Aurora escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 21
Capítulo 145




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Capítulo 145

Flashback

Setembro de 2021

Descobri que Esme não foi totalmente verdadeira comigo, eu tinha uma leve deficiência. Tão leve que eu nem me considerava deficiente. Sim, eu tinha notado que eu não era normal como a maioria das pessoas; sempre me senti num mundo à parte. Vivendo sozinha. Mas eu pensava que era porque eu tinha esse jeito mais introvertido que eu vivia em um mundo só meu, particular. Não imaginava que eu fosse ‘autista’.

 Ela mentiu, mas não fiquei zangada com ela, mamãe sabia que eu tinha um leve transtorno de personalidade. Transtorno de Personalidade Esquizoide -TPE , para ser mais especifica, mas para ela isso não era algo que faria com que me desprezasse ou deixasse de me amar. Pelo contrário ela ficou ainda mais próxima de mim ao saber qual era o jeito que precisava lidar comigo: muito cuidado, afeto e paciência.

Não sei como quando viramos vampiros essas doenças desaparecem, mas somem como se nunca tivessem existido. Nossas atitudes se conformam a uma personalidade apenas, não somos como quando humanos que poderíamos ter mais de uma atitude conforme cada pessoa que conhecíamos. As nossas ações como vampiros são correspondentes ao temperamento e ao caráter. Não podem ser divergentes.

Não dizem que apenas os mortos são coerentes? Pois bem, somos mortos-vivos então a coerência faz parte de nós.

Eu fiquei sabendo disso quando um dia mamãe me pediu para ajudá-la a preparar a mudança dentre as diversas que temos que fazer a cada dez anos aproximadamente. Uma folha de papel caiu de um livro e eu iria colocar de volta, pois poderia estar marcando a página, mas eu li o meu nome de quando ainda era humana escrito no topo da folha. Não que eu sou curiosa, mas depois de ver o meu nome eu não pude evitar de ler o que estava escrito.

Era meu diagnostico psicológico dos testes que ela fizera comigo. Ela nunca havia me mostrado os papéis, embora tenha me dito a maioria do que estava escrito. Eu não tinha muitos problemas, eu era azarada e tinha esse leve desvio de personalidade. Claro, justificável e compreensível na situação em que eu cresci. Mas no geral os resultados não foram muito ruins.

Esme não me disse tudo, mas não me escondeu completamente. Talvez ela soubesse que isso não faria diferença se eu soubesse ou não. O fato era que eu tinha e isso não iria influenciar na minha transformação.  E na verdade isso nem me incomoda hoje, não é importante. Eu perdoo mamãe, mas o que mais me comove é saber que ela e papai já sabiam como precisavam lidar comigo. E isso não fez diferença para eles. Eles sabiam como tinham que ser mais cuidadosos comigo, sem me fazer sentir ‘invadida’.

Devido a força da emoção que toma conta de mim, eu dou alguns passos para trás e sento na cama, pois não posso mais chorar. Se eu pudesse certamente estaria soluçando convulsivamente.

— Ah mamãe! – suspiro segurando o papel contra meu peito sobre meu coração congelado.

Esme logo aparece na porta e vendo como eu estou vem até mim:

— O que foi minha filha? – ela pede evidentemente preocupada e seus grandes olhos dourados afetuosos me analisam.

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— Eu estou bem, mãe, não se preocupe. Estou emocionada.

— Por quê? – ela me pergunta sentando na sua cama ao meu lado.

— Porque eu encontrei isso – estendo o documento para que ela veja e mamãe fica surpresa ao ver que eu achei.

Mas ela percebe que eu não estou brava por causa disso. Ela tinha alguma razão para não ter me contado, e eu confio nela. E se ela quisesse mesmo esconder de mim teria jogado fora e não guardado.

— Me desculpe por ter escondido isso de você, querida – ela diz constrangida.

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— Tudo bem, mãe. Não estou zangada por isso. Fiquei tocada pelo fato de que você e papai sempre souberam disso. Vocês sempre foram gentis comigo, mas ainda mais depois do resultado.

— Ah filha! – Esme me abraça com ternura. – Sempre amamos você.

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— Sei disso, mamãe. Eu amo muito vocês dois.

— Sim, nós sempre soubemos de todos os motivos que a levaram a nos amar. Toda a sua vida você nunca viu seus pais se acariciarem então eu e Carlisle sabíamos como isso era importante para você. Você também nunca teve um pai de verdade e isso Carlisle sabia que deveria ser para você. Nós jamais faríamos você sofrer e nem menosprezar você por causa de seus sentimentos. Jamais iríamos nos aproveitar deles para machucá-la. Sempre consideramos uma honra você nos amar e jamais iríamos deixá-la na mão. Nós sabíamos que nós éramos sua última esperança e não poderíamos decepcioná-la, nem seria nossa atitude fazer isso. Amor com amor se retribui, você sempre foi uma menina adorável, não entendo porque seus pais humanos a desmereciam e maltratavam daquela maneira.Você não merecia. Você era a nossa pedra preciosa que tivemos que lapidar para ser realmente aquilo que era para ser. Sempre soube que você era uma dádiva, uma benção em nossas vidas.

— Ah mãe, você e papai que foram meus anjos e me salvaram. Minha vida a partir daquele dia era e sempre será de vocês dois. Vocês me fizeram viver de verdade, me mostraram que a vida não era aquilo que eu vivia. E eu sabia, no fundo eu sabia, que nada daquilo era normal. Um pai e uma mãe de verdade não tratam os filhos daquela maneira. Mesmo se fosse para educar não exageram daquela forma... Eu devo tanto a você mamãe. Comecei lhe dando minha vida.

— Você não me deve e nem nunca me deveu nada, querida. Seu pai me salvou e eu salvei você, apenas fiz o que tinha que fazer. Mas eu aceito e reconheço seu sacrifício.

Ao contrário de Edward – que foi forçado a aceitar no fim, ou perderia Bella para sempre, preferia que ela se tornasse vampira ou que morresse? Ele escolheu obrigado o que minha irmã queria há anos. Seria mais fácil se ele não tivesse brigado contra por tanto tempo. Foi por um triz que Bella não morreu ao dar a luz. Poderiam ter feito o parto e não corrido tanto risco. Mas não queriam talvez prejudicar minha sobrinha se ela nascesse antes da hora, isso eu sei bem como é, pois eu nasci prematura como humana e não desejo isso para nenhum bebê. Ninguém merece.- Esme aceitou desde o começo. Eu precisava me tornar uma vampira, eu merecia, não havia porque lutar contra o destino. Mamãe aceitou o presente que sou eu. O melhor que eu poderia lhe dar sou eu mesma, a versão recuperada com todo meu potencial, perfeita, como ela e papai merecem.

— Não foi sacrifício nenhum, mãe. Eu me sinto bem, essa é a vida que eu sempre quis. Eu nasci para viver, não para sobreviver como antes eu sobrevivia. Agora eu estou viva, pode parecer estranho e contraditório, mas eu nunca me senti tão viva.

— Você me lembra sua irmã Bella. Ela também disse algo parecido. Ela disse que nasceu para ser vampira. Ela escolheu essa vida e agora queria começar a viver.

— Eu entendo o que ela quis dizer.

— É uma honra e um prazer ser sua mãe e ter você para sempre, sweetie.

— Digo o mesmo, mãe. Me sinto muito honrada que você e papai tenham me aceitado e escolhido para ser filha de vocês dois.

— Oh meu bebê! – Esme me dá um beijo no rosto.

— Eu te amo muito mamãe! – lhe dou um beijo e um abraço forte.

Fim do flashback >>>

...XXX...


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