Aurora escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 24
Capítulo 148




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Capítulo 148

20 de outubro de 2023

Na minha festa de quinze anos de transformação em vampira tenho a surpresa de meu pai, Carlisle, me convidar para dançar uma valsa. Eu digo para ele que não sei dançar, mas estou lisonjeada com o convite e se pudesse eu iria corar.

— Não sei dançar, pai. Agradeço o convite, mas tenho que recusar tamanha honra.

— Não se preocupe filha, eu posso lhe ensinar – ele me estende a mão. – Vem, é mais fácil do que você imagina (ao menos para nós vampiros. – conclui em voz baixa.)

Carlisle sabe que grande parte de meu receio em dançar é devido a minha coordenação motora desastrosa quando eu era humana. No entanto, esse problema foi resolvido quando fui transformada em vampira. Somente a parte física, porém a parte mental ainda tem reservas quanto ao que posso fazer.

Justamente por causa da falta de equilíbrio eu não aprendi a dançar e era muito ruim nos esportes, eu tirava sempre uma nota razoável, na média, na disciplina de Educação Física na escola. Papai sabe disso e vai me ajudar a superar meu medo.

— Papai, eu não aprendi a dançar – realmente esse não era um de meus talentos. Eu mal conseguia ficar em pé sem cambalear. Imagine se rodopiar.

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— Vem, filha, eu vou lhe mostrar.

A banda começa a tocar a valsa do Danúbio Azul de Strauss. Me sinto como se estivesse na Europa no século XIX. O tema da festa é mesmo este.

Dançamos e ao fim da música fico admirada por termos conseguido. Meu pai me conduziu maravilhosamente, se dancei bem foi mérito dele. Ele é um bom professor, um excelente pai e um ótimo marido para mamãe. Carlisle é um grande líder, a quem eu tenho orgulho de seguir.

— Muito bem filha – papai me cumprimenta ao final da dança.

— Eu não fiz nada!

— Foi muito fácil conduzi-la. Talvez instintivamente você tenha aprendido de tanto ver. Eu sei que você adora ver eu e sua mãe dançando.

— Obrigada, pai.

Mamãe vem ao nosso encontro:

— Que lindo, parabéns! - felicita Esme.

— Obrigada mãe.

Depois que a festa acabou eu assisti ao vídeo da valsa e fiquei estarrecida com como eu me movimentava. Realmente parecia um anjo flutuando e sendo conduzida por meu pai.

— Por nada meu anjo! Aliás, eu e seu pai temos outra surpresa para você.

— Outra?

— Sim, convidamos nosso amigo. Espero que você não se incomode – complementa Carlisle, como se tivesse medo de que eu não fosse gostar do que fez. Eu não poderia ficar zangada com ele. Jamais.

— Você queria conhecê-lo então resolvemos dar uma 'forçinha' - acrescenta mamãe.

Finalmente deduzo quem é: Fred! Ele veio!

Meu pai é conhecido em Forks também por ser um bom casamenteiro. Mas isso quer dizer que ele quer que nos acertemos? Ele então aprova?

 E parece que mamãe também incentiva. Esme sempre quis que eu tivesse um parceiro. Ela deve estar tão feliz tanto quando Edward conheceu Bella.

Mas ainda é cedo não sabemos se vai dar certo.

Ou será que Alice já falou sobre isso com nossos pais?

Já sei que privacidade seria difícil ter nessa nova vida, mas é um pouco pior do que eu pensava. Emmett é ruim à sua maneira, mas ele só faz piada porque eu não derrotei ele numa queda-de-braço como Bella, nem sequer lhe dei a chance de me enfrentar. Alice é também impertinente às vezes e até Edward e seu dom chega a ser inconveniente outras vezes. Mas geralmente eles não são tão irritantes e dá para aguentar a convivência.

Mas vale a pena? Sim, vale. Outras vezes os dons são muito úteis. Se não fosse por minha irmã vidente os Cullen não saberiam que Irina os denunciou para os Volturi e seriam pegos despreparados. Bella não teria desenvolvido seu escudo e eles nem teriam reunido testemunhas.

Resumindo: todos estariam mortos. E eu teria morrido assassinada pelo meu pai humano, provavelmente.

— Fred está aqui! – exclamo tão esfuziante que teria ruborizado constrangida pela minha atitude. – Onde que eu não vi?

— Acabei de chegar – diz uma voz musical detrás de mim. – Como vai, Caroline?

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Me viro e dou de cara com o rapaz mais lindo que eu jamais vi. Meu coração teria acelerado se ainda batesse.

— O-oi – digo vacilante. – Pode me chamar de você ou Carol se preferir.

— E você pode me chamar de Fred.

Carlisle e Esme sorriem em cumplicidade e discretamente de repente nos deixam sozinhos e saem sem dizer nada. Eles sabiam o que estavam fazendo, sabiam que precisavam nos deixar sozinhos.

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— Então é você a filha mais nova de meu amigo Carlisle? – Fred me pergunta com cautela chegando mais perto de mim.

— Sim, sou eu.

— Você é brasileira?

— Sim, eu sou – ele sabe mais de mim do que eu imaginava.

Eu olho para os lados nervosa, não queria que meus pais nos deixassem assim. Sei que é bobagem, Fred não vai fazer nenhum mal, e além do mais eu queria conhecê-lo, meus pais apenas estão nos apresentado.

Mas tinha que ser desse jeito? Sinto como se Carlisle e Esme estivessem nos forçando a ficar juntos, como adolescentes fazem na escola, ao deixar um garoto e uma garota sozinhos com o intuito de fazer com que eles namorem.

No meu tempo de escola era assim, acho que ainda é. Por sorte ninguém tentou fazer isso comigo. Uma vez trancaram um casal de jovens na quadra de esportes e deixaram a porta fechada por alguns minutos. Quando abriram os dois tinham se entendido. Eu não gostaria de ser trancada com alguém assim, foi cruel, foi desumano. Apesar da intenção ser boa e não haver maldade nenhuma nem perigo, foi uma atitude extrema. Não gostei. E não gostaria que fizessem isso comigo. Não gosto de me sentir pressionada ou acuada. Não é justo, eu acho que forçaram a barra demais.

 Eu sei que Esme queria muito que eu encontrasse um parceiro e talvez não foi difícil para Carlisle convencer mamãe a participar dessa armação. E ainda mais que Alice deve ter contado que poderia dar certo. Mamãe deve ter apostado todas as fichas e fará tudo que puder para que dê certo.

Armação ou não, não custa nada conversar com ele. Fred não vai me morder, embora pudesse, pois ambos somos vampiros. Não sou tão indefesa, por isso não devo ter medo dele. 

— Não fique nervosa, eu não sou mal – ele diz com a voz mais gentil ao me ver tão agitada.

Eu sei que apesar de sua origem ele não é. Se fosse, teria lutado com o exército de vampiros recém-criados de Victoria contra minha familia por causa de minha irmã.

— Eu sei que você não vai me machucar. Você não vai usar seu poder em mim – esclareço para que ele não pense que sou mal-educada e estou com medo dele.

Na verdade eu estou um pouco irritada com meus pais. Que droga eles estão fazendo comigo? Eu não sou brinquedo, me recuso a ser usada. Eu confiei neles, nunca pensei que eles fariam isso comigo.

(Minha mágoa com meus pais passou logo.)

Fred sorri.

— Porque eu usaria?

— Não sei, mas não quero sentir. Ouvi comentários de que é um sensação desagradável, como se embrulhasse o estômago e você fosse vomitar.

— Boa descrição. Acho que é assim mesmo que as pessoas sentem repulsa por mim. Mas está tudo bem, eu não vou fazer nada disso. Só não me dê motivo, está bem?

— Sim.

— Eu soube que você também tem um dom.

— É verdade. Eu posso mover os objetos que quiser com a força de meu pensamento e posso me comunicar pela mente com meus pais.

— Uau!

— Obrigada.

Abaixo a cabeça olhando para o chão.

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—  Como é seu nome completo? – pergunto a primeira coisa que me vem a cabeça só para acabar com esse silêncio constrangedor.

— Meu nome é Carlos Frederick William Washington.

— Nossa quantos nomes! – eu exclamo admirada.

— Minha mãe gostava muito do filósofo Hegel, sabe?

— Sim, eu também li algo sobre ele na escola – muito mais aqui, mas um pouco no Brasil. – Washington? Você é parente de George Washinton.

— Meu pai se gabava dizendo que éramos descendentes do primeiro presidente dos EUA. Mas eu não ligava tanto. Isso quer dizer que temos que honrar o nome.

— É verdade.

— E você qual era seu nome, quando humana?

— CarolineTramontti. Agora meu nome é Angel Caroline Platt Cullen.

— Você era de família italiana?

— Sim. Sete dos meus bisavós eram da Itália.

Após um silêncio pensativo, Fred me convida:

— Quer dançar comigo? – ele estende a mão para mim.

Agora estou mais segura e sei o que devo fazer. Dançar não é tão difícil para mim agora que sou uma vampira, mas quando eu era humana era complicado devido a minha falta de coordenação motora e equilíbrio.

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Notas finais do capítulo

Trilha sonora: Valsa Danúbio Azul
https://pt.wikipedia.org/wiki/George_Washington



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