Draco não conseguia imaginar quem levara Mariah, se fora contratado pela mesma pessoa que ele ou por outro ele não sabia, mas ele era Draco Malfoy e nunca deixava de realizar uma tarefa e se sua vítima tinha sido levada ele iria encontrá-la.

Vasculhou todos os cômodos da casa em busca de pistas, mas tudo era um turbilhão de coisas quebradas e jogadas que ele quase não teve sucesso.

Até encontrar sangue perto da cama de Mariah.

Não era mais do que algumas gotas e poderia muito bem ser dela, já que quem quer que a tivesse levado não seria facilmente golpeado por uma mulher como ela, devia ser profissional, mas Draco não tinha muitas alternativas para descartar logo de primeira essa ideia, tudo agora era crucial se ela queria encontrar a mulher.

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— Não entendo qual sua preocupação com a garota — Disse Lucius — Você foi contratado para matá-la, ela sumiu. Acabou.
Draco olhou feio para ele.
— Você, mais do que ninguém, deveria saber que eu nunca deixo um trabalho incompleto, não importa as circunstâncias.
— É exatamente seu estilo se perder por uma coisa dessas, alguém mais está atrás dessa garota, ela deve valer muito e mesmo assim estão te oferecendo quase nada. Deixe isso para lá.
— Você me ensinou a trabalhar com perfeição, preciso concluir essa missão.
Lucius suspirou.
— Já vejo que isso não vai sair da sua cabeça de jeito nenhum, o que posso fazer por você?
Draco se esticou no sofá enquanto observava o pai caminhar em direção ao computador. Ele tinha entrado nessa profissão graças à Lucius, que trabalhara anos como matador de aluguel quando mais jovem, mas que agora usava seus dons para hackear a internet. Quando percebeu que Mariah tinha sido realmente levada, ele não teve outra alternativa a não ser recorrer ao pai e descobrir quem realmente era essa mulher.
— Seja quem for essa garota, ela não é quem nos fizeram acreditar. Tem algo realmente grande por trás dela, o que explica porque eu não ter encontrado nada errado ao pesquisar por ela. Forjaram sua identidade de uma forma tão boa que eu só conheço uma pessoa capaz de descobrir a verdade sobre ela.
— Você quer que eu a investigue.
— Eu nunca deixo um trabalho para trás, mas também não sou enganado por meus contratantes. Você consegue descobrir tudo com sua rede negra.
— Sabe que isso não vai sair de graça, não é?
— Cinco por cento do que irei receber pelo serviço.
— Dez.
— Sete.
— Fechado.
Draco riu.
— Eu teria dado os dez.

— E eu teria aceitado os cinco —  Informou Lucius enquanto virava-se para seu computador.

Draco lançou um olhar azedo para o outro.

—  Você sempre faz isso.

—  E você sempre cai. O problema é a sua falta de aprendizado.

— Se meu pai usasse outros métodos de ensino mais eficazes, talvez eu aprendesse.

— Chega de lamúrias, não arranje desculpas para suas ações — Cortou Lucius revirando os olhos — Você quer ou não saber sobre a garota?

— Você sabe que sim. Eu preciso saber.

— Certo, o nome é Mariah Jones, não é? Nossa querida fantasma. — O Malfoy mais velho digitou algumas coisas em seu computador, os som produzido parecendo separar Draco de toda a verdade que foi escondida dele  — Ela realmente não existe, você tem razão. A vida dela está formada muito bem, quem não é profissional no assunto pode acreditar que ela é quem diz, mas tudo é fachada. Mariah é completamente diferente de quem diz ser. Ela não nasceu no Kansas, nunca esteve nos Estados Unidos, seus pais não morreram em um acidente de carro e ela nunca se formou em História com honras.

Draco se inclinou quando seu pai terminou a leitura e  virou para ele com uma expressão perplexa no rosto.

— Quem é ela?

— Seu nome… — Lucius fez uma pausa enquanto, aparentemente buscava mais ar — Seu nome é Hermione Granger.

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Hermione não era boba.

Ela podia ser tudo, menos isso.

Então ela tinha plena consciência de que um dia a encontrariam, ninguém escapa para sempre, mas ela não podia imaginar que seria tão breve, justo quando ela estava começando a se acostumar com sua nova vida.

Hermione Granger e seu passado eram somente lembranças que ela desejava esquecer.

Isso até ela acordar de madrugada com o som de alguém invadindo sua casa sem qualquer cerimônia. E a vida de Mariah Jones escorrer pelo ralo.

A mulher sabia no mesmo instante que quem quer que estivesse em sua casa conhecia sua verdadeira identidade.

Pegando a faca que escondia sob o travesseiro, reflexo sobrevivente de sua antiga vida, ela continuou fingindo dormir. Não tinha saída, precisava passar pelo invasor para chegar até a porta da sala e era sempre melhor pegar seu oponente de surpresa.

Sentiu, mais do que ouviu, o som de outra pessoa se aproximando de sua cama e o aperto na faca aumentou, entretanto ele estava vindo do lado errado e ela não conseguiria dar um golpe fatal, somente algo que o atrasasse por milésimos de segundos.

A pessoa bateu na beirada da cama e Hermione girou, cravando a faca com toda sua força na coxa do invasor.

Ele gritou, a mão indo direto para a ferida e Hermione se desvencilhou das cobertas pondo-se a correr em direção a sala. Uma mão surgiu do nada puxando os cabelos cacheados de Hermione e batendo sua cabeça na parede.

A dor percorreu todo o seu ser deixando-a sem ar, mas quando ela voltou a si riu de forma irônica internamente.

“É claro que ele não mandaria só um” pensou antes que outro golpe a levasse direto para a escuridão.