Written in the stars escrita por Medhuzas2


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Hello!

Olha eu de novo aqui :v

Não tenho muito o que falar sobre essa one, só sinta-se a vontade em prosseguir.

Boa leitura >



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SÉCULO XXI

       

Necrópole de Dahshur, Mênfis

 

Ela deveria ter esperado por Ino, mas a garota a deixou fora de si quando decidiu deixar a análise para o dia seguinte. Era perigoso fazer isso quando estava anoitecendo? Sim, mas Sakura queria confirmar algumas coisas. Aliás, ela nem entraria na pirâmide.

— Merda — disse pela terceira vez desde que seu jipe saíra do hotel.

As arqueólogas especialistas no Egito Antigo vieram do Japão somente para analisarem por si só as famosas pirâmides de Gizé e mais algumas construções. Durante todo o período da faculdade, as duas juntaram dinheiro para essa viagem dos sonhos.

No final de sua graduação, elas receberam a proposta para ir ao Egito somente para fazer uma pesquisa sobre a Pirâmide Vermelha. Não estava nos planos de Sakura ver essa tal pirâmide, mas como a viagem e as despesas seriam pagas pela faculdade, elas decidiram que fariam o serviço.

Há dois dias elas haviam chegado. Foram fazer o que deveriam? Não, Ino preferia comprar roupas com a metade do dinheiro que juntaram e Sakura a acompanhava enquanto lia um material local a respeito das construções mais famosas.

Cansada da inércia de Ino, a rosada decidira ir sozinha até a Pirâmide Vermelha.

No caminho para a necrópole de Dahshur, seu maravilhoso carro alugado começara a apresentar alguns problemas. Ele estava falhando e a garota agradecia à divindade que a estava ajudando, quem quer que fosse, pois quando chegou ao seu local de pesquisa, o carro morreu de vez.

— Ótimo, só quero saber como irei voltar... — resmungou para si mesma.

Olhando ao seu redor, não notou a presença de mais ninguém. O complexo em que as pirâmides de Gizé se localizavam era o lugar mais visitado da área; a necrópole de Dahshur recebia um número ínfimo de pessoas. Comparando a quantidade de visitantes entre os dois locais, Dahshur estava sempre às moscas.

Não estava tão escuro, o sol ainda se mantinha no horizonte. Ela só queria dar uma olhada na parte exterior da Pirâmide e voltar para o hotel. Entrar lá? De forma alguma.

Guias, vendedores, pessoas... Não havia ninguém ali.

Pelo que estudara, a pirâmide fora construída durante o Antigo Império, pelo faraó Sneferu. Durante 17 anos foram colocados blocos sobre blocos para fazê-la. Por que “Pirâmide Vermelha”? Era denominada assim por ter uma cor vermelho-clara em sua superfície exterior. Ela fora a primeira pirâmide lisa concluída, era a terceira maior depois de Quéops e Quéfren.

— Vermelha... Não vejo nada dessa cor aqui — disse Sakura.

Ela não precisava falar baixo ou só pensar. Estava sozinha naquele lugar quente e arenoso, podia gritar ou falar na altura que quisesse. Ninguém ouviria.

A jovem estava no encontro entre a parte Norte e a parte Oeste da pirâmide. Enquanto pegava sua caderneta e sua caneta, andou até, aproximadamente, o meio da face piramidal voltada ao Norte.

Nesse ponto, algo lhe chamou atenção: havia um caminho que levava a entrada da pirâmide e um pedaço de pano pendia de um dos lados de sua abertura. O que aquilo fazia ali? Era mesmo um pedaço de pano? Se não, o que seria?

Na faculdade, Sakura era conhecida pela curiosidade natural e por seu intrometimento em certos assuntos. Movida pelo que ficou conhecida no período acadêmico, a rosada decidiu escalar a pirâmide.

Era algo ilegal? Sim, era. Mas me diga quem iria proibí-la de fazer algo ali? Não havia ninguém para impedí-la de saciar sua curiosidade. Com a coragem de um leão, a jovem guardou seus apetrechos e começou a escalada.

Quando, finalmente, alcançou o artefato desconhecido que ela de início catalogara como um pedaço de pano concluiu que era sim o que tinha imaginado. Passando-o entre os dedos reconheceu-o como sendo feito de linho.

Satisfeita com o que encontrara, decidiu voltar.

Com seus orbes verdes, olhou a planície que se estendia a sua frente. Areia e mais areia. Antes que desse o primeiro passo para sua longa descida, voltou seu olhar novamente para onde encontrara o pano.

Agora estava curiosa a respeito da origem dele. E onde mais ela poderia encontrar respostas senão no local em que o achara? Decidiu olhar ao redor para averiguar se havia mais indícios de sua origem.

— Kami-sama...

Sue espanto se devia ao que seus olhos viam.

Em sua frente estava a entrada da Pirâmide Vermelha.

Ela só se dera conta disso agora. É claro que havia pensado “Nossa, um caminho que leva para a entrada da pirâmide”, mas não havia mensurado ou pensado no que estar ali iria fazer com ela.

— Mas que diabos — exclamou.

Logo que cogitou a possibilidade de entrar, imagens de desabamentos, bichos e tudo que a pudesse fazer mudar de ideia apareceram em sua mente. Não, não posso entrar.

Olhou o céu. O sol ainda não estava se pondo. Se ela entrasse para dar uma olhada bem rapidinho, talvez não fosse tão perigoso... Mentira, era perigoso de qualquer forma.

Não era aconselhado de forma alguma entrar em pirâmides sem alguém para acompanhar, à noite ou sem um preparo prévio. Mas o que ela faria? Estava sozinha, não estava escuro e a respeito do preparo, ela havia estudado bastante sobre aquilo. Só não se encaixava em um dos requisitos, mas se fosse parar pra pensar, a companhia de Ino não seria tão substancial assim.

Sua curiosidade só aumentava.

Pirâmides era algo que estava na lista pessoal de locais a ir de Haruno Sakura. Vê-las por fora não era seu objetivo. Ela queria ver seu interior, passar as mãos por onde, há centenas de anos, pessoas que as construíram passaram também as suas.

Farta de seus próprios pensamentos, decidiu ir logo.

Com sua lanterna em mãos, a garota desceu pela escadaria inclinada e baixa da pirâmide.

Não que a altura fizesse diferença para ela que era, em comparações de colegas, uma anã ou uma nanica. Mas mesmo assim o teto era baixo, tinha menos de 1m de altura.

Com a lanterna acoplada a um capacete que havia em sua mochila, a jovem adentrou na pirâmide. Ela percebeu que haviam barras de ferro nos lados do túnel em que descia. Eles ajudavam na sustentação e no equilíbrio da pessoa ao descer para as câmaras.

Constava, em um guia escrito, que a escadaria que levava à primeira câmara e as restantes tinha uma inclinação de 27°. Ela nunca pensou que 27° fosse tão inclinado como via agora.

Logo que desceu mais um pouco na escadaria íngreme, sentiu um forte odor.

Era amônia.

Apesar de forte, era suportável. Ela continuou descendo e essa descida que parecia uma eternidade se findou em um corredor. Curto, ela declarou após atravessá-lo e ir para a primeira câmara.

Em comparação com o túnel da escadaria, ali era muito alto. No cantinho da câmara havia uma passagem e foi por lá que a rosada se embrenhou ainda mais na pirâmide.

Passando por um pequeno corredor, curto e baixo, ela chegou à segunda câmara. Ela não diferia em quase nada da primeira e não havia nada que lhe chamasse a atenção ali.

Mas uma luz vinda de outro corredor chamou a atenção de Sakura. Aquele corredor iluminado deveria levar até a última câmara da pirâmide, o local em que teria sido sepultado o faraó.

— Luz? — perguntou a si mesma.

Era meio estranho haver tanta iluminação em um lugar como aquele. Mesmo desconhecendo os motivos daquilo, a rosada, enfrentando a pontada de receio que começou a lhe assentar no peito, começou a caminhar na direção do corredor.

Quanto mais se aproximava, mais a luminosidade se acentuava.

Seus olhos começaram a arder e, para continuar, a garota teve que cerrar os olhos e colocar uma mão entre a luz e seus orbes. Tateando o corredor, ela foi. Em certo momento, sua mão não conseguiu tocar mais no teto e ela soube que havia chegado à câmara.

Câmara?

Quando é que toda aquela claridade se dissipara?

E o mais impressionante, por que ela estava em um local totalmente diferente do que esperava?

— Mas que porra... — exclamou quando olhou a si mesma. Ao invés de estar vestida com suas roupas tradicionais de exploração, ela estava com um fino vestido de linho, enfeitado com peças de ouro e brilhantes.

— Doce amor — uma voz grossa que lhe fez arrepiar os pelos da nuca disse — Está de pé.

Virando seu corpo para o dono da voz, sua garganta secou. Ele era maravilhoso, tinha olhos negros como a noite e a pele era levemente bronzeada. Utilizava somente uma saia branca pregueada, algumas pulseiras de ouro e uma espécie de chapéu na cabeça. Por suas vestes, Sakura concluiu que ele era o faraó. Mas que besteira, não existem faraós no século vinte e um.

— Deixaste-me preocupado — ele se aproximou.

Com suas grandes mãos, tocou a face da rosada que permanecia estática. Sakura, me explique a existência desse peitoral maravilhoso se isso aqui não for verdade, seu interior se perguntava.

— E-eu estou no céu?

— Oh, não minha dama adorável — ele segurou seu rosto — Mas se comparas estar ao meu lado a estar perante os deuses, não erras.

Mais estranho que estar naquele local, era ouvir aquilo de um cara bonito e extremamente rico. Em que momento ela havia dormido? Quando é que caíra no sono? Aquilo não era real...

— Tu estás mui pálida — falou se aproximando da face da garota — Acaso é a estação?

— Não sei...

Diante aquela formosura, Sakura não conseguia formular um pensamento muito coerente. Ela tentou se manter lúcida, mas quando ele se aproximou de seu rosto, foi inevitável não ficar derretida.

O amor dos meus desejos... — disse ele encostando seu nariz no da rosada — Está na outra margem.

Com os olhos fechados, ele recitou essas frases que para Sakura não faziam sentido algum. Tendo terminado de falar, o homem levantou as pálpebras e fixou seus orbes nas esmeraldas da garota.

Ele esperava que ela continuasse o poema.

Quando percebeu que ela não iria falar nada, ele soltou seu rosto e pegou em suas mãos. Levou-a até a enorme janela do quarto em que estavam. Dali ela pode observar o deserto e o céu escuro que se mantinha sobre eles.

Sakura estava em um palácio egípcio.

— Doce amor, vês as estrelas? — ele perguntou — A Deusa de Ouro escreveu nossa história com sua luz, mesmo águas turbulentas nos separem, tu estarás diante de mim.

Não compreendendo exatamente o que ele falava, Sakura somente concordou com um menear da cabeça.

Ele colou uma das mãos em seu rosto e o acariciou saindo logo em seguida para retirar o que cobria sua cabeça. A rosada o observava livrar-se daquilo e passar as mãos no cabelo.

Após retirar alguns de seus acessórios, ele voltou até Sakura e a levou até a cama.

Mesmo não sabendo o que estava acontecendo ali, a garota adorou o jeito suave e amoroso com que ele a estava tratando. Apesar de ainda estar duvidosa em relação ao local em que estava, ela se deixou levar pelo momento quando viu os finos lábios do homem se abrirem em um sorriso.

Com seus olhos negros como a noite que se estendia do lado de fora do palácio, ele observava cada pequena expressão do rosto da garota. A centímetros um do outro, a boca do rapaz já a estava enlouquecendo.

Lentamente os rostos iam se aproxim...

 

 

 

— Sakura! — uma voz estridente a chamou.

Não, não podia ser.

— Não finja que não está me ouvindo!

Mas era.

— Ino... — ela concluiu após abrir os olhos e constatar que estava no hotel.

A loira estava diante dela, batendo o pé no chão e a olhando com uma expressão de incredulidade e raiva. Bufando ela perguntou:

— Por que motivo a senhorita dormiu com a roupa toda suja de terra?

Ela dormiu? Pelo visto sim. Mirando a si mesma, viu que Ino tinha razão: ela estava com a roupa cheia de areia. Espera. A roupa com a qual estava vestida era a mesma do sonho. Como aquilo poderia ter acontecido?

— Hm, disse que era para eu me focar na pesquisa, mas na primeira oportunidade já comprou algumas roupas — a loira disse analisando sua roupa — Onde comprou essa aí?

Na verdade, a rosada só estava com o vestido de linho.

Sakura dispensou Ino e foi se arrumar para retornar à Pirâmide Vermelha. Ela não sabia o que estava acontecendo, mas iria saber quando voltasse até aquele lugar. Ela esperava que conseguisse explicações.

Saindo de seu quarto, trombou com alguém que, como ela, estava desconcentrado.

No chão, resmungando, ela viu uma mão estendida. Olhando para o dono do braço estendido, levou um susto. Era o mesmo do sonho, só que sem as roupas de linho e as joias. Os traços eram os mesmos...

— Sasuke, Uchiha Sasuke — ele se apresentou após tê-la levantado.

— Sakura...

Eles se apresentaram e começaram a conversar. Descobriram que iam para o mesmo local e decidiram ir juntos. No caminho, trocaram informações sobre si mesmos e constataram que haviam vindo do mesmo país, mais especificamente da mesma cidade. Estudaram até na mesma faculdade!

No meio da conversa, Sakura disse:

O amor de meus desejos...

Está na outra margem. — ele continuou — Como você sabe disso?

— Ah, é uma história inacreditável.

Se o faraó da noite anterior estivesse mesmo certo, inacreditável seria a história que eles teriam. Afinal estava tudo escrito nas estrelas...


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Notas finais do capítulo

Então? >
Só umas observações:

. Os dois versos que o Faraó Uchiha recita são reais. Pelo que pesquisei, o poema foi feito por um governante egípcio para sua esposa;

. O ato de encostar os narizes simboliza carinho e amor, era um ato praticado entre pessoas que nutriam esses sentimentos durante o Egito Antigo ("Troca de hálito").



E é só isso ^^ muito obrigada pela atenção.



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