminhou até a porta. — Desejo sorte a todos vocês.

— Você o que irá fazer?

Olhou para o homem e concluiu.

— Assim que for prudente, irei sumir, viajarei para muito longe. — Com isso, deu as costas e saiu dali como num passe de mágica.


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Notas finais do capítulo

Olá amores!
Agradeço todo o apoio ...
Amores fiquem em casa se puderem e se cuidem ...
Beijocas



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